sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Década de ouro


"Normalmente, apercebemos-nos da abundância apenas quando, de alguma forma, passamos para situações de escassez. Talvez por isso, alguns benfiquistas ainda não tenham percebido cabalmente  quanto o clube cresceu nesta última década. E esperemos que não seja necessário voltar para trás para que todos saibam valorizar o que temos hoje.
Na última década, o Benfica voou bem alto. Nas modalidades, nunca tinha apresentado tantas equipas, e nunca ganhara tantos troféus - títulos internacionais inéditos em hóquei em patins (vários), em futsal, em triatlo, finais europeias em voleibol e andebol, total hegemonia nacional em várias modalidades nos sectores masculino e feminino, e aposta generalizada na formação de atletas.
No futebol, à excepção da gloriosa década de sessenta, não encontrarmos em 116 anos de história nenhum outro período tão ganhador como os últimos dez anos. Na década de setenta, também conquistámos cinco campeonatos, mas apenas mais dois troféus (duas Taças de Portugal). Nos anos oitenta, estivemos em duas finais europeias, mas vencemos somente cinco campeonatos. Entre 2010 2020, vencemos seis campeonatos (entre eles um inédito tetra), conquistámos mais doze troféus e chegámos a duas finais europeias.
Foi também nesta última década que se sedimentou o projecto do Seixal, com fortíssima valorização de jogadores e reflexo nos melhores resultados financeiros de sempre.
Em 2000, estava em causa a nossa sobrevivência. Em 2010, estávamos ainda perante uma total hegemonia do FC Porto. Hoje, há quem se queixe de o Benfica não ter conquistado sete campeonatos seguidos. Sinal dos tempos."

Luís Fialho, in O Benfica

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