quarta-feira, 14 de abril de 2021

Vantagem na eliminatória...

Leixões 1 - 2 Benfica
Gouveia, Semedo


Vitória na 1.ª mão dos Quartos-de-final da Taça Revelação, em Matosinhos! 
Começamos mal, com um golo consentido, mas reagimos imediatamente com um grande golo... e após a expulsão dum jogador da casa, ficámos definitivamente a mandar no jogo... Contra uma equipa que luta muito, dá muita porrada, mas em condições normais é bastante inferior à nossa!
Dito isto, na 2.ª mão no Seixal, apesar da vantagem, terá que ser gerida com cuidado!

Ciclo positivo


"A nossa equipa de futebol tem vindo a atravessar um bom momento, com exibições e resultados condizentes com as aspirações de todos os benfiquistas.
Presentemente encontra-se num ciclo de sete vitórias consecutivas em competições oficiais, igualando a melhor série da temporada, alcançada no início da época.
Muito já se falou dos problemas que afetaram o plantel, tornando-se mais evidente, depois de ultrapassados, a influência negativa dos mesmos no rendimento desportivo da equipa.
Das sete vitórias seguidas nos últimos sete jogos constam seis relativas à Liga NOS, perfazendo a melhor série de triunfos na prova na presente época. O Benfica é o clube que mais pontos conquistou na segunda volta do Campeonato, só sendo superado neste particular, analisando as seis principais ligas europeias, pelo Inter, em Itália.
Os pontos somados são uma consequência da melhoria dos índices competitivos da equipa, podendo estes ser constatados através de outros dados.
Por exemplo, no plano do desempenho defensivo, a "folha limpa" nas últimas sete partidas de competições oficiais resulta da maior segurança defensiva a nível coletivo. É preciso recuar a 2013/14 para se encontrar uma série mais prolongada. Na Liga NOS são também sete os jogos sem golos sofridos, só havendo três ciclos mais duradouros em toda a história benfiquista na competição.
No extremo oposto, a produção ofensiva tem sido aproveitada por Seferovic, autor de oito golos nos últimos sete jogos, sete nos últimos cinco (leva 20 desde o início da época, 16 na Liga NOS, sem qualquer grande penalidade). A equipa marcou 17 golos ao longo dos últimos sete jogos, perfazendo uma média de 2,42 golos por jogo (1,97 até ao início deste ciclo; 1,47 em janeiro e fevereiro), só não indo além de um tento no desafio com o Marítimo, no qual se contou o desperdício de três oportunidades de golo flagrantíssimas.
Por coincidência ou talvez não, desde que o rendimento da equipa subiu têm-se multiplicado informações falsas, presumindo-se a intenção de desestabilizar. Ainda ontem foi emitido mais um comunicado a desmenti-las e que agora reiteramos: o Clube não está no mercado à procura de quem quer que seja para reforçar a sua estrutura diretiva do futebol profissional.
Neste momento, apenas interessa ao plantel, à estrutura do futebol profissional e à direção do Sport Lisboa e Benfica, no que a tudo o que envolve o futebol diz respeito, vencer as oito partidas que faltam do Campeonato e a Taça de Portugal.
No imediato, o único objetivo da equipa passa por vencer o desafio com o Gil Vicente, um adversário que nos criou dificuldades na primeira volta e que se encontra no trio dos décimos classificados da Liga NOS. Ganhar para somar mais três pontos é o enfoque do plantel e é para tal que tem vindo a trabalhar arduamente ao longo da semana.
De Todos Um, o Benfica!"

Darwin | A emoção de quem sente o peso da camisola


"Darwin Nuñez foi apresentado no SL Benfica a 4 de setembro de 2020. O avançado, de apenas 21 anos, custou à equipa encarnada 24 milhões de euros e tornou-se a contratação mais cara da história do clube – e do futebol português. Na cerimónia de apresentação, Rui Costa afirmou que o uruguaio, ex-jogador do UD Almería, era um reforço de peso e que será um dos grandes avançados da década, no futebol mundial.
Darwin prometeu dar o melhor de si, marcar golos e ajudar a equipa o máximo que conseguisse. Com estas declarações, e com uma cláusula de rescisão no valor de 150 milhões de euros, é impossível não sentir uma responsabilidade acrescida. Apesar do jogador ter assegurado que estes dados monetários não eram um peso, a verdade é que nunca deixam de o ser. Com este peso e responsabilidade vem também outro sentimento – a emoção. E de facto, Darwin e os sentimentos fortes parecem andar de mãos dadas.
Tudo começou nesse dia 4 de setembro. Depois de ter recebido a camisola do clube com o número nove, número que enverga, das mãos de Rui Costa, o jogador beijou o símbolo do clube e mostrou estar emocionado. Mas a história não ficava por aqui.
O uruguaio foi aposta de Jorge Jesus logo na primeira jornada da Liga NOS, frente ao FC Famalicão, fez as assistências para o primeiro e quinto golos da partida, mas não marcou nenhum golo. Mais jogos se passavam e os golos teimavam em não aparecer. Até que esse jejum terminou. Ao minuto 42 do jogo frente ao KKS Lech Poznań, a contar para a fase de grupos da UEFA Europa League, um cabeceamento fulgurante do jogador permitiu que as “águias” se adiantassem no marcador. Escusado será dizer que o uruguaio não conseguiu esconder a raiva que sentia até ao momento, por não conseguir faturar ao serviço da equipa.
A partir desse momento a tempestade parecia ter chegado ao fim, e o jogo frente ao Rangers FC demonstrou que Darwin sabia qual era o verdadeiro peso de vestir o Manto Sagrado. O jogador entrou aos 60 minutos e alterou o rumo do jogo. A equipa lisboeta perdia por 3-1, mas o jovem avançado decidiu que esse não era o resultado justo. Aos 77 minutos assistiu Rafa e aos 91′ marcou o golo do empate. Mais uma contribuição fulcral que permitiu que a equipa continuasse na competição. 
Competições europeias à parte, na Primeira Liga o panorama não é o mais desejado pelo jogador. Até ao momento, tem cinco golos marcados e sete assistências, em 22 jogos, sendo que foi titular em 18 e suplente utilizado em quatro. Psicológico afetado, falta de confiança e exibições que ficavam aquém do esperado, a questão do peso da camisola parecia assombrar o jogador, visto que já não marcava desde fevereiro. No entanto, é importante referir que foi um dos muitos jogadores afetados pela COVID-19 e, a juntar a isso, sofreu uma lesão em março que, segundo Jorge Jesus, ainda o “incomoda um pouco em alguns movimentos de velocidade e travagem”.
Como se costuma dizer “depois da tempestade vem a bonança”. No último jogo, frente ao FC Paços de Ferreira o jejum foi novamente quebrado. Seferovic assistiu o “menino” do SL Benfica, que fez o 5-0 aos 89 minutos de jogo. E se no início se podia falar de emoção, agora este tema ganhou ainda mais destaque. Nos festejos, Darwin não conteve a emoção e, abraçado pelos colegas de equipa, desfez-se em lágrimas.
No final do jogo, o treinador elogiou-o e confessou que a qualidade que o avançado outrora tinha demonstrado em campo vai voltar. E assim esperam os adeptos. Não só pelo investimento que SL Benfica fez para o contratar, mas também porque pode ser uma peça fundamental para ajudar a equipa na reta final da Primeira Liga. Exibições menos positivas à parte, o mais importante a reter é que só quem passa por situações como estas é que sabe e sente o verdadeiro peso de vestir esta camisola. Darwin não é exceção."

O treinador e professor José Teotónio Lima


"Grande impulsionador do basquetebol profissional do Benfica, mais do que vencer jogos tinha a preocupação de estruturar a equipa

José Teotónio Lima foi treinador do basquetebol do Benfica e duas fases distintas: primeiro entre 1956 e 1965, e depois entre 1972 e 1975. Com a sua chegada ao clube, veio a esperança de uma estrutura mais organizada e da conquista de mais títulos para a equipa.
Em Agosto de 1956, enfrentava a sua primeira prova enquanto treinador para o I Torneio Internacional de Vigo entre o Benfica e o Real Madrid, tendo-se mostrado fundamental para estudar o plano de reestruturação da equipa e delinear uma estratégia para o futuro: 'Necessitava de contactar imediatamente com os jogadores e vê-los actuar em jogos expressivos, daqueles que não deixem ficar dúvidas, a fim de poder estudar um plano de remodelação para o futuro', disse na altura ao jornal O Benfica.
Em Outubro de 1960, na véspera de mais um Campeonato de Lisboa de Honra, o Benfica tinha nos seus ombros o título de campeão, muito graças ao seu treinador: 'Nos anos em que tenho treinado equipas do clube, a minha preocupação foi lançar as bases', explicou defendendo a prática constante de treinos. 'É preciso trabalhar muito mais, é necessário treinar quase todos os dias'.
Os seus valores como treinador foram rapidamente reconhecidos e, em Novembro de 1960, foi nomeado secretário-técnico do Instituto Nacional de Educação Física, a mesma instituição na qual se licenciou.
Na época de 1960/61, a modalidade destacava-se no Clube, tendo a equipa alcançado o título de campeão nacional de basquetebol. 'O Benfica alcançou, plenamente, o objectivo em vista quando resolvera concorrer a prova máxima do basquetebol português. (...) todas as palavras não serão de mais para realçar o mérito do triunfo do conjunto do Benfica, verdadeiro triunfo da unidade, êxito só possível devido ao verdadeiro espírito de equipa que sempre reinou em todos os momentos', escrevia-se no jornal O Benfica.
A 14 de Dezembro de 1960, o Benfica completa pela primeira vez na Taça dos Clubes Campeões Europeus de basquetebol, um dos objectivos traçados pelo professor. Apesar da derrota, o treinador, com a sua atitude positiva, disse: 'Julgo que o Benfica não deslustrou. Obrigamo-los a jogar e isso era o que pretendíamos'.
Poderá encontrar a história das vitórias das equipas de basquetebol do Benfica na área 3 - Orgulho Eclético no Museu Benfica - Cosme Damião."

Cláudia Paiva, in O Benfica

Ontem, por volta das 20h...!!!


"Só de olhar para a TV estamos drogados! Que dose de cavalo, minha Nossa Senhora."

Justiça microscópica


"Há por aí muita gente a dizê-lo à boca cheia, sobretudo entre os simpatizantes do clube de Alvalade - que, em terra de cónegos, aquilo foi um roubo de igreja. Mas sejamos claros: o que a uns pareceu um escândalo, a outros terá parecido uma decisão sensata e justa - invalidar o golo do Pote por um fora-de-jogo de dois centímetros.
Proponho-me sugerir uma terceira via para apreciar o caso: aquilo foi um excesso de zelo e foi, sobretudo, um equívoco. Por quê? Simples:
Não há condições tecnológicas suficientemente fiáveis que permitam determinar, com rigor e acima de qualquer dúvida, a objectividade da infração. Desde logo, porque o instrumento tecnológico é sempre manipulado por seres humanos cuja percepção do real é inelutavelmente condicionada: o objecto observado é sempre afectado e contaminado pela situação do observador - conforme proclamou Heisenberg (1901-1976), ao estabelecer o princípio da contingência observacional, da “indeterminação objectiva” e a que prefiro designar como a indeterminabilidade do objecto, porque este é sempre esquivo por via do condicionamento gerado pela carga situacional do sujeito que observa. Sim, os pensamentos, as emoções e o sistema de crenças constituem aquilo que o grande filósofo espanhol, Julian Marias (1914-2005), consagrou como “a estrutura empírica” da existência individual.
Além do mais, nós, os humanos, não somos particularmente dotados para captar o movimento. Exemplo?
O nosso planeta, que é, digamo-lo assim, a nave na qual viajamos na imensidão do espaço, no seu movimento de translação à volta do sol, viaja a uma velocidade na ordem dos 107000 km/hora e roda sobre o seu próprio eixo a uma velocidade aproximada de 1700km/hora e, não fora a irrevogável declaração científica do contrário, e juraríamos, a pés juntos, estarmos parados no mesmo lugar, ou, para sermos mais rigorosos, só aceitaríamos os movimentos lentos, precisamente aqueles que se coadunam com o ângulo da nossa limitada percepção.
Eis, pois, uma razão mais que ajuda a explicar o facto de raramente haver consenso entre especialistas na análise e avaliação dos lances duvidosos nos jogos do fim-de-semana. E, sintomaticamente, tal divergência é particularmente flagrante sobretudo nos jogos em que intervêm os ditos clubes grandes, precisamente os que mais avassaladora torrente passional alimentam: um benfiquista e um sportinguista raramente estarão de acordo sobre o penálti assinalado ou por assinalar - cada um observa o facto a partir do seu próprio condicionamento.
Está bem de ver, pois, que o actual protocolo do VAR enferma de uma fragilidade congénita e insuperável: consagra e impõe o primado do critério do rigor, quando a prioridade deveria ser atribuída à ludicidade, elemento constitutivo deste desporto, para além de que é, como vimos, inviável uma observação totalmente exacta e rigorosa: o VAR não vê o que é realmente visível, mas aquilo que quer ver, uma vez que o seu olhar está inelutavelmente condicionado pela sua concreta situação, como sugestivamente e de forma lapidar, escreveu o poeta espanhol Ramón de Campoamor (1817-1901):
“En este mundo traidor
Nada es verdad ni mentira
Todo es del color
Del cristal con que se mira”.
E Vergílio Ferreira (1916-1996) afirmava frequentemente: “vê mal quem só vê o que se vê bem”. 
 Estamos, em suma, perante o mito da tão reclamada objectividade, além de ser essa pretensão de total rigor claramente dissonante com o carácter lúdico da actividade em análise. Bem vistas as coisas, estamos no domínio da fruição, não tanto da lei - esta desempenha, neste caso, um papel subsidiário em relação àquela. A hierarquia é clara: à cabeça, o jogo (que, para sê-lo verdadeiramente, deve nortear-se mais pelos impulsos do coração que pelos ditames da cabeça) e só depois vem a lei (a normatividade) e com a exclusiva missão de garantir a genuinidade ludico-agonística deste desporto.
Qualquer jogo, independentemente da sua gestualidade específica, deve, por força de sua própria natureza, privilegiar uma certa poeticidade a que deve submeter-se o rigor da própria matemática. Como proclamou Gaston Bachelard (1884-1962), a ciência constrói-se também com a políssémica ingerência da poesia, descartando, com isso, a vã pretensão de um rigor objectivista.
Que fazer então? Convocar o bom senso (Popper) e negociar um novo protocolo que, no que ao capítulo do fora-de-jogo diz respeito, acolha e acautele um espaço razoavelmente seguro de tolerância a prever justamente a falibilidade do juiz. Sugiro um valor a rondar os 10/15 centímetros - e, deste modo, fica consagrado o desígnio de resgatar o jogo das amarras do formalismo e de favorecer a criatividade atacante. E eis como em coisa de uns escassos centímetros se pode jogar o futuro do futebol!"