sábado, 2 de novembro de 2019

A lição do professor Adriano Moreira

"Hoje se saberá se Lage irá apostar na sua nova fórmula de sucesso ou se irá manter a ideia de que uma longa época exige uma equipa em rotação

O Comité Olímpico de Portugal organizou, com a Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, um ciclo de conferências sob o tema Migrações, desporto e religiões. Para  abertura foi escolhido o professor Adriano Moreira. Aos 97 anos de idade, deu-nos, a todos os que assistíamos no auditório do COP, uma lição inesquecível de análise política, de memória histórica e, sobretudo, de lucidez de pensamento. E eu dei comigo a pensar - tenho idade para pensar com alguma tranquilidade nessas cosias - sobre a verdadeira definição de velhice. Ouvindo o professor Adriano Moreira, que durante mais de meia hora, de pé, discursando de improviso, abrindo, em cada frase que se seguia, um pensamento rigoroso, uma qualidade de comunicação irrepreensível, uma destreza no uso da palavra, que deveria fazer corar de vergonha muitos jovens tribunos, percebi que a velhice, não é, afinal, uma questão de idade, mas de indolência intelectual, de pobreza de ideias, de incapacidade para fazer subir o pensamento acima da vulgaridade vigente.

Falando de vulgaridade vigente, não consigo evitar que me venha à memória a expressão brejeira e menor de Sérgio Conceição, depois do jogo com o Marítimo. Se me perguntarem se fiquei chocado com o plebeísmo, não, não fiquei. De facto, não se trata de uma questão de moralidade, mas de uma questão profissional. Diz-se por aí, e bem, que Sérgio Conceição deveria ter pensado que não se estava a representar a si próprio, mas ao FC Porto e que, por isso, deveria ter tido respeito pela instituição que orgulhosamente serve. Também se disse, e bem, que Sérgio Conceição já é uma referência para muitos jovens treinadores que trabalham ou sonham trabalhar na área da formação. Mas será mais do que isso. Todo o discurso foi desrespeitoso para o adversário que fez pela vida e lutou com as armas que podia usar, e, não menos grave, o discurso nem sequer coincidiu com a realidade. A equipa do FC Porto perdeu dois pontos, percebe-se que o seu treinador não tivesse ficado satisfeito, mas não pode, em circunstância alguma, perder tão grosseiramente o controlo emocional quem, por dever e obrigação profissional, tem de saber que a comunicação, mesmo em situações de pressão, é como o jogo, não pode ser afectada pelo estrondo do desabar das emoções.

Lage pode ter encontrado uma nova fórmula que dará fôlego a um Benfica que tem tido dificuldade em respirar nos seus jogos demasiado sofridos. Porque ressuscitou Samaris e ganhou consistência no meio campo; e porque inventou uma nova dupla de ataque, com Chiquinho e Vinícius, que trouxe maior compatibilidade ofensiva e boas lembranças de dupla João Félix - Seferovic. No entanto, a pergunta, que os benfiquistas farão atá ao quase início do jogo de hoje, será «Terá ficado Lage de tal forma convencido, que vai, mesmo, usar essa fórmula de provável sucesso, ou manterá a teimosia de inventar novas fórmulas, para manter a sistemática rotação dos jogadores de que dispõe?» É uma pergunta legítima e a sua resposta irá trazer,em definitivo, qual a ideia do jovem treinador do Benfica para enfrentar toda uma época, cheia de jogos, de competições, de lesões, de desgaste emocional. Lage poderá não ser sensível à ideia de que uma equipa vencedora deverá ter um onze base consolidado e fazer a defesa, teórica e prática, de contar com quinze ou dezasseis jogadores como nucleares, gerindo-os de acordo com as circunstâncias.

Dentro da Área
O caso estranho do SC Braga
Não será fácil de compreender, mesmo reconhecendo, no futebol, amplos exemplos na área do surpreendente e do inesperado, o que se passa com a equipa de Sá Pinto. Forte na Europa, onde as outras equipas portuguesas têm sido fracas e fraco em Portugal, onde as análises até apontam para uma perigosa diminuição na qualidade média dos jogos. A situação é tão preocupante para o SC Braga, que basta olhar para a tabela classificativa: décimo lugar, apenas com três vitórias em nove jogos e já a treze pontos da liderança.
(...)"

Vítor Serpa, in A Bola

Mohamed Salah

"Não será fácil a Mohamed Salah aturar o Mundo. Em Abril deste ano o avançado do Liverpool integrou a lista das 100 pessoas mais influentes do planeta para a revista Time, que o enquadrou num quadro de veneração extensível a adeptos do Liverpool, e egípcios e, em plano ainda mais amplo, a muçulmanos, esclarecendo que Salah era «uma pessoa ainda melhor do que um jogador», aplaudiu a publicação. A comprová-lo pode lembrar-se a doação de 3 milhões de euros feita, em Agosto, ao Instituto Nacional para o Cancro, no Cairo, no país dele, dias depois de ataque terrorista que matou 20 pessoas e feriu 47 à porta daquele hospital. Não obstante, Salah chegou a escutar uma canção de torcedores rivais do Chelsea que dizia «Salah is a bomber (homem-bomba)», uma imbecil e dolorosa conotação, deplorada e punida pelo próprio Chelsea.
Agora, por ter posado para a edição do Médio Oriente da revista GQ ao lado da modelo Alessandra Ambrósio, Salah foi vítima de injúrias online por parte quem julgou a participação na sessão fotográfica, na qual aparece abraçado pela referida mulher, um indecente comportamento à luz de acepções religiosas extremadas, Salah nem respondeu.
Não será fácil a Salah aturar o Mundo, repete-se, não deve ser fácil viver entre adorações repentinas e ódios fáceis. Salah está bem, parece-me, o Mundo é que está de gatilho fácil, como todos sabemos. Resta-nos a arte, ainda, para repousar os pensamentos e a este respeito recomendo a pintura Fottball Terrotist, de Banksy - o tal génio ou vândalo que tem estado exposto na Cordoaria Nacional; dê lá um salto, se puder, porque termina amanhã: e um homem de balaciava e metralhadora a dar um pontapé de bicicleta numa bola. Só isso. É a arte que nos oferece,de cada vez, a exacta medida de absurdo que nos faz falta. O resto é sempre absurdo de mais."

Miguel Cardoso Pereira, in A Bola

Depressão ou euforia

"Quando Lage muda meia equipa e perde é o pior treinador do mundo, quando muda meia equipa e ganha é o génio da lâmpada

Quando Bruno Lage muda meia equipa e perde um jogo é o pior treinador do mundo, quando muda meia meia equipa e ganha um jogo é o génio da lâmpada. Não há paciência para tantos comentadores dos jogos realizados. Contra a corrente, lembro que o Benfica fez um bom jogo contra o RB Leipzig e perdeu. Não fez o melhor jogo do mundo contra o Portimonense e goleou.
Bruno Lage conhece melhor do que ninguém os seus jogadores e sabe quem (e quando) está em melhores condições para jogar em função daquilo que pretende do jogo.
Mau momento para o Antibenfica que já vendia jornais com novos líderes e se viu confrontado com um clube chamado Benfica que tem a melhor defesa, o melhor ataque e ocupa a liderança do campeonato. Ainda assim não há qualquer razão para euforias ou para deslumbramentos até porque o jogo contra o Rio Ave de amanhã é muito difícil e leva data de pesadelo. Foi a 2 de Novembro de 2018 que na Luz contra o Moreirense (1-3) pensámos ter deixado fugir um título que Bruno Lage e os seus jogadores mais tarde resgataram no Olimpo. A data é dura, o momento é sério, o jogo é difícil e mais importante que o de terça-feira em França.
O Benfica tem que se habituar a viver fora da depressão ou euforia em que o espaço mediático sempre o coloca. Os títulos que procuramos não são os dois jornais, são os troféus que somam conquistas. No Benfica nunca há meio termo, porque a moderação e responsabilidade não vendem.
Carlos Vinícius, que até quarta-feira tinha sido o esbanjar de 17 milhões de euros num acto de péssima gestão para os especialistas de lugares-comuns e banalidades, é agora a última Coca-Cola no deserto. Não é uma coisa nem outra. No Benfica a notícia não são os onze que jogam são os onze que não jogam. No Benfica a notícia não são os avançados que marcam golos, são os avançados que não jogam, enquanto os colegas marcam golos.
A melhor notícia da semana foi o regresso de Chiquinho. Entrou bem em Tondela e fez uma boa exibição contra o Portimonense. Chiquinho é uma dessas esperanças que não enganam, vai estar ali um dos melhores jogadores desta Liga.
Ontem à noite, no jantar de aniversário do Estádio da Luz, bonita homenagem a um grande benfiquista, sem o qual não havia estádio, meu colega numa Direcção do Benfica de tempos difíceis, Mário Dias. Mário Dias é um nome do passado, do presente e do futuro do Benfica."

Sílvio Cervan, in A Bola

Lixívia 9


Tabela Anti-Lixívia
Benfica..... 24 (0) = 24
Corruptos. 22 (+4) = 18
Sporting.. 17 (+4) = 13

Mais um ponto 'oferecido' pelos apitadeiros aos Corruptos, com o Cão a ganir mais umas cagadelas, em jeito de ingratidão... Quando toda a gente sabe, que os latidos, são somente uma manobra de diversão, para não se falar do golo que lhe deu 1 ponto!!!

Até admito que o contacto do Pepe com o guarda-redes do Marítimo é 'duvidoso', está na fronteira do que é permitido... mas a Mão do Soares, antes da bola lhe tocar no focinho, parece-me clara!!!
O facto do Fiscal não ter tido dúvidas se a bola entrou ou não na baliza, também é engraçado!!!
Mas parece que a estratégia está bem definida. Em 5 jogos Fora do Dragay, Jorge Sousa e Nuno Almeida, já têm 7 nomeações, como árbitros, ou como VAR's!!! Sendo que o único jogo fora de portas, onde estes dois não estiveram, os nomeados foram: Rui Costa e Vasco Santos!!! Inacreditável...!!!

Mas ainda houve outro lance, potencialmente mais decisivo: a não expulsão do Uribe, quando pisou de propósito um adversário, sem bola, com o Sousa a ver tudo, bem à frente dos cornos...!!!

Em Paços, a não marcação da Mão da Bola do Mathieu (fora da área), é inacreditável... O VAR não podia intervir, mas o árbitro tinha a obrigação de assinalar... e depois logo se via!!!
Mais uma vez, o Acuña escapou à expulsão! No momento onde leva um Amarelo, protesta e encosta a cabeça à cabeça do árbitro, e este nada!!! Inacreditável...
A CMTV avança que o Xistra (VAR) foi castigado por ter validado o golo do Paços!!! Seria altamente irónico o Xistra ser castigado por ter tomado uma boa decisão, quando só esta época, já fez 'merda' repetidamente como árbitro ou como VAR (sempre em prol dos Lagartos e dos Corruptos)... A mensagem parece ser: se tiveres uma oportunidade de 'roubar' a favor dos Lagartos ou dos Corruptos, e não o fazes... então vais para a 'jarra'!!!

Na Luz, não houve Casos, mas o critério torto do Mota, foi constante... Totalmente condicionado, com o seu suposto Benfiquismo!!!


Anexos (I):
Benfica
1.ª-Paços de Ferreira(c), V(5-0), M. Oliveira (L. Ferreira), Prejudicados, (6-0), Sem influência
2.ª-B SAD(f), V(0-2), Veríssimo (Xistra), Prejudicados, (0-4), Sem influência
3.ª-Corruptos(c), D(0-2), Sousa (Almeida), Prejudicados, Impossível contabilizar
4.ª-Braga(f), V(0-4), Almeida (Rui Costa), Prejudicados, Beneficiados, (1-4), Sem influência
5.ª-Gil Vicente(c), V(2-0), Pinheiro (L. Ferreira), Nada a assinalar
6.ª-Moreirense(f), V(1-2), Soares Dias (Mota), Nada a assinalar
7.ª-Setúbal(c), V(1-0), Martins (Esteves), (2-0), Prejudicados, Sem influência
8.ª-Tondela(f), V(0-1), Miguel (Nobre), Nada a assinalar
9.ª-Portimonense(c), V(4-0), Mota (V. Ferreira), Nada a assinalar

Sporting
1.ª-Marítimo(f), E(1-1), Martins (Hugo), Beneficiados, (1-0), (+1 ponto)
2.ª-Braga(c), V(2-1), Godinho (Nobre), Beneficiados, (2-2), (+2 pontos)
3.ª-Portimonense(f), V(1-3), Xistra (V. Santos), Beneficiados, (2-3), Impossível contabilizar
4.ª-Rio Ave(c), D(2-3), Pinheiro (Narciso), Beneficiados, Prejudicados, (3-5), Sem influência
5.ª-Boavista(f), E(1-1), Sousa (V. Ferreira), Beneficiados, (2-1), (+1 ponto)
6.ª-Famalicão(c), D(1-2), Hugo (Nobre), Nada assinalar
7.ª-Aves(f), V(0-1), Xistra (Nobre), Nada a assinalar
8.ª-Guimarães(c), V(3-1), Soares Dias (Narciso), Nada a assinalar
9.ª-Paços de Ferreira(f), V(1-2), Rui Costa (Xistra), Beneficiados, Impossível contabilizar

Corruptos
1.ª-Gil Vicente(f), D(2-1), Almeida (Xistra), Nada a assinalar
2.ª-Setúbal(c), V(4-0), Mota (V. Santos), Nada a assinalar
3.ª-Benfica(f), V(0-2), Sousa (Almeida), Beneficiados, Impossível contabilizar
4.ª-Guimarães(c), V(3-0), Xistra (Nobre), Beneficiados, Prejudicados, (4-2), Impossível contabilizar
5.ª-Portimonense(f), V(2-3), Rui Costa (V. Santos), Beneficiados, (2-1), (+3 pontos)
6.ª-Santa Clara(c), V(2-0), Godinho (Rui Oliveira), Beneficiados, (2-1), Impossível contabilizar
7.ª-Rio Ave(f), V(0-1), Almeida (Sousa), Beneficiados, Impossível contabilizar
8.ª-Famalicão(c), V(3-0), Veríssimo (L. Ferreira), Nada a assinalar
9.ª-Marítimo(f), E(1-1), Sousa (Almeida), Beneficiados, (1-0), (+1 ponto)

Anexos (II):
Árbitros:
Benfica
M. Oliveira - 1
Veríssimo - 1
Sousa - 1
Almeida - 1
Pinheiro - 1
Soares Dias - 1
Martins - 1
Miguel - 1
Mota - 1

Sporting
Xistra - 2
Martins - 1
Godinho - 1
Pinheiro - 1
Sousa - 1
Hugo - 1
Soares Dias - 1
Rui Costa - 1

Corruptos
Almeida - 2
Sousa - 2
Mota - 1
Xistra - 1
Rui Costa - 1
Godinho - 1
Verissimo - 1

VAR's:
Benfica
L. Ferreira - 2
Xistra - 1
Almeida - 1
Rui Costa - 1
Mota - 1
Esteves - 1
Nobre - 1
V. Ferreira - 1

Sporting
Nobre - 3
Narciso - 2
Hugo - 1
V. Santos - 1
V. Ferreira - 1
Xistra - 1

Corruptos
V. Santos - 2
Almeida - 2
Xistra - 1
V. Santos - 1
Nobre - 1
Rui Oliveira - 1
Sousa - 1
L. Ferreira - 1

Jogos Fora de Casa (árbitros + VAR's)
Benfica
Veríssimo - 1 + 0 = 1
Almeida - 1 + 0 = 1
Soares Dias - 1 + 0 = 1
Miguel - 1 + 0 = 1
Xistra - 0 + 1 = 1
Rui Costa - 0 + 1 = 1
Mota - 0 + 1 = 1
Nobre - 0 + 1 = 1

Sporting
Xistra - 2 + 1 = 3
Sousa - 1 + 0 = 1
Martins - 1 + 0 = 1
Soares Dias - 1 + 0 = 1
Hugo - 0 + 1 = 1
V. Santos - 0 + 1 = 1
V. Ferreira - 0 + 1 = 1
Nobre - 0 + 1 = 1

Corruptos
Almeida - 2 + 2 = 4
Sousa - 2 + 1 = 3
Rui Costa - 1 + 0 = 1
Xistra - 0 + 1 = 1
V. Santos - 0 + 1 = 1

Totais (árbitros + VAR's):
Benfica
Almeida - 1 + 1 = 2
Mota - 1 + 1 = 2
L. Ferreira - 0 + 2 = 2
M. Oliveira - 1 + 0 = 1
Veríssimo - 1 + 0 = 1
Sousa - 1 + 0 = 1
Pinheiro - 1 + 0 = 1
Soares Dias - 1 + 0 = 1
Martins - 1 + 0 = 1
Miguel - 1 + 0 = 1
Xistra - 0 + 1 = 1
Rui Costa - 0 + 1 = 1
Esteves - 0 + 1 = 1
Nobre - 0 + 1 = 1
V. Ferreira - 0 + 1 = 1

Sporting
Xistra - 2 + 1 = 3
Nobre - 0 + 3 = 3
Hugo - 1 + 1 = 2
Narciso - 0 + 2 = 2
Martins - 1 + 0 = 1
Godinho - 1 + 0 = 1
Pinheiro - 1 + 0 = 1
Sousa - 1 + 0 = 1
Soares Dias - 1 + 0 = 1
Rui Costa - 1 + 0 = 1
V. Santos - 0 + 1 = 1
V. Ferreira - 0 + 1 = 1

Corruptos
Almeida - 2 + 2 = 4
Sousa - 2 + 1 = 3
Xistra - 1 + 1 = 2
V. Santos - 0 + 2 = 2
Mota - 1 + 0 = 1
Rui Costa - 1 + 0 = 1
Godinho - 1 + 0 = 1
Veríssimo - 1 + 0 = 1
Nobre - 0 + 1 = 1
Rui Oliveira - 0 + 1 = 1
L. Ferreira - 0 + 1 = 1

Jornadas Anteriores:
Jornada 1
Jornada 2
Jornada 3
Jornada 4
Jornada 5
Jornada 6
Jornada 7
Jornada 8

Épocas anteriores:
2018-2019

Excelente vitória...

Esmoriz  1 - 3 Benfica
26-24, 25-27, 12-25, 19-25

Jogo nada fácil, o Esmoriz reforçou-se bem, estamos numa série de 4 jogos em 7 dias... e fomos obrigados a jogar com 'tudo', contra uma equipa com uma defesa 'baixa' bastante competente!
Extremamente importante, a forma como 'virámos' no segundo Set um 24-21, para um 25-27! Salvou-se pelo menos 1 ponto!!!

Critérios no Tugão!!!


"Num dos lances, nada é assinalado, noutro, falta e lance interrompido.
São as diferenças de sempre e para os mesmos de sempre.
Falta? Lance com a mão? A bola entrou?"

PortoaoColo, in Facebook

Cadomblé do Vata (frontalidades!!!)

"O futebol português não é bem o Mundo de incertezas que uma actividade desportiva deveria ser, mas dentro da lista de ocorrências mais ou menos previsíveis há três que são ponto assente no calendário da principal competição nacional: a primeira jornada é em Agosto; a última jornada é em Maio; quando o FC Porto perde pontos contra equipas pequenas Sérgio Conceição coloca em causa o profissionalismo e fair play de quem lhe foi ao bolso dos pontos, o departamento de comunicação portista compila em vídeo todas as faltas existentes e imaginárias cometidas pelo pérfido rival e O Jogo destaca quatro ou cinco estagiários para fazerem a contabilização dos minutos úteis jogados, apresentando sempre resultados chocantes, com percentagens baixíssimas de utilidade dos habituais 100 minutos característicos de partidas em que os azuis e brancos chegam ao fim do tempo regulamentar com a corda no pescoço.
Como em todas as situações patetas, esta também tem o seu nível de ironia alto: convém notar que o rapazola que constantemente coloca em causa o desportivismo alheio, enquanto atleta do Standard Liége, esteve 4 meses suspenso por cuspir num adversário, insultar um árbitro e atirar-lhe a camisola. O título de Campeão Mundial do Fair Play que ele insiste em colar com cuspo ao peito, mesmo depois de ter defendido publicamente o antijogo ao volante de um navio bem menos potente do que a nau portista, foi erguido nas mesmas fundações dos 22 campeonatos do outro lado da estrada.
Diga-se aliás, que a problemática do profissionalismo rival só é cavalo de batalha em momentos muito específicos: revela-se em jornadas de evaporação pontual contra Paços de Ferreira, Tondela ou Marítimo, mas nunca é colocada em causa quando um Vagner boavisteiro, um Sulley tondelense ou um Lionn (oh ironia, doce ironia) famalicense vestem as roupas de Martim Moniz e lhe deixam um avançado com o esférico bem redondinho, a correr isolado para franquear com facilidade, as bem abertas portas da baliza. Não havendo solução para a questão mental, a bem da saúde cardíaca do Sérgio, apenas desejo que não tenha que defrontar equipas com 5 e 6 defesas em 3 jornadas seguidas."

Recuperação de Chiquinho: uma necessidade criativa

"Pode parecer demasiado impensável mas Francisco Machado, mais conhecido como Chiquinho, pode mesmo ser a solução para os maiores problemas que a equipa de Bruno Lage tem sentido. A urgência da sua recuperação e integração fica bem perceptível no seu impacto imediato no futebol da equipa.
Nos últimos meses já muito falei e escrevi sobre o momento que vive o futebol jogado do Sport Lisboa e Benfica. Há uma clara carência de um jogador mais criativo e imaginativo nas costas do avançado. Há uma clara carência de um jogador capaz de dar linhas de passe no centro do terreno. Há uma clara carência de mais um jogador que coloque a bola a rolar no relvado. E olhando para o plantel do SL Benfica e para aquilo que os jogadores têm demonstrado, o único com características e qualidade para resolver essa carência é o recém-resgatado, e até agora suplente, Chiquinho.
Após uma rápida recuperação de uma lesão que se anunciava mais prolongada, foi convocado para o jogo em Tondela e, perante um futebol colectivo sem qualquer inspiração, foi lançado no decorrer da segunda parte. Nele estiveram os lances de maior interesse da equipa, fosse no momento da construção fosse no momento da finalização. Três dias depois foi lançado como titular na recepção ao Portimonense. Mais uma vez, numa total desinspiração colectiva da equipa, foi dos pés de Chiquinho – e também de Grimaldo – que nasceram os melhores e mais decisivos lances da equipa.
O regresso de Chiquinho às convocatórias e a sua integração como titular da equipa é crucial neste momento do Sport Lisboa e Benfica. Contudo, apesar da urgência, esta não deve ser feita à pressa. O jogador veio agora de uma lesão, o relvado da Luz está uma vergonha e a chuva vai afectando os relvados por todo o país.
O que temos visto no futebol da equipa de Bruno Lage é uma ausência de jogo entre os avançados e o meio-campo. O não aproveitamento desse espaço resulta tanto em bolas longas dos defesas a procurar a profundidade dos alas e avançados como na muita lateralização do jogo à procura de cruzamentos: bolas pelo ar, as bolas mais fáceis de defender.
Se olharmos para a época passada encontraremos um Jonas e, principalmente, um João Félix a fomentarem um jogo mais pelo centro. A sua presença em campo triplicava as linhas de passe, aproximava todos os jogadores de ataque, permitia manter a bola junto ao relvado com muito mais qualidade, fomentava a progressão em tabelinhas e permitia encontrar espaços não evidentes. Criatividade, imaginação, técnica, apoios, passes, posse de bola, assistências e golos. Um só jogador pode dar tudo isto a uma equipa.
Chiquinho não é Jonas. Chiquinho não é Félix. Chiquinho é Chiquinho e é enquanto Chiquinho que poderá catapultar o futebol encarnado. Ocupa aquele espaço e ocupa-o com qualidade. Sabe jogar de gostas para a baliza e é rápido a dominar a bola e a virar-se. Tem criatividade para desiquilibrar as defesas com uma desmarcação, uma finta, um passe ou até uma simples arrancada. É um jogador inteligente e sabe tratar a bola. Saberá criar as linhas de passe, decidir o momento de soltar a bola e o que fazer assim que a solta. Tem aproximação à área e tem golo. Com Chiquinho, tanto Florentino como Gabriel terão menos dificuldades com a bola no pé. Com Chiquinho, Rúben Dias não terá de recorrer tanto ao balão. Com Chiquinho, Grimaldo tem um apoio para as suas ingressões no ataque. Com Chiquinho, as arrancadas de Rafa não terão de ser movimentos individuais. Com Chiquinho, Pizzi poderá voltar a explanar todo o seu futebol. Com Chiquinho, seja qual for o avançado, estará muito melhor servido e muito menos marcado.
Em dois anos veio da Académica ao Moreirense e a indispensável no Sport Lisboa e Benfica. Parece impensável, mas é mesmo isso que se pode esperar dele: o que os outros não conseguem pensar."

A festa no Marquês em 2010



"Imagens da festa do título nº 32 em 2009/2010, após o Benfica derrotar o Rio Ave na última jornada e sagrar-se campeão. Era ainda os primórdios da tradição do clube ir ao Marquês de Pombal e uma celebração muito diferente da dos dias de hoje. Não havia barreiras, nem polícia, nem fogo-de-artifício, nem DJ's, nem telas, nem música. Bastava o povo e os jogadores. Eram eles que faziam a festa improvisada, ao invés de irem participar numa festa organizada."

A fórmula para matar o antijogo

"O antijogo é um flagelo do futebol que urge erradicar. Porém, a questão está em saber qual será a fórmula mais eficaz e duradoura para evitar que as equipas com menos meios procurem limitar a desvantagem com que partem, através do uso de autocarros estacionados em frente à baliza, perdas de tempo sucessivas, jogo faltoso sistemático e relvados propositadamente em más condições para prejudicar quem joga com a bola à flor da relva.
Mas, será legítimo pedir a um treinador, que defronta um adversário com um orçamento quinze vezes superior ao da sua equipa, que encare o jogo olhos nos olhos? Não é preciso ser um grande estratega militar para saber que há guerras que, pela disparidade das forças em presença, só podem ser ganhas em acções de guerrilha e isso, mutatis mutandis, é o que acontece em muitos jogos da nossa Liga. Portanto, parece inconsequente diabolizar quem está a tentar fazer muito com pouco. A solução, a única solução, aliás, passa por encontrar meios para uma melhor distribuição da riqueza, limitando o fosso que está cavado entre os ricos e os pobres. E, aqui chegados, regressa à baila a questão da centralização dos direitos televisivos, matéria que coloca do mesmo lado da barricada FPF e Liga, e que é absolutamente fulcral para a subida qualitativa do nosso campeonato.
E, a propósito, devemos indexar à escassa intensidade da competitividade interna o facto das melhores equipas portuguesas estarem a sentir grandes dificuldades perante adversários de gama média e baixa no contexto da UEFA. Uma situação que tenderá a agudizar-se..."

José Manuel Delgado, in A Bola

Adiar as soluções

"Em qualquer campeonato, seja profissional ou amador, a exigência e o rigor devem sempre estar presentes. Não é pela competição ser de formação ou de elite, que esses parâmetros se alteram. Contudo, é necessário não confundir competição com classificação, ou exigência e rigor com prepotência. Infelizmente, é o que acontece com muitas situações.
Começando pelas crianças, torna-se fundamental perceber o que é importante nestes escalões. Com certeza que não é organizar provas formais, ser campeão e erguer a taça que nos deve motivar. Precisamente o contrário, encontros informais, muito jogo e prémios para todos. A especialização chega mais tarde, na adolescência, e posteriormente, como adultos, atinge-se o topo.
Este caminho, com etapas de desenvolvimento claras, permite igualmente que todos os participantes possam viver estas fases, e dessa forma aprender o que realmente é importante no jogo. Um processo educativo. A atitude repressiva, de quem manda mas não comanda, só esconde os problemas. Não os resolve.
Quando se pune um agente desportivo, seja jogador, treinador, árbitro ou dirigente, com a descida de divisão, isso significa que algo de grave se passou. Pena mais grave só o afastamento definitivo. Os treinadores são demitidos, em muitos casos, porque se torna mais fácil o seu despedimento do que afastar jogadores ou dirigentes. Os jogadores são punidos com multas e, por vezes, com o afastamento da equipa quando não respeitam as regras. Os árbitros deixam de arbitrar quando os erros são graves. Os dirigentes, que até há bem pouco tempo não tinham despedimentos passaram a viver com essa possibilidade.
Qualquer destas penalizações deixam marcas em quem é punido, mas também consequências para quem integra a equipa, e até para a própria equipa. Quando se passa o problema de um lado para o outro, nada se resolve, adia-se a solução. O problema volta e, por vezes, muitas vezes, torna-se bem mais grave."

José Couceiro, in A Bola

Futebol Feliz

"No complexo mundo do futebol são mais que muitos os interesses que movem os seus intervenientes, que vão do sucesso desportivo aos proveitos financeiros passando por outros ganhos mais ou menos quantificáveis.
Isto quando se fala de jogadores, de treinadores, de administrações de sociedades anónimas desportivas ou de outros intervenientes que fazem do futebol profissão.
Não é, contudo, o caso dos adeptos.
Porque esses apenas buscam no futebol algo tão simples como o simples facto de serem felizes. 
Felizes com os sucessos e triunfos das suas equipas, felizes com o destaque individual dos seus atletas e treinadores favoritos, felizes quando no “confronto” com os seus amigos, familiares, colegas e conhecidos poderem dizer que o seu clube é melhor que o deles.
É da natureza humana e ninguém pode levar a mal. E há que reconhecer que o futebol, que agita e provoca paixões como mais nenhum desporto e poucas mais situações da vida de cada um, proporciona, a quem dele gosta, momentos de intensa felicidade.
Quando o nosso clube ganha títulos e taças, quando o nosso ídolo ganha troféus individuais de relevo, quando os nossos adeptos enchem bancadas e fazem do seu apoio à equipa um espectáculo dentro do espectáculo que os torna motivo de admiração e reconhecimento um pouco por todo o lado.
É essa a grande magia do futebol.
O fazer as pessoas felizes ao sabor dos caprichos de uma bola, do talento dos jogadores, da liderança dos treinadores.
Obviamente que, quando um ganha outro tem de perder, a felicidade de uns é a tristeza de outros, mas o futebol tem tantas reviravoltas, tanta magia, tão grande sortilégio que quando atinge a sua expressão mais pura, as vitórias e derrotas vão-se alternando e todos têm o seu motivo de felicidade, embora uns mais do que outros.
Mas para lá da simpatia e do fervor clubístico, que todos temos, há um espaço que tem de ficar reservado para a admiração do próprio futebol e para nos maravilharmos com o quão sublime ele por vezes consegue ser.
Não falo das espantosas jogadas de Pelé ou Eusébio, da magia de Maradona , Messi ou Ronaldinho, da eficácia extraordinária de Cristiano Ronaldo, Romário ou Van Basten, da dimensão de Cruyff e Beckenbauer, do potencial sem paralelo de Ronaldo, das defesas mágicas de Yashin, Buffon ou Preud’homme, já que tudo isso representa o melhor que o futebol tem em termos de paixão e de espectáculo.
Não.
Falo do futebol no seu estado mais puro, das equipas que fazem do golo a prioridade absoluta do seu jogo, daqueles desafios que ficam para a história pela espectacularidade das exibições, pela alternância nos resultados, pelos golos que selam o resultado final.
Todos aqueles que gostam do futebol dessa forma, que o sabem ver para lá das simpatias clubísticas e que o reconhecem como um espectáculo incomparável tiveram esta semana um momento sublime que devia ser de visualização obrigatória para todos aqueles que querem aprender a gostar de futebol. 
Refiro-me, como está bom de ver, a esse espantoso jogo entre Liverpool e Arsenal a contar para a Taça da Liga Inglesa, que teve em Anfield Road um palco bem adequado e que terminou com um empate a cinco golos no tempo regulamentar, tendo os actuais campeões europeus vencido no desempate por grande penalidades por 5x4.
Dez golos em noventa minutos de jogo é simplesmente fabuloso.
E para quem teve a oportunidade de ver o jogo, de assistir à intensidade com que o mesmo se desenrolou, às constantes alternâncias no marcador, aos golos espectaculares que se verificaram, apenas se pode sentir maravilhado com aquilo que o futebol às vezes nos proporciona e que de vez em quando desperdiçamos devido a clubites exacerbadas que cada vez devem ter menos lugar. 
Confesso que vitoriano que sou me sinto feliz, enquanto apreciador de futebol, ao ver um jogo daqueles entre duas equipas de que não sou adepto embora não negue uma velha e pequena simpatia pelo Liverpool.
E, ao contrário daquela frase, tão feita quanto oca, de chamar a um jogo com vários golos um “jogo de loucos” como fazem alguns que preferem repetir frases sem sentido ao invés de pensarem em produzir comentários inteligentes sobre este jogo entre Liverpool e Arsenal, apenas se pode e deve chamar...Futebol! Porque foi isso que ele foi!
E agradecer a Liverpool e Arsenal esse momento extraordinário que nos proporcionaram.

P.S: Se aos dez golos do jogo jogado acrescentarmos os nove das grandes penalidades ainda mais razão termos para nos sentirmos felizes. Porque as grandes penalidades não são golos certos, mas sim e “apenas” claras oportunidades de golo, nem são “lotaria” (como os adeptos das frases feitas tanto gostam de dizer), mas sim exercício de competência.
E, por isso, também elas foram parte integrante desse grande espectáculo."

Felizes aqueles que entram no Reino de Jesus

"Oi galera! Estamos aqui pra celebrar a pessoa mais bacana e impôrtante de todo o universo: o Pastor Jesus, Deus da tática e Salvador do futebol brasileiro. Legau, né?
Tamo pronto? Tamo junto? Então vamo nessa!
Pra quem não sabe, Jesus não nasceu em Belém, mas na verdade foi bem perto, na Amadora. Em 1954 nasceu uma estrela, um neném lindo com um cabelo divino, que deveria ter ganho o Cabelo Bêbê Pantene 1957.
De seus 3 tios, Gaspar, Baltasar e Belchior, vindos a pé de Loures, recebeu uma bola de futebol e uma braçadeira de Mister, e logo aí se tornou o melhor professôr do universo. Não teve nem discussão, Mourinho e Guardiola não disseram nem uma palavra. Foi limpinho, limpinho.
Ao longo dos anos ele transformou o futebol português e venceu vários títulos, inclusive o Cabelo Bêbê Pantene 2017, decisão que depois foi [mal] anulada pelo VAR. A inveja é uma coisa feia pra caramba.
Em 2018, após décadas com o melhor cabelo da Liga e espalhando magia nos treinamentos, o Pastor Jesus foi espalhar seu evangelho lá pra longe, qual Jorgenço das Arábias. Seu impacto nos desertos arábicos foi tal, que em campo seus jôgadores comiam não só a grama, mas também a areia. Impressiônante seu nível de exigência.
Até que, em 2019, o Pastor Jesus recebeu o maior convite de sua vida: ser jurado no Cabelo Bêbê Pantene desse ano. Ele recusou, mas logo logo surgiu o convite do Flamengo, time que estava taticamente deplorável e capilarmente mau pra xuxu.
Então, o Pastor Jesus subiu no Corcovado, e no silêncio de uma oração sob a estátua feita à sua imagem, elaborou seus 10 Mandamentos de vitória:
1 – Amarás o Pastor Jesus acima de todas as coisas.
2 – Não endeusarás outros pastores que não o Pastor Jesus.
3 – Não invocarás em vão o nome do Pastor Jesus.
4 – Honrarás o pai e a mãe do Pastor Jesus.
5 – Santificarás o dia de jogo, e, só após o apito final, descansarás.
6 – Não matarás jogadas de ataque do Flamengo.
7 – Não cometerás o adultério de gostar de outro time que não o Flamengo.
8 – Não furtarás a bola aos jôgadores do Flamengo.
9 – Não levantarás falsos escanteios pra zaga do Flamengo.
10 - Não cobiçarás os jôgadores do Flamengo.
O Pastor Jesus ordenou, os fiéis obedeceram.
Hoje, ele é o Messias do futebol brasileiro, seus críticos lhe pedem perdão (ajoelhou, vai ter que rezar), e o Flamengo é o melhor time da história do futebol, com a melhor táctica da história do futebol e os cabelos mais maravilhosos da história do futebol.
A tudo isto, o Pastor Jesus simplesmente nos diz:
Ide em paz no Maracanã, que Eu estou convosco."