terça-feira, 13 de agosto de 2019

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"Diversas histórias e momentos recentes demonstram como cada vez mais a identidade do Benfica está a ser reforçada pela estratégia de formação da nossa famosa escola do Seixal.
A mensagem de João Félix acerca daquele fantástico golo de Nuno Tavares, com a simples frase “Seixal não falha”, encerra em si a mística, o conceito e a identidade que, desde a mais tenra idade, são ensinados como valores de companheirismo muito fortes na nossa formação.
Veja-se também os ex-jogadores do Benfica que, estando longe, continuam a vibrar com o seu Clube e a desejar a melhor sorte aos seus colegas, desde Bernardo Silva, Renato Sanches, David Luiz, Ederson, Gonçalo Guedes, Nélson Semedo, João Cancelo, Lindelöf e tantos outros, culminando em João Félix, que estando no centro de todas as atenções com as suas exibições, não se esqueceu de assinalar o feito do seu ex-colega.
A cultura de Clube é evidenciada também numa cada vez mais forte interligação de jogadores das equipas A e B, com colegas a assistir a jogos dos seus companheiros enquanto o calendário vai permitindo.
Esta aposta de fundo de Luís Filipe Vieira começa hoje a recolher um reconhecimento muito amplo nos mais variados sectores e multiplicam-se as reportagens de órgãos de comunicação social internacionais que querem conhecer com profundidade qual o segredo por trás da produção e evolução de tanto talento.
Existindo um rumo e uma planificação, fica-se sempre mais próximo da obtenção de títulos. E é esse percurso que, ano a ano, tem vindo a ser construído.
No plano interno, respeitando todos os adversários por igual, mas consolidando a hegemonia. No plano internacional, não obstante as duas finais da Liga Europa, procurando dar um salto qualitativo com a única estratégia possível face às diferenças económicas. Apostar tendo por base a formação, reforçando com mais-valias para as posições mais carentes e, com todo o trabalho feito desde há anos, cimentando-se uma cultura de vitória.
Recorde-se, por fim, a promessa cumprida que a base das futuras selecções fosse garantida por jogadores Made in Benfica. Façamos um exercício e torna-se óbvio onde está o futuro. Com humildade, profissionalismo e valores como têm evidenciado os nossos jogadores."

Tarde vermelha em flor!

"A primeira final da Taça de Portugal (com esta designação) só em 1953 pôs frente a frente Benfica - FC Porto. A exibição dos encarnados foi perfeita como nos filmes: 5-0. Podiam ter sido muitos, muitos mais.

Olhem que foi preciso esperar até 1953 para termos uma final da Taça de Portugal entre Benfica e FC Porto.
Deixei de fora os Campeonatos de Portugal, como está bem de ver. Resolvi falar de Taça de Portugal com esta designação atribuída por decisão federativa em 1939.
Domingo, 28 de Junho de 1953, portanto.
Os do Porto pareciam ter pressa. Entraram em campo cedo, ficaram por lá sozinhos a fazer umas corridinhas, ansiosamente à espera do árbitro e dos adversários.
Tinham jogadores de truz: o grande Barrigana, Virgílio, o Leão de Génova, Carlos Duarte, Monteiro da Costa.
Gente fina. Gente finíssima!
Ah! Mas o Benfica era melhor. Bastos e Moreira, Félix e Ângelo, Arsénio e Águas; Rosário e Rogério.
Havia uma vontade indómita do golo naquela gente que, perfilada na frente da tribuna, escutava, solene, o Hino Nacional.
Com o vento pelas costas, os encarnados enfunaram o peito como velas de galeão, à moda do Raposão d'A Relíquia mais a sua abominável Titi.
Tomam conta o jogo e do público.
Águias que esvoaçam ameaçadoras sobre a área de Barrigana.
José Águas remata ao poste. É um jogador de suprema elegância.
Rosário e Vieira falham lances isolados face ao guarda-redes portista. Barrigana é um figura que provoca receio.
A cada minuto que passa, a pressão do Benfica aumenta como um torno em redor da sua vítima. Toda a gente entusiasmante, inquieta, que se levanta e se senta segundo a segundo, nas bancadas, como se tivessem molas nos traseiros, percebeu já que o FC Porto acabará por soçobrar. Mas quando? Até onde pode ir aquela resistência quase sobre-humana?

A resposta
Pergunta a resposta: minuto 35.
Livre indirecto contra o FC Porto. Toque ligeiro de Ângelo para Arsénio, remate forte, colocado, imparável.
O Benfica abria o marcador, e nada poderia ser mais justo.
Os nortenhos sentiram o golpe como uma traição do Destino. O seu tremendo esforço defensivo fora quebrado, e o moral do conjunto estilhaçou-se.
Três minutos mais tarde, outro choque de enorme rudeza.
Movimento confuso junto da baliza de Barrigana, Arsénio atrapalha-se à primeira, mas emenda à segunda. 2-0.
Uma brisa gloriosa sopra por entre os homens das camisolas vermelhas, de um vermelho vivo.
A bola vai a meio-campo, mas os portistas não conseguem manter a sua posse nem cinco segundos. Não tarda e ela surge nos pés macios de Águas para mais um pontapé imparável: 3-0.
Três golos em quatro minutos!
O vencedor está encontrado ao intervalo.
Iremos assistir a uma degola de inocentes como se estivéssemos no Circo Máximo da antiga Roma? As colunas de pedra da tribuna de honra do Estádio Nacional serão testemunhas mudas disso.
O Benfica regressa ainda envolto numa ânsia goleadora impressionante. Águas é um furacão de movimento estonteantes. Todo o conjunto pratica um futebol bonito e espectacular não perdendo a oportunidade de rematar à baliza sempre que ela surge.
Barrigana é grande. É gigante! Faz o que pode e muito que parecia não poder.
O quarto golo é uma maravilha de 'association': passe largo de Rogério para Águas, centro deste para a cabeça de Rosário, que toca para Arsénio, que vem em corrida e dispara de primeira.
Os jogadores das camisolas azuis e brancas não sabem o que fazer com os braços: mantê-los caídos eu erguê-los para levar as mãos à cabeça?
O público vai abandonando o estádio numa presa de casas.
Falta um minuto para que o jogo termine.
Alguém, de saída, vira o pescoço para a derradeira espreitadela: vislumbra o passe profundo de Águas, a corrida de Arsénio e o toque simples para a baliza.
Os outros só saberão o resultado definitivo na manhã seguinte, quando comprarem o jornal."

Afonso de Melo, in O Benfica

Uma vida de ensaios

"Carlos Nobre desempenhou várias funções ao serviço do râguebi do Benfica: jogador, treinador e presidente da secção

Aos 14 anos, teve o seu primeiro contacto com o râguebi e apaixonou-se pela modalidade. Seria a paixão de uma vida! O seu enorme talento fez com que, em Fevereiro de 1958, se estreasse pela equipa de reservas e chamasse a atenção da imprensa: 'Carlos Nobre deu plena justificação às esperanças nele depositadas e com ele contamos para se poder honrar o glorioso nome do nosso Clube'. O atleta aceitou o repto, correspondendo com dedicação e títulos.
Poucas semanas depois de alinhar pelas reservas, jogou pela primeira vez pela equipa de honra, onde progressivamente foi ganhando o seu espaço no 'quinze'. Na época 1959/60, tornou-se peça-chave do conjunto que se sagrou campeão nacional. Título inédito na história dos 'encarnados'! O feito foi repetido nas duas edições seguintes da competição, todas de forma invicta. Carlos Nobre adicionou ao seu palmarés mais dois Campeonatos Nacionais e seis Taças de Portugal, numa carreira feita de 'águia ao peito'. Preponderante tanto dentro como fora de campo, nos seus últimos anos como jogador dividia-se entre os ensaios e os deveres da secção, no cargo de presidentes.
Em 1981, o antigo atleta estreou-se numa nova função: treinador da equipa de honra. O Benfica encontrava-se numa 'situação algo insólita', ia disputar o Torneio Competência, 'prova que engloba os dois últimos classificados da I Divisão da época transacta e os dois primeiros da II Divisão', numa liguilha que iria decidir quem disputaria o principal campeonato nacional. O novo técnico mostrou-se preparado e conseguiu a manutenção. Na época seguinte, iniciou um ciclo de três conquistas consecutivas da Taça de Portugal. Em 1986 guiou o Clube à reconquista do Campeonato Nacional, uma década depois. O Benfica tinha-se sagrado campeão nacional pela última vez em 1976, precisamente no ano em que Carlos Nobre se retirou enquanto atleta. Parecia talhado a proporcionar grandes momentos ao râguebi 'encarnado'.
Dedicou a vida à sua grande paixão e ao seu clube do coração, e, como se de um batimento cardíaco se tratasse - ora se sente, ora não se sente -, sempre que se 'sentia' Carlos Nobre num cargo importante, o Benfica invariavelmente acabava a celebrar títulos.
Saiba mais sobre estas e outras conquistas na área 3 - Orgulho Ecléctico do Museu Benfica - Cosme Damião."

António Pinto, in O Benfica

Benfica deve seguir a filosofia de Lage

"Será que a manta do FC Porto é curta? E o Sporting, que ainda não ganhou, como vai ser o próximo jogo com o SC Braga?

O Benfica confirmou, na estreia na Liga, tudo o que de bom tinha feito ao conquistar a International Champions Cup e a Supertaça Cândido de Oliveira. A equipa dos encarnados mostra solidez, entre os seus jogadores encontraram-se solidificados processos modernos de jogo e a liderança serena de Bruno Lage é mais um trunfo a juntar a outros activos. Quando se chega ao apuro demonstrado pelo Benfica, o maior perigo está sempre na cabeça dos jogadores, que podem convencer-se de que tudo o que fazem é exequível mesmo em piloto automático, pensamento que abre as portas ao inêxito.
O que o Benfica está a conseguir só é possível se cada um, do presidente ao técnico de equipamentos, mantiver fidelidade aos princípios de trabalho e organização (a que se junta talento...) vistos dentro das quatro linhas. E é para manter este estado de coisas que o discurso temperado de Bruno Lage assume relevância: cada jogo é um desafio diferente, ter ganho por cinco ao Sporting e por outros cinco de Paços de Ferreira não é garantia de sucesso frente ao Belenenses SAD. Tenho escrito muitas vezes, noutro contexto, que um clube que não saiba respeitar o passado, não tem futuro. Mas respeitar o passado é uma coisa, querer viver dele é outra, absolutamente distinta. É aqui, no foco constante no adversário que se segue, que reside a sabedoria do método de Lage.
Quanto aos adeptos do Benfica, que vivem em estado de graça depois de um título de 2018/2019 com que já não contavam e de um arranque-canhão na temporada em curso, a que se somam notícias animadoras quanto à saúde financeira do clube, manda a prudência que mantenham a cabeça no ar e os pés em terra. Se assim for, se resistirem à tentação de embandeirar em arco, se tiverem em mente o que vale o Benfica, futebolisticamente, quando comparado com os colossos europeus, estarão mais próximos da filosofia do treinador.
Sobre FC Porto e Sporting: Os dragões, depois de uma boa prestação em Krasnador, mostraram, em Barcelos, que a manta que os tapa é curta. O que não deixa de ser preocupante quando se vê a época como um todo. Já o Sporting, que ainda não ganhou nenhum jogo, merece dos seus responsáveis uma análise mais aprofundada. Que, provavelmente, já devia ter sido feita quando o comboio ainda não estava em movimento...

Ás
Nuno Tavares
Estreia de sonho na Liga, com um golo para mais tarde recordar. Desde os tempos de Inácio, que Juca, com Da Costa para a esquerda, colocou a jogar à direita, que não se via um canhoto a dar tão boa conta do lado contrário, embora, como veio a suceder com Inácio, chegará o tempo de Nuno Tavares derivar para o seu lado certo.

Ás
Miguel Oliveira
Na Áustria, em casa da Red Bull, Miguel Oliveira realizou o melhor Grande Prémio da sua ainda curta carreira, provando de forma enfática que, mesmo ao mais alto nível, tem asas para voos muito altos. Talvez na próxima época o piloto de Almada tenha oportunidade de conduzir uma máquina que o faça lutar pelo pódio.

Ás
Vítor Oliveira
O treinador do Gil Vicente pegou em duas dezenas de jogadores que não se conheciam de lado nenhum e conseguiu transformá-los em algo parecido (para já) com uma equipa. Na estreia na Liga ganhou ao FC Porto, sem ficar a dever nada a ninguém. Vítor Oliveira, um grande nome do futebol português!

Mourinho mete farpas a Chelsea a Man. United
«Penso que podem ser quatro os candidatos ao título: Manchester City, Tottenham, Liverpool e a equipa B do Manchester City...»
José Mourinho, treinador
Numa primeira avaliação à Premier League de 2019/2020, Mourinho, novo comentador da Sky Sports, teve uma tirada fabulosa, matando dois coelhos de uma cajadada. Ao identificar uma putativo Manchester City B como candidato ao título, destruiu a política desportiva de Chelsea e Manchester United, onde protagonizou combates épicos com as administrações. Grande maldade...

Espanhóis encantados a descobrir João Félix
Depois do Real Madrid, a Juventus. João Félix tem escolhido os grandes momentos para fazer a sua afirmação no futebol espanhol. Do cepticismo inicial pelos 126 milhões que custou, à euforia pelo futebol que pratica, a afición está rendida à capacidade concretizadora e qualidade técnica de João Félix...
(...)"

José Manuel Delgado, in A Bola

Aldrabices e outros quinhentos

"A equipa B do Manchester City e a equipa B do Benfica. E Bruno Lage à frente de todos os outros treinadores em 20 jogos

José Mourinho, enquanto comentador da Sky Sports, escalonou assim assim os candidatos ao título inglês: «Manchester City, Tottenham, Liverpool e a equipa B do Manchester City». Pitada de humor, claro: equipa B do Manchester City. Claro que ainda faltam 37 jornadas para terminar a Premier League e a afirmação do treinador português pode virar-se contra ele. Vejamos, porém, o onze que iniciou o jogo com West Ham: Ederson; Walker, Stones, Laporte e Zinchenko; Rodri, De Bruyne e David Silva; Sterling, Gabriel Jesus e Mahrez. Resultado: 5-0. Olhemos para o onze alternativo, a equipa B de Mourinho, formado a partir dos restantes elementos do plantel de Guardiola: Claudio Bravo; João Cancelo, Otamendi, Mendy e Angeliño; Bernardo Silva, Fernandinho, Gundogan e Phil Foden; Sané e Aguero. Seria este onze candidato a vencer a liga? Tirando a pequenina aldrabice de colocarmos Mendy como central, clarinho candidato. Ou seja, Mourinho tem razão: a equipa B do City poderia entrar nos quatro primeiros lugares.

Que diria Mourinho dos candidatos ao título português, sobretudo depois do duplo 5-0 dos homens da Luz? Benfica, FC Porto, Sporting e Benfica B? Vejamos o onze alternativo de Bruno Lage, formado por quem não jogou de início com o Paços de Ferreira: Svilar; André Almeida, Jardel, Conti e Cervi; Taarabt, Fejsa, Gabriel e Chiquinho; Carlos Vinicius e Jota. Tirando a pequenina aldrabice de colocarmos Cervi como defesa, candidato ao título? Talvez não ao primeiro lugar, mas certamente ao top-5. Ou seja, juntando quem defrontou os pacenses com a fictícia equipa B, o Benfica tem o melhor plantel. Será campeão em Maio? Isso, como diz o povo, são outros quinhentos. Faltam 33 jornadas (99 pontos) e há ainda muita água para correr por baixo das pontes. Seja a 25 de Abril ou a da Arrábida.

A maior surpresa de 2019 no futebol português não foi João Félix. Foi (está a ser) Bruno Lage. Entrou em Janeiro e, com sete pontos de atraso para o líder, acabou campeão com dois de avanço, totalizando 87. Melhor só o FC Porto 2017/2018 e o Benfica 2015/2016, ambos com mais um ponto. Lage chegou agora aos 20 jogos na liga e soma nada menos de 58 pontos. Venceu 19 jogos, só empatando, em casa, com o Belenenses, fruto de dois lapsos. Não há, na história do Benfica, treinador com mais pontos nos primeiros 20 jogos. A seguir, com 53 pontos, surge Fernando Riera. Aliás, ninguém em Portugal fez mais pontos nos primeiros 20 jogos num clube. E podem lá colocar Artur Jorge, Mourinho, Villas Boas, Jesualdo Ferreira, Laszlo Boloni, Augusto Inácio ou Malcolm Allison. Será Campeão? Isso são outros quinhentos."

Rogério Azevedo, in A Bola

Uma entrada com o “pé direito”

"Começou o futebol e com ele as emoções que vivemos em cada lance, em cada jogada, em cada intervenção e decisão do árbitro. Para esta nova época, temos as tais mais de 12 alterações às leis de jogo, algumas com real impacto na partida. Pelo que me tenho apercebido, nem todas essas alterações foram ainda bem compreendidas. Para este primeiro artigo da nova época, decidi analisar alguns desses lances, numa jornada em que, de maneira geral, a arbitragem entrou com o “pé direito”, ou seja, sem influência directa nos resultados e com decisões globalmente positivas - e aqui incluo a decisão final do binómio árbitro e videoárbitro (VAR).
No jogo Marítimo-Sporting, destaco dois lances. Aos 69’, quando Mathieu, de forma deliberada, interceptou a bola com o braço esquerdo, o árbitro nada assinalou e a jogada prosseguiu. Os jogadores e o público protestaram, pois era importante a intervenção do VAR, sendo uma jogada que poderia ter ocorrido no interior da área e passível de penálti, mas as repetições foram claras: a infracção existiu, mas foi fora da área. Como tal, o protocolo não permite a intervenção do VAR, ou seja, eventuais livres directos não são lances que possam ser revertidos.
Desse mesmo jogo destaco uma bola que, ao bater no árbitro, alterou a posse de uma equipa para a outra. De acordo com as novas leis, o árbitro, nestas circunstâncias, tem de interromper o jogo e recomeçar com uma bola ao solo, no local onde bateu no árbitro. Essa bola ao solo é para a equipa que tocou em último lugar na bola, sendo que todos os adversários e colegas desse jogador têm de estar a quatro metros de distância. Sublinhe-se o facto de a bola poder ser reposta por qualquer jogador da equipa que a tocou em último lugar.
No Gil Vicente-FC Porto, destaco dois lances em que o árbitro inicialmente decidiu de forma incorrecta e a intervenção do VAR permitiu corrigir a decisão, repondo a tal verdade desportiva que se pretende com o uso desta ferramenta. Minuto 45, o árbitro assinala penálti por suposta carga ou agarrão de Alex Pinto sobre Sérgio Oliveira, mas na realidade o jogador gilista salta na vertical, há contacto mas não há empurrão, agarrão ou carga incorrecta.
Ao minuto 70, o árbitro nada assinala na área do Gil, pois deve ter ficado com a percepção de que a bola bateu na barriga de Rodrigo - é curioso que, na repetição de frente, que é o ângulo de visão do árbitro, fica essa mesma ideia, mas as outras câmaras mostraram que, ao projectar o corpo de forma deliberada, Rodrigo usou o braço direito como extensão do corpo e tocou na bola, desviando a sua trajectória. Um lance revertido pelo VAR e um penálti bem assinalado a favor do FC Porto.
Do Benfica-Paços de Ferreira, aos 30’, destaque para o penálti assinalado por mão de Bruno Santos, que, ao saltar à bola e com o braço bem acima da linha dos ombros, de forma deliberada, tentou ludibriar o árbitro, que sem ajuda directa do VAR, e porque estava muito bem colocado, assinalou de imediato a infracção. Destaco que nestes casos de mão/braço, sempre que estes estejam acima da linha dos ombros são uma referência para punição.
Ao minuto 37, golo anulado por fora-de-jogo a Tanque, que estava adiantado em relação ao penúltimo adversário no momento do passe. É de realçar que, tratando-se de uma jogada próxima da baliza, o assistente cumpriu as indicações, deixando prosseguir a jogada até ao fim e só depois levantando a bandeirola. Assim poderá, em caso de erro, vir a ser revertido o lance.
Aos 65’, a expulsão por acumulação de cartões de Bernardo Martins, que agarrou de forma deliberada e ostensiva Nuno Tavares, um comportamento antidesportivo passível de amarelo que não deu alternativa ao árbitro.
Como última nota, destaco o seguinte: muitas das medidas que foram tomadas, no sentido das alterações às leis de jogo, vão no sentido de haver menos perdas de tempo. Nesse sentido, parte da responsabilidade é dos clubes, que não devem usar a “queima de tempo” como estratégia, mas outra parte é dos árbitros, que devem privilegiar o contacto físico, deixar jogar, mas também punir os comportamentos dos jogadores que usam essas manobras. Há que mostrar os cartões amarelos que forem necessários, inclusivamente no princípio do jogo, e não advertir, nomeadamente os guarda-redes, só nos últimos minutos, como sucedeu no Boavista-Desp. Aves, quando Bracali foi advertido aos 90+4’."