sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Pré-época, porque demoras tanto a passar?


"O leitor consegue imaginar a ansiedade do seu filho, neto, sobrinho ou primo de 10 anos, quando se aproxima o Natal? A minha impaciência é dez vezes maior durante qualquer pré-época até começar a rolar a bola no primeiro jogo oficial. Para agravar esta inquietação, o Benfica ainda soma vitórias atrás de vitórias, o Taarabt e o Cebolinha fazem golos de levantar o estádio, os jornais avançam nomes e mais nomes de alvos para o centro do ataque e aqui o Pedrinho que se aguente.
De manhã, ao acordar, o meu primeiro pensamento é se o nosso plantel também já estará acordado. Depois suponho que não esteja, porque olho o relógio e os ponteiros ainda assinalam 03:00. Mal consigo pregar olho de tanto pensar no Glorioso. Lá em casa já sugeri que se faça um bom batido de frutas para entregar no Seixal porque não quero que falte nada aos jogadores ao pequeno-almoço, mas a minha namorada não concordou com a ideia de ser ela a preparar as bebidas. Custou, mas consegui entender a reprovação desta minha ideia e manter a relação de pé. A verdade é que a Rita tem outras qualidades, como por exemplo ser sócia do Benfica.
Durante o dia vou conseguindo manter-me calmo, sendo que apenas faço refresh nos sites desportivos de 5 em 5 minutos, pelo que no resto do tempo que-me sobra posso dedicar-me a imaginar qual será o 11 apresentado por Jorge Jesus no jogo com o PAOK. Weigl e Taarabt? Taarabt e Vinícius? Pizzi e Seferovic? Waldschimidt e Lewandowski? Tudo é possível. Quero muito que chegue o dia 15 de Setembro, mas o problema é que a este ritmo não sei se eu próprio conseguirei lá chegar."

Pedro Soares, in O Benfica

No bom caminho


"Depois de alguns jogos-treino realizados no recato do Seixal, o primeiro teste mais formal do Benfica, versão 2020-2021, diante dos ingleses do Bournemouth no Estádio da Luz, deixou boas indicações.
Os reforços apresentados mostraram serviço, mas sobretudo deu para perceber que a dinâmica da equipa já revela, nesta fase, bastante intensidade (o que pôde ver-se, sobretudo, ao longo da primeira parte do jogo), e que todos os jogadores estão firmemente motivados para as conquistas que deles se esperam.
Dentro de pouco mais de uma semana tudo terá de estar afinado, ou pelo menos a um nível consideravelmente alto, pois a pré-eliminatória europeia a disputar na Grécia não será nada fácil - diga-se mesmo que o sorteio dificilmente poderia ter sido mais desfavorável, mas quanto a isso pouco há a fazer senão enfrentar as dificuldades e ultrapassá-las. O plantel ainda não está fechado, pois o mercado tem os seus timings, ditados na maioria das vezes pelos negócios de clubes das ligas mais poderosas. Infelizmente será necessário disputar competições importantes (e o acesso à Champions League é extremamente importante) no meio de incertezas quanto a quem ainda pode entrar a quem ainda pode sair da nossa equipa. Neste ano ainda agravadas pela pandemia e por tudo o que ela representa nos calendários internacionais de todas as actividades. A certeza é que temos um dos melhores treinadores do mundo, e estamos a construir uma grande equipa. A confiança numa boa época será reconquistar o campeonato nacional, e fazer uma carreira europeia à altura da história do Benfica."

Luís Fialho, in O Benfica

Benfica europeu


"Assisti ao sorteio da terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões e confesso que quando saiu o nome do PAOK, comentei para os meus botões - coitados dos gregos. Estou muito confiante acerca do nosso desempenho europeu. Por três razões. A primeira, foi a contratação de Jorge Jesus. Quem tem o privilégio de ter um treinador desta qualidade só pode sonhar com altos voos em todas as competições. A segunda razão é óbvia - a SAD mantém a aposta muito forte no regresso do Benfica europeu. Não são apenas as contratações de Jan Vertonghen, Everton Cebolinha e Luca Waldschimidt, jogadores internacionais, consagrados e que dispensam apresentações. Helton Leite, Gilberto e Pedrinho são três jogadores de grande valor. Tal como Diogo Gonçalves, um dos maiores talentos da nossa academia, que regressa após paragens por Notthingham e Famalicão. E ainda os jogadores que irão reforçar um plantel que ambiciona conquistar todas as provas internas e fazer uma grande campanha na Liga dos Campeões. A contratação do internacionais alemão, Julian Weigl, em Janeiro, foi um claro sinal. A terceira razão é uma questão de justiça - o presidente Luís Filipe Vieira sonha com a conquista da Liga dos Campeões. Os mais pessimistas dirão que é um sonho.
Na época 1960/61, ninguém pensava que o Benfica conseguiria ser campeão europeu. Ao contratar um grande treinador, na época anterior, o Benfica preparou-se e surpreendeu a Europa, não só bisando, como ainda marcando presença em mais três finais. Os tempos são outros, mas quem tem um passado tão glorioso nunca pode deixar de inspirar-se nesses grandes feitos."

Pedro Guerra, in O Benfica

Mais que futebol!


"Há mais numa bola que o poder do chuto e o certeiro do remate. Esse estranho objecto que parece, e é, de brincadeira tem o poder de nos elevar enquanto gente. E de que maneira... É a brincar que os primatas aprendem. E nós, somos primatas. Sabe quem estuda estas coisas do comportamento animal, os etólogos, que a interacção entre os seus pares invariavelmente pela comunicação, e a comunicação faz-se por sinais, sendo o sinal de play um dos mais importantes na aprendizagem e socialização entre os primatas. Esta interacção lúdica entre indivíduos duma mesma espécie, como os humanos, pode expressar-se pelo duplo sentido da tradução daquele termo inglês para 'brincar' e 'jogar'. Em ambos os casos, está envolvida uma abstracção importante, a representação de um ou mais papéis sociais, criando empatia em que cada um experimenta a pele do outro, ensaia novos voos, desafia vontades e testa limites em permanente interacção individual e grupal.
O recurso a elementos naturais e mesmo artefactos para a brincadeira ou jogo é conhecido na natureza e frequente nas sociedades humanas, desde as mais remotas e primitivas às mais actuais e evoluídas. Por isso, no devir da História, assistimos a um forte paralelismo entre a evolução tecnológica e o jogo, sendo raros os objectos que atravessam aos anos aos milhares, resistindo à complexificação e tornando-se companheiros da Humanidade na sua caminhada imemorial. De entre todos, destaca-se um, esférico, perfeito, simples, intemporal e universal. A Bola! Esta será, talvez, uma das principais razões por que o desporto com bola, em particular o futebol, assume tal centralidade na vida humana que possui, como poucas coisas mais, a capacidade de arrastar multidões, de juntar diferentes e de afirmar pertenças. E claro, o futebol tem todos os condimentos para isso, tem os seus símbolos, heróis e memórias colectivas à mistura com memórias individuais e momentos marcantes que interceptam as histórias de vida e familiares de milhões e milhões de pessoas. Os Clubes materializam-no junto das comunidades, trazem a pertença à porta de cada um e encrustam o Futebol nas realidades quotidianas e nos momentos de celebração e superação, a todos agregando no sucesso. Quanto maiores, mais vitoriosos e vibrantes melhor e o nosso Benfica está aí mesmo, nesse lugar cimeiro. Por isso, junto com outros grandes do futebol europeu, abraça de corpo e coração, com verdade na alma e consequência na acção, esta máxima que, para nós, é mística: 'Mais que Futebol'."

Jorge Miranda, in O Benfica

A operação de branqueamento


"1. À data da saída desta edição, se calhar, inicia-se aquele que eu acredito venha a ser o primeiro julgamento do ainda arguido e réu que vai acusado de esvrentar e escarafunchar sistemas informáticos alheios, à procura de bens que lhe pudessem render uns valentes trocos para seu sustento e de mais alguém outrem - tanto com quem compartia modelos de vida, como ainda com quem partilhava propósitos e defesas.
2. Se calhar? Perguntar-me-ão... Sim, isso mesmo: se calhar. Se calhar, digo eu, porque com a Justiça portuguesa, a gente nunca sabe. E então, depois de umas férias tão longas, tão cómodas e tão oportunas para acrescentar mais tempo ao tempo, nunca se sabe se os juízes - com a lazeira que a opinião pública vai sinalizando nesse domínio - estarão com pachorra suficiente para atacar tanto serviço acumulado.
3. Mas, por falar em preguiça, muito menos se sabe se a montante os judiciários se mostrarão igualmente disponíveis para cumprir com as suas obrigações. Ou se, pelo contrário, continuarão ou não, já que afinal também parece - o que não significa que seja verdade - que, na carteira do trabalho que isso lhes dá, ficará mais em conta permanecer quieto do que ter que trabalhar no duro, como dantes mandavam as regras e a ética do serviço.
4. Ora, o que às vésperas do grande 'evento' se tem visto em todas as varandas, janelas e frestas de toda a espécie de comunicação social, tem sido uma metódica e estrutradíssima campanha de comunicação, cujo alto investimento, na estrénue defesa e magnificação dos pontos de vista do ladrão que deliberadamente se introduziu pelos seus meios e habilidades onde, nem a lei moral, nem as Leis do estado (mas afinal, neste estado haverá Leis?...) aonde não seria suposto que tivesse acesso nem, ainda menos, da qual pudesse extrair fosse que proveitos fosse.
5. Aquilo a que todos temos assistido com o inacreditável concurso e a não menos despudorada e conjugada proactividade de redacções inteiras, a soldo de diversos grupos de comunicação, tem sido nem mais nem menos do que aquilo que o senso comum designa como uma operação de branqueamento dos propósitos e da execução de um crime e do seu inefável autor confesso. Ou melhor, como uma inequívoca campanha de desculpabilização de criminoso e das suas não menos ignominiosas intenções e actos nesse sentido.
6. Isto dito, conforme o que se ouve me muitas e diversas sedes e situações como sentimento não menos generalizado e constante nos portugueses, vale levantar a questão: por que razão escondia ou evidente, tantos meios de comunicação se mantêm de modo tão persistente, tão intenso e tão organizado na defesa do que afinal, aos olhos dos portugueses já está apreciado e julgado como se tratando de um mero ladrão de caixas de correio, desejoso da popularidade canalha?
7. A resposta mais óbvia para a pergunta haverá de ser porque os activos das redacções, ou quem neles manda, presuntivamente terão, talvez, arriscado nas suas laboriosas meninges que os juízes que têm de exercer Justiça neste (decisivo) julgamento, afinal fossem mais permeáveis ainda (e mais ingénuos e ociosos) dos que os judicialistas polícias que - a meio do caminho da investigação - se deixaram fascinar pelo súbito colaboracionismo daquele que passara vários anos a gozar com a cara deles...
8. E eu, no final das contas, quero esclarecer que não acredito nessa tanga."

José Nuno Martins, in O Benfica

Dias de luta, dias de glória


"Será inaugurada hoje, às 18 horas, no átrio do Museu Benfica – Cosme Damião, a exposição temporária "Luisão – Dias de Luta, Dias de Glória", dedicada ao antigo jogador e agora membro da estrutura do futebol profissional do Sport Lisboa e Benfica.
O tema central da exposição é Luisão e as diversas vertentes do jogador ao longo do seu brilhante percurso de águia ao peito. Recorde-se que o antigo defesa-central representou o Benfica ao longo de quinze temporadas e contribuiu para a conquista de seis Campeonatos Nacionais, três Taças de Portugal, sete Taças da Liga e quatro Supertaças (recordista nas duas últimas).
Os registos individuais de Luisão, ao serviço do Benfica, são impressionantes e colocam-no entre os mais importantes jogadores da história do Benfica. Representou o Clube em 538 partidas em competições oficiais, sendo o terceiro com mais jogos oficiais na história do Clube, só superado por Nené (600) e Veloso (543). Disputou 127 jogos nas competições europeias, o máximo entre benfiquistas. E capitaneou a equipa em 429 ocasiões (incluindo jogos particulares), o que se constitui também como um recorde. Autor de 47 golos em competições oficiais, só Humberto Coelho, entre os defesas-centrais, marcou mais que ele.
A exposição parte da capacidade que Luisão teve de transformar as críticas iniciais em elogios, tornando-se num símbolo do Clube, explorando o casamento de algumas das suas características individuais, como a determinação, a ambição e a garra, com os valores do Benfica, e aborda as múltiplas facetas do antigo capitão, atravessando toda a sua carreira, desde 2003 até à actualidade, a partir do olhar do jogador.
Os temas são os seguintes: a superação e afirmação no Clube; a liderança e transmissão de mística; os jogos marcantes; os colegas no eixo da defesa; a carreira no Benfica e na selecção brasileira; e, finalmente, a relação com o Presidente Luís Filipe Vieira (Luisão chegou ao Clube em 2003, era Luís Filipe Vieira responsável pelo futebol benfiquista, passando a Presidente no mesmo ano).
Patenteados na exposição estão inúmeros objectos do espólio pessoal de Luisão e do acervo do Sport Lisboa e Benfica.
A entrada é gratuita."

Regimes!!!


"E eis que em apenas meia dúzia de minutos, Dias Ferreira, um dos maiores fanáticos adeptos do Cashball CP, destrói o mito criado e difundido durante os largos últimos anos por uma série de cartilheiros do Calor da Noite, principalmente, para retirarem dividendos de mais uma mentira caluniosa.
Acho que fica cada vez mais à vista os interesses e intenções dos Braganças, dos Diogos, dos Baldaias, dos Zero Cegos, dos Amarais, dos Francisco Marques, etc, etc, etc. São lixo de gente. E perigosos."

Mais rápido, mais alto, mais forte


"É uma velha perplexidade minha: até que ponto os futebolistas se interrogam sobre o que fazem em campo. E isto vai do estilo Garrincha, que só queria um qualquer “João” para driblar, ao género Guardiola, que escolheu os últimos clubes como jogador a pensar no treinador que iria ser. Leio há dias Arturo Vidal, guerreiro chileno que viveu anos de ouro na Juventus mas que ocupou cacifos dourados também em Munique e Barcelona, e percebo-o porta-voz de uns quantos que olham o futebol a caminho de uma nova era, em que, munidas de dados GPS e tabelas excel, as pretensas equipas do futuro se organizam por algoritmos e qualquer dia até anunciam um treinador-robô. Diz Vidal que o Barcelona falhou porque o futebol é agora mais físico, de mais força e velocidade. É curioso que isto seja afirmado por um atleta a caminho do fim da carreira e que a fez toda precisamente em nome do físico, da disponibilidade, da tão celebrada “atitude”.
Percebe-se que Vidal andou em contraciclo em Barcelona, a jogar o jogo em que não acreditava, num modelo ao qual não reconhecia virtudes efectivas, sendo ainda mais difícil perceber como pôde, com idêntica convicção, definir o Barça como a melhor equipa do mundo ainda na véspera da humilhação aos pés do Bayern. Acredito que lhe seja impossível realizar que um dos grandes erros do Barcelona foi ter acreditado na teoria que ele próprio, Vidal, encarna e que se resume numa necessidade de acrescentar físico ao jogo, fazendo mais ginásio e menos meiinhos. Quem não viu, aliás, as fotos que mostravam um Goretzka acrescentado de músculo face a um Busquets de envergadura normal? Não falta em Espanha quem discuta a partir daí, tal como por cá surgiram de imediato profetas de um jogo futurista que será mais duelos e correria, velocidade e alegada objectividade, num cardápio de exercícios decerto a ser preparados em unidades de alto rendimento ou performance. Para mim, tenho que quando um clube com aquele ADN deixa sair Thiago Alcântara e contrata Vidal já se baralhou completamente e iniciou a viagem errada rumo a um futuro ilusório. E deu no que deu.
Na linha desta corrente é fácil perceber que Vidal possa estar a caminho do Inter. Antonio Conte aprecia um meio campo de combate que equilibre mais do que constrói, e o tipo de escolha até o precede, que vem na tradição do clube, de jogadores como Medel, Nainggolan ou Vecino. Também neste caso os resultados são os que se conhecem. Não me entusiasmaria igualmente vê-lo como uma das novas zebras de Pirlo, mesmo que entendesse a tentação do velho mago da camisola 21, de voltar a ter ao lado aquele que foi um seu velho escudeiro, sempre disponível para o esforço que não se exige aos eleitos. Isso seria, todavia, e também neste caso, prosseguir na senda dos Rincón, Sturaro, Emre Can, Khedira ou Matuidi, que servem para títulos em Itália, desde que por detrás de ataques de eleição, mas se manifestam curtos face ao sonho da conquista continental. Nunca foi por falta de gente disponível para a luta que a equipa de Turim ficou aquém do maior objectivo. “Mais rápido, mais alto, mais forte” está longe de ser descoberta recente, como todos sabemos. O ideal olímpico nasceu como base para todas as modalidades mas como molde para façanhas individuais. Os jogos colectivos obrigam a acrescentar “o mais intuitivo, o mais inteligente, o que decide melhor”. A evolução, em desportos como o futebol, fez-se ao acrescentar estas ideias ao lema original e não o contrário."

Nota de pesar


"O Sport Lisboa e Benfica manifesta o seu pesar pelo falecimento do seu antigo atleta Eduardo Mendez (Dito), endereçando as mais sentidas condolências à sua família, amigos e ao Gil Vicente.
Para sempre ficará na nossa memória a qualidade de um defesa-central de referência que em duas épocas (1986-1988) conquistou um título de Campeão Nacional e uma Taça de Portugal pelo nosso clube."

A Educação Física e o Desporto Escolar no regresso às aulas


"Neste início do mês de Setembro foram finalmente enviadas às escolas as orientações da Direcção-Geral de Saúde (DGS) e Direcção-Geral de Educação (DGE), para a realização de aulas práticas de Educação Física e treinos do Desporto Escolar.
Estas basearam-se na Orientação n.º 030/2020 da DGS e nas sugestões apresentadas pela Sociedade Portuguesa de Educação Física (SPEF) e pelo Conselho Nacional de Associações de Profissionais de Educação Física e Desporto (CNAPEF).
Antes de mais convém referir com satisfação o facto de DGS e DGE terem recolhido e baseado as orientações em sugestões das entidades representativas dos profissionais, o que sendo lógico nem sempre sucede. No entanto, é importante esclarecer que estas sugestões foram apresentadas em Julho de 2020 e não justificam por si só o atraso no envio das orientações às escolas.
As consequências deste atraso, apenas a duas semanas do arranque do novo ano lectivo, poderão inviabilizar ou condicionar fortemente algumas das sugestões apresentadas para a preparação e funcionamento do novo ano lectivo, como:
· Horário de funcionamento da escola;
· Número de alunos por turma;
· Horários das turmas e dos professores; 
· Horários de Educação Física e treinos do Desporto Escolar.
Apesar deste atraso, parece-me importante destacar alguns dos aspectos das orientações e deixar algumas questões que podem necessitar de esclarecimento, ainda que nada possa substituir a leitura integral das orientações e da proposta elaborada pelas associações profissionais.
Evidentemente, dada a natureza deste espaço de opinião, procurarei tratar das questões de âmbito mais genérico, reservando para outros fóruns as análises de âmbito mais focado no currículo ou na leccionação destas matérias.
O desenvolvimento curricular da Educação Física far-se-á em regime presencial, situação que deve ser mantida mesmo que a escola venha a ter de funcionar em regime misto (presencial e outras formas). A inclusão desta orientação merece o destaque pelo reconhecimento da especificidade desta disciplina e evita a aplicação de diferentes critérios nas escolas.
Em relação à protecção individual é recomendado o uso de máscara por todos os elementos que utilizem espaços fechados ou abertos afectos à leccionação da disciplina de Educação Física. No entanto, os alunos são dispensados da obrigatoriedade do seu uso durante a realização de exercício físico, tal como os professores de Educação Física, durante a leccionação dos períodos que impliquem a realização do exercício físico.
Sobre esta orientação será importante clarificar:
· O que deve ser considerado como realização de exercício físico e leccionação de exercício físico?
· Durante os períodos de aula em que não há leccionação ou realização do exercício físico, o professor e os alunos são obrigados ao uso de máscara?
Indica-se que todos os materiais e equipamentos utilizados devem ser submetidos a limpeza e desinfecção, nomeadamente materiais que possam ser partilhados.
Não me parece ser exequível a limpeza e desinfecção, com recurso a agentes adequados após cada utilização, como apontam as orientações, para o caso de equipamentos de uso comum, como bolas, raquetas, volantes e objectos gímnicos portáteis. Esta inexequibilidade, a meu ver, reside na falta de tempo e recursos humanos para a concretizarem.
As orientações não especificam a matéria relativa à utilização dos vestiários e balneários nas escolas, por esse motivo colocam-se algumas questões:
· Devem ser seguidas as indicações contidas na Orientação 030/2020 da DGS?
· Se assim for, em relação às distâncias de pelo menos dois metros entre cabides e entre duches utilizados, quantos alunos/turmas podem utilizar esses espaços em simultâneo?
Em relação às actividades do Desporto Escolar, as orientações, no actual contexto epidemiológico, propõem o início de treinos ajustados em todas as modalidades, garantindo o distanciamento físico de, pelo menos, três metros entre alunos.
Acrescenta ainda que o Plano de Retoma do Desporto Escolar acompanhará o que vier a ser determinado pela Autoridade de Saúde, para o desporto extraescolar.
Sobre o Desporto Escolar é importante sublinhar que se podem iniciar já os treinos ajustados em todas as modalidades, não seguindo felizmente as limitações impostas ao Desporto Federado na Orientação nº 36/202º da DGS.
Em relação aos treinos do Desporto Escolar são previsíveis maiores dificuldades para conjugar os horários das instalações específicas, utilizadas para as aulas por um período mais longo, tendo de começar mais tarde, com a presença e motivação dos alunos dificultadas por previsível funcionamento das turmas em turnos da manhã ou tarde, e ainda por se desconhecer quando virão a realizar-se as competições.
A todos os que estão mais envolvidos na preparação e no arranque deste ano lectivo, uma palavra de confiança e estímulo sendo certo que, apesar da incerteza que nos rodeia, tudo será mais fácil se cada um de nós assumir a sua responsabilidade e preservar o respeito pelos outros."

O alpinismo: chegar ao cume... da sua forma


"O alpinismo é uma actividade desportiva que exige uma boa condição física e conhecimentos técnicos. A ascensão em montanha, picos e rochas escarpadas ou similares implica uma rigorosa preparação e o respeito absoluto das recomendações de segurança, por forma a evitar acidentes. A imprensa escrita tem por hábito informar que são muitas as pessoas que são socorridas em montanhas, muitas vezes pela falta de preparação. Surgido no século XIX, sob influência de turistas britânicos, o alpinismo evoluiu bastante, integrando outras práticas desportivas: a caminhada, a escalada em paredes rochosas ou de gelo, ski fora da pista, entre outras práticas. Cada uma destas práticas desportivas exige um treino físico, material específico e, claro, conhecimentos técnicos específicos. O alpinismo é uma prática que faz trabalhar o corpo e a cabeça. A caminhada pode ser benéfica para o sistema cardiovascular, a luta contra a diabetes, o excesso de peso e a prevenção da osteoporose. A escalada, outro elemento essencial do alpinismo, solicita os músculos, em particular os abdominais, o sistema cardiovascular, mas também a “souplesse” das articulações e o sentido de equilíbrio. Os benefícios do alpinismo não se reduzem apenas aos aspectos físicos. Ele contribui, igualmente, para o “desenvolvimento” do sangue-frio, a perseverança, a resistência ao sofrimento físico, a entreajuda e o espírito de equipa. No caso dos adolescentes, pode contribuir para o sentido da responsabilidade, na capacitação da avaliação do risco e uma maior confiança em si mesmo. Sem as quedas, que podem ser mortais, o alpinismo pode comportar alguns riscos: o mal das montanhas pode surgir a partir dos 2.000 metros de altitude. É devido à baixa quantidade de oxigénio disponível na atmosfera. Traduz-se por dores de cabeça, vertigens, fatiga exagerada e sufocamento. A descida para baixa altitude torna-se urgente. As entorses surgem frequentemente nos terrenos acidentados e quando o organismo está cansado. Os músculos das pernas são solicitados, podendo haver lesões. Os pés a pelar podem ser devido a um calçado mal-adaptado. E, sem esquecer, as queimaduras solares, sobretudo quando as nuvens escondem o ardor do sol.
Quando se olha para as estatísticas sobre as práticas desportivas em Portugal, verifica-se que juntaram campismo e montanhismo. Campismo não é uma prática desportiva."