domingo, 13 de novembro de 2022

Jogadores e treinadores do futebol profissional


"É preciso não esquecer que entre os melhores estão aqueles que, de tenra idade, foram subtraídos a um meio pobre e com poucos recursos educativos, e não só, pela mão das ‘escolas” de clubes, as chamadas “academias”...

Em síntese diremos que ao futebol profissional falta a socialização normal, e adequada, a que, infelizmente, escaparam a maioria dos seus jogadores, por culpa das estruturas do país que trata os seus cidadãos de modo diferenciado, ou seja, uns como filhos outros como enteados. Quer isto dizer que o meio social, a falta de escolarização, de Educação e de Cultura próprias da nação portuguesa, fazem com que entre milhares de praticantes, só uma minoria consiga brilhar no futebol profissional, e mesmo assim deixando a certeza de que, não fosse essa desvantagem, poderiam ir muito mais longe e atingir o virtuosismo. E é preciso não esquecer que entre os melhores estão aqueles que, de tenra idade, foram subtraídos a um meio pobre e com poucos recursos educativos, e não só, pela mão das “escolas” de clubes, as chamadas “academias”, aliás como alguns países, no passado, faziam, para preparar a juventude de acordo com as necessidades e objetivos estratégicos do Estado. Significa isto que não tiveram oportunidade de formar o seu “estereótipo motor-dinâmico”, que deve começar aos 4/5 anos de idade para permitir percorrer as diversas etapas do desenvolvimento psicomotor: sincrética, analítica e a sintética, de modo a atingir a perfeição e eficácia do gesto motor, aonde, por vezes, só participam dois músculos.
Falando de treinadores, é evidente, por várias razões, já aduzidas, e outras, a maioria dos jogadores que “viram” treinadores dificilmente conseguem preparar uma “esquadra” com jogadores com valores e, sobre tudo, com respeito pelos adversários e pelos “códigos” pedagógicos apreendidos na escola primária, e não só, como por exemplo quando cometiam uma falta levantavam um braço para a assinalar e, ao mesmo tempo, pedir desculpa coisa que a totalidade dos jogadores profissionais faz exatamente ao contrário: cometem a falta e levantam logo os dois braços para dizer que nada fizeram e que o árbitro vê mal. É evidente que também há exceções mas esses são uma minoria. Mas então quais serão os melhores treinadores? Serão certamente os mais bem preparados, de preferência os licenciados em Motricidade Humana, nome que hoje deve ser substituído por “Cinesiologia”, que é a ciência que estuda o movimento humano, com as suas estruturas e sistemas, em interação, para se atingir a Homeostase (Cannon), ou seja, o equilíbrio funcional orgânico. A pedagogia, a estratégia, a tática, a metodologia do treino, a estatística, a bioquímica, a farmacologia, etc., não é em seis meses que tudo isso se aprende.
E já agora, os melhores árbitros, serão também os licenciados em “Cinesiologia” por razões óbvias."

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