A primeira é por nossa conta!


"Espalhados pelo país, os voleibolistas do Benfica foram às suas custas a Ílhavo para vencer a Taça de Portugal de 1965/66

Em Agosto de 1966 era inaugurada a Ponte sobre o Tejo, em Lisboa. Mais a norte, a Federação Portuguesa de Voleibol, decidira que a fase final da 2.ª edição da prova-rainha da modalidade se iria disputar no Pavilhão Desportivo de Ílhavo.
Para aí chegar, o Benfica enfrentara duas eliminatórias difíceis, perante as históricas equipas do Técnico (V 3-0), e do Internacional (V 3-0). Esperava-o, agora uma meia-final espinhosa!
Toda a comitiva se deslocou motu proprio, indo de Lisboa até Aveiro nos seus próprios automóveis, inclusive o treinador.
Alguns dos atletas encontravam-se de férias, como Vítor Carvalho, que estava no Algarve, deslocando-se até Ílhavo para depois voltar ao Sul. Artur Monteiro, o capitão, e José Magalhães estanciavam-se na Caparica com as suas famílias, as quais deixaram para rumar à ria aveirense.
Aí se reuniram as equipas de voleibol do SC Espinho, do CDUP, do Lisboa Ginásio e do Benfica, a única que não tinha uma conquista nacional e que sofria constantes insinuações face 'ao amadorismo dos nossos atletas'. No entanto, a equipa tinha estado 'presente em todas as provas' do país, numa época que fora considerada 'de ascendente técnico-físico do conjunto'.
Na meia-final, defrontou o SC Espinho, grande referência do voleibol português e detentor da prova-rainha, que tivera, na época anterior, a sua primeira edição.
'Perante assistência numerosa e interessada', as equipas desempenharam um 'extraordinário jogo de voleibol', que foi encarado como 'verdadeira final da Taça de Portugal' por ambas as equipas. Foi 'a melhor exibição da época', tanto do Espinho como do Benfica, que derrotou o adversário por 15-4 no último set, depois de dois difíceis sets de 15-13 e 15-10.
Na final, em 14 de Agosto, o Benfica venceu o seu primeiro troféu a nível nacional frente a um Lisboa Ginásio sem os seus principais atacantes, por 3-1. Na viagem de regresso, o treinador Nuno de Barros ofereceu uma festa regada de espumante 'no Pedro', hoje centenário restaurante da Mealhada.
A deslocação da equipa por sua própria conta deu à taça um valor e 'extraordinário brilho', representando a 'muita dedicação e espírito de sacrifício', espelho de percurso do voleibol benfiquista desde o seu começo em 1939.
Num tempo 'em que um grosseiro materialismo parece querer corroer (...) o Desporto', foi salutar o comportamento disciplinar da secção, que 'foi por demais realçado a apreciado'.
Conheça esta e outras conquistas do voleibol benfiquista na área 3 - Orgulho Eclético no Museu Benfica - Cosme Damião."

Pedro S. Amorim, in O Benfica

Vamos melhorar!


"Começo como terminei na semana passada: melhores tempos virão. Não se trata de profissão de fé ou lapalissada, mas antes da constatação, que me parece evidente, da competência da equipa técnica e do plantel, além do reconhecimento das várias condicionantes prejudiciais à evolução da equipa, com ênfase no surto de covid-19.
Esse reconhecimento, apesar de justo, não configura, no entanto e do meu ponto de vista, razão suficiente para justificar integralmente a época bastante aquém das expectativas até ao momento. Melhor poderia e deveria ter sido alcançado, respondo-me agora confiar em quem já demonstrou bastas vezes saber lidar com situações adversas, redefinindo, nessas ocasiões, pelo acerto das decisões tomadas, os horizontes avistados.
O tempo jogará a nosso favor. A progressiva reintegração de atletas significará, necessariamente, uma subida qualitativa do ponto de vista colectivo. Haverá melhores contributos individuais, mais entrosamento e espera-se, verificando-se o regresso a um ciclo positivo, o incremento gradual dos níveis de confiança.
Poderá é já não haver tempo suficiente, mas tratemos do que podemos controlar. Façamos o nosso papel, que é o de encarar cada jogo como um final e ganhar cada uma delas. Estou convicto de que, nesse caso, reentraremos seriamente na discussão do título.
Julgo não me estar a ludibriar ao pensá-lo, pois creio suficientemente nessa possibilidade. E creio-o por não aceitar a ideia absurda de que Jorge Jesus tenha desaprendido o que é preciso para ser campeão no Benfica e por acreditar sem reservas na qualidade do nosso plantel, imperfeito porventura, mas suficiente para superiorizar-se a todo e qualquer adversário nas competições nacionais."

João Tomas, in O Benfica

Desilusão


"Na única vez que fui a Copenhaga, levei uma missão para cumprir. Desde miúdo lia os contos de Hans Christian Andersen, e é na capital da Dinamarca que se encontra a mítica estátua da Pequena Sereia, título de uma das obras mais conhecidas daquele escritor dinamarquês do século XIX. Tinha uma agenda preenchida, mas conseguiu tirar uma tarde para ir vê-la - tinha de ser. Não havia telemóveis, nem Google Maps ou Tripadvisors, só um mapa de bolso do Posto de Turismo, e eu estava a mais de quatro quilómetros de Pequena Sereia. Aproveitei que a cidade é bastante plana e meti-me a caminho, aproveitando para ir mergulhando em Copenhaga.
Descobri, nessa viagem, que a estátua tinha sido encomendada em 1909 pelo filho do fundador da marca de cervejas Carlsberg. O homem era fascinado pelo conto (levado à cena pelo Teatro Rela de Copenhaga) e pediu ao escultor Edvard Eriksen que criasse o monumento de bronze. Foi mostrado ao público pelo primeira vez em Agosto de 1913 e, desde então, tornou-se uma atração turística.
Andei, andei, perdi-me, voltei atrás, segui a frente de mar e comecei a ver navios de carga por todo o lado. Acreditem, já estava quase arrependido da minha missão. Umas duas horas depois de ter saído da praça central, finalmente encontrei-a, mas nem uma fotografia lhe terei. A estátua tem 125cm de altura e está assente numa rocha. À volta, no dia em que lá estive, havia demasiados porta-contentores e chovia a potes. As minhas expectativas foram por água abaixo. Em viagem, voltei a ter mais uma ou duas desilusão deste género, até aprender a lição: nunca colocar a fasquia demasiado alto. Não é deixar de sonhar, nada disso. É apenas estar consciente de que nem tudo acontece da forma que queremos. No dia seguinte, meti-me num ferry e fui a Malmo, na Suécia. Estive lá meia dúzia de horas a beber umas cervejas e a ver pessoas a passar. É a cidade onde nasceu o Stefan Schwarz. Adorei!"

Ricardo Santos, in O Benfica

Sem dúvida, um ano de sonho


"Amigo leitor, um dos desafios a que me proponho todos as semanas aqui no jornal oficial do Benfica é o de trazer para o papel algumas visões invulgares, divertidas e, claro, obviamente tendenciosos. Pontos de vista capazes de transportá-lo para uma realidade virtual onde consegue sorrir seja qual for o último resultado do Glorioso. Nesta edição, não só tenho a consciência de que a missão está perdida à partida como nem sequer me atrevo a tentar. Então a equipa B não foi além de um empate em casa do Vilafranquense? Não há Rennie que elimene esta azia!
Em relação ao futebol da Primeira Liga, estamos a viver um ano de sonho. De arrasar, aliás. O treinador que lidera o campeonato é fanático pelo Benfica, o segundo classificado é fanático pelo FC Porto, o terceiro classificado é fanático pelo Sporting. De Braga, claro. Refiro-me ao Carlos Carvalhal.
Dou por mim a refletir inúmeras vezes ao dia à procura de explicações, e há uma que tem todo o sentido. Não se trata de encontrar desculpas para os resultados, no entanto é impossível fugir à questão da covid-19. Um dos efeitos causados por este insuportável vírus é a perda de paladar, o que está a causar graves consequências na nossa equipa. Basta compararmos os jogos frente a leões e dragões. No Porto, os jogadores até comeram a relva. Em Alvalade, estavam todos sem apetite.
2020 foi estranho, e 2021 começou no mesmo registo. Desconheço se este será o novo normal e confesso que eu próprio já me sinto menos benfiquista. O Benfica estava a disputar o dérbi de Alvalade, e eu sabia perfeitamente que não estava a torcer tanto pela vitória do Benfica como Bruno de Carvalho, o antigo presidente do Sporting."

Pedro Soares, in O Benfica

Olhar em frente


"É preciso dizer que o desfecho do dérbi foi injusto.
Em jogo fechado, com poucas oportunidades de parte a parte, o resultado encaminhava-se naturalmente para o zero a zero. Nem o Benfica merecia perder, nem, sobretudo, o Sporting merecia ganhar - e à entrada do tempo de descontos, atendendo às substituições para gastar tempo, o nosso rival já mostrava sequer vontade de o fazer.
O futebol é como é e, nesta temporada, tudo o que pode correr mal ao Benfica corre. Uma derrota cruel em partida tão importante, com um golo aos 92 minutos, era apenas o que nos faltava.
Lembremos os mais desatentos de que a nossa equipa partiu para este jogo sem o treinador principal, e com vários jogadores acabados de recuperar de covid-19, depois de longos dias sem treinar. É claro que isso não justifica tudo. É claro que se esperava melhor futebol de um plantel com qualidade suficiente para o praticar. É claro que se esperava mais presença e eficácia na frente de ataque (para mais tendo em conta o fortíssimo investimento feito nesse sector). Mas neste momento não seria justo crucificar um grupo de trabalho que se tem visto perante tão sucessivas adversidades, as quais certamente deixariam de rastos qualquer um dos nossos adversários.
O mundo não acabou. É verdade que as constas de título se tornaram complicadas. Temos ainda Liga Europa e Taça de Portugal, não esquecendo que o segundo lugar no Campeonato dá acesso directo aos milhões da Champions. Esperemos, pois, que esta fase negra seja ultrapassada, e que possamos ter, na parte final da época, um pouco da sorte que nos faltou até agora."

Luís Fialho, in O Benfica

John Mortimore


"4 de Setembro de 1976. O bicampeão Benfica perde por 3-0 em Alvalade, na 1.ª jornada do campeonato, naquilo que constitui uma má estreia do novo treinador, o inglês John Mortimore Na jornada seguinte, na Luz, novo desaire, frente ao SC Braga, com um empate (2-2). As nuvens negras começam a pairar sobre o fleumático treinador. À 3.ª jornada, deslocação ao Estoril e novo empate (1-1). A agitação acalma na jornada seguinte, com a difícil vitória em casa por 1-0, frente à Académica, graças ao golo do jovem Fernando Chalana Na 5.ª jornada, visita a Setúbal e nova derrota - 2-1. O Benfica está a 6 pontos do líder Sporting, e as dúvidas pairam no ar sobre a decisão do presidente Borges Coutinho de ter trocado Mário Wilson pelo técnico britânico. Seguem-se 6 vitórias consecutivas, mas um novo empate acontece à 12.ª jornada, em Aveiro, frente ao Beira-Mar. O Benfica volta a ficar a 6 pontos do Sporting, e as nuvens sombrias regressam. John Mortimore e a sua equipa técnica reúnem com os jogadores e têm uma conversa olhos nos olhos. O Benfica arranca para uma série de 9 vitórias consecutivas. Restam 9 jornadas, e ganhámos 7 jogos e empatámos apenas 2. O Benfica sagra-se tricampeão, com mais 9 pontos que o Sporting e mais 10 que o FC Porto. O campeonato de 1976/77 ilustra bem algo que aprendemos com Mortimore - nunca devemos desistir. O treinador inglês deixou-nos na semana passada, com 86 anos. Fica o seu exemplo e a nossa gratidão em relação a alguém que conquistou 5 títulos e que foi maltratado. Apesar de ter feito a dobradinha, em 1986/87, foi despedido. São erros destes que nunca mais podem acontecer no nosso clube."

Pedro Guerra, in O Benfica

Reconfinar e reagir!


"Era a última coisa que queríamos, mas está aí, novamente, no nosso dia a dia. Voltamos ao confinamento em toda a linha, cientes de que achatar a curva covid é hoje o nosso principal desígnio colectivo. Temos de acatar as restrições que a Saúde nos impõe e usar de todo o nosso engenho e arte para mitigar os seus impactos sobre a economia, o que quer dizer que temos de reinventar o exercício da nossa actividade profissional ou do nosso negócio. Hoje, a experiência da primeira vaga pandémica é um importante capital de saberes pessoais e familiares que acumulámos e nos servem de novo. Isso ajuda, mas a ideia de saturação e até de uma certa vulgarização da necessidade de distanciamento social constitui um enorme perigo a que não podemos baixar a guarda.
Dito isto, é trabalhar, como sempre e mais ainda se necessário. A vida não pode parar, e o vírus não pode vencer ou comandar os nossos desígnios. Temos de reagir, e estamos todos a reagir. Por isso mesmo, com o encerramento das escolas e com os alunos de novo em casa, importa, mais que tudo, dar-lhes o conforto da normalidade possível, não do adiamento esperando melhores dias, mas de continuidade, programada, desafiante e permitindo evolução individual. Isso é necessário e bem-vindo! Essa é a razão principal por que mantemos, de forma adaptada, as actividades do projeto Para ti Se não faltares! Porque os nossos jovens não faltam, comparecem. Não viram as costas às adversidades, batalham. Não cedem ao conformismo, ambicionam. Não cedem à covid, vencem!"

Jorge Miranda, in O Benfica

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"8
Terminou aquela que era já a série mais longa de jogos sem derrota (4 vitórias e 4 empates) no reduto do Sporting a contar para o campeonato nacional. Desde 2012 que não perdíamos em Alvalade;

9
Distância pontual que nos separa da liderança da Liga NOS. Há atenuantes que explicam, em parte, este percurso, mas é sobretudo surpreendente que, à 16.ª jornada, dado o forte investimento no plantel e o regresso de um treinador com provas dadas no Clube, esta seja a situação em que nos encontramos (a pontuação alcançada pelo líder Sporting é ainda mais surpreendente);

43
Rafa tem sido dos jogadores que mais têm tentado contrariar o mau momento que a nossa equipa de futebol atravessa. Chegou aos 43 golos em competições oficiais ao serviço do Benfica, um registo que o coloca na 52.ª posição do ranking dos goleadores (43.º no campeonato nacional, com 32). Fê-lo em 163 jogos (agora tem 164), o que perfaz uma média ligeiramente superior a 1 golo e cada 4 jogos. Desde 2018/19, marcou 38 golos em 108 jogos. No actual Estádio da Luz, incluindo particulares, ascendeu à 13.ª posição nos goleadores e à 17.ª nas assistências.

53
Chegou ao fim, na semana passada, nos Açores, com o Fonte do Bastardo, a extraordinária série de vitórias consecutivas, no plano nacional, da nossa equipa de voleibol. Não perdíamos desde o primeiro jogo da final da ronda de elite em 2018/19, na qual nos sagrámos campeões nacionais.

451
Dias de ausência de Tomás Barroso, o capitão da nossa equipa de basquetebol, devido a uma lesão muito grave. E que bom foi vê-lo regressar, em Guimarães, a marcar 6 pontos, a contribuir para a vitória e sobretudo a sorrir em campo novamente."

João Tomás, in O Benfica

Regresso aos triunfos


"A entrada de rompante na partida ante o renovado Famalicão, com aproveitamento de duas das oportunidades de golo criadas – o que contrasta com outros jogos em que a equipa se viu penalizada pela falta de eficácia – acrescida da capacidade para controlar a reação adversária até ao apito final, permitiu somar três pontos, regressar ao terceiro posto da classificação a par do Braga e reduzir a distância para o segundo classificado, o FC Porto.
O desafio ficou também marcado pelo regresso de Jorge Jesus, ausente duas semanas devido à Covid-19. Otamendi, considerado o homem do jogo e autor do segundo golo benfiquista, fez questão de sublinhar este aspeto nas suas declarações após o final da partida: "O míster é a cabeça do grupo, é importante tê-lo connosco. Muda muito. É importante estarmos juntos, darmos vitórias aos nossos adeptos e ao Clube."
O defesa-central e um dos capitães de equipa realçou a necessidade de o grupo ter uma forte mentalidade no remanescente da temporada, em linha com o exigido por Rui Costa há uma semana: "O que passou, passou, daqui para a frente é importante pensar jogo a jogo, vitória a vitória, todos os jogos vão ser difíceis. Todos temos de dar o máximo em cada jogo, em cada bola, em cada disputa, encarar cada jogo como uma final. É importante mudar a mentalidade, tratar de somar o maior número de pontos possível nesta segunda volta e no fim se verá como estamos."
Jorge Jesus alinhou pelo mesmo diapasão, referindo que "o Benfica tem de fazer melhor [na Liga NOS], mas vamos contabilizar isto jogo a jogo, e o próximo é com o Estoril [quinta-feira, para a primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal]".
O nosso treinador, além de se confessar feliz por poder estar junto da equipa novamente após ausência forçada, deu conta das dificuldades que o plantel tem atravessado, com evidente influência no seu desempenho: "Durante dois meses queríamos treinar e tínhamos 10 jogadores em casa, vieram esses 10, foram mais 5/6 para casa… Andámos nisto dois meses! Isto tira competitividade a uma equipa. Não vemos os jogadores, eles equipam-se no quarto. Parecemos uma equipa-fantasma, mas isto vai passar." Jorge Jesus deixou ainda uma mensagem de otimismo: "Vamos recuperar, estamos a tempo e vai ser jogo a jogo."
Agora, a equipa já se prepara para o embate da próxima quinta-feira, ante o Estoril, para a Taça de Portugal, uma prova que queremos muito vencer. Reunido o plantel, vamos manter esta rota de recuperação no sentido de regressar ao lugar que sempre ambicionamos."

Curtas Benfica vs Famalicão


"Com Pizzi fora do onze encarnado relativamente ao último jogo, dando lugar a Darwin, os encarnados entraram de forma afirmativa no jogo. Dois golos nos primeiros 7 minutos ajudaram, e muito, a equipa a tornar fácil a tarefa, esta noite.
O 3x4x3 com que Silas partiu para o encontro revelou-se uma estratégia errada da parte dos famalicenses;
Benfica com facilidade em colocar bola por dentro do bloco adversário e a chegar a zonas de criação; 
Criatividade de Everton, no lance do primeiro golo encarnado, foi apenas uma pincelada do que se esperava do internacional canarinho mas que, só a espaços tem aparecido. Uma inconstância que em muito explica a fraca campanha da equipa encarnada esta temporada;

Pressão sobre os 3 Centrais habitual – Um ala salta. Desta feita Everton alto

Famalicão muda de estratégia após o 2×0 e passa a jogar com uma linha de 4 atrás.
Gil Dias mostrou ser a unidade mais capaz da turma visitante. Um remate ao poste, numa segunda bola, na sequência de uma bola parada, poderia ter relançado o jogo.
Esta é uma situação padrão na turma de Jesus, esta temporada, e muito pouco comum. Os encarnados são frágeis nas bolas paradas, sobretudo na cobertura à zona do segundo poste;
Na segunda parte, o Benfica volta a “adormecer” um pouco à sombra da vantagem, sendo incapaz, como já vem sendo hábito, de controlar o jogo com bola;
Jesus troca Cervi por Pizzi e Taarabt por Gabriel, mas o Benfica é uma equipa intranquila e, sem Luca, demonstra grande incapacidade de conexão em zona de criação;

Benfica em Organização 4x4x2

Apesar de Everton acrescentar qualidade de posse e associação à equipa, em espaços adiantados, as dificuldades de Darwin, sobretudo, em ligar-se com os colegas são um problema para o Benfica;
Com exceção de um lance, ao minuto 81, o uruguaio tem sempre imensa dificuldade na conexão com os colegas quando é apertado pela marcação adversário;
Conseguiu ligar esse lance e…perigo para o Benfica, com o mesmo Darwin a finalizar, por cima, à boca da baliza;
É muito difícil passar de Jonas e Félix para este Darwin com tantas deficiências técnicas e de decisão em espaços curtos…são mundos diferentes.

Destaques individuais
Everton mostrou, no primeiro golo da noite, algum do “perfume” que levou o Benfica a contratá-lo. A sua melhor versão será fundamental para que os encarnados possam vir a fazer uma segunda metade do campeonato à altura dos seus pergaminhos.
Gil Dias, o internacional português é muito dotado tecnicamente e foi, durante todo o jogo, a principal ameaça à baliza encarnada. O extremo merecia outro contexto que não o da luta pela manutenção."

SL Benfica 2-0 FC Famalicão: Regresso feliz de Jorge Jesus


"A Crónica: Duas Partes Completamente Antagónicas
Este jogo começou como uma espécie de antítese do último duelo aqui na Luz. Ao contrário do que aconteceu frente ao Vitória SC, o SL Benfica descomplicou muito e desde cedo. Logo aos três minutos, as águias adiantam-se no marcador. Foi Darwin Núñez que aproveitou um grande trabalho individual de Everton que furou toda a defesa do FC Famalicão que mais parecia manteiga. Um grande lance individual, onde o uruguaio só teve mesmo de encostar ao segundo poste. A mira estava afinada e o conjunto benfiquista fez questão de aproveitar isso mesmo. Aos sete minutos, eis que surge o segundo por Otamendi. Depois de um lance de bola parada pela esquerda, Taarabt puxa para dentro e tenta o remate. A investida do marroquino foi negada por Luiz Júnior que defende, mas a bola vai parar a uma zona de muito perigo. E é aí que o central encarnado aproveita para fazer o segundo com um autêntico disparo para o fundo das redes.
O conjunto de Jorge Jesus entrou forte e determinado. E foi sobretudo extremamente eficiente. Havia dinâmica e velocidade, algo que permitiu que a primeira parte tivesse apenas um único sentido: o da baliza famalicense. O FC Famalicão não conseguiu respirar e muito devido ao ímpeto encarnado. A equipa de Silas não estava a conseguir sair a jogar em ataque organizado e muito se deveu ao autêntico sufoco impingido pelas tropas de Jorge Jesus. Ainda assim, o Benfica diminuiu o ritmo e o Fama conseguiu aparecer mais no jogo nos minutos finais da primeira parte. Ainda houve tempo para uma bola ao poste de Gil Dias, mas, fora isso, foi apenas um ligeiro ascendente que não conseguiu ameaçar verdadeiramente a armada encarnada.
O FC Famalicão entrou bem na segunda parte. Conseguiu equilibrar mais as contas e, por sua vez, o clube da Luz regressou dos balneários mais apagado. Nesta segunda parte, digamos que foi possível voltar a encontrar o Benfica desnorteado dos últimos jogos. As feridas demoram a sarar e esta segunda parte serviu para nos mostrar isso mesmo. A equipa de Jorge Jesus começou a ter problemas na marcação e sobretudo no controlo do seu meio-campo. Apesar de ainda ter o rumo do jogo a seu favor, o conjunto encarnado voltou a evidenciar as suas maiores fragilidades. E foram algumas as oportunidades do Famalicão que nos mostraram isso mesmo.
Os minutos finais foram intensos, com muitas oportunidades para ambos os lados. Mas, ainda assim, o resultado manteve-se intacto. Uma vitória por 2-0, essencialmente construída na primeira parte, uma vez que o rendimento encarnado caiu a pique no segundo tempo.

A Figura
Otamendi Podia ter escolhido a arrancada do Benfica na primeira parte, mas Otamendi foi uma âncora segura na equipa encarnada esta noite. Esteve seguro, não comprometeu e teve a sua importância no ascendente do Famalicão no segundo tempo. Para além disso, é também autor do segundo golo das águias.

O Fora de Jogo
SeferovicO avançado esteve muito apagado hoje. O melhor marcador dos encarnados não faturou, mas não é apenas por isso que se cinge esta escolha. Para além de não ter estado muito dentro do jogo, sempre que foi chamado a intervir, acabou por decidir mal e por se precipitar.

Análise Tática – SL Benfica
Em relação ao último duelo do SL Benfica, destaque para a saída de Pizzi do onze inicial. Everton jogou na direita e o colega Cervi na esquerda. No meio-campo encarnado, Taarabt e Weigl fizeram dupla neste 4-4-2. E que dupla! Destaque sobretudo para Taarabt, que estava a impingir muita dinâmica no centro do terreno. O marroquino esteve no meio-campo à frente de Weigl, movimentando Cervi e Everton nas alas e Seferovic e Darwin Núñez na frente. Nota ainda para Everton que esteve muito mais atrevido na primeira parte quando esteve a jogar do lado direito, porque, verdade seja dita, aí a conversa é outra para este brasileiro.
Na segunda parte, começaram a surgir algumas debilidades que, para quem anda atento aos duelos encarnados, não são novidade nenhuma. Neste segundo tempo, começaram a surgir mais problemas de marcação e houve mais dificuldade no controlo do meio-campo do Benfica. A equipa mostrou-se mais desligada, menos compacta e isso fez-se sentir dentro das quatro linhas uma vez que o Famalicão começou a ameaçar mais vezes. Taarabt não esteve tão bem como na primeira. Na segunda parte, talvez com menos frescura, teve muita dificuldade em ocupar espaços e isso teve peso na equipa encarnada. Não houve tanto domínio no meio-campo e houve, ao mesmo tempo, mais problemas na construção.

11 Iniciais e Pontuações
Odysseas (6)
Gilberto (5)
Vertonghen (6)
Everton (6)
Darwin (6)
Cervi (6)
Seferovic (3)
Weigl (7)
Otamendi (8)
Adel Taarabt (6)
Subs Utilizados
Pizzi (5)
Gabriel (5)
Diogo Gonçalves (-)
Chiquinho (-)

Análise Tática – FC Famalicão
A equipa de Silas apresentou cinco novidades neste onze em relação à última jornada. Entraram desde início Diogo Queirós, Edwin Herrera, Pêpê, Ivo Rodrigues e também Heriberto. O FC Famalicão não conseguiu impor-se nos minutos iniciais. E daí os dois primeiros golos. A equipa de Silas não estava a conseguir sair a jogar e mostrou-se completamente impotente em relação ao pé no acelerador por parte dos encarnados. Em resposta, o técnico do Fama faz uma substituição logo aos 24 minutos. Com a entrada de Alexandre Guedes, o Famalicão pôde contar com dois avançados puros e isso permitiu-lhe ter muito mais presença dentro de campo a partir daí. Ainda assim, haviam ainda muitas dificuldades cada vez que o Benfica acelerava e conseguia chegar ao último terço. Sim, porque, nesses casos, era um autêntico “Ai, Jesus”.
Na segunda parte, foi um Fama com muito mais bola e que se transformou a nível posicional num 4-4-2 aproximado. A equipa de Jorge Silas foi muito mais ofensiva, mais atrevida e tentou mesmo causar estragos às águias. A este ascendente muito se deve ao facto de Silas ter arriscado e, com as substituições com jogadores mais ofensivos, ter conseguido equilibrar o duelo.

11 Iniciais e Pontuações
Luiz Júnior (7)
Babic (4)
Ugarte (6)
Rúben Vinagre (6)
Queirós (6)
Edwin Herrera (5)
Ivo (5)
Gil Dias (7)
Pêpê (6)
Heriberto (5)
Patrick William (5)
Subs Utilizados
Alexandre Guedes (6)
Fernando (-)
Diogo Figueiras (-)

BnR na Conferência de Imprensa
SL Benfica
Não foi possível colocar questões ao treinador do SL Benfica, Jorge Jesus

FC Famalicão
BnR: O que é que acha que conseguiu com a primeira substituição que não estava a ter até então dentro de campo, com a entrada do Alexandre Guedes?
Silas: O que nós pretendemos foi realmente ter mais gente na frente que nos pudesse permitir dar respostas àquilo que era o poderio do Benfica. E efetivamente conseguimos. Ma foi porque durante o jogo fomos percebendo que estávamos a ter alguma dificuldade aí. O facto de às vezes termos uma linha de cinco às vezes parece que estamos sempre retraídos. Pretendíamos isso: ter mais gente na frente e atacar mais. E o Guedes trouxe-nos isso."