sexta-feira, 5 de março de 2021

O maior benfiquista


"Começo por saudar todos os consócios que receberão, este ano, os anéis de platina e emblemas de dedicação.
Nunca celebrei efusivamente o meu aniversário, nem ansiei, com duas excepções, pela chegada a determinada idade. As tais excepções remetem para a vontade de ter carta de condução e, sete anos mais tarde, por chegar a minha vez de receber o emblema de prata. Em 2027 farei 50 anos – confesso estranheza pelo que acabei de escrever – mas é o final de fevereiro do ano seguinte que conta, o da entrega do meu emblema de ouro.
Na semana passada, num exercício anual que muito me satisfaz, perscrutei a lista publicada no O Benfica e reconheci alguns nomes, mas destaco o que, porventura, pertence ao maior benfiquista vivo, o José Fardilha.
Não há quem se lhe compare na militância e não lhe faço qualquer favor ao afirmá-lo. Será, muito provavelmente, o único para quem um jogo da equipa A de futebol e um desafio de uma equipa da formação de basquetebol, ou qualquer outra modalidade, tem o mesmo valor absoluto. É um jogo do Benfica, ponto.
Certa vez vimo-lo aborrecido, apesar do fim-de-semana desportivo estar a correr de feição. Soubemos, então, que não seria bem o caso. Perdêramos por 4-0 com o Sporting nos benjamins C de futebol.
É assim o “Zé”, sempre pronto a questionar dirigentes, treinadores ou atletas, os quais nunca lhe negam uma resposta por lhe reconhecerem a inigualável dedicação que presta ao clube. Vê jogos e treinos, só não vê os que se sobrepõem, para enorme desgosto dele. Não haverá um único atleta que tenha passado pela formação das muitas modalidades do Benfica nos últimos 50 anos que não saiba de quem estou a falar. Grande abraço benfiquista, amigo Zé!"

João Tomaz, in O Benfica

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