sábado, 20 de junho de 2020

Lixívia 27


Tabela Anti-Lixívia
Benfica..... 64 (-8) = 72
Corruptos. 64 (+16) = 48
Sporting.. 49 (+11) = 38

Esta jornada ficou marcada pelo ridículo penalty assinalado a favor dos Corruptos, pela dupla Xistra/Esteves que depois de terem sido coagidos toda a semana em público, tiveram 'medo' e lá assinalaram um dos penalty's mais ridículos dos últimos tempos!!!
Felizmente, a bola não entrou... desta vez!!!

A dupla Lagarta em Vila do Conde, foi zelosa no golo anulado ao Benfica... de facto o Dyego está em fora-de-jogo posicional - bem assinalado -, mas tenho a certeza que um golo destes nunca seria anulado aos Corruptos! Aliás, já com VAR, os Corruptos já marcaram vários golos parecidos, quase sempre validados...
O erro principal foi num corte com a Mão na área do Rio Ave: penalty claro... o VAR marcou, mas o Godinho não o quis assinalar!!!
No golo do Rio Ave, na minha opinião o Dyego sofreu falta: até podem argumentar que existe um empurrão mutuo, mas todos sabem que nestas circunstâncias é muito mais fácil marcar falta ofensiva, do que marcar 'penalty'!!! Quantos Cantos ou Livres Laterais, são interrompidos, quando a bola ainda está no ar, por contactos mínimos dos 'avançados' sobre os 'defesas'!!!
As expulsões foram justas... e ainda ficaram alguns cartões no bolso: ao Felipe Augusto por exemplo...
No lance onde a bola vai ao braço vai ao braço do Ferro não existe falta, porque o nosso Central tem o braço na sua posição natural, junto do corpo...
E perto do fim, já com o Benfica a ganhar 1-2, pareceu-me haver um penalty sobre o Chiquinho, mas não houve repetições!!!

Em Alvalade, foi bem marcado um penalty a favor dos Lagartos, mas ainda ficaram mais dois penalty's por marcar também a favor da Lagartada!!!

Anexos (I):
Benfica
1.ª-Paços de Ferreira(c), V(5-0), M. Oliveira (L. Ferreira), Prejudicados, (6-0), Sem influência
2.ª-B SAD(f), V(0-2), Veríssimo (Xistra), Prejudicados, (0-4), Sem influência
3.ª-Corruptos(c), D(0-2), Sousa (Almeida), Prejudicados, Impossível contabilizar
4.ª-Braga(f), V(0-4), Almeida (Rui Costa), Prejudicados, Beneficiados, (1-4), Sem influência
5.ª-Gil Vicente(c), V(2-0), Pinheiro (L. Ferreira), Nada a assinalar
6.ª-Moreirense(f), V(1-2), Soares Dias (Mota), Nada a assinalar
7.ª-Setúbal(c), V(1-0), Martins (Esteves), (2-0), Prejudicados, Sem influência
8.ª-Tondela(f), V(0-1), Hugo (Nobre), Nada a assinalar
9.ª-Portimonense(c), V(4-0), Mota (V. Ferreira), Nada a assinalar
10ª-Rio Ave(c), V(2-0), Xistra (Esteves), Prejudicados, Sem influência
11.ª-Santa Clara(f), V(1-2), Soares Dias (R. Oliveira), Prejudicados, (1-3), Sem influência
12.ª-Marítimo(c), V(4-0), Veríssimo (L. Ferreira), Nada a assinalar
13.ª-Boavista(f), V(1-4), Sousa (Malheiro), Prejudicados, (1-5), Sem influência
14.ª-Famalicão(c), V(4-0), Rui Costa (Narciso), Nada a assinalar
15.ª-Guimarães(f), V(0-1), Almeida (Rui Costa), Nada a assinalar
16.ª-Aves(c), V(2-1), Xistra (Nobre), Prejudicados, (3-1), Sem influência
17.ª-Sporting(f), V(0-2), Hugo (Sousa), Prejudicados, Sem influência
18.ª-Paços de Ferreira(f), V(0-2), M. Oliveira (Esteves), (0-3), Prejudicados, Sem influência
19.ª-B SAD(c), V(3-2), Almeida (R. Oliveira), (3-1) Prejudicados, Sem influência
20.ª-Corruptos(f), D(3-2), Soares Dias (Martins), Prejudicados, (-3 pontos)
21.ª-Braga(c), D(0-1), Hugo (Esteves), Prejudicados, (-1 ponto)
22.ª-Gil Vicente(f), V(0-1), Godinho (Pinheiro), Prejudicados, (0-3), Sem influência
23.ª-Moreirense(c), E(1-1), Veríssimo (V. Santos), Beneficiados, Prejudicados, (3-1), (-2 pontos)
24.ª-Setúbal(f), E(1-1), Pinheiro (Godinho), Prejudicados, (1-2), (-2 pontos)
25.ª-Tondela(c), E(0-0), Mota (Rui Costa), Nada a assinalar
26.ª-Portimonense(f), E(2-2), Xistra (Esteves), Nada a assinalar
27.ª-Rio Ave(f), V(1-2), Godinho (Martins), Prejudicados, (0-3), Sem influência

Sporting
1.ª-Marítimo(f), E(1-1), Martins (Hugo), Beneficiados, (1-0), (+1 ponto)
2.ª-Braga(c), V(2-1), Godinho (Nobre), Beneficiados, (2-2), (+2 pontos)
3.ª-Portimonense(f), V(1-3), Xistra (V. Santos), Beneficiados, (2-3), Impossível contabilizar
4.ª-Rio Ave(c), D(2-3), Pinheiro (Narciso), Beneficiados, Prejudicados, (3-5), Sem influência
5.ª-Boavista(f), E(1-1), Sousa (V. Ferreira), Beneficiados, (2-1), (+1 ponto)
6.ª-Famalicão(c), D(1-2), Hugo (Nobre), Nada assinalar
7.ª-Aves(f), V(0-1), Xistra (Nobre), Nada a assinalar
8.ª-Guimarães(c), V(3-1), Soares Dias (Narciso), Nada a assinalar
9.ª-Paços de Ferreira(f), V(1-2), Rui Costa (Xistra), Beneficiados, Impossível contabilizar
10.ª-Tondela(f), D(1-0), Veríssimo (Mota), Nada a assinalar
11.ª-Belenenses(c), V(2-0), M. Oliveira (L. Ferreira), Nada a assinalar
12.ª-Gil Vicente(f), D(3-1), Hugo (Esteves), Beneficiados, Sem influência
13.ª-Moreirense(c), V(1-0), Soares Dias (V. Santos), Beneficiados, (0-1), (+3 pontos)
14.ª-Santa Clara(f), V(0-4), Mota (Nobre), Beneficiados, (1-4), Sem influência
15.ª-Corruptos(c), D(1-2), Sousa (Xistra), Prejudicados, (1-1), (-1 ponto)
16.ª-Setúbal(f), V(1-3), Martins (M. Oliveira), Prejudicados, (1-4), Sem influência
17.ª-Benfica(c), D(0-2), Hugo (Sousa), Beneficiados, Sem influência
18.ª-Marítimo(c), V(1-0), Rui Costa (Narciso), Beneficiados, (0-0), (+2 pontos)
19.ª-Braga(f), D(1-0), Sousa (Esteves), Beneficiados, (2-0), Sem influência
20.ª-Portimonense(c), V(2-1), Hugo (Malheiro), Nada a assinalar
21.ª-Rio Ave(f), E(1-1), Veríssimo (Rui Costa), Beneficiados, (2-1), (+1 ponto)
22.ª-Boavista(c), V(2-0), Almeida (Narciso), Beneficiados, Prejudicados, Impossível contabilizar
23.ª-Famalicão(f), D(3-1), Godinho (Hugo), Beneficiados, Prejudicados, Impossível contabilizar
24.ª-Aves(c), V(2-0), M. Oliveira (L. Ferreira), Nada a assinalar
25.ª-Guimarães(f), E(2-2), Xistra (Esteves), Nada a assinalar
26.ª-Paços de Ferreira(c), V(1-0), Rui Costa (Nobre), Beneficiados, (1-1), (+2 pontos)
27.ª-Tondela(c), V(2-0), M. Oliveira (V. Ferreira), Prejudicados, (4-0), Sem influência

Corruptos
1.ª-Gil Vicente(f), D(2-1), Almeida (Xistra), Nada a assinalar
2.ª-Setúbal(c), V(4-0), Mota (V. Santos), Nada a assinalar
3.ª-Benfica(f), V(0-2), Sousa (Almeida), Beneficiados, Impossível contabilizar
4.ª-Guimarães(c), V(3-0), Xistra (Nobre), Beneficiados, Prejudicados, (4-2), Impossível contabilizar
5.ª-Portimonense(f), V(2-3), Rui Costa (V. Santos), Beneficiados, (2-1), (+3 pontos)
6.ª-Santa Clara(c), V(2-0), Godinho (Rui Oliveira), Beneficiados, (2-1), Impossível contabilizar
7.ª-Rio Ave(f), V(0-1), Almeida (Sousa), Beneficiados, Impossível contabilizar
8.ª-Famalicão(c), V(3-0), Veríssimo (L. Ferreira), Nada a assinalar
9.ª-Marítimo(f), E(1-1), Sousa (Almeida), Beneficiados, (1-0), (+1 ponto)
10.ª-Aves(c), V(1-0), Malheiro (Rui Costa), Nada a assinalar
11.ª-Boavista(f), V(0-1), Almeida (V. Santos), Beneficiados, (0-0), (+2 pontos)
12.ª-Paços de Ferreira(c), V(2-0), Martins (Nobre), Nada a assinalar
13.ª-Belenenses(f), E(1-1), Pinheiro (L. Ferreira), Nada a assinalar
14.ª-Tondela(c), V(3-0), M. Oliveira (V. Santos), Beneficiados, (3-1), Sem influência
15.ª-Sporting(f), V(1-2), Sousa (Xistra), Beneficiados, (1-1), (+2 pontos)
16.ª-Moreirense(f), V(2-4), Soares Dias (V. Santos), Beneficiados, (3-2), (+3 pontos)
17.ª-Braga(c), D(1-2), Xistra (Martins), Beneficiados, Sem influência
18.ª-Gil Vicente(c), V(2-1), R. Oliveira (V. Santos), Beneficiados, (1-1), (+2 pontos)
19.ª-Setúbal(f), V(0-4), Mota (M. Oliveira), Beneficiados, (1-3), Impossível contabilizar
20.ª-Benfica(c), V(3-2), Soares Dias (Martins), Beneficiados, (+3 pontos)
21.ª-Guimarães(f), V(1-2), Godinho (Almeida), Nada a assinalar
22.ª-Portimonense(c), V(1-0), Hugo (Esteves), Beneficiados, (1-1), (+ 2 pontos)
23.ª-Santa Clara(f), V(0-2), Xistra (Nobre), Beneficiados, Impossível contabilizar
24.ª-Rio Ave(c), E(1-1), Soares Dias (V. Santos), Prejudicados, (2-1), (-2 pontos)
25.ª-Famalicão(f), D(2-1), Almeida (L. Ferreira), Beneficiados, Prejudicados, (3-2), Sem influência no resultado
26.ª-Marítimo(c), V(1-0), Martins (M. Oliveira), Nada a assinalar
27.ª-Aves(f), E(0-0), Xistra (Esteves), Beneficiados, Sem influência

Anexos (II):
Árbitros:
Benfica
Almeida - 3
Soares Dias - 3
Hugo - 3
Veríssimo - 3
Xistra - 3
Sousa - 2
M. Oliveira - 2
Pinheiro - 2
Mota - 2
Godinho - 2
Martins - 1
Rui Costa - 1

Sporting
Hugo - 4
Sousa - 3
Xistra - 3
Rui Costa - 3
M. Oliveira - 3
Soares Dias - 2
Martins - 2
Veríssimo - 2
Godinho - 2
Pinheiro - 1
Mota - 1
Almeida - 1

Corruptos
Almeida - 4
Xistra - 4
Sousa - 3
Soares Dias - 3
Mota - 2
Godinho - 2
Martins - 2
Rui Costa - 1
Verissimo - 1
Malheiro - 1
Pinheiro - 1
M. Oliveira - 1
R. Oliveira - 1
Hugo - 1

VAR's:
Benfica
Esteves - 5
L. Ferreira - 3
Rui Costa - 3
Nobre - 2
R. Oliveira - 2
Martins - 2
Xistra - 1
Almeida - 1
Mota - 1
V. Ferreira - 1
Malheiro - 1
Narciso - 1
Sousa - 1
Pinheiro - 1
V. Santos - 1
Godinho - 1

Sporting
Nobre - 5
Narciso - 4
Esteves - 3
V. Santos - 2
Xistra - 2
Hugo - 2
L. Ferreira - 2
V. Ferreira - 2
Mota - 1
M. Oliveira - 1
Sousa - 1
Malheiro - 1
Rui Costa - 1

Corruptos
V. Santos - 7
Almeida - 3
Nobre - 3
L. Ferreira - 3
Xistra - 2
Martins - 2
M. Oliveira - 2
Esteves - 2
V. Santos - 1
Rui Oliveira - 1
Sousa - 1
Rui Costa - 1

Jogos Fora de Casa (árbitros + VAR's)
Benfica
Soares Dias - 3 + 0 = 3
Godinho - 2 + 1 = 3
Hugo - 2 + 0 = 2
Almeida - 2 + 0 = 2
Pinheiro - 1 + 1 = 2
Xistra - 1 + 1 = 2
Rui Costa - 0 + 2 = 2
Esteves - 0 + 2 = 2
Martins - 0 + 2 = 2
Veríssimo - 1 + 0 = 1
M. Oliveira - 1 + 0 = 1
Godinho - 1 + 1 = 2
Mota - 0 + 1 = 1
Nobre - 0 + 1 = 1
R. Oliveira - 0 + 1 = 1
Sousa - 0 + 1 = 1

Sporting
Xistra - 3 + 1 = 4
Hugo - 1 + 2 = 3
Esteves - 0 + 3 = 3
Martins - 2 + 0 = 2
Sousa - 2 + 0 = 2
Veríssimo - 2 + 0 = 2
Mota - 1 + 1 = 2
Nobre - 0 + 2 = 2
Soares Dias - 1 + 0 = 1
Godinho - 1 + 0 = 1
V. Santos - 0 + 1 = 1
V. Ferreira - 0 + 1 = 1
M. Oliveira - 0 + 1 = 1
Rui Costa - 0 + 1 = 1

Corruptos
Almeida - 4 + 3 = 7
Sousa - 3 + 1 = 4
Xistra - 2 + 2 = 4
V. Santos - 0 + 3 = 3
L. Ferreira - 0 + 2 = 2
Rui Costa - 1 + 0 = 1
Pinheiro - 1 + 0 = 1
Soares Dias - 1 + 0 = 1
Mota - 1 + 0 = 1
Godinho - 1 + 0 = 1
M. Oliveira - 0 + 1 = 1
Nobre - 0 + 1 = 1
Esteves - 0 + 1 = 1

Totais (árbitros + VAR's):
Benfica
Esteves - 0 + 5 = 5
Almeida - 3 + 1 = 4
Xistra - 3 + 1 = 4
Rui Costa - 1 + 3 = 4
Soares Dias - 3 + 0 = 3
Hugo - 3 + 0 = 3
Veríssimo - 3 + 0 = 3
Sousa - 2 + 1 = 3
Pinheiro - 2 + 1 = 3
Mota - 2 + 1 = 3
Godinho - 2 + 1 = 3
L. Ferreira - 0 + 3 = 3
Martins - 1 + 2 = 3
M. Oliveira - 2 + 0 = 2
L. Ferreira - 0 + 2 = 2
Nobre - 0 + 2 = 2
R. Oliveira - 0 + 2 = 2
V. Ferreira - 0 + 1 = 1
Malheiro - 0 + 1 = 1
Narciso - 0 + 1 = 1
V. Santos - 0 + 1 = 1

Sporting
Hugo - 4 + 2 = 6
Xistra - 3 + 2 = 5
Nobre - 0 + 5 = 5
Sousa - 3 + 1 = 4
M. Oliveira - 3 + 1 = 4
Narciso - 0 + 4 = 4
Rui Costa - 3 + 0 = 3
Esteves - 0 + 3 = 3
Soares Dias - 2 + 0 = 2
Martins - 2 + 0 = 2
Veríssimo - 2 + 0 = 2
Godinho - 2 + 0 = 2
Mota - 1 + 1 = 2
L. Ferreira - 0 + 2 = 2
V. Ferreira - 0 + 2 = 2
Pinheiro - 1 + 0 = 1
Almeida - 1 + 0 = 1
V. Santos - 0 + 1 = 1
Malheiro - 0 + 1 = 1
Rui Costa - 0 + 1 = 1

Corruptos
Almeida - 4 + 3 = 7
V. Santos - 0 + 7 = 7
Xistra - 4 + 1 = 5
Sousa - 3 + 1 = 4
Martins - 2 + 2 = 4
Soares Dias - 3 + 0 = 3
Rui Costa - 1 + 2 = 3
M. Oliveira - 1 + 2 = 3
Nobre - 0 + 3 = 3
L. Ferreira - 0 + 3 = 3
Mota - 2 + 0 = 2
Godinho - 2 + 0 = 2
Rui Oliveira - 1 + 1 = 2
Esteves - 0 + 2 = 2
Hugo - 1 + 0 = 1
Veríssimo - 1 + 0 = 1
Malheiro - 1 + 0 = 1
Pinheiro - 1 + 0 = 1

Jornadas Anteriores:
Jornada 1
Jornada 2
Jornada 3
Jornada 4
Jornada 5
Jornada 6
Jornada 7
Jornada 8
Jornada 9
Jornada 10
Jornada 11
Jornada 12
Jornada 13
Jornada 14
Jornada 15
Jornada 16
Jornada 17
Jornada 18
Jornada 19
Jornada 20
Jornada 21
Jornada 22
Jornada 23
Jornada 24
Jornada 25
Jornada 26

Épocas anteriores:
2018-2019

É a tua vez, Nuno Tavares!

"Os últimos jogos do SL Benfica têm sido penosos de se ver. Ainda que tenham passado o teste em Vila do Conde, ao vencer o Rio Ave FC por duas bolas a uma, os encarnados mostraram grandes dificuldades nesta partida.
A equipa tem vindo a ter exibições apáticas e agora, com uma baixa de alto calibre, Bruno Lage poderá ter uma grande dor de cabeça para resolver. Lage apostou a temporada toda em Alejandro Grimaldo, e o defesa esquerdo espanhol, um dos mais acarinhados pelos adeptos, é o titular indiscutível da lateral esquerda encarnada.
Contudo, uma lesão no jogo frente ao Portimonense SC, no decorrer da partida a contar para a 26ª jornada da Primeira Liga, colocou Grimaldo fora das escolhas de Bruno Lage até ao final da temporada.
Posto isto, esta é uma contrariedade para o técnico de 44 anos, que não tem tido vida fácil aos comandos do SL Benfica. Resta agora apostar em Nuno Tavares, a única opção disponível na primeira equipa dos encarnados para colmatar a ausência de Álex Grimaldo.
Nuno Tavares até começou a temporada a titular, mas a jogar fora da sua posição. Defesa esquerdo de raiz, Nuno iniciou a temporada a jogar na lateral direita, tendo realizado boas exibições, chegando até a fazer o gosto ao pé na primeira jornada do actual campeonato. Este foi o seu primeiro golo de águia ao peito e não podia ter tido melhor estreia.
No entanto, o aparecimento de Tomás Tavares e o regresso de André Almeida acabaram por custar a titularidade a Nuno Tavares, que se viu relegado para segunda opção da lateral esquerda. Nesta temporada leva nove jogos na formação encarnada e vivia na sombra de Grimaldo, o titular indiscutível.
Com Grimaldo fora das contas, Nuno terá a sua oportunidade para justificar a sua presença no plantel, sendo que no último jogo até fez uma assistência para golo.
No seu regresso à titularidade pelos encarnados, Tavares mostrou bons apontamentos, tendo sido um dos melhores em campo. Preencheu a lateral esquerda de uma forma que apenas Grimaldo tem sido capaz e não deixou os adeptos assim com tantas saudades do espanhol.
Num breve apontamento, apraz-me ver um lateral capaz de tirar um bom cruzamento (tal como o do lance do primeiro golo), algo que tem sido raro nas exibições do Sport Lisboa e Benfica.
A forma como o jovem português tomou conta de toda a ala esquerda foi um dos sinais positivos e mostra que Nuno Tavares quer marcar presença assídua nas escolhas de Lage, ao invés de ser apenas aquele substituto que ninguém quer que nunca seja preciso.
Nuno Tavares tem qualidade, e mostrou isso mesmo, para jogar pelo SL Benfica e terá, à partida, até ao final da temporada para provar o seu valor. De resto, espero que termine a temporada tal como a começou: a marcar, a assistir, a impressionar."

SL Benfica | 4 jogadores que merecem mais tempo de jogo

"O SL Benfica atravessa um período conturbado. Apesar de estar na primeira posição da Primeira Liga, a par do FC Porto, as “águias” não têm tido actuações convincentes nas últimas partidas. Já é conhecido que Grimaldo falhará o resto da época devido a uma lesão nos ligamentos, pelo que Bruno Lage terá de fazer, forçosamente, algumas alterações no seu onze tipo.
Numa altura em que os encarnados somam apenas uma vitória nos últimos três jogos desde a retoma da Primeira Liga, esta semana apresentamos quatro jogadores encarnados que merecem mais minutos e que podem, porventura, acrescentar qualidade ao jogo dos encarnados.
1. Chiquinho Na partida frente ao Rio Ave FC foi notória a mudança no jogo da “águias” aquando da entrada de Chiquinho. Apesar de não ser um segundo avançado puro – ao longo da época foi perceptível a falta de golo do português -, Chiquinho tem uma qualidade de jogo entrelinhas muito boa e é, no atual plantel encarnado, o jogador que melhor liga o meio campo ao ataque das “águias”. Já por lá passaram Taarabt, Rafa e até Pizzi, em alguns momentos, mas nenhum consegue desempenhar esse papel como Chiquinho. Na primeira volta do campeonato, as melhores exibições do Benfica ocorreram com Chiquinho a jogar atrás de Vinícius, pelo que acho que Bruno Lage deveria reflectir se não seria melhor voltar a apostar nessa dupla.
2. Andreas SamarisO grego tem de ir a jogo. A liderança que Samaris tem no núcleo dos encarnados é forte demais para não ser aproveitada. Numa altura em que a defesa encarnada está entregue à juventude “made in Seixal”, penso que adaptar o grego a central seria uma jogada forte por parte de Bruno Lage. Samaris, a par de Rúben Dias, seria uma importante voz de comando dentro do terreno de jogo, sendo que a sua entrada na equipa permitiria tornar as “águias” mais fortes no jogo aéreo, um aspecto do jogo onde é notória a debilidade de Ferro.
3. Franco CerviUma das peças mais importantes do Benfica na primeira volta do campeonato, Cervi tem perdido espaço na equipa desde o regresso de Rafa. O extremo argentino, apesar de não ser o jogador mais virtuoso, é, na minha opinião, fulcral para os encarnados. A sua capacidade defensiva é muito importante na manobra defensiva dos encarnados, e a sua simplicidade de processos permite uma maior fluidez na manobra ofensiva. Cervi torna o coletivo encarnado mais forte, pelo que o seu regresso ao onze inicial é urgente.
4. Andrija Zivkovic Numa altura em que o Benfica se apresenta algo previsível no que à criação de jogo ofensivo diz respeito, Zivkovic poderá ser um jogador a ter em conta para o técnico setubalense. O médio/extremo sérvio tem uma excelente condução de bola que, aliada a uma visão de jogo acima da média, pode ser extremamente importante para uma maior fluidez de jogo das “águias”. Pizzi, que normalmente assume a batuta para orquestrar o jogo dos encarnados, tem andado uns furos abaixo do esperado pelo que Zivkovic seria uma alternativa viável ao transmontano."

A FPF diz que o futebol é para homens

"Pagar menos às mulheres para fazerem o mesmo que os homens devido “às circunstâncias excepcionais decorrentes da pandemia de covid-19” é desculpar o machismo.

A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) apresentou em comunicado, a 29 de Maio, um regulamento específico que enunciava que seria imposto um tecto salarial de 550 mil euros a todas as atletas inscritas na liga BPI de futebol feminino. No mundo do futebol, onde todos os dias circulam milhões e milhões de euros, assistimos, todos os anos, a transferências milionárias que ultrapassam os 100 milhões de euros. E vemos jogadores homens ganharem ordenados milionários para fazerem o mesmo que estas mulheres: jogar futebol.
A discriminação de género no mundo do desporto está enraizada na sociedade e cria diversas dificuldades a estas mulheres que, tal como os homens, têm gosto pelo futebol e querem praticá-lo, sem serem julgadas ou perderem a sua feminilidade. Os estereótipos instituídos são violentos e opressores e as mulheres têm muito mais entraves para se impor na sociedade: é-lhes exigido muito mais que a um homem e o machismo institucional estende-se por todas as áreas económico-sociais. O futebol não é excepção, aliás, o futebol é um exemplo claro das desigualdades de género. Esta medida da FPF só veio aprofundá-lo, dizendo que “o futebol é para homens”.
Portugal é o campeão da Europa de futebol masculino e, nos últimos anos, a federação trouxe para Portugal títulos não só masculinos, nem só no futebol, mas também no futsal feminino e futebol de praia e futsal masculino. Contudo, a mentalidade continua a ser pequenina e retrógrada, discriminatória e cegamente capitalizada. E quando comparamos com outros países vemos que, em vez de uma evolução social, temos um retrocesso.
Na Alemanha já existe uma árbitra a apitar jogos da Bundesliga: Bibiana Steinhaus foi a primeira mulher a arbitrar um jogo de futebol oficial masculino em 2017. Ainda é pouco, mas já é muito mais do que em Portugal. Em França, a jogadora norueguesa do Lyon, Ada Hegerberg, é a jogadora mais bem paga do mundo e aufere um salário de 400 mil euros anuais — ainda é muito pouco em comparação ao salário dos homens, no entanto já é muito mais do que em Portugal.
Em 2019, o jogador brasileiro do PSG, Neymar, facturava anualmente 27 vezes mais que o top 5 das jogadoras mais bem pagas do mundo. Infelizmente estas desigualdades salariais entre géneros não são exclusividade do futebol. Na NBA, liga de basquetebol norte-americana, o jogador dos Golden State Warriors, Stephen Curry, aufere um salário superior aos 40 milhões de dólares anuais, ou seja, mais 40 milhões de dólares que Elena Dele Donne, jogadora mais bem paga da WNB (liga de basquetebol norte-americana feminina) que recebe 215 mil euros anuais.
Colocar um tecto salarial às futebolistas da Liga BPI é colocar um tecto à igualdade e justiça social. As muitas atletas que jogam na liga portuguesa abdicam de muito para poder jogar, uma vez que ainda há muitas jogadoras que não são profissionais. Pagar menos às mulheres para fazerem o mesmo que os homens devido “às circunstâncias excepcionais decorrentes da pandemia de covid-19”, como escrevia a FPF no comunicado oficial, é desculpar o machismo.
Os jogadores de futebol influenciam milhares de jovens que crescem a ver homens a correr atrás de uma bola, mas raramente vêem mulheres. A educação e a sensibilização dos mais jovens é escassa e quando as meninas querem jogar futebol nas escolas são discriminadas, não só pelos rapazes, mas também pelas raparigas que foram educadas pela sociedade a vestir rosa e ensinadas de que a bola é um brinquedo para rapaz.
O futebol moderno é cada vez menos um desporto. O capital apoderou-se de todo o instrumento futebolístico, desde as transmissões televisivas, às sociedades anónimas e transferências milionárias. O jogo jogado passou para segundo plano, de forma a entreter o público, enquanto por detrás do espectáculo estão os jogos de bastidores e por baixo do relvado as carcaças e os podres do negócio do futebol.
Depois deste comunicado da FPF, 132 jogadoras juntaram-se ao movimento Futebol sem Género, que visa combater as desigualdades que ainda hoje se faz sentir entre géneros no futebol. Mais uma vez, a FPF numa demonstração machista e gananciosa preferiu tirar a quem tem menos e deixar o futebol masculino intocável dentro da sua bolha de lavagens de dinheiro e destruição do desporto. Por fim, mais importante que alterar leis ou regulamentos é urgente mudar as mentalidades."

#Autogolo_da_FPF

"Provavelmente preocupada com a falta de competitividade de um campeonato, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) propõe um limite máximo na folha salarial dos plantéis.

Alguém se atreve a classificar a ideia como desinteressante? Não creio. No basquetebol, por exemplo, o segredo do sucesso da planetária NBA reside, precisamente, num modelo de orçamentos e processo de contratações que visa, em toda linha, fomentar o equilíbrio. No futebol, o tremendo êxito da incrível liga inglesa também se explica com a gestão inteligente do dinheiro proveniente das transmissões televisivas, o que permite a clubes de menor expressão contratar jogadores de primeiro nível. Ou seja, a FPF não descobriu a pólvora, mas quer dinamitar a falta de competitividade com ela e isso até podia ser saudável. Assim sendo, estará tudo bem? Não, pelo contrário. Falta um pormenor decisivo que transforma a ideia numa decisão própria da Idade da Pedra. A Federação não aplicou este princípio ao futebol dos homens, aos juniores que ganham fortunas ou ao futsal. Lembrou-se dele, em exclusividade, para o futebol feminino, como se às mulheres já não bastasse toda uma história secular de discriminação negativa. Foi um golo na própria baliza. Que há de ser anulado."

O martelo de Nietzsche VII

"1. JM Constantino, o presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), num artigo publicado no jornal Público (2020-06-13) afirmou que “… o problema político do desporto é cultural, transversal às diferentes representações políticas não obedece às tradicionais categorias da política”. Esta afirmação, ao estilo do “fim da história” de Fukuyama, faz parte do já habitual e recorrente discurso da neutralidade política do desporto desenvolvido, regra geral, por pessoas sem formação na matéria que encontram nela os argumentos das suas fragilidades epistemológicas. Trata-se de uma afirmação que se nega a si própria na medida em que negar o valor político do desporto constitui, só por si, uma ideologia política. Basta considerar autores como Hoberman, Clayes, Brohm, Bouet, McIntosh, Andreff, Jeu, Meynaud, Lamartine entre outros, ou os portugueses Noronha Feio, Melo de Carvalho, Jorge Crespo, João Boaventura, Maria José Carvalho, Rui Baptista, Manuel Sérgio, Elsa Pereira, José Pedro Sarmento, João Marreiros entre outros, bem como os trabalhos produzidos no âmbito do Conselho da Europa profusamente divulgados em Portugal, para se perceber o valor político do desporto. Como se as perspectivas sociais fascistas de esquerda e de direita de organizar politicamente o desporto fossem iguais às perspectivas liberais democratas de o fazer. Como se as políticas públicas em matéria de Desporto na Finlândia que ganhou uma medalha nos JO do Rio (2016) fossem iguais às políticas públicas desenvolvidas em Portugal que também só ganhou uma medalha nos JO do Rio (2016). É evidente que o desporto é cultura, mas a política antecede-a. São os princípios e os valores que decorrem e se organizam na política que determinam a cultura desportiva de um país. Entre um regime político que tem como objectivo colocar o corpo dos cidadãos ao serviço da pátria e um sistema desportivo em que o objectivo é colocar o desporto ao serviço da qualidade de vida dos cidadãos existe muita ideologia a considerar. Quer dizer, é a partir das políticas públicas que se desencadeia cultura. E se em Portugal não existe cultura desportiva é porque não existem políticas públicas dignas desse nome. Como referia Vítor Serpa “a política desportiva do governo… é bola” (Cf. A Bola 2017-09-16) que é como quem diz é zero. Ora, se a política desportiva é zero a cultura desportiva é zero. E assistimos ao Primeiro-ministro de um País, em plena pandemia, a agraciar os profissionais de saúde com a realização da Champions Legue em Portugal. Ao cabo de mais de cinquenta anos em que, com todo o empenho, procurei servir o desporto até as lágrimas me vieram aos olhos.
2. Recordo ao presidente do COP Albert Camus o filósofo do futebol que, para além do futebol tinha uma enorme paixão pelo desporto. Esta paixão começou na sua juventude ao tempo em que era guarda redes da equipa do seu clube de sempre o RUA (Racing Universitaire d'Alger). Note-se que, nos países africanos, este género de clubes foram autênticos baluartes pedagógicos nas lutas pelas independências. Desde os velhos gimnasiarcas a Pierre de Coubertin as actividades físicas e o desporto sempre estiveram envolvidas nas questões de ordem política. Tal como em Portugal o SL e Benfica e outros clubes foram escolas de democracia ao tempo em que a democracia não funcionava. Em 1957, depois de ter ganho o prémio Nobel da Literatura, o desportivo France Football solicitou a Camus um texto a fim de ser publicado nas páginas do jornal. E Camus enviou ao jornal um texto que já havia publicado no número de Abril de 1953 na revista do RUA que viria a ser reproduzido na edição nº 613 de 17 de Dezembro de 1957 do France Football. Passo a citar: “…depois de muitos anos em que o mundo me ofereceu muitos espectáculos, o que finalmente sei sobre a moral e as obrigações dos homens, é ao desporto que devo ... ". Ora, quando uma actividade humana, só por si, desencadeia sentimentos ético-morais que depois se traduzem nos comportamentos da vida de todos os dias significa que ela tem um potencial educativo, social e cultural que deve ser considerado nas opções em matéria de políticas públicas. Lamento que um presidente de um Comité Olímpico Nacional não compreenda ou não queira compreender, nas diversas perspectivas ideológicas, o potencial político do desporto que pode e deve ser catalisado pelos ideais olímpicos. Porque, as virtualidades ético-morais do desporto não nascem de geração espontânea. Decorrem não só das políticas públicas desencadeadas pelo ideário dos governos bem como do credo que determina a identidade das organizações do livre associativismo e do grau de liberdade que a tutela política lhes concede para o desenvolverem.
3. O problema é que, hoje, se quisermos encontrar moral e dever no desporto por esse mundo fora, temos de descer à base dos sistemas desportivos onde o desporto ainda acontece de baliza às costas e um amor profundo ao emblema. O que hoje se vê no vértice estratégico do mundo do desporto, salvo algumas honrosas excepções, já nada tem a ver nem com a moral nem com o sentido de dever dos homens acerca do qual Camus escrevia. Nos tempos que correm, o desporto, com uma roupagem pseudo-democrática vive sob o regime da Lei de Ferro da Oligarquia que dele se serve para seu próprio benefício e proveito. Por isso, a dimensão política do desporto cada vez é mais um tema fulcral nas sociedades e os Comités Olímpicos Nacionais deviam ser as primeiras entidades a assumi-lo.
4. O problema é que são poucos os dirigentes desportivos da cúpula do desporto que não se consideram a si próprios como deuses do Olimpo pelo que se mantêm, anos a fio, agarrados ao poder sem qualquer pudor. E ai daqueles que ousarem questioná-los. Tristes figuras fazem-nos lembrar as palavras de Friedrich Nietzsche acerca de Milcíades tomado pelo mal de húbris após a grande vitória que foi a batalha de Maratona: “… tal como Milcíades perece, também os mais nobres Estados gregos sucumbiram, quando, por mérito e sorte, trocaram a pista de corridas pelo templo da Vitória". Ora, um desporto em que as eleições nas mais diversas organizações são disputadas por uma única lista porque existe quem se sinta no direito de, anos a fio, açambarcar o poder e aqueles que o deviam disputar não se atrevem a fazê-lo, é um desporto que, por ausência de políticas públicas que obriguem os seus dirigentes a respeitarem a lei sagrada da competição é um sistema que vive sem qualquer futuro.
5. Se existe aspecto que, claramente, decorre da Carta Olímpica é o de que as políticas públicas em matéria de desporto devem começar na educação desportiva promotora dos valores da competição justa, nobre e leal. Nietzsche, a este respeito, glosava os efésios quando estes proclamavam: “Entre nós, ninguém se deve considerar o melhor; se alguém, no entanto, se considerar, que o seja noutro lado e entre outra gente”. E qual a razão para que ninguém se pudesse considerar o melhor? “É que, se tal ocorresse, a competição esmoreceria e com isso ficava ameaçada a permanente razão de ser do Estado helénico”. Quer dizer, estava posta de lado qualquer usurpação do poder. E quando tal acontecia funcionava o princípio do ostracismo e o usurpador era simplesmente afastado sempre que se tornava evidente que utilizava “meios perniciosos e destrutivos e de perigosos golpes de Estado”. 
6. Temos um desporto que vive à custa do dinheiro dos contribuintes. Todavia, o Estado não controla com critérios rígidos de independência e competência aquelas entidades que não cumprem o princípio da alternância democrática servindo-se de figuras como a de testas de ferro para, na maior das legalidades (!), se manterem agarrados ao poder. E a pergunta é: Este tipo de situações podia acontecer em Inglaterra, na Noruega, na Suécia, na Dinamarca ou na Finlândia? Claro que não porque aí funciona o princípio do ostracismo determinado, não por imposição burocrática, mas por razões de pudor social porque desporto é política. O que hoje está a acontecer em algumas organizações desportivas é uma vergonha política.
7. A consequência mais desastrosa de se considerar que “o problema político do desporto é cultural” é a da promoção de uma cultura de mediocridade em que os sistemas de monitorização e controlo deixam de existir uma vez que não se admitem alternativas políticas. Em resultado, nunca ninguém é avaliado. O exemplo mais flagrante é a institucionalização do Programa de Preparação Olímpica em 2005 (DR - II Série Nº 70 - 11 de Abril de 2005), onde se previam 5 (cinco) medalhas olímpicas para os Jogos de Pequim (2008). Desde então, do ponto de vista organizacional, o sistema vive com duas pesadas burocracias que se repetem uma à outra e à conta do dinheiro dos contribuintes. E ao cabo de doze anos a Missão Olímpica conseguiu uma medalha no Rio (2016) quando, pelas expectativas criadas em 2005 era legítimo esperarem-se, pelo menos, oito ou nove.
8. Entretanto, Portugal apresenta as mais baixas taxas de participação desportiva da União Europeia com valores de descarte na passagem de iniciados para juniores a ultrapassarem em algumas modalidades os 96%. Tenho para mim que as decisões de 2005 foram desencadeadas sem a mínima base de sustentação cultural, todavia só aconteceram devido a uma confrangedora ausência de ideologia política em matéria de desporto que as nomenklaturas, ao cabo de 15 anos de insucessos, ainda não ousaram submetê-las a uma avaliação externa e independente.
9. Recordo ao presidente do COP o 6º princípio do Olimpismo que diz o seguinte: “ Toda e qualquer forma de discriminação relativamente a um país ou a uma pessoa com base na raça, religião, política, sexo ou outra é incompatível com a pertença ao Movimento”. Hoje, é por demais sabido que os países valem pelas suas pessoas bem como pelas instituições que elas são capazes de organizar. São elas que preservam os valores que determinam a vida das comunidades. Reduzir o desporto a uma questão cultural assim como que uma espécie de opinião pessoal cujo conteúdo não passa de superficialidades que só servem para camuflar o atrevimento da ignorância é destruir a força política do desporto nas suas dimensões educativa, social e cultural enquanto instrumento de superior valia ao serviço das populações. É transformá-lo num instrumento que só serve, como se está a constatar nestes meses de chumbo, para ludibriar os patetas.
10. Recorro, novamente, a Albert Camus quando, em 1956, no livro “La Chute” escreveu uma das frases que pela sua ingenuidade melhor caracteriza aquilo que o desporto é para a grande maioria dos seus apaniguados: “… as partidas de domingo, num estádio cheio a rebentar e o teatro, que amei com uma paixão sem paralelo, são os únicos lugares do mundo onde me sinto inocente”. E esta é a questão que os dirigentes, quer eles sejam políticos quer desportivos, no interior das suas carapaças burocráticas e desumanizadas, têm a obrigação de ser capazes de compreender. Os homens e as mulheres, ricos ou pobres, fortes ou fracos, religiosos, agnósticos ou ateus, tenham as convicções políticas que tiverem, da infância à velhice, devem poder encontrar no desporto um espaço de alegria e de liberdade onde podem recorrentemente voltar a sentir-se inocentes. E esta é a primeira missão político ideológica de uma organização como um Comité Olímpico Nacional. Ainda não chegámos ao fim da história nem é desejável que algum dia isso possa vir a acontecer. Ignorar a dimensão política do desporto é reduzi-lo à sua dimensão biológica e transformar os praticantes em simples máquinas de obtenção de marcas desportivas ao serviço da glória das oligarquias reinantes."

Iniquidades no financiamento público (administrativo ou programático?) das organizações desportivas pós Covid-19

"As organizações desportivas (OD’s), entre as quais as federações desportivas (FD’s), são elementos estruturantes do tecido associativo e entidades produtoras do sistema desportivo a quem cabe a missão de organizar e promover o desporto. Não só como consequência da pandemia, mas também, urge implementar medidas correctivas das iniquidades existentes neste modelo de financiamento com implicações directas na produção de exercício e desporto. Em Portugal, as FD’s, e só elas, são dotadas de Estatuto de Utilidade Pública Desportiva (UPD), através do qual o Estado se relaciona, concedendo-lhes poderes delegados: regulamentares, disciplinares e outros de natureza pública e, por isso, com acesso ao financiamento público sob a forma de contratos programa de desenvolvimento desportivo (CPDD), regulados pelo disposto no DL 273/2009 de 1 de Outubro que estabelece o regime jurídico.
No decorrer dos anos foram introduzidas alterações que melhoraram significativamente a acção das FD’s, como a simplificação administrativa operada ao nível de celebração dos contratos num único contrato-programa referente às actividades regulares, objecto que se encontrava disperso por três contratos-programa (organização e gestão das OD’s; desenvolvimento da actividade desportiva e selecções nacionais e alto rendimento desportivo).
Para além destes subprogramas, são alvo de financiamento institucional: o apoio à formação de recursos humanos, para o plano anual de formação, formação de técnicos; outros programas variáveis, como a organização de eventos internacionais; e o apoio ao centro de alto rendimento Jamor (CARJ), que está dependente do número de atletas inscritos. Para além do financiamento programático, regulado e administrado pelo estado como entidade pública, delegada no IPDJ, as FD’s possuem financiamento programático regulado por entidades privadas e /ou fundacionais:
1. No âmbito do subsistema de alto rendimento desportivo com o Comité Olímpico de Portugal(COP), e Paralímpico de Portugal (CPP), para a execução dos Programas de Preparação Olímpica, Paralímpica e Surdolímpica;
2. No âmbito do apoio à gestão do plano de actividades e de apetrechamento dos Centro de alto Rendimento (CAR), em parceria com os municípios e comissões de gestão local, pela Fundação do Desporto (FdD) que, por delegação do estado, assume a responsabilidade pela coordenação da gestão dos CAR (com excepção do Jamor).
No âmbito destes contratos programa com a tutela, existem algumas iniquidades que facilmente, desde que com vontade, seriam resolúveis contribuindo até para um maior financiamento directo e que urge rectificar, de sempre, mas com mais premência para obstar aos efeitos nefastos da crise, que se avizinha, pós-pandemia.
O desporto, enquanto sector, possui dinâmicas que exigem do Estado funções de regulação económica, porquanto as FD’s competem em mercados de concorrência, pelos benefícios gerados e pelo financiamento público. É exigível que o estado assuma o poder de regulação. Não se entende, porém, que o mesmo promova a delegação e descentralização de funções de regulação a privados ou instituições de outra natureza, porque além de não contribuir para a simplificação administrativa num quadro de subfinanciamento estatal, provoca uma desnecessidade regulamentar e operacional, porque redundante.
Estão, neste caso, a delegação da regulação das FD’s por outras instituições privadas/fundacionais, como o COP e CPP, ou a FdD.
Bastava considerar os planos de preparação olímpica, paralímpica e surdolímpica como um subsistema do contrato programa de alto rendimento desportivo e selecções nacionais no âmbito dos CPDD com IPDJ, assim como a atribuição das verbas para o funcionamento dos CAR a nível nacional, a exemplo do que sucede com o CAR Jamor.
Nem as FD’s teriam de reportar administrativamente, como o fazem a estas entidades privadas e/ou fundacionais, nem haveria a perda de eficiência financeira, com a comissão de gestão destes programas, para estas instituições.
Outra das iniquidades prende-se com as regras previstas no despacho que regula a atribuição do apoio financeiro às FD’s, nos pagamentos das deslocações às Regiões Autónomas. Não se entende que sendo o arquipélago da Madeira e dos Açores, parte insular do país, tenham as FD’s (com excepção do andebol, basquetebol, futebol, futsal, hóquei em patins, ténis de mesa e voleibol) de assumir, o “principio da continuidade territorial” que assenta na necessidade de correcção das desigualdades, originadas pelo afastamento e pela insularidade, contribuindo para a coesão nacional, independentemente de qualquer comparticipação estatal, via IPDJ, I. P.
Urge que o estado assuma, de igual forma, para todas as equipas, clubes e atletas de todas as FD’s, a comparticipação dos encargos com a deslocação, por via aérea e/ou marítima, entre o território continental e as Regiões Autónomas, que participem em campeonatos nacionais e Taças de Portugal. A terceira iniquidade, menor, prende-se com a aplicação do princípio da inclusão, integrando de forma gradual o apoio à prática desportiva adaptada no quadro das actividades regulares das federações uni desportivas. Tendo sido uma determinação superior, aceite pelas FD’s de modalidade, a realidade é que ou damos condições plenas de desenvolvimento da actividade para o desporto adaptado, a exemplo do que acontece com as actividades regulares, ou teremos um problema a prazo. 
Tudo decorre das expectativas, erradamente geradas, sobre os prémios de desempenho desportivo e do apoio à preparação com estes atletas. A base de sustentação de um sistema deverá ser sempre a criação de critérios de paridade que se tornem equitativos e exequíveis numa óptica de sustentabilidade do sistema, que não tem sido o caso.
A grande questão de fundo, que gera perplexidade e cuja resolução justifica uma medida correctiva, prende-se com a definição de critérios de repartição de recursos disponíveis, estabelecidos em função da selecção de um conjunto de indicadores previamente determinados, independentemente do volume de financiamento que o estado garante, assim como a avaliação dos impactos gerados e sua consequência. Num cenário de escassez de recursos, cujo impacto na capacidade das organizações é notório, condicionando a missão de desenvolvimento da prática desportiva e aumento de qualificação dos agentes desportivos, não se percebe a valorização, quase absoluta, do financiamento com base no histórico, na atribuição dos financiamentos gerais às FD’s. Isto pode ser visto, de uma forma geral, nos montantes atribuídos a algumas FD’s nos contratos programa, regulares, onde a posição relativa no decurso dos anos, no âmbito do seu financiamento, se mantém inalterável independentemente da avaliação dos indicadores métricos da tutela sobre a criação de valor desportivo e impactos gerados, mas, também, quando se pretende avaliar o mérito específico de cada uma das FD’s no universo das OD’s com UPD.
Verifica-se que, para além do critério histórico justificável, até certo ponto, o mérito institucional não é tido em conta no nível de financiamento das OD’s. Isto é, o indicador objectivo, da própria tutela, sobre os resultados nos diversos programas objecto de financiamento, não majora quem supera os objectivos e não penaliza quem os não cumpre, numa lógica de validação da eficácia, eficiência e boa governação institucional. Urge mudar o paradigma, de um controlo burocrático, para um controlo de projecto-programa de desenvolvimento desportivo, indo ao encontro das reais necessidades das OD’s, que não se resumem ao financiamento, congregando esforços numa partilha de recursos necessários ao tecido desportivo e que poderá desonerar as pequenas FD’s deste pressuposto (exemplos, já identificados, comunicação, desmaterialização. Formação, etc., sponsorização, etc.).
Para tal, justifica-se, a implementação, pós período de estabilização da crise decorrente da COVID-19, em ano atípico de 2020 e 2021, de medidas corretivas a dois níveis. Ao nível da regulação:
1. A obrigatoriedade de todas as OD’s serem alvo de auditorias prévias: i) económicas, protegendo o valor investido em desporto e disponibilizando estatísticas e estudos sobre as melhores condições de produção desportiva; ii) técnicas, com avaliação dos impactos da atividade desportiva nacional a fim de implementar as medidas correctivas dos fracassos e a promoção das melhores políticas desportivas para a promoção do capital desportivo;
2. A obrigatoriedade de todas as OD’s serem certificadas por qualquer critério externo existente que venha a ser adotado (Support the Implementation of Good Governance in Sport, ou outro), assumindo a administração pública desportiva, IPDJ, como verdadeira entidade reguladora e fiscalizadora do grau de cumprimento e de execução dos contratos programa assumidos com as OD’s;
3. A especificação concreta, em sede de CPDD, entre a tutela e as OD’s, dos objectivos e indicadores métricos a alcançar e a que se comprometem aquando da assinatura do mesmo (ver artigo 8 DL 273/2009), numa perspectiva anual e plurianual (ciclo olímpico).
Ao nível do financiamento:
1. A discussão com as OD’s de um modelo de financiamento e seus descritores, integrando nesta equação:
a. O peso do histórico com base em critérios de sustentabilidade institucional, considerando o rácio das actividades produzidas e o financiamento atribuído, com indicadores percebidos (exemplo: financiamento per capita; financiamento por resultado; rácio de gestão e organização institucional);
b. Os indicadores de desempenho institucional, nos subprogramas alvo (actividade regular nacional; gestão e organização e alto rendimento e selecções nacionais), face à comparabilidade institucional com outras OD’s (métrica absoluta);
c. O grau de cumprimento dos indicadores de desempenho institucional anual face ao programa plurianual proposto, e com base no critério definido na declaração de compromissos assumida (métrica relativa).
A alteração do modelo e paradigma de financiamento pressupõe uma corresponsabilização de todas as instituições. Cada FD’s necessita de, complementarmente, criar as suas próprias políticas e instrumentos que as promovam no mercado nacional e internacional, assegurando o financiamento público e a melhor gestão dos recursos públicos que lhes são dedicados, mas, também se devem posicionar como entidades prestadoras de serviços desportivos, possibilitando a captação de receitas próprias. A estrutura da tutela, IPDJ, deve repensar a alteração e aumento da massa crítica ao nível dos Recursos Humanos para poder analisar, à luz de uma estratégia nacional e prioridades específicas, o papel de cada OD (1) e o seu financiamento (2), no estrito cumprimento do papel social e que decorre da delegação de competências do estado."