"É provável que o leitor não saiba quem é Francisco Leonel Lima Silva Machado. Porém, se eu lhe disser que se trata do indivíduo que deu aquela valente testada na bola que entrou na baliza do Gil Vicente à passagem do minuto 73 em Barcelos, então até o tratará com o maior carinho por Chiquinho. O gesto técnico foi maravilhoso, mas o salto foi muito arriscado. Não convém que apareçam lesões nesta fase decisiva do campeonato, pelo que no futuro preferia que jogadores como Chiquinho estivessem equipados com uma mochila para poderem abrir o paraquedas antes de aterrarem daquela altitude.
A cabeçada triunfante não só atirou a bola para o fundo das redes como atirou também os adeptos benfiquistas para um estado de euforia como há muito não se via nas bancadas. A festa do golo, o alívio da vantagem no marcador e uma comunhão onde desconhecidos se abraçam e apalpam apenas por se apresentarem com o mesmo dress code. Como o leitor imagina, por respeito à minha namorada, não tolero que ninguém me toque a não ser ela, mas se for para festejar um golo do Benfica até levo a mal se não houver ninguém na bancada disponível para me dar uns amassos. Em Barcelos, fui bem amassado. Mas foi nas costas, tal a quantidade de adeptos que caíram em cima de mim. No entanto, o ditado já é antigo: tudo vale a pena quando a alma é benfiquista.
O mote para os últimos quatro jogos é precisamente o mesmo: persistência dentro de campo e uma chama imensa fora dele. O primeiro é já amanhã. O Estádio da Luz estará certamente cheio para empurrar o Benfica e, se tudo correr bem, para me empurrar também duas ou três filas quando abanarem as redes.
Carrega, Benfica!"
Pedro Soares, in O Benfica
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