sexta-feira, 16 de outubro de 2020

O senhor Ângelo


"'Nunca se cale quando atacarem o Benfica!' Recordo este conselho que Ângelo Martins me dava sempre que nos cruzámos. Tive o privilégio de com ele privar, mas tive a frustação de nunca o ter visto jogar. Eu sabia que o Senhor Ângelo era um 'jogador à Benfica'. Conhecia o seu palmarés como jogador operário que ajudou a conquistar 15 títulos em 13 épocas e ainda como treinador, que formou alguns dos mais emblemáticos jogadores dos anos  setenta, como Humberto Coelho, João Alves, Shéu, Vítor Martins, José Luís, Rui Jordão, Nené e Fernando Chalana. Um dia, Artur Santos, um dos nossos históricos capitães e um dos campeões europeus, apresentou-mo o ficámos horas à conversa. Com ele aprendi que o mais importante é o Benfica. Com ele aprendi que é nas alturas difíceis e complexas que devemos demonstrar o nosso benfiquismo. Com ele aprendi que nada nem ninguém está acima do Benfica. Quando o presidente Luís Filipe Vieira e a Direcção do Clube decidiram homenageá-lo com o Galardão Cosme Damião, pelo prémio Carreira, em Março de 2017, vibrei com o seu discurso. Fiz questão de o cumprimentar, no final da Gala, e, como sempre, disse-me: 'Continue a defender o Benfica!' Era assim o Senhor Ângelo. Respirava Benfica. Só pensava no Benfica e ouvi-lo confessar à BTV, há quatro anos, que sentia orgulho por ter pertencido ao Benfica, é algo que nos deve fazer pensar nos dias de hoje. Nas paredes do Estádio da Luz, o seu nome está imortalizado como 'persistente' e 'intrépido'. E com uma frase que o definia na perfeição - 'antes quebrar do que torcer'."

Pedro Guerra, in O Benfica

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