quarta-feira, 4 de outubro de 2023

Importantes, mas não decisivos


"Quem disputar a Champions sem ambição, não merece fazer parte da elite

Benfica e SC Braga, derrotados em casa na primeira jornada da Liga dos Campeões, têm hoje compromissos importantes em Milão e Berlim. E será bom sublinhar, para memória futura, que os jogos das águias com o Inter, e dos arsenalistas com o Union, são importantes, mas não decisivos, porque uma vez terminados ainda estarão 12 pontos em disputa.
O Benfica, que vem de um triunfo saboroso, na I Liga, sobre um rival direto, terá o desafio mais complicado, ou não fossem os nerazzurri finalistas vencidos da última Liga dos Campeões, onde foram carrascos da equipa de Roger Schmidt nos quartos de final, abrindo uma crise na Luz que ainda foi atalhada a tempo dos encarnados festejarem o 38.º título nacional no Marquês de Pombal. Ao treinador alemão colocar-se-ão algumas dúvidas na hora de escolher a estratégia, e em função desta, o onze inicial.
Contra uma equipa experiente como o Inter, capaz, como se viu em Abril passado, de ações eficientíssimas de contra-ataque, será avisado manter os três tenores - Di María, Rafa e Neres - nas costas de Musa, ou deverá haver mudanças em San Siro, por exemplo sair David Neres, para a entrada direta de João Mário, ou de Jurasek, passando Aursnes para médio esquerdo? E no meio-campo, Schmidt deve apostar em Kokçu com Neves, ou um jogador mais posicional como Florentino pode servir melhor a sua ideia de jogo, para defrontar o líder da SerieA? Uma coisa é certa, e trata-se de algo também válido para o SC Braga: disputar a Liga dos Campeões sem ambição é não merecer estar entre as melhores equipas do universo UEFA. Na senda de George Orwell, será possível dizer que «todos os jogos são iguais, mas os da Champions são mais iguais que os outros», os jogadores sabem disso, os treinadores também, e os responsáveis pelas finanças dos clubes, nem falar…
Quanto ao SC Braga, depois de ter visto a sorte virar-lhe as costas na partida com o Nápoles, deverá fazer valer no estádio que viu Jesse Owens humilhar Adolf Hitler (e Zidane dar uma cabeçada em Materazzi), a sua maior experiência internacional, jogando sem complexos ou receios, que não deixarão de assaltar um adversário novato nestas andanças, e que está a ter um mau arranque, como a 11.ª posição que ocupa na Bundesliga prova."

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