terça-feira, 28 de janeiro de 2020

O efeito Rafa

"Rafa oferece à equipa mais velocidade no último terço do relvado e melhor finalização

Convincente
1. Vitória convincente da melhor e mais forte equipa. Não foi, tecnicamente, um grande jogo, muito por culpa do relvado muito irregular, que prejudicou as duas equipas e o espectáculo. Com um golo e uma assistência (e muito mais que ofereceu ao jogo do Benfica), Rafa foi o homem do jogo.

Oportunidades
2. P. Ferreira conseguiu equilibrar o jogo nos primeiros dez minutos. O Benfica criou, nesse minuto, duas oportunidades de golo, por Grimaldo e Carlos Vinícius, e passou a ser a equipa mais forte, mais segura e com capacidade de criar ocasiões de inaugurar o marcador. Ricardo Ribeiro evitou, com grandes defesas, golos de Pizzi (21) e Ferro (26), Benfica chegou mesmo a atirar a bola para o fundo da baliza, mas o lance foi anulado por fora de jogo de Pizzi (39). O volume de oportunidades traduzia-se no golo de Rafa: excelente movimento de desmarcação, pormenor técnico ao tirar o defesa da frente antes de atirar para a baliza. Apesar de alguma passividade da defesa do P. Ferreira, deve sublinhar-se o mérito da acção.

Mudança
3. A entrada de Rafa no lugar de Chiquinho ofereceu ao Benfica mais velocidade no último terço do campo e outra capacidade de finalização. Os encarnados foram muito fortes nas transições ofensivas. O P. Ferreira procurou pressionar, subiu a linha defensiva e correu riscos. Quando o Benfica recuperou a bola, foi sempre muito perigoso em transições muito rápidas ou em bolas a explorar as costas dos defesas. No corredor direito, o entendimento entre Rafa e Pizzi foi perfeito. Mas também no corredor central a velocidade de Rafa criou muitas dificuldades aos adversários.

Tranquilidade
4. O golo de Carlos Vinícius no início da segunda parte (47) não matou o jogo porque o P. Ferreira nunca desistiu, acreditou sempre que poderia discutir o resultado se marcasse um golo, mas a vantagem deu mais tranquilidade ao Benfica. Bruno Lage também identificou o perigo e o crescimento do P. Ferreira. Quando substitui Pizzi por Taarabt (76) protegeu-se dos riscos que estava a correr. E a verdade é que, apesar de o P. Ferreira ter jogado mais no meio-campo do Benfica nos últimos minutos do jogo, a organização defensiva dos encarnados não deu hipótese e foi resolvendo sem problemas as iniciativas da equipa da casa. O P. Ferreira bateu-se bem, nunca desistiu, mostrou um bom colectivo, do qual é justo realçar Ricardo Ribeiro, cujas intervenções impediram mais golos do Benfica."

Vítor Pontes, in A Bola

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