sexta-feira, 6 de setembro de 2019

À Benfica!

"A exibição da nossa equipa na pedreira de Braga representou, de algum modo, um regresso à normalidade. Depois de uma segunda volta de 2018-2019 imaculada, de um triunfo retumbante na Supertaça Cândido de Oliveira, e de duas vitórias claras a abrir o novo Campeonato (com um parcial de 7-0!), não seria um dia mau a comprometer todo um trajecto ganhador. O clássico da Luz foi a excepção. A regra do Benfica de Lage é ganhar, golear e deslumbrar.
Os verdadeiros campeões são aqueles que se erguem rapidamente após uma pequena queda. Nós somos os campeões, e não me parece fácil que deixemos de o ser.
Também na abordagem à janela de transferências o Benfica marcou diferenças. Vimos, em alguns clubes, uma verdadeira feira de entradas e saídas (algumas difíceis de compreender, mas o problema é deles). Na nossa casa trabalhou-se bem e atempadamente. Quanto a João Félix, não havia obviamente nada a fazer, senão recolher os volumosos 126 milhões. Mas todos os restantes talentos da formação se mantiveram no plantel, pese embora as repetidas notícias que iam apontando em sentido contrário - fossem elas a propósito de Rúben Dias, de Florentino, de Jota, ou de outros, sabendo-se que no Benfica nada de relevante iria acontecer; enquanto, comendo picocas, assistíamos aos desfiles da casa do vizinho. Recuperemos os lesionados Gedson, Gabriel, David Tavares e Chiquinho, e neles, sim, teremos os nossos reforços,
Segue-se uma pausa para selecções. A magia volta dentro de momentos."

Luís Fialho, in O Benfica

Gala x7

"Nesta segunda-feira vivemos um dos dias mais brilhantes da história do nosso centenário clube. A Gala das Quinas de Ouro, organizada pela Federação Portuguesa de Futebol, pela Associação dos Treinadores de Futebol e pelo Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol, foi um êxito.
A minha primeira vibração aconteceu quando vencemos a Quina de Ouro da equipa do ano feminina de futebol. Uma distinção inteiramente justa. O trabalho gizado pelo vice-presidente Fernando Tavares, sempre com a supervisão do nosso presidente, foi reconhecido. Batemos o SC Braga, campeão nacional, e espero que seja um bom prenúncio para a final da Supertaça que iremos disputar, neste domingo, em Tondela. Seguiram-se as vitórias das nossas equipas masculina e feminina de futsal. Mais duas distinções justíssimas para as equipas campeãs nacionais. Tal como foi justa a Quina de Ouro para Joel Rocha, o treinador do ano de futsal. Quanto à eleição da Fifó como melhor jogadora de futsal, creio que não restam dúvidas. Estamos na presença de uma atleta sobredotada. Faltavam duas categorias, e logo as mais mediáticas - a equipa do ano masculina de futebol e o treinador do ano de futebol masculino. Bruno Lage bateu Fernando Santos, Paulo Fonseca, Vítor Oliveira e Vítor Pereira, e na hora do discurso voltou a ser enorme. Faltava apenas a equipa do ano, e, mais uma vez, fez-se justiça. A equipa que brilhantemente conquistou o 37.ª Campeonato foi mesmo a melhor. Luís Filipe Vieira disse tudo na sua intervenção ao dedicar o prémio à família benfiquista e ao garantir que a aposta na formação irá continuar."

Pedro Guerra, in O Benfica

Recomeço

"É disse que é feito o Benfica há mais de um século. Cento e quinze anos, mais precisamente, de fecho e abertura de novos ciclos, subindo degraus, construindo futuro em cima de um passado cada vez mais cheio e inspirador. Neste século e tal, chegou ao topo trinta e sete vezes, se contarmos apenas com campeonatos, e foi, de forma constante e consistente, no devir do tempo, 'um de entre todos', como queria, em média de três em três anos. É esse o resultado de sucesso do quociente entre a idade e a quantidade de campeonatos ganhos. Por isso é vulgo dizer-se que o 'nosso ADN é vencer', está na massa do sangue, e por aí adiante. É essa a atitude inspiradora que o Benfica lega à fundação e que a fundação promove em todos os seus projectos que, findo o Verão, também reiniciam.
É assim de facto em todas as dimensões do clube, no futebol, no desporto e na vida. E não é novidade que o mundo gira por ciclos, nem que todos os ciclos naturais têm fases de 'nascimento', 'crescimento', 'apogeu' e 'renascimento'. O que é diferenciador e decisivo, isso, sim, é a forma como se fecham esses ciclos e se prepara o renascimento. Na Fundação Benfica, faz-se exactamente como no Clube. Celebram-se as vitórias só no fim do jogo, respeitam-se os vencidos e valorizam-se os vencedores. Aceitam-se as derrotas ganhando nelas o que há a ganhar: realismo, humildade, resiliência e estratégias para a vitória. Depois, arruma-se a casa,fazem-se os balanços, renovam-se os sonhos a lançam-se os trabalhos para os conquistar.
E daí diante não se tiram os olhos de cima, em concentração e foco mas, sobretudo, com uma vontade inabalável e uma enorme avidez de vencer. A confiança vem do trabalho e da memória do que somos, do sentimento de estar a construir alguma cosia em cima de um passado glorioso e de dar a esse legado um sentido de utilidade para a vida que ultrapassa a própria esfera desportiva. Ou, como escreveu um gigante da ciência, Stephen Hawking, humildemente honrando os mestres, construindo no ombro de gigantes..."

Jorge Miranda, in O Benfica

Golpe de asa nas Modalidades

"Estão a começar a todo o vapor as actividades de época das Modalidades do Sport Lisboa e Benfica. As nossas Modalidades mais universais são extensões naturais da força matriz do Grande Benfica do Futebol. Não podem ser dissociadas do paradigma desportivo fundamental para todos nós e constituem, em cada pavilhão e em cada pista, em cada jogo ou em cada set e cada lance, representação, também essencial, da própria diversidade e da polivalência para afirmar os princípios atléticos, competitivos e vencedores que desde cedo fizeram a alma do nosso Glorioso.
Os Benfiquistas vibram com cada vitória das suas equipas e dos seus atletas. Mas, evidentemente, não basta fazê-lo à distância ou em diferido do momento da disputa. Os nossos jogadores precisam de apoio dos adeptos, e por isso costumamos dizer que ganhamos melhor sempre que jogamos todos juntos.
Todavia, apesar de todas as condições estruturais e logísticas de que sempre dispusemos e, mais acentuadamente ainda, passámos a dispor há quinze anos serem excelentes e absolutamente diferenciadas daquelas que estão ao limitado alcance dos clubes congéneres, não nos deixará de ser forçoso reconhecer que muitos desafios em que os nossos atletas competem nas nossas instalações não têm sido acompanhados pelas multidões condizentes com a força popular do nosso Benfica. Nalguns casos, chega mesmo a ser desolador o despojamento das bancadas que acaba por ser dolorosamente amplificado com as impecáveis transmissões da BTV.
Ora, este fenómeno tornava-se tanto mais inexplicável, quanto, em grande número dos jogos que disputamos fora de casa, são habituais as enchentes proporcionadas pelos nossos próprios Sócios e adeptos, que nunca hesitam em se implicar directamente no apoio presencial às nossas equipas, ao jogarem longe de Lisboa.
Ao providenciar de imediato a extensão do pioneiro modelo Red Pass, que tanto sucesso tem obtido para o Futebol de elite nas bancadas do nosso Estádio, agora plicado nos ingressos relativos aos torneios de Futsal, Hóquei em Patins, Basquetebol, Andebol e Voleibol com criação do Red Pass Modalidades, a Direcção do Benfica acaba de tornar uma medida que certamente suscitará o incremento das assistências aos jogos das Modalidades nos Pavilhões do Estádio da Luz.
A palavra e, sobretudo, a acção ficam a partir de agora, na mão dos Sócios e adeptos do Benfica que, sob o ponto de vista financeiro e mediante este oportuníssimo golpe de asas da Direcção Comercial e de Marketing, passam inquestionavelmente a dispor de condições bastante mais favoráveis e generosas para apoiarem com mais regularidade e maior vibração o esforço e o talento dos nossos atletas e técnicos das Cinco Modalidades."

José Nuno Martins, in O Benfica

Eusébio exemplo, diz Francisco...

"O Papa Francisco, de visita a Moçambique, deu Eusébio como exemplo de superação às novas gerações, alguém que apesar de ter nascido num ambiente desfavorecido, foi capaz de marcar um lugar na história. O desporto tem este condão igualitário, onde o que impera é o talento e o que faz diferença é o carácter, independentemente do estatuto social ou da conta bancária. Através do desporto, terra das oportunidades, tudo é possível e esta mensagem é tão mais relevante quanto as condições de vida forem difíceis. Não foi a primeira vez que um Papa usou o futebol como metáfora para a vida. Em 1983, antes de defrontar a Roma, a equipa foi Benfica foi recebida no Vaticano por João Paulo II, que falou directamente aos jogadores, em português, durante um quarto de hora, lembrando-os da responsabilidade que tinham, associada à vida que lhes era permitida, enquanto exemplos para a juventude. Trinta e seis anos volvidos, este tema não só continua actual, como ganhou relevância. A globalização varreu fronteiras e, para o bem e para o mal, o que os líderes das redes sociais fazem, no instante seguinte, está por toda a parte.

Frederico Varandas deu uma entrevista à Sporting TV onde ficou clara a dimensão ciclópica da tarefa que tem em mãos. Já se sabia que a herança era pesada e que o escrutínio ia ser apertado. Mas, para além de uma explicação demasiado insuficiente quanto aos termos e razões da saída de Bas Dost, houve uma pergunta que ficou por fazer: se o Sporting tivesse ganho ao Rio Ave, Marcel Keizer, apesar de líder na Liga, era despedido? E se não fosse, para onde ia a narrativa de fim de ciclo de Varandas?"

José Manuel Delgado, in A Bola

Reforços e... deixem jogar

"Com o encerramento da janela de transferências conclui-se também o debate sobre o reforço das equipas. Muito se tem comentado sobre a estabilidade do grupo, a sua composição, o reforço da equipa, mas pouco entendimento tem havido sobre o que significa reforçar o onze. Contratar jogadores não significa por si só melhorar a equipa. Aliás, é o que acontece em muitos casos. Contratam-se jogadores mas não se resolvem problemas. Por vezes, agudizam-se os relacionamentos. Todos os treinadores querem os melhores jogadores, ninguém prescinde dos mais capazes. Pelo contrário, ninguém quer jogadores que são apresentados como reforços mas têm poucas possibilidades de integrar o melhor onze. Esses trazem problemas acrescidos a qualquer treinador, mais vale abdicar deles. Os treinadores nesta fase querem quem seja mais-valia, ou então a tapar buracos mal resolvidos no defeso. É um pouco por isto que o período entre épocas é visto como o mais importante na composição do plantel.
Num nível completamente diferente, temos o regresso às aulas, e dessa forma inicia-se também a nova época desportiva para milhares de crianças. Um processo que levará alguns a serem reforços no futuro. Mas para serem efectivos reforços têm que gostar e aprender a jogar. Sem pressão, da família ou do clube. Temos hoje um problema na relação pais/treinadores que merece a maior atenção. Por muito que queiram ajudar os filhos, não podem os progenitores ultrapassar a acção dos treinadores/professores. Indicações vindas do exterior colocam a criança em situações difícil. O que fazer quando elas não são semelhantes? Família a escola são pilares fundamentais no desenvolvimento, devendo ser complementares. Deixar as crianças jogar, como nós o faziam no jogo na rua. É decisivo para o seu crescimento. Vamos a isso... deixem jogar!"

José Couceiro, in A Bola

Cadomblé do Vata (Interdições...!!!)

"Não parece haver Luz ao fundo do túnel. Mais tarde ou mais cedo a Catedral vai ser fechada e o Glorioso terá que procurar um pelado qualquer no Mundo para receber os jogos caseiros. Uma vez que a abordagem neste tipo de casos deve ser preventiva e não reactiva, deixo aqui algumas sugestões do que o Benfica deverá fazer:
1. Registar como estádio para recepção dos jogos em casa, o Estádio Vale do Romeiro em Castelo Branco. Creio que por óbvia limitação intelectual, ninguém na Liga irá reparar qual o Benfica que ali joga. Será assim este o campo interditado, obrigando-nos a ter que pedir o Estádio da Luz "emprestado" durante o período do castigo.
2. Em caso de interdição da Luz, receber os jogos caseiros no Seixal. A lotação oficial do relvado nº 1 do Caixa Futebol Campus é de 2700 espectadores, pelo que deixamos ao critério do adversário a escolha dos 135 adeptos que poderão adquirir os bilhetes correspondentes aos 5% destinados ao visitante.
3. Outra opção pós interdição é utilizar o Al-Rashid Stadium no Dubai, tirando partido da parceria com a Emirates, que nos garantiria viagens sem custos, enquanto a LPFP teria que custear viagens e estadias de adversário, árbitros, delegados, VAR, etc. Os bilhetes para os adeptos do SL Benfica incluiriam viagem e os dos fãs rivais uma almofadinha para ficarem mais confortáveis em casa.
4. Tendo em conta a inevitabilidade da interdição, talvez esteja na altura de deixarmos de gastar dinheiro em relvados novos. Isso e cancelar contratos de luz e água. Isto tudo claro, depois de ceder o palco maior do futebol nacional, para 4 ou 5 jogos seguidos das selecções da FPF. Para não dizerem que estamos de má fé, nos dias dos jogos, colocamos um gerador e um camião cisterna à porta do estádio.
5. Jogar na condição de visitado num relvado improvisado do Autódromo do Algarve. Há balneários, há bancadas, há iluminação e muito especialmente, 4.700 metros de alcatrão para o Eliseu "assapar" forte e feio com a lambreta na festa do título."

Bilan de Rentrée

"Finies les vacances, c’est La rentrée des classes !
Je voulais attendre la fin de la période estivale afin d’exprimer un avis concret sur le début de saison do nosso Glorioso. Je n’aime pas beaucoup cette période de l’année où l’engouement atteint son apogée en raison du stop compétitif des grandes vacances mais aussi à cause de la spéculation journalistique habituelle qui cherche avant tout à vendre du sensationnel inventant des transferts impossibles ou en proposant des conclusions hâtives sur les performances de tel ou tel joueur ... 
Phase 1 : la Supercoupe, la 7è de notre histoire avec un résultat historique et une fois de plus, remarquablement stigmatisant pour nos chers « amis » da segunda circular. Un 5-0 en mode buldozer ou circulez y’a rien à voir. Que dire de plus ? Pas la peine d’épiloguer. A retenir un superbe début de match de notre odysseas national qui aura permis de mettre l’équipe dans son match. Je retiendrais également la blessure d’un Gabriel qui devient indispensable et n’a pas son semblable au sein du dispositif Lage à mon avis; capacité de contact physique tout en alliant une qualité technique hors normes dans les passes longues. C’est pour moi le maestro du milieu de terrain, celui qui met la cadence, partenaire idéal d’un menino Florentino qui sait mettre son bleu de travail tout en récupérant des ballons impossibles. J’apprécie beaucoup ce duo et le considère primordial pour atteindre nos objectifs cette saison.
Phase 2 : Une Superliga qui démarre fort 5-0 par ci, 2-0 par là dans un terrain où l’on avait perdu la saison passée... ça s’emballe ... peut-être même trop et tout notre peuple se retrouve attentif à la phase 3 convaincu que le match est déjà gagné...
Phase 3 : Effet trompeur, on se fait mangé tactiquement et dans l’envie aussi. Notre pire adversaire (impossible pour moi d’écrire leur nom) n’aura pas fait un match de gala mais les onze mecs sur le terrain se seront arrachés et auront eu cette envie de nous battre coûte que coûte. Rien à dire même si la nonchalance disciplinaire de l’homme en noir nous aura donné l’impression d’une coordination sans faille tel un 12è homme sur le terrain. On se prend un but sur coup de pied arrêté, évitable et un deuxième en fin de match en mode coupe gorge de la contre attaque. C’était écrit les gars ! On s’est fait avoir comme des bleus ! Ces mecs nous ont fait déjoué, nous ont bousculé voir même provoqué dans la gestion du temps cramé. Et oui on sort dégoûtés avec cette impression d’une belle occasion ratée comme si gagner ce match aurait fait de nous les vainqueurs annoncés et indétronables du bi-championnat 2020.
Et bien on redescend sur terre et on se rend compte que le championnat sera long et difficile.
Phase 4 : on confirme que la défaite de la J3 est dépassée et on arrive à gagner facilement à un Braga qui nous démontre toute la fragilité du football portugais. Cela fait des décennies que les « petits clubs » dès lors qu’ils sont engagés dans les compétitions uefa n’arrivent pas à joindre les deux bouts. Cela nous aura été profitable niveau déroulé de calendrier, et bien nous n’irons pas nous plaindre. 
Phase 5 : Fin du Mercato et bilan des courses. Sans vouloir faire de jeu de mots, on aurait pensé qu’avec 20M€ pour un attaquant, notre président commençait à vouloir s’affirmer sur la scène européenne. Ce n’est pas véritablement mon impression. Je ne mettrai bien entendu pas en question la valeur de Raúl de Tomas, qui pour moi démontre match après match son aura combative et ses qualités techniques indéniables. Force est de constater que la presse anti-benfica cherche bien entendu à dénigrer cet investissement. RDT finira par planter tôt ou tard et sera pour moi un élément important ces prochaines années au devant de l’attaque. Pour ma part je pense que l’on a perdu beaucoup avec la vente d’un des patrons du vestiaire dixit Salvio tant au niveau leadership qu’au niveau profondeur du couloir droit. Pizzi n’étant pas salvio reste pour moi un milieu droit agile techniquement mais ayant toujours cette volonté de se désaxer volontairement vers le milieu de terrain.Les défenseurs latéraux sont là pour palier à cette profondeur mais il nous manque alors un nelson semedo bis. J’espère que Tomas Tavares saura prendre cette place. Nuno Tavares fait partie des pépites joker made in seixal du Mercato, rien à dire sauf que pour moi il doit jouer à son poste réel c’est-à-dire à gauche de la défense. Si Grimaldo ne renouvelle pas son contrat, il faudra accélérer l’alternance à gauche et vite lui donner sa place. Taarbat a signé un nouveau contrat, je comprend les débats et oppositions d’avis à son sujet. Pour ma part de manière très constructive, je considère qu’il s’agit à ce jour d’une alternative viable dans un effectif ayant besoin de faire tourner les joueurs au regard des compétitions et matchs plus que répétitifs cette saison. Chiquinho s’est gravement blessé mais confirme tout ce que l’on savait déjà de lui; ne reste plus qu’à attendre son retour. Les flops du début de saison : Seferovic mérite de goûter un peu au banc des remplaçants, Vinicius est là et est meilleur que lui à mon avis. Caio Lucas est l’inconnu pour moi, il lui faudra son temps pour s’acclimater à cette nouvelle réalité, ne nous précipitons pas.
Phase 6 : Champions League, un mauvais tirage à mon avis, des clubs tous très bien équilibrés, des stades et déplacements difficiles. Il faudra gagner nos 3 matchs à,la maison si l’on veut passer en 1/8è. On aura l’occasion d’analyser celà plus en détail dans les prochaines publications.
Phase 7 : Organisation et Planification de la Ligue Portugaise de football. Son business plan est obsolète et entièrement dépassé. Années après années les stades se vident et les clubs s’appauvrissent, les droits télés si réduits imposent malgré tout leur loi et s’intéressent peu aux socios et supporters de clubs. Cela devient chronique et inquiétant. Il faudra vraiment se poser les bonnes questions à tous les niveaux. Nous aurons également l’occasion d’approfondir ce sujet.

NB: Dans le cadre de mes interventions écrites no benfica independente, je lancerai des dialogues avec différents supporters benfiquistas luso-descendants. Je commencerai bientôt avec Tony da C. ! Nous parlerons de marketing et de merchandising sportif dans un prochain épisode.
N’hésitez pas à laisser des commentaires ou des avis."

Opiniões generalizadas e jogadores sobrevalorizados: o exemplo de Raheem Sterling, que às vezes pouco mais é do que uma barata tonta

"É pouco frequente ouvir dizer, e muitos parecem ter vergonha em assumi-lo, que a inteligência média da espécie, mesmo naqueles lugares do mundo onde os índices de alfabetização são mais elevados e as novas gerações tendem a completar a escolaridade, não é muito diferente daquilo a que geralmente se chama estupidez. Mas a verdade é que a maioria das pessoas é, a respeito dos mais diversos assuntos, muito preguiçosa. A opinião que temos é quase sempre a opinião que o nosso vizinho tem, ou a opinião contrária à dele, apenas porque não gostamos particularmente do nosso vizinho ou apenas porque sentimos a necessidade de ter opiniões diferentes daquelas que os outros têm.
Claro está que, quando dois vizinhos têm a mesma opinião, é mais difícil formar uma opinião contrária. É sempre mais difícil sustentar opiniões diferentes quando do outro lado da contenda se encontram duas pessoas e não uma. E mais o é se, em vez de dois forem três, quatro, dez, todo o quarteirão, o bairro inteiro, a cidade em que vivemos. Quando muita gente defende a mesma opinião, as pessoas tendem a adoptar essa opinião para si mesmas. A respeito das certezas que possuímos, a inferioridade numérica é muito mais poderosa do que a lógica. A História das Religiões assim o demonstra. A maioria das pessoas que acredita que o aquecimento global se deve essencialmente a causas humanas acredita nisso apenas porque a comunidade científica o defende, de um modo geral, e, mais importante do que isso, apenas porque a maioria das pessoas é nisso que acredita (nem a certificação científica pesaria, se a maioria das pessoas, por qualquer motivo, acreditasse que isso não era verdade).
As crenças, mesmo aquelas mais consensuais, baseiam-se na maior parte dos casos nesse critério esplêndido que é o haver mais gente a partilhá-las. É por isso que aqueles que não acreditam que o aquecimento global se deve a causas humanas não são diferentes dos primeiros. A crença destes últimos, contrária à da maioria, é tão mais válida quanto mais gente houver que a partilhe. No que diz respeito a crenças, e por isso mesmo a opiniões, somos todos bastante estúpidos.
Como em todos os outros assuntos, também no futebol é a opinião pública que estabelece a lei. Um exemplo muito interessante, e que merecia uma reflexão séria, é o caso daquelas faltas assinaladas junto a uma das extremidades do campo. Quando um atacante fica encurralado junto à linha de fundo e um defesa que procura tirar-lhe a bola o derruba, os árbitros raramente marcam falta. A menos que o defesa use de força em excesso ou o derrube de forma ostensiva, a tendência é deixar jogar. O oposto acontece quando quem fica encurralado no mesmo local é um defesa e quem lhe procura tirar a bola é um atacante.
Geralmente, o mínimo toque do atacante no defesa é suficiente para que o árbitro conceda a falta. Não tenho a certeza daquilo que originou esta dualidade de critérios evidente, que afecta todos os árbitros sem uma única excepção, mas acredito que tenha a ver com um princípio compensatório qualquer (imagino que se tenha começado a ajuizar os lances de modo diferente para compensar, por exemplo, as diferenças técnicas evidentes entre atacantes e defesas). Daquilo que tenho a certeza é de que os árbitros agem todos dessa forma hoje em dia apenas porque todos os outros árbitros também o fazem. Há um acordo tácito entre os homens do apito, partilhado entre eles sem que eles próprios se apercebam disso, para que se apliquem critérios diferentes nessas duas situações. As opiniões generalizadas, como aquela que subjaz à avaliação desse tipo de lances, têm a força duma lei. E a menos que se decrete em sentido contrário, forçando os árbitros a serem mais criteriosos, tal lei continuará a prevalecer.
Este tipo de opiniões generalizadas é também muito evidente em juízos acerca do valor de um jogador. Como a opinião pública tende a dispensar a argumentação excessiva e a apoiar-se nas evidências mais simples, é normal que esses juízos de valor se reduzam geralmente a relatórios de rendimento. Quando a opinião pública avalia um jogador, raramente considera o modo como esse jogador evoluiu ao longo da sua carreira ou o que ele poderia fazer noutro contexto. Tem em consideração as coisas que fez nos últimos tempos, quase sempre só as que acha mais relevantes (golos, assistências, desarmes, quilómetros percorridos, número de jogos, etc.) e acredita que essas coisas espelham a real valia desse jogador.
É por isso que existem tantos jogadores subvalorizados e tantos jogadores sobrevalorizados.
A opinião pública raramente é benevolente, por exemplo, com um ponta de lança que passe duas épocas sem marcar um número considerável de golos. Ora, o rendimento e o valor não são a mesma coisa. É aliás possível que jogadores com rendimentos elevados sejam mais fracos do que jogadores com rendimentos menores. Tudo depende do contexto. O exemplo fácil seria o de Moussa Marega, que facilmente passaria despercebido em qualquer equipa da distrital e que, dado o protagonismo que tem no modelo particular de Sérgio Conceição no Porto, consegue apresentar rendimento na primeira Liga.
Tendemos a acreditar que quem rende num contexto competitivo superior rende de certeza absoluta num contexto competitivo inferior. Mas o rendimento de um jogador não depende apenas do contexto competitivo. E é essencialmente por isso, por depender também do modelo de jogo em que está inserido, daquilo que lhe é pedido, da confiança que é depositada nele, de momentos de forma e de momentos anímicos e, não raro, de opiniões generalizas muito redutoras, que não levam em consideração uma série de coisas, que o rendimento de um jogador não coincide com o seu real valor.
Para a maioria dos que acompanham o futebol actual, Raheem Sterling é, nos dias que correm, indiscutivelmente um jogador de classe mundial. Sem grandes surpresas, tal opinião baseia-se essencialmente nos números. A quantidade de golos marcados por Sterling nos últimos anos ao serviço do campeão inglês (e nas primeiras duas jornadas do campeonato este ano foram logo 4) chega para se achar que melhorou muito como jogador. Mais uma vez, analisa-se o rendimento sem ter em conta o contexto. Pouco interessa, para quem assim pensa, que Sterling continue a falhar golos fáceis, muitos mais até do que aqueles que marca; pouco interessa que a esmagadora maioria desses golos sejam do mesmo tipo, requerendo dele pouco mais do que o gesto técnico de encostar para a baliza; pouco interessa que esses golos ocorram na sua maioria depois de as partidas estarem resolvidas, quando o adversário já baixou os braços e os índices de concentração já não são os mesmos; pouco interessa que a equipa em que joga marque muito mais golos do que antes, e que por isso a percentagem de golos que Sterling faz, em relação ao total de golos da equipa, não seja muito diferente do que era; e pouco interessa, por fim, tudo o resto que Sterling faz em campo, e que salvo raras excepções é francamente mau.
Não há outro modo de avaliar aquilo que um jogador vale, a meu ver, que não passe por avaliar todas as decisões, com e sem bola, que esse jogador toma. E, à luz dessa análise, Sterling só melhorou num aspecto. O jovem inglês não é agora melhor finalizador do que era. Basta ver a quantidade de lances em que aparece isolado e não tem nem o discernimento nem a classe para conclui-los com eficácia. Onde de facto está mais competente é na desmarcação, sobretudo na capacidade que demonstra para aparecer em zonas centrais a finalizar. Dirá quem não concorda que é por isso que agora é melhor finalizador. Não creio que adiante muito discutir isto, mas parece-me óbvio que um bom finalizador precisa de ter outros atributos para que possa ser considerado um bom finalizador. Sterling está melhor a finalizar um certo tipo de lances, nada mais. Em tudo o resto, mantém o mesmo nível.
Como sugeri atrás, não creio que uma análise séria de um jogador possa dispensar tudo o resto que um jogador faz em campo. Quando a equipa não tem a bola, não só mostra disponibilidade para integrar os movimentos colectivos de pressão como procura posicionar-se convenientemente, ainda que com alguns defeitos, sempre que a equipa se fecha em organização defensiva. Não desleixar tarefas defensivas não é, contudo, suficiente, sobretudo numa equipa que passa cerca de 70% do tempo com a bola em seu poder. E é quando a equipa tem a bola que os problemas de Sterling se tornam mais evidentes. Mesmo que, em termos de posicionamento de base, Sterling consiga cumprir aquilo que lhe é pedido, isso não chega.
Sempre que precisa de adequar esse posicionamento às circunstâncias específicas de cada lance, denota fragilidades. Das suas acções sem bola (estamos a falar de acções em que a equipa tem a posse de bola), as únicas que se aproveitam são as diagonais da linha para o centro, já no último terço do terreno, para corresponder a um passe entre o lateral e o central. Nesse capítulo muito particular, Sterling de facto é forte, não só porque é rápido como também porque acertou já no tempo de entrada. Pode-se dizer que, nessa acção em concreto, consegue ser uma mais valia. Mas isso é apenas uma parte ínfima das suas acções ofensivas. Sempre que a desmarcação que deve fazer não corresponde a essa acção tipificada, não só não acerta no tempo de entrada como não compreende qual o movimento mais correcto. E quando vem para o espaço central pouco mais é do que uma barata tonta; não sabe para onde ir, que espaços procurar, que linhas de passe solicitar, etc..
E com bola? Bom, com bola o desastre é completo. A quantidade de más decisões, quando Sterling tem a bola em seu poder, chega a ser confrangedora. Mesmo quando tem espaço e tempo para pensar, raramente é capaz de lobrigar a melhor decisão. A própria execução, sobretudo ao nível do passe, é muito fraca. No um para um, recurso que muitos reconhecem em Sterling, também não é extraordinário: à excepção de um ou outro lance que ganhe em velocidade, raramente consegue ludibriar um adversário a ponto de tirá-lo do caminho. Em espaços curtos, então, a sua capacidade de drible ronda o zero absoluto. Na verdade, Sterling é fraco em quase todas as acções com bola. Tirando dois ou três movimentos tipificados, e que decerto repete com afinco em treino (quando tabela com o médio interior do seu lado e vai buscar a bola nas costas do lateral, quando se movimenta em diagonal para aparecer entre o lateral e o central adversário, ou quando tem espaço para conduzir para dentro e chutar à entrada da área), não oferece nada de especial à equipa. Sterling é um exemplo perfeito daquele tipo de jogador que apresenta um rendimento elevado quando consegue repetir no jogo as duas ou três acções tipificadas para as quais se preparou especificamente em treino, mas que se eclipsa por completo quando não tem ensejo de o fazer. E estes jogadores são fáceis de parar. Por melhores que sejam os seus atributos atléticos e técnicos, as suas acções são previsíveis, pelo que é fácil a qualquer equipa trabalhar por antecipação no treino para condicioná-los. Sempre que as equipas adversárias se preparam convenientemente para defender essas duas ou três acções em que Sterling de facto é forte, o extremo do Manchester City é um jogador a menos em campo.
É verdade que Guardiola parece tolerar essa presença na equipa, não prescindindo dele. Creio no entanto que assim é por considerar que, apesar de tudo, é importante ter um jogador com as características de Sterling, que consiga uma vez por outra, aparecendo a oportunidade de um desses lances típicos, ganhar aquele espaço. Na verdade, Sterling não é o único jogador fraco do ponto de vista da decisão em quem Guardiola confia. O caso mais evidente é até o de Kyle Walker, que é opção única e exclusivamente porque Guardiola entende que a sua capacidade atlética é importante no momento da perda da bola. Ao contrário do que fazia no Tottenham, Kyle Walker não percorre o corredor lateral todo. No modelo de jogo de Guardiola, está lá para fechar por dentro, para servir essencialmente de cobertura e estar preparado para os movimentos de transição defensiva. A sua colaboração ofensiva é limitada por opção técnica. Parece-me que a utilização de Sterling se explica da mesma maneira.
Não obstante as más decisões com bola, Guardiola entende que Sterling, tal como Walker, lhe é capaz de oferecer uma coisa muito específica, e não abdica disso. Conquanto compreenda, portanto, a decisão de não prescindir de tais jogadores, não consigo deixar de pensar que um colectivo é tão mais forte quanto melhores forem as decisões dos seus jogadores. Assentar o modelo de jogo na capacidade de decisão dos jogadores e ter no onze dois ou três elementos abaixo da média nesse capítulo é profundamente contraditório, e Guardiola teria muito a ganhar se deixasse de pensar no que eles lhe podem dar em termos individuais e passasse a considerar aquilo que não lhe dão em termos colectivos.
Da mesma maneira que o Manchester City foi muito mais dominador o ano passado sempre que Gundogan ocupou a posição de Fernandinho no centro do terreno, parece-me óbvio que a equipa poderia crescer muito se em vez de Kyle Walker e Raheem Sterling tivesse jogadores de futebol a sério. Aos olhos do leitor comum, a última frase pode parecer excessiva. Mas toda e qualquer opinião que divirja duma opinião generalizada tende a parecê-lo. Que o pareça é aliás um óptimo sinal daquela estupidez de que falava no princípio, da qual todos nós padecemos porque todos nós temos vizinhos que dizem coisas que, por sua vez, têm outros vizinhos que dizem coisas, e da qual só se cura quem tiver a decência de desconfiar da vizinhança e dedicar algum tempo à perigosíssima actividade de puxar pela própria cabeça."

Aos seus lugares (os super-heróis do mundo real estão nos Jogos Olímpicos - e não só)

"No 2.° direito da Praceta Raúl Proença, havia família com duas filhas adolescentes e os pais já com um pé nos quarentas. Tudo corria bem, até que tiveram um pequeno acide... perdão… queria dizer "uma agradável surpresa": o nascimento de uma terceira filha, ou, como há quem diga com carinho, “um feijãozinho perdido”.
Não venho de uma família em que o desporto estivesse dentro de casa - fui eu que levei o desporto lá para casa. E a prova disso é que quando partilhei que "ia aos treinos de atletismo", o meu pai inicialmente não ficou lá muito entusiasmado, e chegou mesmo a dizer-me "que o atletismo não era para meninas."
Mas bastou ir a uma única prova minha para se esquecer que alguma vez tinha dito tal coisa e para passar a apoiar-me no meu novo projecto.
Desde os 10 anos que o meu pai me acompanhou nos treinos. Quando cheguei à faculdade, ele passou a fazer de tudo para que fosse possível estudar e treinar com qualidade. Todos os dias me acordava às 5h40, com um sumo de laranja, e às 6 saíamos de casa para eu correr - ele ia de carro a dar-me música e luz.
A minha mãe até ao dia de hoje não sabe bem quais são os meus recordes pessoais. Para ela só importam duas coisas: se estou feliz e se estou saudável.
A minha família não é uma família de atletas, mas o apoio que me tem dado ao longo do meu percurso fez de mim o que sou hoje.
Normalmente, quando pensamos nos ingredientes para o sucesso, talento e trabalho são os primeiros pontos que nos ocorrem. A minha experiência tem vindo a mostrar-me que a sorte de ter um meio próspero e oportunidades para desenvolver o potencial são igualmente fundamentais.

Prontos...
Em 2012, tive as primeiras oportunidades de ir estudar e treinar nos EUA. Na altura, apesar de não ser fácil conciliar o desporto e a escola no sistema universitário português, eu não estava preparada para deixar o meu namorado - que hoje em dia é o meu marido -, os meus amigos e família.
Em 2014, durante o último ano do meu curso de fisioterapia, alguns acontecimentos na minha vida pessoal fizeram-me questionar se estava a dar importância devida àquilo que para mim era realmente importante e nessa altura repensei se estava a fazer tudo o que estava ao meu alcance para chegar onde queria.
A vozinha que acordou na minha cabeça desde que faço desporto deixou de dizer "Um dia gostava de ir aos Jogos Olímpicos", para passar a dizer "Quero ir aos Próximos Jogos Olímpicos".
Em 2015, peguei numa mochila cheia de sonhos e atravessei o oceano para começar uma nova aventura.
Mesmo começando com o pé direito, para correr também precisamos dos joelhos e passados dois meses da minha chegada a lesão no joelho que trouxe de Portugal ainda não tinha passado, e acabei por ter de ser operada.
Recuperar longe de casa não foi fácil, mas felizmente tive uma recuperação rápida, que me permitiu voltar para a pista e começar literalmente a correr atrás do meu sonho americano.
Nesse mesmo ano, contra todas as expectativas, consegui avançar nas rondas do Campeonato Nacional Universitário, da NCAA, e acabei mesmo por chegar à final. Sentia que nada me podia parar. Nem consigo explicar o entusiasmo que senti na partida: eu tinha mudado a minha sorte. Infelizmente, 100 metros depois do tiro de partida, fui empurrada e acabei por cair e partir o punho.
A época seguinte era ano olímpico e eu tinha o plano perfeito para me vingar. A escada para o sucesso era simples: em Novembro tinha de ir ao Europeu de Corta-mato, em Março ao Campeonato do Mundo, em Junho ganhar a NCAA, em Julho ir ao meu primeiro Europeu de Seniores, e em Agosto aos Jogos Olímpicos.
Claro que o plano não correu tal como eu o desenhei, mas a verdade é que apesar de não ter cumprido todas as metas, atingi os meus dois principais objectivos: sagrei-me campeã da NCAA e fui aos meus primeiros Jogos Olímpicos.
Traçar objectivos não é o mesmo que comprar um bilhete para um destino. Mas há que aceitar que a viagem é longa, que vai ser dura mas vai valer a pena.
Tenho vindo a aprender ao longo da minha carreira que é a soma das pequenas vitórias que nos leva aos momentos de sucesso que tanto procuramos. Por exemplo: eu não ganhei o World Challenge em Berlim, onde bati o recorde nacional da milha, pelo sprint dos últimos 100 metros. Eu fi-lo porque me entreguei no treino, e fiz valer a pena todas as lágrimas de despedida que foram choradas para eu ali estar. Fi-lo pelos dias em que saí da pista com uma lição em vez de uma medalha. Pelas conversas difíceis que tive com o meu treinador e colegas de equipa, para tornar o meu ambiente de trabalho mais próspero. Fi-lo por ter aprendido a passar mais tempo a ser grata pelo que sou e pelo que tenho, em vez de me comparar com alguém que nem sequer conheço.
Espero ter várias medalhas ao peito no fim da minha carreira, mas quero ter a certeza que até lá aproveito cada bocado que a viagem me dá, porque essa vai ser a única forma de ter orgulho do meu percurso, quando ele chegar ao fim.

O Tiro
No dia antes da prova, todos os atletas tiveram contacto com a imprensa. No meu dia, um dos jornalistas perguntou-me o que senti quando entrei na Aldeia Olímpica.
Eu disse que, na minha opinião, dentro da aldeia estavam os super-heróis do mundo real. Os seres humanos mais ágeis, os mais fortes, os mais rápidos, os mais resistentes. E que pertencer à população de uma aldeia de super-heróis me fazia sentir especial.
Chego à conclusão de que estava enganada. Os heróis do nosso mundo não estão só na Aldeia Olímpica: estão em todo o lado. O José Freitas que acordava a filha todos os dias para ir correr também é um super-herói, tal como todos ou outros pais ou filhos de alguém.
Todos nós somos os heróis da nossa própria história e temos o poder de escrever cada linha do nosso livro com entusiasmo, na procura do final feliz."

O campeão vence e, ao perder, cede o lugar ao campeão seguinte

"A direcção do COP valoriza o curto prazo ao silenciar a criação de condições de produção desportiva, hoje, para que Portugal beneficie de indicadores desportivos de nível europeu dentro de 10 ou 20 anos.

Em 2013 o Papa Bento XVI ao renunciar ao seu pontificado criou condições para a eleição do Papa Francisco. O mundo surpreendeu-se com a decisão e passou a habituar-se à reforma que nomeará Tolentino Mendonça como Cardeal. A partir da situação herdada o Papa Francisco tem procurado melhorar a Igreja Católica. O mundo apercebe-se do seu labor e acalenta a esperança da transformação para melhor das coisas que são antigas. Como mera hipótese, se pouco tivesse sido transformado desde início a indigitação cardinalícia de Tolentino Mendonça poderia não existir.
Após o percalço de Pequim, o Comité Olímpico de Portugal (COP) preferiu manter a mesma liderança em 2008, continuando as políticas falhadas. Os resultados pioraram em 2012. Mudando a liderança em 2013, pareceu bem à nova direcção manter as políticas anteriores e os resultados olímpicos em 2016 encravaram nos de 2012.
O comportamento imobilista das direcções do COP tem conduzido à incapacidade de combater o seu insucesso olímpico. As razões apontadas da estagnação da produção olímpica são a genética, cultura, alimentação, futebol dos portugueses. Acrescenta-se que a competitividade e produtividade dos outros são um empecilho inamovível e acrescentam-se tantas outras desculpas para ocultar as responsabilidades do COP. É interessante constatar que os seus dirigentes ficam décadas nos cargos não se lhes aplicando as regras simples dos atletas que, quando perdem, saem do lugar ocupado, dando lugar àquele que é melhor do que ele.
Porém, ao contrário das razões e do imobilismo de política das direcções do COP, as federações olímpicas não ficaram quietas e, em primeiro lugar, a Federação de Ginástica publicou um livro sobre o desenvolvimento desportivo das federações. Em segundo lugar, as federações descreveram as difíceis condições de produção com que se defrontam e a hipótese de o resolver através da Plataforma do Desporto Federado (PDF). Em terceiro lugar, procuraram encontrar uma organização desportiva de topo para operacionalizarem a PDF.
Fiel à sua tradição olímpica, a entrevista do presidente do COP ao jornal Record sustenta a suficiência do COP. Diz que tudo está bem, tudo foi feito e outros é que impedem o melhor que se queria fazer.
A entrevista de 5 páginas sugere que as políticas públicas da legislatura anterior foram adoptadas pela geringonça e sem sobressaltos. A entrevistadora pergunta se “os atletas não se podem queixar por falta de condições para chegarem a Tóquio melhor preparados”, ao que o presidente do COP responde “Queixarem-se podem sempre [risos]” e conclui “não direi todos os meios que são necessários, mas aqueles que o país consegue reunir”. Esta afirmação sobre “aqueles (meios) que o país consegue reunir” coloca à frente das carências dos atletas e das federações olímpicas os argumentos de Jeroen Dijsselbloem quando afirmou que a população portuguesa vivia acima das suas possibilidades.
Certas respostas são uma coisa, a sua contrária e outra ainda e responsabilizam as federações. Acerca da existência das organizações desportivas, o comité olímpico e a confederação, diz-se: “Há países em que há dois organismos, outros em que há só um, outros em que já houve dois e agora só há um. Isso depende da vontade das federações”; noutra afirmação sobre as relações com o Governo nota: “Também tivemos boas relações com o anterior governo. Temos boas relações com o actual, numas coisas concordamos, noutras nem tanto, mas numa coisa tenho de reconhecer: da parte do actual Governo, como do anterior, obtive sempre relações de enorme cordialidade, de excelente colaboração”. Por fim, à pergunta do Record “Em comparação com outros países, como se posiciona a preparação olímpica portuguesa?”, explica da seguinte forma “Estamos ainda distantes de uns, igual a outros e à frente de outros.” Em nenhuma destas respostas são ponderados os argumentos relativos do que seria, no entender do COP, a boa política desportiva. O entrevistado não refere a ambição da conquista de medalhas de ouro pelos campeões Fernando Pimenta e Pablo Pichardo, nem identifica para Tóquio outras medalhas e são desconhecidas as federações que se distinguem pela excelência olímpica.
Surgem insuficiências, como o reparo à valorização das medalhas pelo Presidente da República, já notada por Gustavo Pires no site do jornal A Bola. Em alternativa à crítica, o COP não valoriza o voluntarismo da Presidência alertando o Governo e as federações para a necessidade de políticas públicas e projectos em resposta aos anseios da Nação.
Surge o contrassenso desportivo da entrevista não discutir o futuro a vários ciclos legislativos e desportivos que são a condição do sucesso da juventude olímpica. Um atleta de alto rendimento, que pode ser um campeão olímpico, ou não, cria-se ao longo de mais de 15 anos com políticas públicas sempre atentas e assertivas às necessidades do jovem. Caso esse praticante de elevado potencial não seja um campeão, o seu potencial surgirá noutras facetas da sua personalidade, na produtividade e na capacidade de se dedicar a projectos sociais, não descurando o mundo que o desporto lhe permitiu interiorizar.
A direcção do COP valoriza o curto prazo ao silenciar a criação de condições de produção desportiva, hoje, para que Portugal beneficie de indicadores desportivos de nível europeu dentro de 10 ou 20 anos. À entrevista falta a interpretação do passado e a partir dessa leitura crítica e responsável, gizar o rasgo de liderança capaz de aumentar a produtividade no alto rendimento desportivo e na prática desportiva regular da população portuguesa.
A falta de decisão da política pública nacional sobre o longo prazo é o labirinto em que se encontram as federações desportivas. No passado as federações desfiliaram-se da CDP porque o desempenho das direcções que elegiam não combatia os fracassos da produção desportiva federada. Na busca de condições de operacionalização da PDF, as federações acabam por votar em eleições onde existe um produto-desportivo-caduco. Paradoxalmente, as eleições são ganhas pela velha continuidade, que igualmente é acarinhada na entrevista do COP. As afirmações ao Record são um vislumbre das razões que empurraram as federações desportivas nacionais entre “Ceca e Meca”, à procura do seu futuro, à medida que são atingidas pela pobreza de mais uma legislatura e um ciclo olímpico de desenvolvimento desportivo.
Neste momento de contínua-continuidade das políticas, as federações apenas podem esperar a falência, seja a desportiva, a financeira ou a económica e a social que tantas têm sofrido ultimamente. A CDP e o COP consubstanciam-se, hoje, como falhas do Modelo de Desporto Português. Os atletas, clubes, associações e federações são os seus perdedores crónicos.
A criação da Plataforma do Desporto Federado e a oportunidade perdida das eleições à CDP demonstram como o desenvolvimento do desporto é complexo, necessita de ser equacionado por múltiplos contributos, que podem ser contraditórios, e ser criado no longo prazo.
Faltam instrumentos que assegurem às federações poder para fazer valer os seus direitos, principalmente na definição das políticas que mais lhes interessam no seio das suas organizações desportivas de topo, sejam a CDP ou o COP, caso a reforma do Modelo de Desporto Português continue a tardar. As eleições são sempre uma oportunidade para rodar a agulha desportiva, esperando-se pelo melhor.

O espectáculo - a variável esquecida (III)

"A constituição do fenómeno desportivo, na sua origem, residiu no ócio, no lazer. A sua demanda pelo associativismo, até chegar ao profissionalismo, provocou o negócio. E o negócio não funciona sem o espectáculo. A evolução das diferentes modalidades desportivas e do sistema desportivo, a emergência de novos modelos, a entronização dos heróis e as suas sucessivas hierarquias, assim como a sucessão rápida de eventos desportivos e a criação de outros novos, devem fazer-nos reflectir sobre um desporto onde cada vez mais há esse espectáculo e cada vez menos formação, mais negócio e menos jogo, mais elitismo e menos participação.
Paul Yonnet (1) realça a necessidade fundamental para o desporto-espectáculo de duas componentes – a incerteza e a identificação. Duas componentes que não estão presentes no espectáculo cultural. E, contrariamente a algumas posições aqui apresentadas no artigo anterior, diz-nos que “a violência das identificações no desporto-espectáculo não é catártica, é aditiva.”
Sendo a competição uma das características fundamentais do desporto-espectáculo, Paul Yonnet (2) já nos tinha alertado anteriormente para a existência de dois tipos de competição no momento dos grandes eventos desportivos: a primeira, uma competição mensurável, regulamentada, e que é o objecto de um resultado técnico visível e de prémios e recompensas; a segunda, uma competição não regulamentada em que o objectivo é o reconhecimento público. Entra-se assim na ordem dos afectos: “ser conhecido não é o suficiente, é preciso ser amado, admirado, profundamente, colectivamente.” Mas que não se pense que este segundo tipo de competição é gratuito pois estão-lhe associados os contratos financeiros, os direitos de imagem, a publicidade.
Uma questão é fundamental: para que serve o desporto-espectáculo? O leigo responder-nos-á: para nos entretermos e nos divertirmos (ócio). Um especialista responder-nos-á: para vender produtos (negócio). Ora, teremos de estar cientes de que o entretenimento não produz conhecimento como refere Byung-Chul Han (3) e de que o negócio não gera nem bens nem obras, não cria riqueza, apenas a movimenta em determinados sentidos.
O desporto actual já não é o «deportatre» latino e nele estão presentes as situações mais exemplares mas também as mais ignóbeis, as mais perversas. Preocupante é o facto de nele a vitória e a acumulação de riqueza terem talvez actualmente o mais importante papel. Preocupante é já não ser tanto o «interessa participar»..."

Nota Oficial

"A Sport Lisboa e Benfica – Futebol SAD, a propósito da notícia que faz hoje a manchete do jornal Record e sob o título "Luz em risco", informa:
1 - Na sequência dos lamentáveis e condenáveis incidentes ocorridos no último Sport Lisboa e Benfica–Santa Clara e no âmbito do processo disciplinar n.º 82-18/19, o Sport Lisboa e Benfica foi efetivamente condenada ao pagamento de uma multa no valor de 14.308,00 €, numa decisão pública datada de 23 de julho e num processo como tal totalmente concluído do ponto de vista disciplinar;
2 - Desconhecemos de todo a existência de um outro qualquer processo, sobre o qual nunca fomos notificados;
3 - Registamos e lamentamos o alarmismo de uma notícia em que é o próprio jornal Record que assume que "está ainda no âmbito da Comissão de Instrutores da Liga, que está ainda a investigar os factos... e que será depois o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol a decidir, mas tudo depende do enquadramento que for dado aos factos".
Esta evidência, por si só, revela a credibilidade e consistência da notícia e da manchete, que inclusive a própria FPF já hoje esclareceu tratar-se de um processo jurídico totalmente encerrado ao nível da justiça desportiva.
4 - A Sport Lisboa e Benfica – Futebol SAD lamenta todo o sensacionalismo criado em torno desta manchete, e não quer acreditar que um tema desta natureza possa estar sujeito a recados via jornais, ou pretensas fugas de informação selectivas, por parte de entidade e órgãos com a responsabilidade e deveres dos atrás mencionados.
5 - A Sport Lisboa e Benfica – Futebol SAD reafirma o seu total empenho em continuar a colaborar em todas as iniciativas que visem pôr fim a quaisquer actos que coloquem em causa a segurança nos recintos desportivos e a construção de um ambiente positivo em torno dos fenómenos desportivos."

Prestígio reforçado

"Temos, por estes dias, vários exemplos que evidenciam e reforçam o prestígio do nosso Clube no mundo do futebol.
A visita a Cabo Verde é um deles. O motivo da viagem, em que a comitiva benfiquista é liderada pelo Presidente Luís Filipe Vieira, passa pela inauguração oficial da Casa do Benfica da Praia, a capital cabo-verdiana.
A ideia da localização da Casa, no bairro de Achada de Santo António, surgiu de um desafio lançado por Ulisses Correia, hoje Primeiro-Ministro, então Presidente da Câmara da Praia, para que o Benfica apoiasse a criação de uma rua dedicada a Eusébio da Silva Ferreira na capital de Cabo Verde.
Este espaço insere-se já no novo modelo das Casas, com incidência nas áreas social, desportiva, académica e cultural em benefício, sobretudo, das crianças. E também existirão outras infra-estruturas que permitirão a realização das diversas actividades no âmbito das vertentes da Casa.
Mas antes, durante a tarde de hoje, às 16h30, está prevista a recepção oficial, com as presenças do Primeiro-Ministro Ulisses Correia e do Presidente da Câmara Municipal da Praia, Óscar Santos. No evento, Ulisses Correia presidirá ao ato de condecoração do Sport Lisboa e Benfica que, conforme se poderá ler no convite endereçado a muitos convidados, “será galardoado pela sua história no mundo do futebol, pela sua dimensão plural dentro e fora das fronteiras da CPLP”. 
Noutra vertente, destaca-se a participação de Domingos Soares Oliveira na conferência Soccerex Europe 2019. O administrador da SAD benfiquista fez parte, esta manhã, do painel dedicado ao tema “O modelo de negócio dos clubes modernos”. A seu lado estiveram, sob a moderação de Tony Simpson, sócio do Savannah Group, José María Cruz, CEO do Sevilla FC, Stefano Bertola, administrador da Juventus e Michele Centenaro, secretário-geral da Associação Europeia de Clubes. 
No plano desportivo, num período dedicado à actividade das selecções, realce para a chamada de 42 futebolistas do Benfica aos diversos escalões nacionais (dos A aos Sub-18), bem como de outros países. Poderiam ser 43, mas Florentino acabou por ser dispensado devido a um problema físico decorrido durante a brilhante vitória da nossa equipa, por 0-4, em Braga. Da nossa equipa de honra foram chamados 12 atletas, com destaque para a estreia de Ferro nos trabalhos da selecção A portuguesa. Da formação foram 30 os escolhidos. Só nos Sub-19 são onze os benfiquistas, a comprovar a continuidade do excelente trabalho desenvolvido no Seixal ao nível da formação.
Por último, continuam a suceder-se os artigos na comunicação social internacional em que são feitos elogios ao Benfica e a gestão e modelos desportivo e de negócio do Clube são destacados. O mais recente foi publicado no Olé, o diário desportivo argentino mais conhecido. Sob o título, “Rei do mercado”, a peça versa sobre os clubes mais rentáveis do mundo nos mercados de transferências. O artigo abre com a afirmação de que o Benfica “compra por pouco e vende por muito” e que facturou cerca de 600 milhões de euros nos últimos dez anos só em vendas de passes de jogadores e teve o dobro de títulos do FC Porto.
Esta última referência é fundamental. Não obstante a desejada e empreendida estabilidade financeira, o maior e mais importante retorno da gestão do Clube passa pela área desportiva. Os cinco títulos nacionais e os restantes títulos e troféus conquistados em primeiro plano e o equilíbrio económico-financeiro enquanto base que potencia o sucesso desportivo validam a estratégia seguida nos últimos anos.
Em contraciclo a este reconhecimento, hoje o jornal Record consegue fazer mais uma manchete sensacionalista e baseada em factos falsos.
Queremos mais! O presente satisfaz-nos, mas é no futuro ainda mais glorioso do Benfica que estamos focados. #PeloBenfica

P.S.: Hoje, às 21h00, no pavilhão Fidelidade, terá início o jogo de apresentação da nossa equipa de basquetebol, frente ao Basket Bilbao. Antes, pelas 19h00 jogarão Gran Canaria e Estudiantes. Trata-se da sexta edição do Torneio Internacional de pré-época organizado anualmente pelo Benfica que, além da nossa equipa, conta com a participação de três equipas da Liga Endesa, o campeonato espanhol, considerado o melhor do mundo a seguir à liga profissional americana, a NBA. É, certamente, o torneio de basquetebol realizado em Portugal com o melhor cartaz de sempre. O certame decorrerá até domingo, com dois jogos por dia."

A missão de Renato Paiva

"Admito ser daqueles adeptos que programam o seu dia em torno de um jogo dos encarnados, seja da equipa principal ou da equipa B.
Sou muitas vezes questionado por amigos meus de como ser possível ter tempo e vontade de assistir a tanto jogo. Muitas vezes em directo e outras (por motivos profissionais) já horas depois do término. 
A razão ou as razões são até muito simples.
Primeiramente o facto de gostar tanto de futebol e do SL Benfica. Depois porque a equipa principal embora seja a equipa cabeça de cartaz, não é a única e muitos dos futuros talentos encarnados coabitam no Seixal espalhados pelas diversas equipas.
Pensar na equipa B é o mesmo que pensar em muitos grandes profissionais que por lá passaram e acredito que a fábrica vai continuar a trabalhar arduamente e a produção continuará a ser exemplarmente bem feita.
Senão vejamos o exemplo da equipa principal.
Bruno Lage, Nuno Tavares, Ruben Dias, Ferro, Zlobin, Jota, Gedson e André Almeida são só alguns dos nomes que passaram pela equipa secundária e que hoje fazem parte da equipa principal.
Este início de época tem sido algo irregular.
Em casa o SL Benfica B tem seis pontos em 12 possíveis. Jogar fora é que tem sido o problema, pois até aqui nenhum ponto foi conquistado.
Se isto significa que os alarmes devem ser ligados? Pois eu penso que não, aliás, tenho a certeza que não.
Os objectivos da equipa não passam apenas por ganhar. Lógico que ganhar é sinónimo de sucesso. Mas numa equipa secundária, o sucesso não é só visto pelo número de pontos que são amealhados durante o campeonato.
Senão vejamos o seguinte exemplo:
Na época 2015/2016 o FC Porto B conquistou o título de campeão após 46 duras batalhas. O sucesso foi conquistado sem que isso se tivesse reflectido na equipa principal. Desse plantel apenas André Silva jogou na equipa A, dando rendimento desportivo e financeiro. Outros até tiveram minutos, mas mais nenhum saiu pela porta grande. 
A questão que impera aqui é se ganhar é sinónimo de formar?
Recordo uma época em que as coisas não correram bem ao plantel secundário encarnado. Foi necessário a chamada de elementos da equipa principal para ajudarem a chegar à manutenção. Neste caso falo de Gonçalo Guedes e Nelson Semedo. Como grandes profissionais que são e que revelaram ser naquele momento, ambos desceram um degrau sem nunca terem abdicado da vontade e determinação que os definem. O objectivo foi a muito custo assegurado e os dois jogadores acabaram por ser determinantes. Hoje, são jogadores de selecção nacional e grandes figuras do campeonato espanhol.
Neste aspecto toda a estrutura encarnada tem feito um trabalho exímio. Desde o primeiro ano ao comando de Luís Norton de Matos até chegar a Renato Paiva que a equipa B tem sido brindada com uma grande montra de talentos constituindo um grande alicerce da equipa principal.
É possível fazer um onze só de elementos que jogaram na equipa B sendo posteriormente lançados na equipa A.
Guarda Redes – Bruno Varela Defesas
laterais – Nélson Semedo e João Cancelo
Defesas Centrais – Ruben Dias e Lindelof
Médios – André Gomes, Florentino Luis, Gedson Fernandes e Renato Sanches
Avançados – Ivan Cavaleiro e Gonçalo Guedes
Por estas razões, penso que os objectivos da equipa orientada por Renato Paiva passam por apresentar um bom futebol, um futebol de ataque e de posse. Terminar a época numa posição fora dos lugares de descida será o suficiente se os outros objectivos forem alcançados.
Objectivos estes que passam principalmente por continuar a formar jovens jogadores que possam ser no futuro opções válidas para a equipa principal.
Seguramente que um dos adeptos muito atentos a todos estes jogos será o Mister Bruno Lage."