quarta-feira, 14 de junho de 2023

O futuro começa agora


"Nas duas últimas ocasiões em que o Benfica recuperou o título de campeão depois de alguns anos sem o conseguir, 2004-05 (após onze anos) e 2009-10 (após cinco), a entrada nas temporadas seguintes foi pouco menos que caótica.
Em 2005, os encarnados, então orientados por Ronald Koeman, registaram duas derrotas e um empate nas três primeiras jornadas do campeonato, ou seja, deixaram desde logo voar 8 pontos, que comprometeram irremediavelmente a revalidação do título.
Em 2010, com Jorge Jesus ao leme, o Benfica perdeu a Supertaça para o FC Porto, entrou na Liga com três derrotas em quatro rondas, e assim 9 pontos perdidos prematuramente - que catapultaram o rival para uma época repleta de triunfos, e cedo nos deixaram fora da corrida.
Em ambas as ocasiões, o FC Porto entrou a ganhar e viria a sagrar-se campeão.
Dir-se-ia que, então, não soubemos festejar esses campeonatos. Entrámos adormecidos, de chinelos e toalha da praia aos ombros. Deixámo-nos iludir pelo triunfalismo, e não percebemos que o rival ferido é sempre (ainda) mais perigoso.
Isto serve de alerta para o que aí vem. Faltam menos de dois meses para a Supertaça - que nesta situação, e com o adversário que teremos por diante, é bem mais importante do que parece. Poucos dias depois começa o novo campeonato, cujas primeiras jornadas (como se viu neste último, nos acima referidos e em tantos outros) podem definir desde logo uma certa hierarquia, que por vezes se torna difícil, ou mesmo impossível, de reverter.
Há que entrar com tudo, o que, reconheça-se, não é tarefa fácil, tendo em conta as vicissitudes do mercado, que obtusamente continua a fechar já com os campeonatos em andamento.
Do lado de lá, não tenhamos dúvidas sobre o que iremos encontrar. Vão empregar todas as forças e todos os meios para nos destruir."

Luís Fialho, in O Benfica

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