terça-feira, 27 de setembro de 2022

Felicidade e prudência


"O Benfica é grande. Muito grande. E o seu mediatismo é ímpar. Quando ganha, cantam-se loas e vendem-se audiências ao preço do entusiasmo dos adeptos.
Quando as coisas correm mal, somos intoxicados com especulações e logros que fornecem matéria a quem pretende atacar-nos a partir de fora, lançando a inquietação para o lado de dentro.
Sendo o futebol um fenómeno predominantemente emocional, sendo os benfiquistas apaixonados pelo clube, não há como evitar o contágio. Ora entramos em euforia, ora entramos em depressão.
Porém, em ambas as situações, o bom senso aconselha a manter os pés na terra.
Se a euforia do povo é legítima e até saudável - afinal de contas, para que serve o futebol senão para andarmos felizes quando ganhamos? -, ajuda a encher estádios, reforça a união, cativa sócios, vende camisolas e transmite confiança para dentro do campo, já a própria equipa tem necessariamente de se manter alheia a todos os panegíricos que são lançados sobre si.
Nada está ganho, e a mais pequena dose de deslumbramento pode ser fatal. Não é preciso ir muito longe (basta recuar um ano) para nos lembrarmos de sete vitórias consecutivas a abrir um campeonato que no fim concluímos num triste 3.º lugar.
Vem aí uma ininteligível pausa, que esperemos não retire dinâmica a esta onda triunfante que dura desde o primeiro jogo. E, já agora, também não retire jogadores, pois o histórico de lesões em jogos de selecção é assustador.
Depois, teremos V. Guimarães, PSG (em dose dupla), FC Porto e Juventus. O mês de Outubro, esse, sim, pode vir a ser um indicador mais consistente sobre o resto da temporada."

Luís Fialho, in O Benfica

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