terça-feira, 13 de agosto de 2019

Uma vida de ensaios

"Carlos Nobre desempenhou várias funções ao serviço do râguebi do Benfica: jogador, treinador e presidente da secção

Aos 14 anos, teve o seu primeiro contacto com o râguebi e apaixonou-se pela modalidade. Seria a paixão de uma vida! O seu enorme talento fez com que, em Fevereiro de 1958, se estreasse pela equipa de reservas e chamasse a atenção da imprensa: 'Carlos Nobre deu plena justificação às esperanças nele depositadas e com ele contamos para se poder honrar o glorioso nome do nosso Clube'. O atleta aceitou o repto, correspondendo com dedicação e títulos.
Poucas semanas depois de alinhar pelas reservas, jogou pela primeira vez pela equipa de honra, onde progressivamente foi ganhando o seu espaço no 'quinze'. Na época 1959/60, tornou-se peça-chave do conjunto que se sagrou campeão nacional. Título inédito na história dos 'encarnados'! O feito foi repetido nas duas edições seguintes da competição, todas de forma invicta. Carlos Nobre adicionou ao seu palmarés mais dois Campeonatos Nacionais e seis Taças de Portugal, numa carreira feita de 'águia ao peito'. Preponderante tanto dentro como fora de campo, nos seus últimos anos como jogador dividia-se entre os ensaios e os deveres da secção, no cargo de presidentes.
Em 1981, o antigo atleta estreou-se numa nova função: treinador da equipa de honra. O Benfica encontrava-se numa 'situação algo insólita', ia disputar o Torneio Competência, 'prova que engloba os dois últimos classificados da I Divisão da época transacta e os dois primeiros da II Divisão', numa liguilha que iria decidir quem disputaria o principal campeonato nacional. O novo técnico mostrou-se preparado e conseguiu a manutenção. Na época seguinte, iniciou um ciclo de três conquistas consecutivas da Taça de Portugal. Em 1986 guiou o Clube à reconquista do Campeonato Nacional, uma década depois. O Benfica tinha-se sagrado campeão nacional pela última vez em 1976, precisamente no ano em que Carlos Nobre se retirou enquanto atleta. Parecia talhado a proporcionar grandes momentos ao râguebi 'encarnado'.
Dedicou a vida à sua grande paixão e ao seu clube do coração, e, como se de um batimento cardíaco se tratasse - ora se sente, ora não se sente -, sempre que se 'sentia' Carlos Nobre num cargo importante, o Benfica invariavelmente acabava a celebrar títulos.
Saiba mais sobre estas e outras conquistas na área 3 - Orgulho Ecléctico do Museu Benfica - Cosme Damião."

António Pinto, in O Benfica

1 comentário:

  1. Tive o prazer de o ter como amigo, embora fora do ambito desportivo, e tinha uma série de atributos que faziam dele uma boa companhia. Tinha sempre uma graça na ponta da língua e um sorriso de orelha a orelha. E também uma excelente companheira a Zilda.

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