terça-feira, 9 de maio de 2023

Todos os caminhos vão dar à Luz


"É provável que o leitor não saiba quem é Francisco Leonel Lima Silva Machado. Porém, se eu lhe disser que se trata do indivíduo que deu aquela valente testada na bola que entrou na baliza do Gil Vicente à passagem do minuto 73 em Barcelos, então até o tratará com o maior carinho por Chiquinho. O gesto técnico foi maravilhoso, mas o salto foi muito arriscado. Não convém que apareçam lesões nesta fase decisiva do campeonato, pelo que no futuro preferia que jogadores como Chiquinho estivessem equipados com uma mochila para poderem abrir o paraquedas antes de aterrarem daquela altitude.
A cabeçada triunfante não só atirou a bola para o fundo das redes como atirou também os adeptos benfiquistas para um estado de euforia como há muito não se via nas bancadas. A festa do golo, o alívio da vantagem no marcador e uma comunhão onde desconhecidos se abraçam e apalpam apenas por se apresentarem com o mesmo dress code. Como o leitor imagina, por respeito à minha namorada, não tolero que ninguém me toque a não ser ela, mas se for para festejar um golo do Benfica até levo a mal se não houver ninguém na bancada disponível para me dar uns amassos. Em Barcelos, fui bem amassado. Mas foi nas costas, tal a quantidade de adeptos que caíram em cima de mim. No entanto, o ditado já é antigo: tudo vale a pena quando a alma é benfiquista.
O mote para os últimos quatro jogos é precisamente o mesmo: persistência dentro de campo e uma chama imensa fora dele. O primeiro é já amanhã. O Estádio da Luz estará certamente cheio para empurrar o Benfica e, se tudo correr bem, para me empurrar também duas ou três filas quando abanarem as redes.
Carrega, Benfica!"

Pedro Soares, in O Benfica

O Bom, o Mau e o Vilão


"1. Neste sábado, na Luz, temos jogo grande. Ganhando ao SC Braga, daremos um passo importantíssimo rumo ao 38. Todos estamos convocados para construir o 'Inferno'.

2. O Benfica, que lidera no masculino, vai ser, com toda a certeza, campeão nacional de futebol feminino. Esta vertente está em franca expansão, e ainda há dias vi o Emirates repleto para um Arsenal - Wolfsburg da Liga dos Campeões. Em clubes europeus de primeira linha, não ter equipa feminina é hoje uma excentricidade, e desafio o leitor a descobrir nomes de grandes emblemas que ainda ignorem as mulheres. Em Portugal há um: FC Porto. Quem mais?

3. Nos tempos de Geraldão e Branco - exímios marcadores de livres directos - lembro-me de ver os jogadores portistas caírem constante e deliberadamente nas imediações da área contrária, e os árbitros prontificarem-se a assinalar falta. Anos mais tarde, quando Jorge Costa se via acossado, atirava-se ao chão, e o lance era imediatamente interrompido. Estávamos nos tempos do Apito Dourado.
Hoje temos Pepe, capaz de cometer uma entrada duríssima e deixar-se cair para trás, vitimizando-se, temos Taremi, que parece ter já esgotado o manancial de técnicas de simulação de grandes penalidades, e depois temos... Otávio.
O médio portista - que alguém um dia achou ter perfil comportamental para representar o país - é todo ele uma arma de embuste, mentira, simulação e conflitualidade, afinal de contas o espelho do clube que representa. É daqueles jogadores que não fazem falta nenhuma ao futebol. Está a mais no desporto. As suas palhaçadas na partida com o Boavista deviam ser gravadas e exibidas nos cursos de formação de árbitros. Há que saber até onde pode ir a vigarice dentro de um campo de jogo, e Otávio é o limite. A verdade é que, nesta nossa triste Liga, viu menos cartões amarelos do que Rafa."

Luís Fialho, in O Benfica

A roda da vida


"Diz-se da vida que é uma roda, e neste caso não há dúvida nenhuma de que assim é.
Mas para a viver em qualidade e longevidade é preciso muita perseverança, muito esforço e disciplina à mistura, como no bom futebol, com uma pontinha de sorte. Depois é aproveitar ao máximo, dar-lhe um sentido, um rumo e pedalar, pedalar sempre e bem, nos melhores como nos piores momentos, nunca desistir de querer alcançar, e a vida, então, puxa-nos para a frente.
Há quase um século que o senhor José pedala esta roda fantástica que é a vida. Mas ninguém pedala sozinho, precisamos sempre uns dos outros. Quase um século de resiliência e sabedoria que o trazem fresco e capaz de pedalar em conjunto como no nosso Benfica em que todos somos um!
Inspiremo-nos, pois, no exemplo deste senhor e deste projeto e pedalemos em conjunto para a frente por esta vida fora!"

Jorge Miranda, in O Benfica

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"1
O Benfica está a um triunfo de renovar os títulos de voleibol no masculino e polo aquático no feminino (em ambos será, caso ganhe, tetracampeão);

5,75%
Taxa de juro praticada no empréstimo obrigacionista cuja emissão foi anunciada pela Benfica SAD (no montante de 40 milhões de euros para substituir o emitido em 2020, que termina agora, e totalizou 50 milhões de euros). No empréstimo lançado há cerca de um ano, a taxa de juro era de 4,6%. A subida é relevante, mas bem menor que a verificada na taxa de juro de referência no mesmo período (de 0,29% para 3,65%);

7
A ginástica do Benfica conquistou 7 títulos nacionais nos trampolins;

8
O triunfo em Penafiel aumentou a vantagem do Benfica B para 8 pontos relativamente ao antepenúltimo classificado, com quatro jornadas por disputar. Um passo importante para a manutenção;

23
O Benfica conquistou a 23ª Taça de Portugal de basquetebol do seu palmarés, que já não ganhava desde 2017, ano em que venceu pela 4ª vez consecutiva depois de 17 edições sem erguer o troféu. Antes vencera 5 seguidas após 10 anos de jejum. Início de nova dinastia na prova?

50
Florentino chegou aos 50 jogos pelo Benfica no Campeonato Nacional;

219
Odysseas Vlachodimos passou a ser, a par de Espírito Santo, o 56º com mais jogos oficiais pela equipa de honra do Benfica (219 partidas);

327
Grimaldo chegou aos 327 jogos (incluindo particulares) de águia ao peito, tantos quanto Jaime Graça, passando a ser o 43 no ranking dos jogadores com mais jogos. Em competições oficiais soma 299 partidas pelo Benfica e é o 32º (marcou 25 golos – 17 no Campeonato Nacional – e fez 61 assistências para golo)."

João Tomaz, in O Benfica

Editorial


"1. Fim de semana de decisões em várias modalidades. Projetamos e acompanhamos ao detalhe ao nosso site e nas nossas redes o que podem vir a ver vários títulos para o Benfica. No futebol feminino ambicionamos o tri das nossas Inspiradoras. No polo aquático feminino, o almejado tetra. Um tetra inédito é também o que perseguimos no voleibol masculino. No hóquei e no futsal espreitamos títulos europeus, e no basquetebol feminino lutamos por mais um troféu de campeão nacional. São momentos que provam o acerto da aposta no ecletismo, com o rigor e a competência próprios da maior potência desportiva nacional. Vamos, Benfica!

2. Neste jornal O Benfica revisitamos, com o rigor histórico alicerçado nos factos incontornáveis do nosso percurso, o período em que o Estado Novo prevaleceu na sociedade portuguesa para desmontar a ideia, rotundamente falsa, de que o Benfica era o clube do antigo regime. Algo realmente impossível numa instituição que congregou nas suas fileiras algumas das maiores referências da oposição e, mesmo em tempo de ditadura, sempre realizou eleições livres e democráticas, tendo personificado uma postura de afastamento em relação à política desde a sua fundação. Dois factos decisivos que vale a pena somar, agora que já celebrámos o 25 de Abril e o 1.º de Maio: o estatuto de utilidade pública teve o Benfica décadas depois de ter sido concedido a um outro rival; no dealbar da democracia, enquanto outros dirigentes entravam numa 'clandestinidade estratégica', todos os elementos da direcção do Sport Lisboa e Benfica foram recebidos pela Junta de Salvação Nacional.
Para que as atoardas não sobrevivam: do antigo regime obtivemos apenas uma oportunista apropriação das glórias e dos feitos orgulhosamente conseguidos de forma independente e à Benfica!"

Pedro Pinto, in O Benfica

Planear o futuro agora: Renovação de contratos no SL Benfica


"Saídas a custo zero não têm sido um grande problema no SL Benfica nos últimos anos, mas, com o fim da atual temporada a chegar, são vários os jogadores que podem livremente escolher o seu futuro depois de verem o seu contrato terminado.
Desde líderes da equipa a jogadores da formação, são diversos os casos de contratos por renovar que podem fazer grande diferença no planeamento do plantel para a próxima época.
No que toca aos mais novos são sete aqueles que se encontram nesta situação: Cher Ndour, Diego Moreira, Martim Neto, Henrique Pereira, Diogo Capitão, Pedro Santos e Luís Semedo.
No que diz respeito a este assunto a direção pareceu ser clara na sua visão, usando vários jogadores como exemplo para aqueles que não estavam dispostos a renovar, mostrando que, se não renovavam não jogavam. Algo visto no caso de Franculino Djú por exemplo. Mesmo sendo um jogador importante para a equipa dos sub-23 e que sempre mostrou ter um grande potencial, a partir do momento em que decidiu não continuar no Benfica após o final do seu contrato, não jogou mais. Por outro lado, a direção manifestou confiança àqueles que se mostraram interessados em continuar no clube e que se comprometeram com o projeto do mesmo, como os casos de João Neves e André Gomes que, depois de renovarem os seus contratos, começaram a fazer regularmente parte da equipa principal.
Tendo em conta estes critérios, é preciso analisar caso a caso para tentar perceber em que situação cada um se encontra.
Olhemos primeiramente para Cher Ndour, o talentoso médio italiano de 18 anos. Apesar de ter chegado ao Seixal com 16, Cher jogou maioritariamente em escalões superiores aos correspondentes à sua idade e por isso já leva quase 60 jogos pela equipa B das águias.
Contudo, ao longo deste período, desde que chegou a Lisboa, foram muitas as notícias que deram conta do interesse de outros clubes na sua contratação. Clubes com grande poder financeiro que conseguem convencer facilmente jovens a partir desse aspeto, o dinheiro. Clubes como FC Paris Saint-Germain, FC Bayern Munique, Manchester United FC, Juventus FC e FC Barcelona alegadamente mostraram o seu interesse pelo médio das águias, por exemplo.
Mas, apesar de tudo isso, o jovem italiano continua a jogar regularmente pela segunda equipa dos encarnados e até já se estreou pela equipa principal em pleno Estádio da Luz, depois de várias presenças no banco de suplentes. Ou seja, isto pode indicar que se a renovação não está já fechada, há de estar perto. De outra forma não faria sentido colocar um jogador que não contasse para a direção para um futuro próximo a trabalhar constantemente com a primeira equipa.
Se a renovação estiver realmente bem encaminhada, são ótimas notícias para as águias que podem assim contar com um dos médios mais promissores da Europa nos próximos anos e assistir à sua evolução bem de perto
No sentido inverso, parece estar Diego Moreira. O luso-belga de 18 anos, que foi uma das sensações da última temporada nas camadas jovens, até começou a temporada ao serviço da equipa principal, mas parece ter vindo a descarrilhar desde então. Todo o potencial que mostrou anteriormente tem vindo a ficar no banco de suplentes da equipa B das águias e não se prevê que de lá saia.
Com muitos interessados no estrangeiro, nomeadamente o Chelsea FC, a saída do extremo parece ser o desfecho mais provável, depois de várias notícias que deram conta desse tal negócio, já praticamente concluído.
Se for realmente confirmado esse desfecho o Benfica perde, em teoria, um jogador de extrema qualidade técnica com um grande potencial, mas que, em prática, não se comprometeu da mesma forma ao projeto do clube que outros jovens da formação.
Na dúvida permanecem os casos de Martim Neto, Henrique Pereira, Diogo Capitão, Pedro Santos e Luís Semedo, sendo este último o maior candidato à saída no final da temporada.
Tanto Martim Neto como Luís Semedo são neste momento suplentes da equipa B das águias. Apesar disso, encontram-se em situações diferentes pois, Martim, teve várias lesões esta temporada e fui inclusivamente submetido a uma operação e só agora está a voltar aos poucos, enquanto Luís, foi remetido para o banco de forma opcional, o que pode indicar que o mesmo já não faz parte dos planos do clube.
Martim Neto antes da sua lesão era um dos jogadores mais importantes da formação e o facto de se ter lesionado não ajuda em nada o seu processo de evolução e de renovação, pois, de outra forma, provavelmente já estaria neste momento a trabalhar regularmente com a equipa principal encarnada, pela qual já se estreou no final da temporada passada.
Já Henrique Pereira, Pedro Santos e Diogo Capitão continuam a ser titularíssimos da segunda equipa mas não têm neste momento, em vista aparente, uma possível chamada à equipa principal.
Tendo Pedro 20 anos, Henrique 21 e Diogo 23, a continuação na segunda equipa perde um pouco o sentido pois estagna de certa forma o projeto do clube para as equipas inferiores que têm como objetivo a preparação dos atletas para a primeira equipa e o seu possível lançamento na mesma.
Continuar com jogadores até aos 23 anos na segunda equipa impede, em certa parte, a rotação de jovens entre os 18 e os 20 por exemplo. Tendo isso em conta, a continuação de Henrique Pereira e, principalmente, de Diogo Capitão no Benfica é muito incerta.
Já Pedro Santos, que apesar de mais novo, é aquele que apresenta maior qualidade e potencial faltando-lhe apenas, talvez, a confiança de Roger Schmidt para poder continuar nos encarnados. Um médio ofensivo com as características de Pedro preenche perfeitamente o perfil de jogo pedido pelo treinador alemão a jogadores como João Mário, Rafa e David Neres.
Numa primeira fase, Pedro seria uma ótima alternativa a estes habituais titulares, que precisam de alternativas para poderem descansar, para depois posteriormente poder conquistar mais espaço no plantel, à semelhança do que tem acontecido com João Neves por exemplo.
Passando para a equipa principal, encontram-se em situação incerta Grimaldo e o capitão Otamendi.
O lateral de 27 anos chegou ao Benfica na temporada de 2015/2016 e em quase todos os mercados de transferências desde então que existiram rumores que o espanhol poderia sair.
O que é certo é que Grimaldo acabou sempre por ficar e ontem atingiu a marca dos 300 jogos pelas águias, um feito respeitável. Mas de momento, a sua saída pode ganhar mais forma do que nunca visto que cabe apenas ao jogador decidir se quer ficar ou não.
Depois de oito anos em constante evolução a atuar pelo Benfica aquilo que pode pesar mais na decisão do espanhol é a questão financeira ou a do reconhecimento lá fora e no seu próprio país natal, visto que nunca foi chamado à seleção espanhola mesmo que a sua chamada fosse completamente merecida, mas o facto de atuar em Portugal nunca lhe deu, desafortunadamente, a devida atenção.
O seu processo de renovação torna-se mais complicado se lá fora surgirem ofertas irresistíveis a um nível que o Benfica não consiga acompanhar pois, caso contrário, o teto salarial e um bom prémio de assinatura devem chegar para manter o espanhol por cá, caso o mesmo queira. Pelo valor que se pode eventualmente oferecer a Grimaldo para concluir a sua renovação, o Benfica não consegue, à partida, obter ninguém que iguale a sua qualidade, e por isso, a sua renovação é muito importante.
Por último, Otamendi. O capitão das águias tem 35 anos mas continua, de momento, completamente apto para erguer a braçadeira e atuar na defesa encarnada.
Por outro lado, existiram também rumores de alegados interesses de Atlético de Madrid, Sevilha FC e CA River Plate, o que complica o processo caso o argentino queira mudar de ares.
Se for esse o caso, o Benfica não perde diretamente com a sua saída pois tem opções para a defesa na próxima época nomes como: António Silva, Lucas Veríssimo, Morato e os emprestados Tomás Araújo e João Vítor. Se Otamendi acabar por ficar a dor de cabeça aumenta no sentido em que, provavelmente, um ou mais dos nomes referidos vai acabar por ter de sair."

Exemplar...!!!


"Malta da PJ e Ministério Público, se quiserem mesmo saber o que é um jogo comprado (ou vendido, dependendo das perspectivas), é meterem a rolar o vídeo destes 90 minutos em Arouca.

Classificação Actual da Liga Proença & Fontelas
FC Penalti 34 jogos 85 pontos
Sport Lisboa e Benfica 31 jogos 80 pontos

“Não nos cabe um feijão”, que na nossa linguagem quer dizer “Sabemos perfeitamente e da frente para trás o vosso modus operandi para ganhar campeonatos”. E eles também sabem mas fingem que não se passa nada. É público e está no YouTube, mas ninguém liga, nem diz nada. São árbitros, são equipas adversárias, são equipas satélite, são treinadores das equipas adversárias, um nojo total. Sentimo-nos enojados pelo que acabámos de ver em Arouca. Razão tem o Roger: ninguém gosta de futebol em Portugal, gostam é de ganhar a qualquer custo. E é por isso que o esterco dos últimos anos nos levou a perder equipas na Champions. Ah, e vai piorar. Mas isso não interessa nada, o prioritário é continuar a fazer campeão uma equipa que nem futebol joga."

𝗛𝗼𝗷𝗲, 𝗼 𝗙𝗲𝗿𝗻𝗮𝗻𝗱𝗼 𝗚𝘂𝗲𝗿𝗿𝗮 𝗮𝗰𝗼𝗿𝗱𝗼𝘂 𝗲 𝗲𝘀𝗰𝗼𝗹𝗵𝗲𝘂 𝗮 𝘃𝗶𝗼𝗹𝗲̂𝗻𝗰𝗶𝗮


"💣 «𝘙𝘶𝘪 𝘊𝘰𝘴𝘵𝘢 𝘵𝘦𝘮 𝘰 𝘱𝘰𝘷𝘰 𝘥𝘰 𝘴𝘦𝘶 𝘭𝘢𝘥𝘰. 𝘖𝘴 𝘣𝘦𝘯𝘧𝘪𝘲𝘶𝘪𝘴𝘵𝘢𝘴 𝘥𝘰 𝘗𝘰𝘳𝘵𝘰 𝘯𝘢̃𝘰 𝘤𝘢𝘣𝘦𝘮 𝘯𝘰 𝘌𝘴𝘵𝘢́𝘥𝘪𝘰 𝘥𝘰 𝘋𝘳𝘢𝘨𝘢̃𝘰 𝘦 𝘰𝘴 𝘱𝘰𝘳𝘵𝘪𝘴𝘵𝘢𝘴 𝘥𝘦 𝘓𝘪𝘴𝘣𝘰𝘢 𝘯𝘦𝘮 𝘮𝘦𝘵𝘢𝘥𝘦 𝘥𝘰 𝘌𝘴𝘵𝘢́𝘥𝘪𝘰 𝘥𝘢 𝘓𝘶𝘻 𝘱𝘳𝘦𝘦𝘯𝘤𝘩𝘦𝘮»"

Diferenças...




"Querem fazer de uma Juíza que pediu escusas para julgar um caso que envolve o SL Benfica - por ser sócia e detentora de Red Pass e considerar pouco ético estar na decisão do processo - num bode expiatório, mas esquecem-se que têm muitos telhados de vidro..."

Inbestigue-se!


"Zlatan Ibrahimovic: praticante de artes marciais e cinturão negro, jogador que sempre prezou pelo físico e teve grande longevidade. Aos 41 anos está podre.
Cristiano Ronaldo: considerado o jogador mais atlético de todos os tempos, uma máquina com velocidade, força e uma impulsão como poucos na história tiveram. Completamente obstinado por cuidar da sua forma física. Aos 38 anos está arruinado fisicamente.
Pepe: nasceu com o ADN da 'rassamaisforte'. Aos 40 anos corre mais do que os jovens depois de 120 minutos na quinta-feira."

Juniores - 11.ª jornada - Fase Final

Benfica 2 - 1 Estoril
Veloso, Rafa Luís


Vitória tranquila, apesar do resultado aparentemente apertado, mas com o 2-0 ao intervalo, o golo do Estoril (grande golo) que reduziu para 2-1, acabou por ser uma das poucas aproximações à nossa baliza!
Mesmo com algumas ausências acabámos por gerir bem a vantagem, só faltou o 3-1 para 'matar' o jogo!

Estamos na liderança repartida, com a surpresa Famalicão, a três jornadas do fim... o calendário não é fácil, vamos a Braga e Famalicão e recebemos os Corruptos, mas o principal problema podem ser as ausências: o nosso melhor Central, Fonseca, que ainda é Juvenil, vai para o Europeu de sub-17, e hoje as saídas do Lima e do Varela ao intervalo, suspeito que sejam problemas físicos...
Hoje, ainda falharam o jogo o Conceição, o Faria e o Alamara!!!

Memória futura!


"Como nos apagaram este post ontem, que estava ilustrado com um vídeo do "Hetacombes" Amaral a dizer que não havia absolutamente nada ligado à arbitragem que tinha feito com o que o Benfica ganhasse o jogo e que o Benfica era um justíssimo vencedor, voltamos a publicá-lo agora só em texto. Talvez a publicação estivesse a ter demasiado alcance e alguém tenha pedido para apagar...é fundamental que se continue sem desmascarar o sistema do futebol em Portugal. O lápis azul continua bem vivo no desporto.
Critério disciplinar de Luis Godinho, o lagarto de Borba, ontem:
- Cotovelada de Abel Ruiz no início do jogo, nada. A vítima era o Otamendi, por isso vale tudo, até armas brancas podem ser utilizadas em lances com o Otamendi
- Pontapé à entrada da área de Niakite, nada.
- Entrada igual de Otamendi e adversário, dá indicação de seguir e faz gesto de choque normal, mas quando vê que é Otamendi pára, volta a trás, dá falta e amarelo. Mais um dos lances surreais desta Liga do Burkina Faso que temos cá em Portugal. Ah, e o lance é no seguimento de uma falta clara sobre Chiquinho que Godinho nada marca (e em frente ao 4ºárbitro, já agora, que devia estar a fazer olhinhos às gajas do Piso Zero que estavam a tirar fotos para o Instagram).
- Bola salta do relvado para a mão do jogado do Braga dentro da grande área (lei fala em bola inesperada, mas nunca desta forma) e nada. Bom a driblar o jogador do Braga, pena o Braga não ter secção de Basquetebol. Penalti por assinalar.
- Faltas, faltonas e faltinhas marcadas contra. A porrada que Neves levou não tem conta. Nada. - Iuri Medeiros ceifa Neves, com a bola para aí a 2 metros já, zero. Amarelo? Nada. Zero.
- Niakite pontapeia Neves numa saída para o contra-ataque, zero, nem falta. Ah ok, deu a lei da vantagem. E o amarelo no fim da jogada? Zero. Nada.
- 8 minutos de desconto: nem uma única ida ao Var, zero queimar de tempo na Segunda-parte, substituições normais. Pétaculo, Godinho! Dá 20 da próxima, é mais justo! Ah, mas se o Benfica não tiver a ganhar, aponta para os 4 normais, obviamente!
- No final, aquando do início da confusão, faltavam jogar 20 segundos. Acrescentou mais 2 minutos depois de reatar o jogo. Na semana passada vimos um tipo 2 minutos no chão e um árbitro que acaba o jogo 4 segundos depois do tempo dado com um jogador do Boavista a entrar na grande área.
Até o “Hetacombes” Amaral ficou sem lata de se queixar do que quer que fosse, no final de uma arbitragem tão vergonhosa contra o Benfica. Os critérios para lançar os temas na agenda mediática (dominada pela Aliança do Altis de há uns anos para cá) através dos veículos da Cofina, Media Capital e Global Media Group são:
- Se o Benfica é prejudicado => arbitragem normal
- Se o Benfica tem uma arbitragem justa e imparcial => escândalo nacional
- Se o Benfica é beneficiado => motivo para ficar gravado na memória e ser difundido em todos os programas ad-eternum
O mesmo funciona para o FC Penalti:
- Se o FC Penalti é beneficiado => arbitragem normal
- Se o FC Penalti tem uma arbitragem justa e imparcial => escândalo nacional, um roubo sem precedentes, árbitro e familiares deviam ser empalados em praça pública
- Se o FC Penalti é prejudicado => não sabemos, é fenómeno raro, como os eclipses solares. Reza a história que a última vez que aconteceu foi em Campo Maior, com o Bruno Paixão, em 1927 para aí. É a única que eles referem.
Se ontem foi assim, o próximo fim de semana em Portimão com o Soares Dias vai ser giro de ver. Pensem que o jogo em Portimão vai ser um jogo normal e depois venham chorar, ouviram Rui Costa e Fernando Seara?"

Força da Tática | SL Benfica x SC Braga: Comeram a relva e ganharam três pontos


"Num encontro crucial para o que falta escrever da final da edição 2022/2023 da Liga Portuguesa, o SL Benfica dedicou-se ao jogo, ganhou três pontos e encontra-se numa posição favorável para conquistar o título. Mas isto ainda não acabou…
Se a 7 de abril a equipa da encarnada tivesse tido, em teoria, o mesmo comportamento e atitude em jogo, talvez a derrota com a equipa do FC Porto, pudesse ter sido evitada e o campeonato teria outros contornos finais. Para quem viu esse jogo, tem aqui uma comparação em termos de atitude competitiva e de alguma forma, uma comparação ao nível da estratégia das equipas em questão. O Benfica assumiu-se, engalanado pela multidão da Luz, quis dissipar as dúvidas e não deixar perguntas no ar. Por seu turno a equipa do Braga, optou por uma estratégia mais de contenção e esperar aquilo que o jogo poderia dar ao longo do tempo.
Foi uma má estratégia? As opiniões dividem-se e é normal. Será a melhor forma de encarar o líder do campeonato em casa? Sou da opinião, de que, em condições normais, perante um Benfica dos últimos jogos, a estratégia era lógica e sustentada. Acontece que a equipa da casa foi surpreendentemente brava para aquilo que vinha fazendo nos últimos jogos. E mais, a equipa visitante não foi capaz de se moldar e perceber o ambiente. Poderia e tem condições para mais e melhor.
No Benfica, a frescura da equipa muito se deve a três fatores: a saída da Champions e consequente melhoria física a curto prazo, normal ao nível dos processos fisiológicos; o nível de motivação interna, proveniente de estar numa posição de liderança e perto do final do campeonato; e João Neves, um jogador apenas a mexer com o jogo e a ser exemplo para todos os colegas, como motor de busca, para uma Luz sedenta de títulos.
Sobretudo o Benfica melhorou num aspeto em concreto: momento da transição ofensiva, passe e condução para a frente e velocidade. Com um Braga encostado, quase todo o tempo, atrás. Isto verificou-se na pressão benfiquista no meio campo do adversário, e mesmo quando a bola era ganha no meio campo (mais atrás), esse tópico era quase sempre cumprido. O Braga, na ausência de Musrati, tentou sempre colocar em sentido o Benfica, através de Bruma e Medeiros. Quer Grimaldo, quer Aursnes, tinham quase sempre algum receio nas suas investidas. António Silva, neste jogo, sim: certo, metódico, impetuoso e na dose certa de humildade e confiança, foi um “bater de relógio” na defesa da casa.
Após inúmeras ocasiões de perigo da equipa da casa, Rafa, quem mais poderia ser, o marcador do golo do jogo, foi feliz na cara de Matheus. Após o golo, o SC Braga reposicionou e substituiu jogadores, mas o que mais deu acrescento à equipa, foi a mentalidade que se traduziu, no numero de faltas cometidas, segundas bolas ganhas e tempo a marcar uma falta. Este jogo permite tirar uma ilação importante, e lanço o tema para debate: em que ponto de equilíbrio deve ser colocada a estratégia de um jogo, na balança do seu próprio modelo jogo? Em termos teóricos, são necessários um ao outro, mas há parâmetros que, caso sejam ultrapassados, podem desfazer o normal funcionamento da “máquina” e afetar o consequente rendimento coletivo. Fica a nota."

Das entranhas!!!

Ganhámos!!!

Não demos hipóteses à equipa...


"... que os "especialistas da especialidade" consideraram durante toda a semana como sendo a que melhor futebol praticava em Portugal. E o jogo-jogado foi ainda mais esmagador do que os números revelam.
RUMO AO 38, CARREGA BENFICA!!!"

Fim de semana de conquistas


"O destaque desta edição da News Benfica vai para os três Campeonatos Nacionais conquistados nos últimos dias. Somos tetracampeões nacionais de voleibol e de polo aquático no feminino, e tricampeões de futebol no feminino!

1
O empenho do Sport Lisboa e Benfica na promoção da vertente feminina do desporto merece ser realçado e enaltecido. Temos equipas competitivas no futebol, modalidades de pavilhão e outras. E em todas fomentamos a prática do desporto pelas raparigas, com projetos de formação bem estruturados.

2
E em todas procuramos ter equipas à Benfica, competitivas e galhardas na defesa das nossas cores e emblema. É o caso no futebol, em que ontem nos sagrámos tricampeões nacionais. Este é um projeto iniciado há apenas cinco anos.
A primeira temporada foi auspiciosa, ao vencermos o Campeonato da 2.ª Divisão e a Taça de Portugal. Na época seguinte, a de estreia ao mais alto nível, liderávamos a prova quando as competições foram interrompidas devido à pandemia. Agora sabemos que se tratou do preâmbulo do sucesso continuado, com as Inspiradoras a ganharem as três edições seguintes da principal prova nacional, além da presença inédita de um clube português entre os 16 melhores da Europa, feito repetido na presente temporada.
Confira o Instagram do futebol no feminino do Benfica para ver vídeos e imagens da festa das tricampeãs.

3
O tetracampeonato da nossa equipa de voleibol é histórico. Nunca nos havíamos sagrado campeões nacionais quatro vezes consecutivas na vertente masculina desta modalidade.
Ao todo são 11 títulos, o que nos aproxima do segundo lugar do pódio dos vencedores. Este facto, à primeira vista, não parece relevante, mas há que ter em conta que oito destas conquistas foram asseguradas nas últimas dez edições da competição. De clube sem tradição ganhadora na modalidade passámos a hegemónicos. E assim queremos continuar.
Visite o Instagram das modalidades e veja as celebrações da nossa equipa. E não deixe de comparecer, hoje, às 18h00, na sessão de autógrafos a realizar na Benfica Official Store do Estádio da Luz.

4
O regresso do Benfica ao polo aquático tem sido pautado pelo sucesso da nossa equipa feminina, agora tetracampeã nacional. A derrota, em casa, no primeiro jogo da final não esmoreceu as nossas pretensões e o triunfo na visita ao Fluvial Portuense obrigou à negra, na qual fomos mais fortes. Saiba mais sobre esta final, aqui.

5
Destaque ainda para o título nacional da nossa equipa feminina Sub-21 de voleibol. Que seja a base do sucesso vindouro na modalidade!

6
Apesar do insucesso, não podemos deixar de relevar o trajeto benfiquista na vertente feminina do basquetebol. A época teve pontos altos como os triunfos da Supertaça, a Taça Vítor Hugo e a Taça Federação, além de uma participação muito meritória na estreia nas competições europeias, mas falhámos no máximo objetivo, que era o tricampeonato. A nossa equipa lutou até aos últimos segundos da partida derradeira, porém não foi feliz. Não ganhou o Campeonato, mas é justo reconhecer o muito que lutou pela revalidação do título.

7
Tivemos oportunidade de ganhar outros títulos nos últimos dias, mas não o conseguimos. Fica a convicção de que temos de ser mais fortes e a certeza de que trabalharemos arduamente para isso."

Anatomia de um sticker #3: From Father to Son.


""Football offers fathers and sons something to do together. It is a strange way of saying 'I love you', but a way of saying nonetheless"
- Daniel Gray

Escrito em 2016, "Saturday, 3PM - 50 Eternal Delights on Modern Football" é um compêndio de pequenos relatos, escritos em tom poético pela mão de Daniel Gray.
O título não é inocente.
Daniel Gray, um adepto de longa data do Middlesbrough, teve a ideia para a obra numa tarde em que estava a questionar o seu amor pelo jogo e pelo clube.
Já todos passámos por isso.
Após mais uma derrota e algo desalentado com a natureza cada vez mais mercantilista e plástica do dito futebol "moderno" (coloco aspas porque temos de ter em conta que o romântico futebol do "good old days" também já foi moderno um dia), Gray teve como que uma epifania ao deparar-se na prateleira do seu "pub" habitual com uma cópia de "Delight", um pequeno ensaio autobiográfico escrito por JB
Priestley em 1949, num Reino Unido exausto após uma grande guerra. Priestley, um profícuo autor cuja obra versa muito a temática do tempo e a passagem do mesmo, compila nesta obra um conjunto de curtíssimos relatos sobre todas as coisas mundanas que na altura lhe davam prazer. Como que uma cápsula temporal estabelecida, em "Delight", o autor escreveu sob a beleza das pequenas coisas que lhe davam satisfação naquele preciso momento.
Gray, que se sentia segundo palavras do mesmo "preso numa relação unidirecional abusiva com o seu clube e com o futebol em geral" [tradução livre], resolve reabilitar todo o seu amor ao jogo, escrevendo 50 curtíssimos relatos (menos de 500 palavras cada) sobre as pequenas coisas que ainda lhe dão gozo e prazer no futebol atual.
Mas ao contrário do que possam estar a pensar, não o fez de uma forma saudosista e revisionista (até porque tendemos sempre a mitificar ou a "dourar" um pouco o passado, até porque muito dificilmente o mesmo voltará para nos confrontar), numa espécie de manifesto "against modern football".
Adoptando uma postura sincera, concentra-se realmente na beleza das pequenas coisas que o futebol atual ainda tem para nos dar.
E o porquê do mesmo ainda cativar largas porções de pessoas mesmo em novas gerações.
E isso, ou seja olhar o futebol sob este prisma, acaba por ser refrescante e diferente num meio tão tribalizado e tão polarizado.
Um meio por vezes envolto numa teia e numa neblina mediática negativa, que muitas vezes coloca tantos de nós a questionar-se sobre o porquê de ainda gostarmos tanto do fenómeno.
A resposta, ao contrário do que se possa pensar, é bem mais fácil de encontrar e talvez parte da mesma esteja em jogos como o último derby no feminino - que levou mais de 27 mil às bancadas na Luz, sendo um bom exemplo de um raio de luz que nos ajuda a encontrar norte no meio de tanta neblina nefasta.
Uso este jogo por uma razão em particular.
Do que aferi, para muitos, este jogo foi a primeira oportunidade para levar os filhos e filhas ao estádio.
Pode parecer estranho mas numa era em que os jogos são quase todos em horários noturnos, com preços impraticáveis para a maioria das famílias, numa Liga (onde joga a equipa principal masculina, que é o principal motor do clube) que não permite grande planeamento e quando o faz fica refém de "slots" do operador televisivo - atirando jogos para horários e dias impróprios, este jogo foi um oásis que teve o condão de permitir esta primeira experiência para muitos dos que me leem.
E teve o condão de nos mostrar aspetos positivos que ainda fazem novas gerações vindouras cair de amores por este jogo que tanto amamos.
Para muitos, foi igualmente o repetir de um ato feito há 30 ou 40 anos atrás, agora estando no outro lado, num movimento perpétuo de transmissão de amor de pais para filhos.
A primeira ida à Luz.
Apresentar a Catedral aos filhos e filhas.
Não é descabida esta questão.
Em Portugal, uma das principais razões de escolha clubística prende-se precisamente com a herança ou preferência familiar. Que pode igualmente funcionar ao contrário.
Claro que não são descabidas as razões de proximidade geográfica ou mesmo outro tipo de razões mais inusitadas como preferências cromáticas. Mas cingindo a observação cá, diria que a herança familiar será a maior razão.
Eu próprio "padeço" desse mal e talvez a minha observação esteja enviesada (coloco as aspas na palavra padeço porque na realidade deve ler-se agradeço).
Apesar de nascido a mais de 1000 km da sede física do clube, sou benfiquista devido ao meu pai e ao meu irmão mais velho.
Isto apesar das tentativas de conversão do meu tio portista ou dos vizinhos sportinguistas. Quer o meu tio ou os meus vizinhos levavam-me ao velhinho Caldeirão dos Barreiros para ver o seu União da Bola. Aliás a minha cultura de estádio foi tarimbada aí.
Mas mantive sempre lealdade ao Benfica e já agora ao Marítimo, clube pelo qual o meu pai também nutria grande afeto.
Num tempo ainda com escassas transmissões televisivas - ainda para mais tendo acesso a apenas um canal que começava emissão a meio da tarde, recordo com afecto as longas tardes em que via o meu pai a ouvir relatos de futebol à porta da casa dos meus avós paternos (na Choupana).
Ou a memorabilia benfiquista que amigos de cá do rectângulo lhe enviavam como oferta e que ele orgulhosamente incorporava na decoração de casa. O típico azulejo do "bom pai de família é benfiquista".
Ou a caneca de cerveja com o emblema antigo bem catita (um relíquia que ainda hoje conservo). Ou uma medalha em bronze com a antiga e imponente Luz em relevo.
A cassete "Benfica Mix" com cânticos que ainda hoje entoo no estádio, que ele ouvia em todo o lado, fosse em casa ou no rádio no carro, isto sempre intervalado pela sua querida Amália e do seu estimado Carlos do Carmo.
(pausa)
Cresci já numa Madeira em rápida mutação.
Vivíamos noutros tempos e o meu pai era uma pessoa de outro tempo.
O choque talvez fosse inevitável e fosse o curso natural das coisas.
Olhando para trás, não um período fácil e a minha mãe é que talvez tenha sofrido mais com tudo isso.
Eu era estúpido e "pseudo-revoltado" (apesar de não ter razão para tal).
Ele era algo obtuso, sem ferramentas para se adaptar a um meio e a um contexto diferente daquele no qual tinha criado os seus outros dois filhos mais velhos - para nem falar na realidade totalmente dimétrica no qual tinha crescido da década de 40.
Não sou pai, mas quer me parecer que apenas depois de passarmos pela experiência de paternidade (o mesmo será igual com a experiência de maternidade) é que compreendemos o outro lado e começamos a entender algumas decisões a acções que foram tomadas pelos nossos progenitores.
Só após estarmos no outro lado é que compreendemos e relativizamos o porquê de certas atitudes ou decisões.
Talvez seja a lei natural da vida.
Talvez.
Apesar deste quadro (agora que releio o que acabo de escrever parece bem mais negro do que foi - que fique claro que tive uma infância e um crescimento num contexto feliz e com muito amor), a dada altura, a comunicação só não era inexistente entre o meu pai e eu devido a um tema: futebol.
Muito em particular o Benfica.
E foi talvez a partir dessa base que a relação mais tarde foi recuperada, estando eu já cá no rectângulo e sendo o fornecedor de memorabilia que ele orgulhosamente usava.
Como bonés.
Cachecóis.
Ou uma bandeira (que não sei onde está) que ele colocou na varanda de casa que a dada altura estava paredes meias com uma das sedes da Casa de um rivais cá na ilha.
Ou mesmo um quadro que fiz (nas minhas experimentações em stencil) com Coluna, Costa Pereira e Eusébio e que ele colocou sobre a sua mesa de cabeceira.
(nova pausa)
Como já devem ter percebido, este texto não é inocente.
Nem a data em que o estou a publicar.
Aliás, talvez tenha sido esta a razão ou o bloqueio pelo qual nunca mais publiquei nada (de forma escrita) aqui neste espaço.
Porque tenho este texto aqui pendente há imenso tempo.
Perdoem-me este registo mais pessoal.
(nova pausa)
E regressando a Gray, e simpatizando e compreendendo a razão do desânimo deste com o futebol hoje em dia, é a estas pequenas memórias e às similitudes que vejo que ainda ocorrem que regresso - como vi acontecer no já referido derby no feminino.
Algo que também senti quando deparei-me (há uns anos atrás) com o trabalho de Paine Proffitt.
Proffitt, artista contemporâneo inglês (apesar de nascido nos EUA - filho de um correspondente de guerra, viveu em várias latitudes de Saigão ao Quénia, passando ainda por Beirute), tem um trabalho com influências de Chagall ou Picasso.
Apesar de, quando questionado sobre tal, não se enquadrar numa corrente artística específica, Paine descreveu a sua obra como tendo laivos de surrealismo, cubismo ou mesmo pinceladas da chamada arte "naïf".
Mas observando a sua obra, salta à vista a sua outra grande influência: LS Lowry.
Lowry, famoso pelo seu estilo de pintura muito peculiar, versava nas suas telas temáticas muito próprias que retratavam paisagens urbanas do norte inglês industrial - o que talvez explique o grande carinho que existe em Inglaterra pelo seu trabalho e pelas suas "matchstick figures".
Apesar de ter uma personalidade algo excêntrica e enigmática (para os padrões da época - vivia numa aparente reclusão não se sabendo da existência de parceiras ou parceiros, sendo que consta que vivia rodeado de vários relógios todos acertados com horas diferentes), tinha uma outra paixão que igualmente retratou nos seus quadros: outra vez o futebol.
Engraçado que uma actividade que tendemos a catalogar de fútil (pessoalmente considero a coisa mais fútil que adoro) desempenhe e tenha um papel fulcral na vida de milhões de pessoas.
Regressando a Lowry, apesar da personalidade introvertida, era um grande adepto do Manchester City e tem na sua obra vários quadros que transparecem a paixão e o fervor com que o futebol era vivido pelas classes trabalhadoras.
Em Proffitt, esta temática está muito presente e muito do seu trabalho inicial versou essa sua (igual) paixão pelo futebol com especial ênfase no espaço que esta atividade ocupa na vida de um normal trabalhador.
Segundo este artista, "o futebol é central naquilo que somos e para onde vamos" [tradução livre].
Daí que tenha sido natural as inúmeras colaborações que desenvolveu, quer com o West Bromwich Albion, quer igualmente com Nottingham Forest ou mesmo o Arsenal. Também colaborou para fanzines do (seu) Port Vale, já gora e a título de curiosidade, o clube do coração de Robbie Williams, que ao que parece é um grande fã do trabalho de Proffitt.
Mais a norte, também trabalhou com o Aberdeen e foi aí que me deparei com o seu belíssimo trabalho, tendo tomado a liberdade de adaptar uma das suas imagens ao nosso contexto e ao nosso clube.
Em Maio de 2019 foram produzidos 1000 exemplares em papel adesivo 80g, numa gráfica online hoje inexistente (a imprimeonline.pt).
À parte de aspetos técnicos (afinal de contas, o objectivo primordial deste texto é explicar o porquê de um dos meus inúmeros to.colantes), voltando à imagem escolhida, nota-se que mesmo numa paisagem algo lúgrube e cinza, é possível observar a comunhão existente entre adeptos de diferentes gerações.
Como um movimento perpétuo de transmissão de amor.
Numa interpretação pessoal, acaba por representar uma natural e contínua corrente de valores.
Futebol é muitas vezes retratado como um domínio e um espaço tribal onde é negada a presença do outro.
Não nego que essa dimensão possa estar presente.
No entanto, pode e deve ser vivido como um domínio comum.
Um dos poucos redutos abertos e interclassistas de uma sociedade que nos últimos anos tende a fechar-se em pequenas bolhas.
Um espaço de partilha e convivência sã entre diferentes gerações.
Daí o nome com que designo este to.colante em particular: "From Father to Son".
De pai para filho.
Que pode também ser de avô para neto.
Ou de tio para sobrinho.
Ou de padrinho para afilhado.
Nestas questões de transmissão de preferência futebolística os casos podem variar e até pode nem estar envolvido algum grau de parentesco familiar. Muitos foram convertidos pelo vizinho que levava a malta à bola.
Permitam-me mais uma nota pessoal.
Conforme já devem há muito ter percebido, este é um to.colante que me diz muito.
Que aliás, ajuda em parte a explicar o amor que tenho ao futebol e já agora ao clube.
Há cerca de dois anos atrás fiz a colagem que mais me custou na minha vida.
Enquanto muito de vós (e bem) desciam a Avenida da Liberdade e outros espaços icónicos celebrando a Liberdade, eu despedia-me pela última vez de uma pessoa que amava muito. Foi um consumar de uma dura despedida iniciada uns dias antes, com ele ainda com vida, num gélido quarto de um hospital.
(nova pausa)
Não é fácil.
Acreditem.
Muitos de vós talvez já tenham passado por isto.
Outros nem tanto e algo que não desejo a ninguém.
É duro saberes que entras num quarto sabendo que é a última vez que verás com vida alguém que tanto estimas.
De modo improvisado coloquei Carlos do Carmo a tocar - na música "Lisboa, Menina e Moça", melodia que tem uma adaptação que é muitas vezes cantada nos nossos jogos, e que sempre que é entoada recorda-me o meu pai.
Naquele momento, naquele espaço, por entre muitas lágrimas, entre muitas coisas ditas sussurrei um "Viva o Benfica!".
(nova pausa)
Não tive, como muitos de vós, a oportunidade ir com o meu pai à Luz.
Aliás tirando esporádicas idas aos Barreiros com ele, as únicas vezes que lembro-me de ter ido a campos de futebol com ele, era para ver o seu Choupana FC, um clube local junto à casa onde tinha nascido.
Invariavelmente ficava mais tempo no bar com os amigos que a ver o jogo.
Não o censuro.
Com idade tendemos a valorizar muitas outras coisas para além dos noventa minutos em si.
Na minha relação com o meu pai, a ligação estabelecia-se quando ouvíamos relatos radiofónicos em conjunto.
Mais tarde e quando ia à ilha, a ver jogos na televisão.
Pode parecer pouco mas para mim era imenso.
(nova pausa - não está a ser fácil escrever este texto) 
Muitas vezes discute-se o que poderemos fazer pelo clube que gostamos. Eu próprio costumo dizer que todos temos o clube o queremos que ele seja, porque concebo que enquanto sócio ou mero adepto, todos temos capacidade de intervir e fazer algo pelo mesmo. Mais que meros clientes passivos, deveremos acima de tudo ser sócios e adptos activos. Claro que aceito quem discorde disto, até porque para mim a palavra chave que associo ao fenómeno e ao Benfica em particular é diversidade.
Mas considero igualmente que poucas vezes paramos para refletir sobre aquilo que o clube nos dá, para além de satisfação pessoal, rendimento desportivo ou qualquer outro tipo de gratificação que cada retira do mesmo.
Muitas vezes, pessoas normalmente fora do círculo da bola, questionam-me sobre o porquê de investir muito tempo e recursos em algo que ao fim ao cabo acaba por ser uma matéria que racionalmente é algo fútil. Nortear toda a minha vida, gestão de tempos livres, férias, gestão de vida familiar, enfim toda uma multiplicidade de fatores de vida dita "real" em prol de algo que racionalmente não passa de um mero jogo ou de uma mero afecto clubístico.
A resposta talvez esteja na tal colagem mais dura que fiz. Neste singelo mas belo to.colante que o meu pai levou consigo no seu caixão.
(permitam-me uma última pausa)
Sei que soará estranho e fútil, mas entre muitas coisas, o futebol e em especial o Benfica deram-me a oportunidade de ter momentos de ligação com alguém que gostava muito, a alguém que não tinha as ferramentas para expressar diretamente tal sentimento. Permitiu que mesmo nas alturas mais escuras se mantivesse uma ténue luz, sendo o farol que levou a navegação ou neste caso a comunicação a bom porto. Claro que gosto de futebol e Benfica por muitas outras razões, mas reconheço que este fator que tem igualmente o seu peso.
Daí que considere que o Benfica já me deu mais do que eu dei a ele. Aliás, acho que por muito esforço que faça, nunca irei conseguir pagar tão grande dívida.
Volto a frisar que o futebol e o amor a um emblema devem ser das coisas mais fúteis na vida. É de certeza a coisa mais fútil que amo.
Mas mesmo as coisas mais fúteis podem ter um sentido e estar carregadas de um significado. E por vezes podem ser um estranho meio para expressar algo que é realmente importante e genuíno."