terça-feira, 27 de setembro de 2022

Saber dizer que não


"Não faço ideia das razões que levaram Rafa Silva a deixar de representar a seleção nacional de futebol masculino. O próprio referiu-se ao 'foro pessoal' e pediu para que respeitassem a sua decisão. Eu respeito.
Como adepto e observador do desporto, posso imaginar uma série de razões para a tomada de posição de Rafa, aos 29 anos e com tanto ainda para dar a Portugal. Não me compete julgar, apenas analisar os factos. E, em termos factuais, cada presença de Rafa ao serviço da alegada equipa de todos nós achou por ser uma oportunidade perdida. Para o jogador e para a equipa. Na maior parte das vezes porque não teve a confiança do seleccionador para ser uma peça-chave. Noutras porque os minutos jogados, tirando honrosas excepções, não foram suficientes para que a qualidade, a velocidade e a capacidade de desequilíbrio do jogador viessem ao de cima.
Há uns meses falou-se que Rafa poderia estar descontente e até ser uma força contrária dentro do grupo de selecionáveis. Não opino, não estou lá dentro. Não sei de que grupos é feita a selecção ou quais as preferências de quem decide. Posso só imaginar, mais uma vez.
Rafa sai deste percurso com dois títulos - um bem mais importante do que o outro. Campeão da Europa e vencedor da Liga das Nações. Não há muitos que se possam orgulhar de tais feitos. Agora, diz o seu empresário, o jogador quer dedicar-se a 100% ao Sport Lisboa e Benfica. Não tenho dúvidas de que já o fizesse antes, mas é bom saber que vai continuar nesse caminho. Jogadores com essa capacidade de dedicação são sempre boas noticias no Glorioso. Temos uma história recheada desses exemplos. Para o lugar de Rafa, nos próximos compromissos de Portugal, foi escolhido Gonçalo Ramos, provavelmente o ponta de lança português em melhor forma neste momento. Pena é que seja escolhido só á última hora. Nada de novo."

Ricardo Santos, in O Benfica

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