terça-feira, 13 de agosto de 2019

Benfica deve seguir a filosofia de Lage

"Será que a manta do FC Porto é curta? E o Sporting, que ainda não ganhou, como vai ser o próximo jogo com o SC Braga?

O Benfica confirmou, na estreia na Liga, tudo o que de bom tinha feito ao conquistar a International Champions Cup e a Supertaça Cândido de Oliveira. A equipa dos encarnados mostra solidez, entre os seus jogadores encontraram-se solidificados processos modernos de jogo e a liderança serena de Bruno Lage é mais um trunfo a juntar a outros activos. Quando se chega ao apuro demonstrado pelo Benfica, o maior perigo está sempre na cabeça dos jogadores, que podem convencer-se de que tudo o que fazem é exequível mesmo em piloto automático, pensamento que abre as portas ao inêxito.
O que o Benfica está a conseguir só é possível se cada um, do presidente ao técnico de equipamentos, mantiver fidelidade aos princípios de trabalho e organização (a que se junta talento...) vistos dentro das quatro linhas. E é para manter este estado de coisas que o discurso temperado de Bruno Lage assume relevância: cada jogo é um desafio diferente, ter ganho por cinco ao Sporting e por outros cinco de Paços de Ferreira não é garantia de sucesso frente ao Belenenses SAD. Tenho escrito muitas vezes, noutro contexto, que um clube que não saiba respeitar o passado, não tem futuro. Mas respeitar o passado é uma coisa, querer viver dele é outra, absolutamente distinta. É aqui, no foco constante no adversário que se segue, que reside a sabedoria do método de Lage.
Quanto aos adeptos do Benfica, que vivem em estado de graça depois de um título de 2018/2019 com que já não contavam e de um arranque-canhão na temporada em curso, a que se somam notícias animadoras quanto à saúde financeira do clube, manda a prudência que mantenham a cabeça no ar e os pés em terra. Se assim for, se resistirem à tentação de embandeirar em arco, se tiverem em mente o que vale o Benfica, futebolisticamente, quando comparado com os colossos europeus, estarão mais próximos da filosofia do treinador.
Sobre FC Porto e Sporting: Os dragões, depois de uma boa prestação em Krasnador, mostraram, em Barcelos, que a manta que os tapa é curta. O que não deixa de ser preocupante quando se vê a época como um todo. Já o Sporting, que ainda não ganhou nenhum jogo, merece dos seus responsáveis uma análise mais aprofundada. Que, provavelmente, já devia ter sido feita quando o comboio ainda não estava em movimento...

Ás
Nuno Tavares
Estreia de sonho na Liga, com um golo para mais tarde recordar. Desde os tempos de Inácio, que Juca, com Da Costa para a esquerda, colocou a jogar à direita, que não se via um canhoto a dar tão boa conta do lado contrário, embora, como veio a suceder com Inácio, chegará o tempo de Nuno Tavares derivar para o seu lado certo.

Ás
Miguel Oliveira
Na Áustria, em casa da Red Bull, Miguel Oliveira realizou o melhor Grande Prémio da sua ainda curta carreira, provando de forma enfática que, mesmo ao mais alto nível, tem asas para voos muito altos. Talvez na próxima época o piloto de Almada tenha oportunidade de conduzir uma máquina que o faça lutar pelo pódio.

Ás
Vítor Oliveira
O treinador do Gil Vicente pegou em duas dezenas de jogadores que não se conheciam de lado nenhum e conseguiu transformá-los em algo parecido (para já) com uma equipa. Na estreia na Liga ganhou ao FC Porto, sem ficar a dever nada a ninguém. Vítor Oliveira, um grande nome do futebol português!

Mourinho mete farpas a Chelsea a Man. United
«Penso que podem ser quatro os candidatos ao título: Manchester City, Tottenham, Liverpool e a equipa B do Manchester City...»
José Mourinho, treinador
Numa primeira avaliação à Premier League de 2019/2020, Mourinho, novo comentador da Sky Sports, teve uma tirada fabulosa, matando dois coelhos de uma cajadada. Ao identificar uma putativo Manchester City B como candidato ao título, destruiu a política desportiva de Chelsea e Manchester United, onde protagonizou combates épicos com as administrações. Grande maldade...

Espanhóis encantados a descobrir João Félix
Depois do Real Madrid, a Juventus. João Félix tem escolhido os grandes momentos para fazer a sua afirmação no futebol espanhol. Do cepticismo inicial pelos 126 milhões que custou, à euforia pelo futebol que pratica, a afición está rendida à capacidade concretizadora e qualidade técnica de João Félix...
(...)"

José Manuel Delgado, in A Bola

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