quarta-feira, 13 de março de 2024

Vermelho otimista


"Hoje quero partilhar convosco a loucura saudável do meu benfiquismo. De um modo geral, na vida, não sou a mais otimista das pessoas. Tento sê-lo, mas a atualidade não tem ajudado. Quando vejo o extremismo a ganhar votos, a intolerância cada vez com mais adeptos, a banalização dos crimes contra a humanidade ou o estatuto social e sobrepor-se ao civismo e ao respeito pelo outro, não encontro grandes razões para otimismo. No entanto, tudo muda quando o tema é o Sport Lisboa e Benfica.
Dizem que sou louco da cabeça. É bem verdade, já o diz a canção, e posso confirmá-lo. Sou aquele género de adepto que, na triste noite de Vigo, ainda acreditava ser possível dar a volta ao resultado. Por acaso, era alemão o treinador do Glorioso em Novembro de 1999. Um tal de Jupp Heynckes, vencedor de quatro Campeonatos da Alemanha e duas Ligas dos Campeões, com Real Madrid e Bayern de Munique. Por falar em Vigo, foi bastante rasca a 'brincadeirinha' que o Celta fez depois do desaire do SL Benfica no Dragão. Mas não é de estranhar, todos sabemos das boas relações entre FC Porto e a cidade de Vigo, esse refúgio quando a lei os persegue. Adiante.
Falava então do meu otimismo e de como isso se aplica e este difícil momento da temporada. Só estamos na luta pelo Campeonato, pela Taça de Portugal e pela Liga Europa. As exibições têm sido uma montanha-russa de emoções, mas não posso tirar da equação a qualidade, o talento e o profissionalismo do plantel e da equipa técnica. Sim, não foi bonito, mas as alegrias que estas mesmas pessoas já me deram fazem com que continue a acreditar. E a apoiar. Chamem-me o que quiserem, mas eu acredito e não tenho vergonha de o dizer. Antes isso do que me alimentar do pessimismo."

Ricardo Santos, in O Benfica

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