terça-feira, 29 de novembro de 2022

Há coisas que não se entendem


"O Campeonato do Mundo 2022 subtraiu seis elementos ao plantel do Benfica, todos eles integrantes do onze-tipo da equipa orquestrada por Roger Schmidt. O certame planetário colocou em pausa as principais provas nacionais, mas em Portugal a competição não parou, e a equipa benfiquista, mesmo privada dos seis mundialistas (Bah, António Silva, Otamendi, Enzo, João Mário e Gonçalo Ramos) e ainda dos três jovens talentos (Samuel Soares, Paulo Bernardo e Henrique Araújo) fornecidos à Selecção Nacional Sub-21, entrou em campo para discutir a 1.ª jornada da fase de grupos da Taça da Liga. O que fez o treinador Roger Schmidt? Modificações diretas, respondo seis atletas nos lugares dos ausentes e mantendo os outros cinco ocupantes do onze, com o fito inferível de preservar o equilíbrio e salvaguardar ligações do coletivo.
Transfigurados nos seus intérpretes, os encarnados foram fiéis a um modelo de jogo, tiveram sempre a iniciativa e o controlo das ocorrências no duelo com o Estrela da Amadora, conseguiram uma posse d ebola próxima dos 60 por centro, efectuaram quase duas dezenas de remates, criaram diversas óptimas oportunidades de golo e marcaram por três vezes (em linha com a média desta época). Nestas circunstâncias e mediante os factos conhecidos, o que me mais me surpreendeu na noite do passado domingo, devo confessar, foi um par de comentários francamente depreciativos que escutei numa reputada estação de rádio cá do burgo a respeito da qualidade exibicional do Benfica nesta partida. Há 'bocas' que não se entendem: como se aquilo que a equipa fez em Leiria fosse a coisa mais simples do mundo, no quadro que temos!
Ficar sem uma porção de trunfos, competir, vincar (muito importante!) uma ideia de jogo e vencer sem discussão (diante de um adversário bem organizado taticamente e brioso) é de valor e reflete em boa medida a qualidade do trabalho que sustenta uma temporada que devolve o Benfica ao seu melhor fato, àquele que o distingue e o eleva entre os demais. Tudo isto, encorado num trajeto de invencibilidade engrossado para 26 jogos, merece um forte sublinhado! Neste sábado, 26 de Novembro, há mais, na 2.ª jornada do grupo C da Taça da Liga, ante o Penafiel, e será no Estádio da Luz, onde com toda a certeza os Benfiquistas não deixarão de marcar presença em bom número, Quem mais para alavancar a taciturna assistência média da competição?"

João Sanches, in O Benfica

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