quarta-feira, 1 de maio de 2024

Falta muito para julho?


"Jamais imaginei, em agosto, quando abandonei o Estádio Municipal de Aveiro depois de ver o Otamendi a levantar o primeiro caneco da temporada, que oito meses depois não teria muitos mais motivos para sorrir para além daquele. Não esperava este desenrolar de época quando vi aquela bola do Di Maria a ultrapassar o Diogo Costa, muito menos depois de ver o Musa a deixar a conquista da Supertaça ainda mais encaminhada. Deixámos fugir a Taça da Liga, deixámos fugir a Taça de Portugal, perdemos o voo da visita que tanto queríamos fazer a Dublin, e parece que, neste ano, o bonito convívio de Maio no Marquês de Pombal vai ter uma péssima decoração e uma adesão bem menor.
A realidade é confrangedora, não há como disfarçar ou negar. Qualquer temporada em que o Benfica, não vença, pelo menos, cinco troféus é uma temporada estanha. Esta parece ter uma espécie de estranheza também ela própria estranha. Temos um onze titular talentoso, um plantel com qualidade, uma equipa técnica competente e os melhores adeptos do mundo. O que pode ter acontecido, então, para este desfecho negativo nas várias competições? Lamento desiludir o leitor, mas, ao contrário da maioria da população, eu não tenho resposta a essa pergunta. Porém, tenho acompanhado as teorias apresentadas.
Há quem questione a utilidade do Di Maria, há quem questione a capacidade do míster Roger Schmidt. Mas até que ponto é assim tão questionável a utilidade de um jogador que contribuiu diretamente para 28 golos em 45 jogos? E a capacidade de um treinador campeão no ano de estreia, que esteve 13 jogos consecutivos sem perder na Liga dos Campeões? Nunca gostei muito de atirar pedras, talvez por já ter visto muito gente constrangida a ter de se curvar para as voltar a apanhar no chão."

Pedro Soares, in O Benfica

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