terça-feira, 12 de novembro de 2019

Méritos de uma visão

"Os muitos títulos conquistados nos últimos anos, assim como a recuperação económico-financeira da SL Benfica SAD e do clube, tiveram, nos jogadores saídos da formação, um dos seus alicerces mais importantes.
Hoje já se tornou evidente quão determinante foi esta aposta estratégica há pouco mais de uma década e que muitos, então, duvidaram das reais possibilidades de se vir a verificar o retorno preconizado. Mas o caminho foi traçado, acreditando-se que, sem desvios, nos levaria ao destino desejado. Os títulos e lucros sucessivos validam a tal aposta que em boa hora foi feita.
Porém, num clube como o Benfica não é aceitável, ou sequer permitido, descansar sob os louros. A exigência e a ambição são uns dos traços identitários mais vincados do benfiquismo. São constantes e bem-vindas. E a formação é um bom exemplo dessa forma de estar.
Não obstante os vários “troféus” da formação, isto é, os muitos jogadores que singraram na equipa principal e contribuíram para feitos desportivos do clube, há a noção clara de que se tem de persistir na excelência do trabalho desenvolvido. Mais que os resultados desportivos das várias equipas da formação, as convocatórias para as selecções jovens constituem-se como o melhor indicador para avaliar, no presente, o trabalho desenvolvido. E estas têm sido, uma após a outra, esclarecedoras quanto ao mérito indiscutível dos profissionais do Benfica Campus.
Nas últimas convocatórias anunciadas, aliás em linha com as anteriores, verificamos que, ao longo dos próximos dias, haverá sete jogadores do Benfica na selecção portuguesa de Sub-20, oito nos Sub-19 e seis nos Sub-17 (além de cinco atletas estrangeiros chamados para selecções jovens dos seus países).
Este é um sinal claro de que a nossa formação continua no bom caminho!
E, fazendo o mesmo exercício para o plantel sénior, constatamos que são onze os atletas convocados por seleccionadores nacionais. Rúben Dias e Pizzi foram chamados por Fernando Santos para representar Portugal, a que se poderia acrescentar os formados no Seixal e que têm sido o grosso da nossa selecção principal. Nos Sub-21 portugueses estarão Florentino, Gedson, Jota, Nuno Tavares e Tomás Tavares. Odysseas representará a Grécia, Seferovic a Suíça, Svilar os Sub-21 da Bélgica e Taarabt estará nos trabalhos da selecção marroquina.
Resta-nos desejar boa sorte às selecções portuguesas, em particular a A que defrontará a Lituânia e o Luxemburgo no âmbito da qualificação para o Europeu 2020."

Lixívia 11


Tabela Anti-Lixívia
Benfica..... 30 (0) = 30
Corruptos. 28 (+8) = 20
Sporting.. 20 (+4) = 16

Mais uma jornada, marcada pelas nomeações! Das seis nomeações principais para os três jogos envolvendo os 'três', tivemos 5 conhecidos, fanáticos, adeptos Corruptos!!! Foi quase 6 em 6 !!!

Como o karma às vezes funciona de forma maquiavélica, o Soares Dias, lá ficou a observar mais uma remontada do Benfica, mesmo com o apito a inclinar o campo o jogo todo!!!
- Impunidade disciplinar total para os jogadores do Santa Clara...
- Penalty claríssmo sobre o Cervi... E sim o VAR tinha a obrigação de o ver, mas as imagens são claras, o Soares Dias estava em cima do lance, viu tudo... não quis marcar!
- Não existe qualquer falta do Chiquinho no 1.º golo do Benfica...

Os Lagartos, ganharam um jogo, depois de terem sido totalmente dominados até ao intervalo em casa...
No lance do 2.º golo ficaram dúvidas sobre um fora-de-jogo, mas a Linha Virtual do VAR, diz que o jogador estava 5 centímetros 'em jogo'!!! Não fiquei muito convencido, mas...

No amigável do Bessa (estou curioso para perceber a atitude dos jogadores do Boavista daqui a umas semanas quando o Benfica for ao mesmo estádio...), dois lances decisivos:
- O golo dos Corruptos, nasce de uma falta, inexistente...
- Marcano tinha que ver Vermelho: basta comparar com o lance da expulsão do Taarabt! O Marcano não tocou na bola (ao contrário do Taarabt), atingiu de sola, com os pitons (o Taarabt foi com o peito do pé) o adversário, vermelho claro...
Mas como é óbvio o mesmo VAR de Portimão, voltou após os distúrbios emocionais, e voltou a beneficiar os mesmos, como aliás tem feito durante toda a carreira...!!!

E ainda houve um 'charuto' para a bancada, com a baliza completamente aberta, por parte do Ricardo 'assistências' Costa, para os seus companheiros Dragays!!!

Anexos (I):
Benfica
1.ª-Paços de Ferreira(c), V(5-0), M. Oliveira (L. Ferreira), Prejudicados, (6-0), Sem influência
2.ª-B SAD(f), V(0-2), Veríssimo (Xistra), Prejudicados, (0-4), Sem influência
3.ª-Corruptos(c), D(0-2), Sousa (Almeida), Prejudicados, Impossível contabilizar
4.ª-Braga(f), V(0-4), Almeida (Rui Costa), Prejudicados, Beneficiados, (1-4), Sem influência
5.ª-Gil Vicente(c), V(2-0), Pinheiro (L. Ferreira), Nada a assinalar
6.ª-Moreirense(f), V(1-2), Soares Dias (Mota), Nada a assinalar
7.ª-Setúbal(c), V(1-0), Martins (Esteves), (2-0), Prejudicados, Sem influência
8.ª-Tondela(f), V(0-1), Miguel (Nobre), Nada a assinalar
9.ª-Portimonense(c), V(4-0), Mota (V. Ferreira), Nada a assinalar
10ª-Rio Ave(c), V(2-0), Xistra (Esteves), Prejudicados, Sem influência
11.ª-Santa Clara(f), V(1-2), Soares Dias (R. Oliveira), Prejudicados, (1-3), Sem influência

Sporting
1.ª-Marítimo(f), E(1-1), Martins (Hugo), Beneficiados, (1-0), (+1 ponto)
2.ª-Braga(c), V(2-1), Godinho (Nobre), Beneficiados, (2-2), (+2 pontos)
3.ª-Portimonense(f), V(1-3), Xistra (V. Santos), Beneficiados, (2-3), Impossível contabilizar
4.ª-Rio Ave(c), D(2-3), Pinheiro (Narciso), Beneficiados, Prejudicados, (3-5), Sem influência
5.ª-Boavista(f), E(1-1), Sousa (V. Ferreira), Beneficiados, (2-1), (+1 ponto)
6.ª-Famalicão(c), D(1-2), Hugo (Nobre), Nada assinalar
7.ª-Aves(f), V(0-1), Xistra (Nobre), Nada a assinalar
8.ª-Guimarães(c), V(3-1), Soares Dias (Narciso), Nada a assinalar
9.ª-Paços de Ferreira(f), V(1-2), Rui Costa (Xistra), Beneficiados, Impossível contabilizar
10.ª-Tondela(f), D(1-0), Veríssimo (Mota), Nada a assinalar
11.ª-Belenenses(c), V(2-0), M. Oliveira (L. Ferreira), Nada a assinalar

Corruptos
1.ª-Gil Vicente(f), D(2-1), Almeida (Xistra), Nada a assinalar
2.ª-Setúbal(c), V(4-0), Mota (V. Santos), Nada a assinalar
3.ª-Benfica(f), V(0-2), Sousa (Almeida), Beneficiados, Impossível contabilizar
4.ª-Guimarães(c), V(3-0), Xistra (Nobre), Beneficiados, Prejudicados, (4-2), Impossível contabilizar
5.ª-Portimonense(f), V(2-3), Rui Costa (V. Santos), Beneficiados, (2-1), (+3 pontos)
6.ª-Santa Clara(c), V(2-0), Godinho (Rui Oliveira), Beneficiados, (2-1), Impossível contabilizar
7.ª-Rio Ave(f), V(0-1), Almeida (Sousa), Beneficiados, Impossível contabilizar
8.ª-Famalicão(c), V(3-0), Veríssimo (L. Ferreira), Nada a assinalar
9.ª-Marítimo(f), E(1-1), Sousa (Almeida), Beneficiados, (1-0), (+1 ponto)
10.ª-Aves(c), V(1-0), Malheiro (Rui Costa), Nada a assinalar
11.ª-Boavista(f), V(0-1), Almeida (V. Santos), Beneficiados, (0-0), (+2 pontos)

Anexos (II):
Árbitros:
Benfica
Soares Dias - 2
M. Oliveira - 1
Veríssimo - 1
Sousa - 1
Almeida - 1
Pinheiro - 1
Martins - 1
Miguel - 1
Mota - 1
Xistra - 1

Sporting
Xistra - 2
Martins - 1
Godinho - 1
Pinheiro - 1
Sousa - 1
Hugo - 1
Soares Dias - 1
Rui Costa - 1
Veríssimo - 1
M. Oliveira -1

Corruptos
Almeida - 3
Sousa - 2
Mota - 1
Xistra - 1
Rui Costa - 1
Godinho - 1
Verissimo - 1
Malheiro - 1

VAR's:
Benfica
L. Ferreira - 2
Esteves - 2
Rui Costa - 1
Xistra - 1
Almeida - 1
Mota - 1
Nobre - 1
V. Ferreira - 1
R. Oliveira - 1

Sporting
Nobre - 3
Narciso - 2
Hugo - 1
V. Santos - 1
V. Ferreira - 1
Xistra - 1
Mota - 1
L. Ferreira - 1

Corruptos
V. Santos - 3
Almeida - 2
Xistra - 1
V. Santos - 1
Nobre - 1
Rui Oliveira - 1
Sousa - 1
L. Ferreira - 1
Rui Costa - 1

Jogos Fora de Casa (árbitros + VAR's)
Benfica
Soares Dias - 2 + 0 = 2
Veríssimo - 1 + 0 = 1
Almeida - 1 + 0 = 1
Miguel - 1 + 0 = 1
Xistra - 0 + 1 = 1
Rui Costa - 0 + 1 = 1
Mota - 0 + 1 = 1
Nobre - 0 + 1 = 1
R. Oliveira - 0 + 1 = 1

Sporting
Xistra - 2 + 1 = 3
Sousa - 1 + 0 = 1
Martins - 1 + 0 = 1
Soares Dias - 1 + 0 = 1
Veríssimo - 1 + 0 = 1
Hugo - 0 + 1 = 1
V. Santos - 0 + 1 = 1
V. Ferreira - 0 + 1 = 1
Nobre - 0 + 1 = 1
Mota - 0 + 1 = 1

Corruptos
Almeida - 3 + 2 = 5
Sousa - 2 + 1 = 3
V. Santos - 0 + 2 = 2
Rui Costa - 1 + 0 = 1
Xistra - 0 + 1 = 1

Totais (árbitros + VAR's):
Benfica
Soares Dias - 2 + 0 = 2
Almeida - 1 + 1 = 2
Mota - 1 + 1 = 2
Xistra - 1 + 1 = 2
L. Ferreira - 0 + 2 = 2
Esteves - 0 + 2 = 2
M. Oliveira - 1 + 0 = 1
Veríssimo - 1 + 0 = 1
Sousa - 1 + 0 = 1
Pinheiro - 1 + 0 = 1
Martins - 1 + 0 = 1
Miguel - 1 + 0 = 1
Rui Costa - 0 + 1 = 1
Nobre - 0 + 1 = 1
V. Ferreira - 0 + 1 = 1
R. Oliveira - 0 + 1 = 1

Sporting
Xistra - 2 + 1 = 3
Nobre - 0 + 3 = 3
Hugo - 1 + 1 = 2
Narciso - 0 + 2 = 2
Martins - 1 + 0 = 1
Godinho - 1 + 0 = 1
Pinheiro - 1 + 0 = 1
Sousa - 1 + 0 = 1
Soares Dias - 1 + 0 = 1
Rui Costa - 1 + 0 = 1
Veríssimo - 1 + 0 = 1
M. Oliveira - 1 + = 1
V. Santos - 0 + 1 = 1
V. Ferreira - 0 + 1 = 1
Mota - 0 + 1 = 1
L. Ferreira - 0 + 1 = 1

Corruptos
Almeida - 3 + 2 = 5
Sousa - 2 + 1 = 3
V. Santos - 0 + 3 = 3
Xistra - 1 + 1 = 2
Rui Costa - 1 + 1 = 2
Mota - 1 + 0 = 1
Godinho - 1 + 0 = 1
Veríssimo - 1 + 0 = 1
Malheiro - 1 + 0 = 1
Nobre - 0 + 1 = 1
Rui Oliveira - 0 + 1 = 1
L. Ferreira - 0 + 1 = 1

Jornadas Anteriores:
Jornada 1
Jornada 2
Jornada 3
Jornada 4
Jornada 5
Jornada 6
Jornada 7
Jornada 8
Jornada 9
Jornada 10

Épocas anteriores:
2018-2019

Abre-se a janela, limpa-se a casa

"O Sport Lisboa e Benfica tem, nos seus quadros, vários jogadores que poderão estar na porta de saída do clube já em Janeiro. Ora por baixo (ou nenhum) rendimento na equipa principal, ora por estarem a realizar boas performances na presente temporada, a verdade é que, na próxima abertura de mercado, o SL Benfica deverá vender alguns dos seus activos.
A má prestação nas competições europeias é também um factor para as possíveis vendas, uma vez que, em caso de eliminação das mesmas, não haverá espaço nem oportunidades para os jogadores menos utilizados. Andrija Zivkovic perfila-se como um dos principais candidatos à saída já no mercado de inverno. O alto salário que aufere, aliado à falta de espaço no plantel encarnado, tornam-no num excedentário para Bruno Lage. Na actual temporada, Zivkovic ainda não somou qualquer minuto pelos encarnados.
O jovem médio é visto como uma das grandes promessas do futebol sérvio, mas nunca se conseguiu afirmar na Luz. Com uma clausula de rescisão estabelecida em 60 milhões de euros, Zivkovic deverá sair por um valor bem mais baixo.
Nos encarnados, já realizou 84 jogos, tendo apontado quatro tentos e feito 24 passes para golo. Inglaterra e França parecem ser os destinos mais prováveis para o jogador.
Outro caso de insucesso no glorioso é Germán Conti. O defesa central de 25 anos tem contrato até 2023, mas pode deixar a equipa já na próxima janela de transferências. O argentino tem lidado com problemas físicos e não tem lugar no onze inicial, estando na sombra de Rúben Dias, Ferro e até Jardel. Ainda assim, o jovem poderá ficar no plantel, caso outro jogador acabe por sair já em Janeiro. Falo de Rúben Dias, claro.
O jovem internacional português tem estado em destaque nos encarnados e é cobiçado um pouco por toda a Europa. Um dos destinos mais prováveis para o central será Manchester, tendo em conta que tanto o City como o United já demonstraram interesse no jogador.
Ainda que seja apenas uma miragem, pelo menos para já, a saída de Rúben Dias poderá mesmo acontecer, mas creio que apenas pela cláusula de rescisão, uma vez que o central é uma das peças fundamentais do xadrez de Bruno Lage para a conquista do campeonato nacional. Assim, a situação de Conti está condicionada sobre o futuro de Rúben Dias.
Quem também está na porta de saída é o médio Fejsa. O sérvio esteve listado na última janela de transferências, mas acabou por ficar no plantel. A sua saída em Janeiro poderá ser mesmo real, tendo em conta que é a última opção para a posição que desempenha nos encarnados.
Caio Lucas pode também ver a sua situação no Sport Lisboa e Benfica alterada. Sem espaço no plantel, o brasileiro pode ser emprestado. Com seis jogos oficiais disputados, totalizando apenas 225 minutos, o médio não participou em qualquer golo ou jogada para golo da turma encarnada. A falta de espaço poderá mesmo ser “fatal” nas aspirações do jogador em continuar de águia ao peito. 
Também Krovinovic poderá sair em definitivo. O médio está emprestado ao West Bromwich Albion e o bom rendimento no Championship está a convencer o clube inglês, que não está sozinho na “corrida” pela aquisição do croata.
Cristian Lema, que esta temporada está ao serviço do Club Atlético Newell’s Old Boys por empréstimo dos encarnados, poderá também abandonar a Luz. O defesa de 29 anos conta com onze jogos disputados e já facturou por três vezes. Claramente que se dá bem no futebol sul americano e por lá deverá ficar.
Por último temos a situação de Facundo Ferreyra, que actualmente representa o Espanyol. O argentino já disputou 15 jogos na presente temporada, tendo feito uma assistência e sete golos, em todas as competições. Os números apresentados pelo avançado estão a atrair as atenções de vários clubes, espanhóis e também de outros campeonatos, mas o Espanyol tem prioridade, pois pode activar a opção de compra que está estabelecida nos oito milhões de euros.
Até Janeiro muito pode acontecer no panorama encarnado, mas estes são alguns dos casos que o Benfica pode ter em mãos. A continuação nas competições europeias poderão ser um factor preponderante no futuro de alguns destes jogadores, pelo que até à abertura do mercado tudo pode mudar."

Cadomblé do Vata (bitaites da semana...)

"1. O registo de Carlos Vinicius é de louvar: em 511 minutos de águia ao peito, marcou 7 golos... não vou dizer que são números fantásticos, mas quando olho para eles lembro-me daquela capa do O Jogo que só precisou de 5 ou 6 jornadas para eleger o Diaz como o Melhor Reforço do Ano.
2. Nas suas semanais intervenções na Rádio Estádio, Bruno de Carvalho insiste que LFV é que manda no Sporting CP... os discursos dele já passaram da fase "blá, blá, blá whiskas saquetas", para o nível "Batuque, Batuque, Batuque, quem são estes atletas?"
3. Do fim de semana ficou a vitória à rasquinha do Benfica por 2-1 e a goleada do FC Porto por 1-0, sem contar com os 4 reforços sul americanos... aquela malta é tão adepta de festas até altas horas da madrugada, que não será de admirar se em Maio andarem pelo Marquês de cachecol vermelho e branco ao pescoço.
4. Terminado um ciclo de 4 jornadas 100% vitoriosas o campeonato pára 15 dias, para voltar com mais uma série de 3 jornadas e nova paragem de duas semanas... com sequências de jogos destas, será um milagre se o SL Benfica no final desta Liga, não se sagrar campeão da temporada 19/25.
5. Com a vitória de sábado que lhe valeu a continuação de liderança isolada com mais golos marcados e menos sofridos, o Benfica bateu o seu recorde de pontos à 11ª jornada, desde que as vitórias passaram a valer 3 pontos... não há forma de sairmos da crise que nos assolou este ano."

Enke, o guardião

"Não venho aqui falar do guarda-redes Enke, das suas defesas ou da marca que deixou na sua breve passagem pelo Benfica, venho antes falar de Robert, o homem defensor de direitos animais, envolvido em inúmeras campanhas da P.E.T.A. e que lutou por um mundo melhor para aqueles que não se podem defender pela sua própria voz.
Quando esteve por cá a representar as cores do Glorioso, uma das ocupações deste rapaz de então 22 anos era recolher cães abandonados, tratá-los, alimentá-los e arranjar-lhes um dono condigno. Um dono que merecesse o cão e não o contrário. Acabou obviamente, porque podia, queria e porque assim ditava a sua sensibilidade, por ficar com oito desses cães, todos encontrados na rua, que acabaram por acompanhá-lo ao longo da sua vida e entrar em algumas campanhas com ele.
Em 2002, na véspera do campeonato do Mundo de futebol na Coreia/Japão, deixou-se fotografar com dois dos seus cães para dar voz ao tratamento de que estes animais são alvo na Coreia. "Don't kick the dog, kick the ball!" clamava ele. Um homem de convicções fortes que queria partilhar com todos o que, para ele, realmente importava além de a bola abanar as redes ou não.
Tristemente, há dez anos, no dia 10 de Novembro 2009, então com 32 anos, suicidou-se, deixando a mulher Teresa e a filha Leila, que adoptara em Maio desse mesmo ano.
A mulher confirmou então à imprensa o que todos nós hoje sabemos ser um problema maior do que na altura se julgava: Robert Enke sofria de depressões crónicas desde 2003, desde os seus tempos do Barcelona onde começou a ser seguido por especialistas. O precoce falecimento da filha Lara em 2006 tinha sido devastador e o receio que lhe retirassem a filha adoptiva Leila fê-lo ocultar a doença quando já se encontrava numa fase descendente. Viviam os três numa quinta, afastados dos holofotes da fama, onde estavam em paz com todos os seus animais.
Fazem falta pessoas como Robert Enke neste mundo, pena que tenha decidido partir cedo demais. Foi um verdadeiro guardião, em todos os sentidos que a palavra pode ter."

O Benfica de Bruno Lage ofereceu-me uma viagem no túnel do tempo. Tive saudades do Binya, do Beto e do Fernando Aguiar

"Na semana passada queixei-me aqui da fraca qualidade do nosso futebol. À excepção do Famalicão e, em alguns momentos, do Vitória de Guimarães, nenhuma equipa entusiasma. Funciona tudo em serviços mínimos. Na Europa, só a campanha do Braga e os pontos amealhados pelo Sporting têm adoçado a boca aos adeptos. O Porto de estofo europeu perde com Feyenoords e Rangers, já para não falar da eliminação com o Krasnodar, com uma facilidade que, noutras épocas, valeria tumultos no Olival. A exibição na Luz e os razoáveis dois pontos de atraso para o Benfica têm servido de almofada à contestação.
Felizmente para Sérgio Conceição, quatro jogadores sul-americanos – Marchesín, Uribe, Díaz e o incógnito Saravia – forneceram o pretexto ideal para o regresso ao Dragão da retórica da disciplina, da mão de ferro da estrutura e do vetusto discurso de que ninguém está acima da instituição. Nesta área, verdade seja dita, ninguém dá lições ao Porto. Depois de uma visita desastrosa à Escócia, um treinador não pode pedir mais do que “excessos nocturnos” de alguns dos seus melhores jogadores, a fim de reforçar o “espírito de corpo” que, à falta de bom futebol, acalma os adeptos. Não é um regresso à filosofia dos anos 90, com blackouts à mistura, mas traz um cheirinho da velha ordem, do Porto à Porto e demais lembranças da mentalidade de cerco que fez a glória do clube de Jorge Nuno Pinto da Costa.
Bem, dizia eu que me tinha queixado da fraca qualidade do nosso futebol e logo um dos poucos amigos que acompanha esta crónica me censurou o exagero com exemplos de campeonatos pavorosos como o grego, o turco, o belga e o russo, com os quais o ludopédio luso pode ser justamente comparado. Confesso que não acompanho com excessiva atenção a superliga turca. Um Gaziantepspor-Galatasaray pode excitar os otomanos, mas não me faz perder uma hora e meia da minha vida só para encontrar consolo na sua pobreza. O mesmo é válido para um Genk-Gent do campeonato belga ou qualquer jogo da peculiar liga holandesa com as suas catadupas de golos fruto de um horror cultural à organização defensiva.
Para miséria basta-me a nossa. Mas quando eu pensava que o cenário não poderia piorar, eis que o Benfica de Bruno Lage me ofereceu uma viagem no túnel do tempo, às épocas sombrias de Quique Sanchez Flores ou de Trapattoni, neste caso sem o aliciante de um fenómeno místico-futebolístico como Mantorras. Já nem falo da Champions. Que mais se pode dizer da participação do Benfica na maior competição de clubes a não ser que se tornou um martírio insuperável para todos os adeptos? O jogo em Lyon não foi pior do que a norma a que este Benfica nos habituou nas competições europeias e isso, meus amigos, é que é dramático. O horror ficou espelhado na jogada do segundo golo em que um jovem Tomás Tavares foi ultrapassado como se o adversário fosse de mota e ele de cadeira de rodas. Nesse momento suspirei por um paliativo, um jogo da segunda divisão turca ou entre tribos da Polinésia.
Na esperança vã de que estas exibições vergonhosas fossem compensadas por uma resposta musculada no campeonato, sentei-me para ver o jogo contra o Santa Clara e foi aí que o relógio andou para trás quinze anos. Ainda procurei vestígios de José Veiga, perguntei-me se Nuno Assis estaria no banco e, ao ver Gabriel a fazer passes para os apanha-bolas, tive saudades de um Beto, de um Bynia, de um Fernando Aguiar. O Santa Clara, bem orientado por João Henriques, estava tão confortável como eu no meu sofá, mas muito mais divertido a apreciar a sucessão de jogadas disparatadas.
Como o meu masoquismo tem limites, fui acompanhando a segunda parte intermitentemente. O Benfica deu a volta, graças ao único jogador que, ainda assim, parece ser capaz de desbloquear jogos: o também ele intermitente Pizzi. Florentino deu lugar a Carlos Vinícius, mas o segredo, segundo os relatos da imprensa, esteve no discurso de Bruno Lage no balneário. O Correio da Manhã garantiu que o treinador “abriu o coração aos jogadores”. E em que consistiu esta abertura cardíaca? Num apelo lancinante ao sentido de família: “Assim não ganhamos”, terá dito Lage aos jogadores. Quem, no seu perfeito juízo, o poderia desmentir? Prosseguiu: “temos de pensar nas nossas três famílias: a do balneário, que precisa de cerrar fileiras; na que está na bancada, com adeptos que nos apoiam; e na de sangue, por quem todos lutamos.” Este discurso churchilliano terminou com o treinador a dar uma de Arcanjo Gabriel: “Alegrai-vos, cheios de graça! O Senhor está convosco. Aproveito para vos dizer que a minha família vai aumentar!” Desconheço se esta nova Anunciação terá sido acompanhada de uma luz celestial a banhar o balneário, mas imagino os rostos dos jogadores iluminados pela Boa-Nova e a felicitar o treinador pela sua competência procriadora. De regresso ao relvado, jogaram pela trindade de famílias e por aquele que há de nascer e ao qual Bruno Lage, por uma questão de coerência bíblica, deverá pôr o nome de Jesus.
O meu temor é que, daqui para a frente, o treinador do Benfica não disponha de munições motivacionais de idêntico calibre. Que outro anúncio poderá fazer ao intervalo quando a equipa se mostrar tão apática e trapalhona como no último sábado? Anunciará a segunda vinda de Cristo? Este recurso a desesperadas cartadas emocionais recorda-me os tempos em que o Benfica tinha ao leme homens como Toni ou Mário Wilson. Ninguém esperava que dali viessem inovações tácticas. A única esperança era a de que, de alguma forma mágica, conseguissem motivar os jogadores com discursos sobre a velha mística benfiquista e os tempos em que as camisolas vermelhas chegavam para pôr os adversários em sentido, em que Nené não sujava os calções e Humberto Coelho assinalava os foras-de-jogo. O jogo nos Açores foi isso mesmo: um regresso aos tempos da fezada com uma visita angelical pelo meio."

A bola, esse bicho de sete cabeças ((...) não se lembra, nos últimos 18 anos, de uma jornada tão deplorável como esta)

"Vivemos neste fim de semana dias muito parecidos, no que diz respeito ao futebol, àqueles que se viram com a crise financeira em 2008: uma espécie de “Black Friday” no futebol das três equipas mais tituladas em Portugal. Nos Açores, em Alvalade e no Bessa triunfaram equipas cujo principal argumento é a transpiração, e parece, por isso, que todo o progresso iniciado por José Mourinho em 2001 foi interrompido.
A evolução é assim, faz-se paulatinamente e está cheia de avanços, mas também de retrocessos pontuais, como tem sido o caso em Benfica, FC Porto e Sporting até ao momento. Não me lembro de, nos últimos 18 anos, uma jornada tão deplorável nos campos onde actuaram as equipas com maior responsabilidade na prova principal do futebol português. Podia haver uma ou outra exibição má por parte de uma equipa, mas das três, na mesma jornada, não me recordo quando. Haver em três campos de futebol distintos três equipas com orçamentos infinitamente superiores ao seu adversário, com condições de trabalho superlativas, com jogadores de qualidade superior a todos os do seu rival, cujo valor do passe é maior do que os orçamentos das equipas contra quem jogam, e nenhuma delas conseguir parecer, não obstante da competitividade, uma equipa do futebol moderno, não é coisa que esperava ver.
Nesta época, o futebol dos “três grandes” tem tido pouquíssimas coisas dignas de interesse. Curiosamente, o mentor de uma das maiores evoluções e revoluções do futebol português, na última equipa onde trabalhou, estava neste mesmo estado de obscuridão que vivemos hoje em Portugal. José Mourinho mudou, e os “três grandes” parecem querer seguir o mesmo caminho antagónico à evolução que o próprio Mourinho iniciou.
A melhor forma de retratar a escuridão que vivemos neste fim de semana é pensarmos que assim como o Manchester United do melhor treinador português da história, Benfica, FC Porto e Sporting foram equipas que jogam muito sem bola - o famoso futebol humano que se joga um pouco em todas as escolas do país. São equipas diferentes na forma de fazer, mas são semelhantes nas principais virtudes e no principal problema.
A principal virtude de todas elas é a forma como o treinador idealiza o seu processo de jogo; em todas elas o treinador é a estrela que mais brilha. Durante os noventa e pouco minutos, quem estava no estádio, quem viu o jogo pela televisão, ou quem ouvia os relatos na rádio, não conseguiu perceber um pingo de qualidade da esmagadora mairia dos executantes dessas equipas, e a conversa virava-se invariavelmente para o treinador. Olhamos para as exibições nos Açores, em Alvalade e no Bessa e vemos equipas a adoptarem posicionamentos definidos pelo treinador nos seus diferentes sistemas de jogo, equipas esforçadas no momento de recuperar a bola, e desesperadas por vencer cada primeira bola e cada duelo. Equipas bem apetrechadas e rigorosas do ponto de vista posicional, focadas sobretudo no espaço.
O problema disto é quando a bola entra em jogo. Porque quando a bola entra em jogo não há transpiração e esforço que não o cognitivo e qualidade que não a técnica que valham.
Ouvi os mais velhos contarem histórias de como Néné jogava sem sujar o equipamento: nesta jornada vi equipas inteiras saírem com os jogadores cheios de lama e espremidas as exibições das suas equipas não temos sumo.
Há quem pense que antes de atacar tens de defender bem, e é esse o mindset instalado quase por todo país; eu penso que primeiro tens de atacar bem, pensar bem na tua forma de atacar, e só depois começas a pensar numa forma de te defenderes da forma como atacas. Pensemos juntos: defender é uma consequência de quê? De uma perda de bola. Se uma equipa for tão bem trabalhada do ponto de vista ofensivo para que passe muito mais tempo com bola do que o seu adversário, já está o primeiro passo dado para defender quando a equipa ainda está no ataque. Mas quando não tens bola é impossível dizeres que estás a atacar. Podes até posicionar-te como quiseres para preparar contra-ataques, mas estás sempre dependente do que o adversário te permitir. É lógico que é importante saberes colocar-te sem bola, mas o grau de dificuldade disso é muito menor do que criar formas para atacar com qualidade. E olhando para o panorama, onde a evolução defensiva tem sido muita, onde as equipas defendem muito melhor do que no passado e quase sempre com muitas pernas, saber atacar é o factor que marcará a diferença para os demais.
Aqui entra o principal problema, e também o problema comum destas equipas: a bola. Como é evidente, é muito importante que as equipas sejam competitivas, que os jogadores se esforcem; é uma arma muito importante a arrumação da equipa com e sem bola, assim como é saber jogar em função do espaço; mas equipas cujas únicas armas são essas não se notabilizam tanto do ponto de vista colectivo como poderiam por estarem sempre dependentes da competência individual dos seus jogadores, sobre quem recai a responsabilidade de fazer o que a equipa, em conjunto, não consegue. Sabendo que as individualidades nem sempre estão tão inspiradas, e nem sempre a sua exibição é directamente proporcional à sua qualidade, a equipa fica refém dos erros dos adversários e da sorte, e como resultado temos a pobreza exibicional que vimos nestes três jogos desta jornada.
Vimos equipas que priorizam o jogo sem bola e, por isso, ignoram individualidades que lhes poderiam resolver problemas ofensivos que eles colectivamente não são capazes de solucionar, e vimos equipas a livrarem-se da bola – esse problema! – chutando-a para a frente e cruzando de qualquer forma na esperança de um ressalto, de uma segunda bola, de um erro do adversário, da sorte de ficarem com ela em boas condições, ou de ser o adversário a ficar com a bola mas ter a equipa bem mais subida e começar a pressão em zonas mais adiantadas. Percebemos que as equipas são incapazes de fazer um uso correto da bola, e sem a percepção da vantagem que é tê-la. Em campo, nenhuma equipa demonstrou de forma clara e consistente que a bola serve para descansar, para se reorganizar, para retirar a iniciativa de jogo ao adversário, para gerir as expectativas de jogo e o resultado, para defender, e também não percebemos capacidade para com bola provocar o bloco defensivo, levar quem defende para zonas que interessem, e aproveitar depois os espaços deixados em aberto pelos movimentos defensivos que o adversário foi obrigado a fazer.
É um problema colectivo que os os “três grandes” demonstram: são capazes de aproveitar os espaços, mas incapazes de os criar. Problemas dos modelos de jogo e da escolha dos jogadores que denunciam a desvalorização da criatividade, que cada vez se torna mais rara em Portugal.
Parece-me que quem tem interesse em ver futebol sai desta jornada, depois dos jogos que Benfica, FC Porto e Sporting fizeram, com as expectativas defraudas. A pobreza de futebol que jogaram não chega. É preciso mais, é preciso melhor; muito melhor! Porque, com executantes de nível superior, com erros dos adversários e com a sorte, qualquer dentista pode ganhar jogos e ser treinador de futebol; e o que espero é que os treinadores das equipas com maior responsabilidade em Portugal voltem a marcar a diferença entre os dentistas e os treinadores, não repetindo uma jornada com o grau de escuridão desta."