quarta-feira, 10 de maio de 2023

Rumo ao 38, se faz favor


"1. Na última terça-feira, por ocasião da conversa semanal que mantenho na BTV com João Martins, e a propósito do episódio do fecho abrupto do jogo FC Porto - Boavista no preciso e precioso momento em que o Boavista entrava perigosamente na área do FC Porto estando o resultado num 1-0 perigosamente tangencial em favor dos donos da casa, deu-me para sugerir a criação de um novo prémio no futebol português. O Prémio José Pratas.

2. José Pratas, lembram-se? A decisão da Supertaça de 1990/91, lembram-se? No tempo em que o troféu era discutido a duas mãos, o Benfica venceu o FC Porto na Luz por 2-1, em 18 de Dezembro de 1991, e o FC Porto venceu o segundo jogo nas Antas por 1-0, em 29 de Janeiro de 1992. Houve, assim, que disputar uma finalíssima marcada para Coimbra na data de 9 de Setembro de 1992, ou seja, oito meses depois dos primeiros confrontos entre os finalistas.

3. O Benfica marcou primeiro, por Isaías, e a equipa do FC Porto correu e perseguiu o árbitro da partida, o eborense José Pratas, exigindo a anulação do golo. São imagens históricas do nosso futebol pela veracidade exemplar sobre um período histórico do futebol português, um período que vem renascendo por geração espontânea de quando em quando. No último domingo, por exemplo, fartou-se de renascer.

4. José Pratas, 18 anos depois da sua fuga em Coimbra, falaria livremente sobre a ocorrência. 'Não foi uma fuga, foi uma reação natural de quem se sente atacado e ameaçado. Devia ter acabado logo ali com o jogo por insubordinação da equipa do FC Porto'. Devia, é verdade que sim, mas não o fez, não acabou com o jogo. E quando, no fim de tudo, as três equipas regressaram aos balneários, foi a equipa de arbitragem tida como a maior derrotada dessa noite em que o medo - 'uma reação natural de quem se sente atacado e ameaçado' - foi o grande vencedor. E ficou para a História.

5. O que aconteceu neste último domingo no FC Porto - Boavista também vai ficar para a História. E merece o Prémio José Pratas a 'reacção natural', e tão humana, do árbitro Rui Costa apitando para o fim do encontro quando passavam 3 segundos sobre o mais do exíguo tempo de compensação concedido - 4 minutos - e o Boavista avançada na área portista. Apareceu mais tarde um antigo árbitro a dizer que sabia a razão pela qual o árbitro tinha apitado para o fim daquele sofrimento, mas que não a ia revelar publicamente.

6. Não precisa. Toda a gente a conhece.

7. Está, portanto, mais do que visto que o campeonato se aproxima da sua decisão. Vai, Benfica! Rumo ao 38, se faz favor."

Leonor Pinhão, in O Benfica

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