sexta-feira, 14 de junho de 2019

Paguem

"A sentença condenatória aplicada ao FC Porto e ao chico-esperto que conspurca a sua direcção de comunicação, foi mais um prego no caixão de uma estratégia criminosa que visava desunir e destruir o nosso clube.
Conceda-se que tal estratégia estava muito bem pensada, e foi luxuosamente embrulhada. Os chicos-espertos são, por definição, espertos. E neste caso tudo foi montado com grande perfeccionismo, desde o roubo da correspondência e respectiva truncagem, até à sua divulgação a conta-gotas, com ondas de propagação arquitectadas na célebre reunião do Atlis, e efeitos em vários órgãos de comunicação e pelas redes sociais - sabendo-se, também, como o tema seria apetitoso para o sensacionalismo reinante.
Percebe-se agora que o material roubado serviu igualmente de espionagem sobre processos comerciais, contratuais, desportivas e clínicos. Delinquência pura e dura.
Porém, como em quase todos os crimes, e conforme já aqui disse uma vez, falharam alguns detalhes. Destacaria três. Não esperavam, certamente, que o pirata informático fosse encontrado e preso na Hungria; a queda de Bruno de Carvalho, e do seu cão-de-fila da comunicação sportinguista, subtraiu-lhe um poderoso aliado; e, principalmente, os benfiquistas mantiveram-se quase 100% unidos em torno do clube e da sua principal equipa, ao contrário do que eles talvez pensassem que viesse a acontecer.
Este é o momento da justiça. Tardou, mas parece não falhar, o que tranquiliza qualquer cidadão de bem. E meia-dúzia de papalvos a protestar junto do Palácio de Justiça são a caricatura perfeita para o fim desta história.
Agora paguem!"

Luís Fialho, in O Benfica

A sentença

"A Justiça tarda, mas não falha. Conhecida que foi a sentença do chamado 'caso dos emails', duas conclusões óbvias - a sua divulgação resultou de estratégia conhecida e autorizada pela administração do FC Porto e os réus Pinto da Costa, Adelino Caldeira e Fernando Gomes definiram a estratégia de comunicação e o posicionamento neste caso. O Juiz fala em acto contrário às normais e usos honestos - definindo que os factos provados permitem imputar aos réus uma conduta qualificável como 'acto de agressão, contrário aos usos honestos', frisando que 'os actos em causa são evidentemente desleais'.
Na sentença pode ler-se que 'a omissão nitidamente dolosa, cirúrgica e inteligente desvirtua totalmente o sentido da comunicação'.
O Tribunal Judicial da Comarca do Porto considerou que a deturpação é pior do que a mentira, já que 'é bem mais difícil de detectar e nunca porá em causa a primeira impressão já criada'. Como era de prever, foi dada razão ao SL Benfica e o FC Porto e o seu director de Comunicação foram condenados a pagar, para já, uma indemnização de dois milhões de euros.
Uma nota final para três das nossas equipas femininas. No Hóquei em Patins, Paulo Almeida comandou as Papoilas Saltitantes para mais um título - a 6.ª Taça de Portugal. No Andebol, o regresso à I Divisão passados 21 anos. Finalmente, a equipa de Futebol. O que mais dizer sobre este fantástico grupo de trabalho que tanto nos prestigia? Um plantel que tem duas jogadoras - Tayla e Geyse - no Mundial, diz tudo acerca da sua excelência! Depois da Taça de Portugal e da subida à I Liga, só falta o título da II Liga."

Pedro Guerra, in O Benfica

3000 no relvado

"O Estádio encheu-se uma vez mais de alegria. Muita alegria, de muitas crianças que viram as portas escancarar-se para as receber. E logo no relvado, onde pisar é proibido e quase impossível. Mas para os mais pequenos nada é impossível, como sabemos, e a substituição de relva na sequência de um mega concerto em final de época ofereceu o pretexto ideal para ali realizarmos as actividades do Dia Mundial da Criança. Por isso, de manhã bem cedo, já se via um corrupio de pequenos passos, bancadas abaixo, bancada acima, tal qual um formigueiro humano pequeno e barulhento e ecoar pelo Terceiro Anel lembrando aos mais distraídos que o dia era das crianças e que ia ser muito bem passado. Os insufláveis, sempre atractivos de topo para as crianças, disputavam hoje lugar com as estações de experimentação das modalidades e com tanto futebol que o relvado se enchia de cor e movimento. Pelo meio, diversões variadas e projectos pedagógicos, da prevenção pela PSP à sementeira de carvalhos autóctones pela Maternidade de Árvores de Serra da Lousã, passando por demonstrações verdadeiramente espectaculares de pião por, nada menos, que cinco campeões do mundo nesta especialidade.
Não faltou a Águia nem houve recanto do Estádio, entre o relvado, o sintético e os pavilhões, onde não soasse bem alto a algazarra da alegria infantil a espalhar sorrisos e boa disposição.
As crianças tiveram um dia diferente, para muitas uma experiência inesquecível e vinda ao Estádio e mesmo a Lisboa. O Benfica teve um dia normal, habituado desde sempre a multidões, costumeiro a dar alegrias e a receber sorrisos. Generoso e dedicado às crianças, mesmo às que cedo deixam de o ser pelas circunstâncias da pobreza e da vida. É assim desde que a Fundação existe, e mesmo muito antes, porque o Benfica é do Povo e do Futuro e ambos são feitos de Crianças!"

Jorge Miranda, in O Benfica

Fazer melhor, depois de ouvir bem

"A Assembleia Geral de há oito dias voltou a ser um importante momento da história viva do Sport Lisboa e Benfica. Os Orgãos Sociais apresentavam-se para submeter expressamente ao julgamento dos Sócios presentes - sujeitos a identificação prévia e à cuidada verificação do cumprimento das obrigações que nos estão estatutariamente fixadas - mais do que a apreciação dos resultados obtidos na temporada anterior, as novas propostas contidas no Plano de Actividades e o respectivo Orçamento para o exercício de 2019/2020, com que encerraremos a primeira década do séc. XXI.
Tratando-se da reunião magna e decisiva na actividade regular do Clube, a Assembleia Geral não é uma festa; nem jamais pode constituir o ensejo para a manifestação de exaltações incontidas que, numa instituição desportiva, tanto podem gerar-se espontaneamente em ciclos de vitória, como em contextos adversos. Pelo contrário.
De acordo com a tradição democrática que, desde cedo na nossa história, se institucionalizou no Sport Lisboa e Benfica, a Assembleia Geral representa sempre, de cada vez, a oportunidade propícia para serenamente nos debruçarmos sobre nós próprios, com a maior ponderação e de acordo com regras regimentalmente estabelecidas para intervenções, esclarecimentos, contraditas e votações de todos os presentes, apenas tendo em conta as realidades do Glorioso, em séria e comedida atitude de análise quanto aos modelos que estamos a aplicar e aos caminhos que pretendemos seguir.
E de novo, genericamente (se descontarmos algumas intervenções - e delas, algumas expressões- mais precipitadas e populistas, ditadas fosse pelo fervor clubístico, fosse por meras pulsões do excessivo protagonismo característico dos seus autores...), os trabalhos decorreram com a elevação normativa e formal adequada à ocasião e, finalmente, mediante uma muito eficaz condução geral das operações, por parte do Presidente da mesa da Assembleia, Luís Nazaré. Mas, para além da discussão e aprovação do Plano e Orçamento para a próxima época (por significativos 87,49% dos votos expressos) que constituía a matéria essencial da ordem dos trabalhos, entendo dever assinalar mais uma vez os dois discursos habitualmente pronunciados pelo Presidente Luís Filipe Vieira como pontos altos da reunião magna.
Entre muitas considerações e novidades interessantes, o Presidente Vieira voltou a manifestar-se sensibilizado com alguns aspectos e sugestões referidas nas dezoito intervenções de Sócios que desta vez tomaram a palavra na segunda fase da sessão. Só que, agora, o nosso Presidente considerou dever conceder maior ênfase a um procedimento que pontualmente já assumira em anteriores reuniões magnas, ao sentir ser necessário dar efectivo seguimento e consequência aos inputs mais relevantes que ali recebe dos Sócios. Anunciou então que, antes do início da próxima época, convidará expressamente os autores da ideias mais instigantes levantadas na Assembleia, para uma reunião alargada com os profissionais responsáveis dos diversos sectores do Benfica, na qual todas essas sugestões serão melhor expostas e esclarecidas no sentido da sua eventual exequibilidade.
Tenho a certeza de que esta se tornará uma medida de tão relevantíssimo simbolismo e relevância que nunca mais Luís Filipe Vieira, ou quem quer que venha a ser outro futuro Presidente do Benfica, deixará de a passar a aplicar formalmente, na sequência de qualquer Assembleia Geral do Clube: além de marcar um efectivo registo de encontro do Benfica com os Sócios, acentua a diferenciação de um modelo participativo de gestão, único e irreplicável na paisagem dos clubes portugueses."

José Nuno Martins, in O Benfica

Mais do que a Liga das Nações

"A Selecção portuguesa, com a vitória sobre a Holanda, antecipou as comemorações do Dia de Portugal. A alegria por conseguirmos o sucesso estendeu-se a todos, mesmo os mais cépticos reconheceram a justiça do triunfo. Um triunfo conseguido com muito mérito, concretizado com uma exibição brilhante e eficaz. Para se chegar às finais é preciso ultrapassar adversários de reconhecido valor. Esta Holanda afastou França e Alemanha, antes de nas meias-finais vencer a Inglaterra. Um percurso fantástico, que foi parado por uma equipa portuguesa de alta qualidade. Após as meias-finais, Portugal foi eficaz perante a Suíça, outra equipa de boa qualidade, as apostas para a vitória no torneio eram idênticas, 50% para cada lado. No jogo, a estratégia da nossa selecção, principalmente no processo defensivo holandesa. A primeira vez que a nossa baliza esteve em risco, numa finalização proveniente de um cruzamento, já Portugal vencia e controlava o jogo. Esta vitória representa muito mais do que um título para Portugal. Na verdade, significa o sucesso de um conjunto de decisões, não só nos jogos da equipa, mas muito antes de muitos destes jogadores terem chegado à equipa principal. O espaço de crescimento para jogadores entre os 17/18 anos e os 21/22 foi alterado com o ressurgimento das equipas B em 2012. Quando se terminou o ciclo destas equipas em 2005 limitou-se o espaço para a potenciação nestas idades. Com a decisão de fazer regressar este espaço ajudou-se, e muito, a criar condições de potenciação do talento da formação. Agora temos um novo espaço, complementar, a Liga Revelação, que todos queremos seja igualmente de crescimento. Mas não basta uma época boa para se ter certezas absolutas. É preciso que todos entendam, e queiram, criar valor com jogadores formados em Portugal. Esta vitória, na Liga das Nações, representa muito mais do que vencer uma competição."

José Couceiro, in A Bola

Não fechem a porta ao mundo

"As selecções nacionais continuam a ser, por cá, o grande exemplo a seguir. A de futebol venceu a Liga das Nações com brilhantismo e a de andebol conseguiu o apuramento para o Europeu da modalidade após uma longa ausência. Os feitos até podem ser comparáveis caso analisemos o nível de atenção e de investimento que uma e outra modalidade têm no nosso país.
Coincidência ou talvez não, as duas equipas são perfeitamente abertas ao mundo. A Selecção Nacional de futebol é constituída, na sua larga maioria, por jogadores que actuam no estrangeiro e tem uma estrela universal e a de andebol é altamente inclusiva, com os luso-cubanos a darem um jeitão enorme. No fundo, num mundo cada vez mais sem fronteiras, são como têm de ser.
O fenómeno da globalização é incontestável e, em termos de captação de receitas, o mais importante - à Premier League é o que é pela forma como exporta o jogo, pelos exemplos dados dentro de campo, mas, também, fora dele. A NBA idem. Ainda esta semana, no jogo 5 das Finais, a super estrela dos Golden Stade Warriors Kevin Durant saiu da quadra da Scotiabank Arena, em Toronto, debaixo dum enorme aplauso de incentivo dos adeptos adversários, que até deram mostras de que gostavam que KD voltasse ao jogo, mesmo que isso tornasse muito mais difícil a tarefa da sua equipa.
Mas isso é noutras paragens e em termos internacionais, porque por cá não tocam violinos nos estádios de futebol ou nos pavilhões. Por exemplo, ontem, no João Rocha, assistiu-se a um magnífico espectáculo de futsal entre uma equipa que é campeã europeia em título - o Sporting - e outra que já foi - o Benfica. Mas nas bancadas os episódios foram lamentáveis. No entanto, os responsáveis do desporto continuam a assobiar estridentemente para o ar. Com que a fechar a porta ao mundo. Até quando? Até a tutela do desporto passar do Ministério da Educação para a Administração Interna?"

Hugo Forte, in A Bola

PS: A sério, magnifico espectáculo de futsal?! Pois é, não são só os dirigente que assobiam para o ar!!! Enquanto os jornalistas que tem a obrigação deontológica da denuncia, ficarem calados perante aquilo que aconteceu ontem dentro das quatro linhas, nada vai mudar...

O mérito do 'fair play' financeiro

"Quando se fala no fair play financeiro da UEFA, há, muitas vezes, tendência a desvalorizar os méritos destes instrumento que visa combater um outro tipo de doping, altamente perigoso para os equilíbrios naturais do futebol. Tomando por boa a decisão de salvaguardar os clubes de investidores ocasionais, susceptíveis de criar espirais despesistas sem sustentabilidade, que possam resultar na falência, logo que os sugar daddies partam para outros negócios fica por vezes a sensação de que não se vai tão longe quanto se deveria ir, para impor limites a quem tem bolsos sem fundo. Assim, há emblemas de dimensão média, do ponto de vista financeiro, para os quais há dedo rápido no gatilho da penalização, e outros, gastadores compulsivos, que têm escapado entre os pingos da chuva, salvaguardados por complexas engenharias de contas.
De qualquer forma, percebe-se, nestas semanas iniciais de mercado, que clubes como o Man. City, o Chelsea e o PSG, estão com dificuldades face à fiscalização da UEFA, o que funciona como um elemento proporcionador de equilíbrio, essencial à competição.
Mas tem tudo, na big picture, são boas notícias. Embora o futebol esteja a criar mecanismos, mais ou menos eficazes, contra a eucaliptalização levada a cabo pelos clubes-estados, o futuro aponta para um cenário em que o fosso entre ricos e pobres será cada vez mais fundo e largo. Por exemplo, a entrada em campo da Amazon TV, que comprou vinte jogos da próxima edição da Premier League, é uma pista que deve ser seguida com atenção...

PS - Parabéns ao andebol português. Grande jornada na Roménia!"

José Manuel Delgado, in A Bola

Um número mínimo de treinadoras

"A propósito da comemoração do Dia da Mulher, o Comité Olímpico de Portugal prestou homenagem a onze treinadoras de modalidades distintas e com diferentes níveis de intervenção na formação de atletas. Tratou-se de um gesto simbólico, mas revestido de uma extrema importância nos dias que correm.
Vivemos uma época onde é cada vez maior a consciência da grande desigualdade vivida por ambos os géneros na sociedade, assim como da necessidade de tomar medidas que a minimizem. Acreditamos firmemente que o desporto é uma das mais importantes ferramentas para a promoção da igualdade de género e para o empoderamento das raparigas e mulheres embora, também aqui, essa desigualdade continue a ser uma realidade.
A nível internacional constatou-se ser necessário provocar, de uma forma objectiva e concreta, o aumento da participação feminina na área do desporto. A Comissão Europeia no seu documento “Igualdade de Género no Desporto - proposta de acções estratégicas 2014-2020”, no que se refere à área do treino desportivo, desafiou todas as organizações desportivas nacionais e internacionais a desenvolverem um conjunto de medidas que permitissem atingir, em 2020, um valor mínimo de 40% de mulheres e homens como treinadores e um mínimo de 30% de mulheres e homens treinadores de equipas nacionais.
Contudo, em Portugal, segundo os valores publicados pelo Instituto Português do Desporto e Juventude, em 2017 o número de treinadoras limitava-se a 12,6%, sendo, estranhamente, um dos valores mais baixos verificados nos últimos quatro anos. Ao contrário daquilo que se pretende, este valor não só é extremamente baixo como tem vindo a diminuir desde 2015… o que se torna incompreensível!
É, pois, muito importante tomar consciência de que só através de medidas práticas e objectivas se conseguirá incentivar potenciais treinadoras e ver a sua representação aumentar. É necessário passar da teoria à prática. Torna-se urgente actuar.
É importante fazer algo para inverter uma tendência que vai reforçando a exclusão das mulheres das actividades desportivas. Contudo, se ficarmos todos à espera que o Estado, as federações ou os clubes actuem… provavelmente esta tão necessária mudança nunca acontecerá! Nada mudará se ficarmos à espera que os outros mudem, que os outros façam. Cada um de nós é agente de mudança, cada um de nós tem a sua área de intervenção e, por mais pequena que seja, é por aí que devemos começar. 
Devemos começar por repensar a forma como educamos os nossos filhos, por questionar que terminologia utilizamos quando nos referimos aos desportistas e às desportistas, o que escrevemos nos jornais sobre elas e sobre eles. Analisemos como nós próprios encaramos a participação das mulheres em determinadas modalidades desportivas, questionemos como nos sentimos e o que pensamos sobre a sua participação nas diferentes áreas do desporto. Façamo-lo pondo de lado preconceitos e estereótipos.
Pergunte-se o que acontecerá se, de alguma forma, contribuirmos para que o número de treinadoras aumente? Com mais treinadoras haverá provavelmente mais crianças na prática das modalidades, pois as mulheres são identificadas como educadoras e mais facilmente atrairão a confiança dos pais. Inspirarão uma maior segurança no ambiente desportivo e constituirão um exemplo inspirador para as jovens… as jovens precisam de exemplos! Terão elas próprias mais conhecimentos sobre a especificidade das mulheres na prática do desporto o que facilitará a integração das adolescentes.
É para nós evidente que provocar de uma forma intencional o aumento do número de treinadoras é contribuir para o aumento da taxa de feminização do desporto e é por aí que tudo deve começar."

Entrevista de Luís Filipe Vieira, à Bola Branca





PS: As entrevistas valem o que valem, mas neste tempo de 'ódio online' não basta 'deixar passar' as criticas acéfalas ou mal intencionadas!!!
O Benfica nos últimos 20 anos, passou por um caminho complicado, com vários contextos económicos e competitivos... Analisar afirmações, sem perceber (ou querer perceber) o momento em que as coisas foram ditas, é no mínimo desonesto!

Construção de um plantel bicampeão e europeu

"O Sport Lisboa e Benfica parte para mais uma pré-temporada como campeão nacional. Contudo este estatuto vive assombrado pela má gestão que foi executada no Verão transacto. Este é um Benfica imaturo, em fase de crescimento. É um plantel com necessidade de ser consolidado, a exigir tempo de trabalho e integração. O título de campeão nacional traz consigo o acesso directo à fase de grupos da Liga dos Campeões e assim um maior fôlego na organização de uma pré-temporada ao gosto da equipa técnica.
Bruno Lage é um treinador do treino. Vai ser pelo tempo de treino que irá consolidar as suas ideias na equipa. Tem uma ideologia de jogo, uma identidade própria a implementar. Trabalhou durante 5 meses uma equipa que não era sua e conseguiu assumi-la. Deu o seu toque e agora tem dois meses para verdadeiramente a caracterizar à sua imagem. E a evolução do plantel entre estas duas épocas tem necessariamente de ser feita à imagem de Lage.
Bruno Lage tipicamente parece favorecer um 4-4-2 com extremos a actuar mais como médios ofensivos, laterais a dar a largura ofensiva, um avançado de ligação a procurar o espaço para receber a bola e dois médios tanto com qualidade posicional defensiva como com capacidade de distribuir jogo. Além disso favorece a capacidade de pelo menos um dos centrais poder ser o primeiro organizador de jogo da equipa. Os golos voam de pé em pé, de cabeça em cabeça, ao gosto de seja qual for o jogador que no dinamismo ofensivo surja em zona de finalização.
Olhemos então para o plantel com que Lage trabalhou de forma a percebermos onde há necessidade de mudanças.

Guarda-Redes: Odysseas, Svilar e Zlobin. Um sector onde parecia que estávamos finalmente resolvidos mas o final de época do greco-alemão provou-nos errados. Se de um lado acumulou grandes defesas, do outro acumulou grandes falhanços. Ficam dúvidas se tem consistência para ser o dono da baliza encarnada e no banco não há nenhuma opção que esteja, pelo menos para já, com capacidade para a função. A procura de um guarda-redes no mercado parece-me ser uma das prioridades mais cuidadosas e minuciosas que a Direcção deverá ter este Verão. A ser contratado que venha um guardião à imagem de Lage – qualidade de passe e liberto das amarras dos postes.

Laterais: A direita é do Almeida e a esquerda do Grimaldo. O Grimaldo é craque, integra-se perfeitamente nas ideias do Lage e seria importante que continuasse na Luz. O André tem a personalidade adequada mas não o talento exigido. O Yuri não tem qualidade para o plantel do SL Benfica e acredito que no Seixal possa haver uma solução mais interessante. Na direita o Corchia não funcionou e o Ebuehi ainda não teve oportunidade de se mostrar. O SL Benfica necessita de um lateral direito um pouco à imagem do Nélson Semedo. Será o nigeriano a opção?

Centrais: Rúben Dias, Ferro, Jardel e Conti. O argentino não tem lugar no plantel e o recém-capitão é mais importante no balneário do que no relvado. O Jardel será o ideal terceiro central. Compensa a menor qualidade com o seu espirito mas não o suficiente para poder ser o central que sai com a bola controlada. Dias e Ferro é uma dupla à Benfica, que serve os interesses de Bruno Lage e que tem tudo para ser a nova dupla de ouro do futebol português. O Ferro é tudo o que o Lage gosta para aquela posição e o Dias tem potencial para ser o líder da defesa, apoiar o Ferro e capitanear o Sport Lisboa e Benfica. Enquanto a qualidade do primeiro é inquestionável, a do Dias continua a deixar dúvidas – abordagens defensivas muito pouco clarividentes vão manchando algumas das suas exibições. Com a qualidade que temos no Seixal não vejo à partida necessidade de se contratar um central para o lugar do Conti. Se o mercado levar à saída do Rúben Dias, nasce a oportunidade de irmos contratar um centralão que crie uma dupla de ouro europeia com o Ferro.

Médios: Samaris, Fejsa, Gabriel, Florentino, Gedson e Krovinovic. A dupla está garantida com a qualidade apresentada esta época tanto pelo Samaris como pelo Gabriel. A qualidade e a ligação entre ambos. A eles junta-se claramente o Florentino já com o potencial todo confirmado. Pelas fragilidades físicas que tem apresentado e principalmente pela alteração do sistema de jogo – agora num meio-campo com dois médios lado a lado – esta parece-me a altura exacta para o Fejsa experimentar outros campeonatos. O Krovinovic precisa urgentemente de jogar e assim só me parece recuperável se esta época for emprestado. Sobra então o Gedson a juntar-se às opções do meio-campo e ainda a muita qualidade que existe no Seixal. Contratar por contratar? Nesta posição não me parece haver urgência de reforços. A contratar só se for um excelente médio para ser o patrão do meio-campo encarnado pela sua qualidade posicional sem bola e a sua capacidade de passe. Não é nada prioritário.

Médios Ofensivos/Alas: Aqui mora a maior criatividade da equipa. Seja em progressão ou no rolar da bola, seja pela linha ou pelo centro do terreno, seja no passe ou na bela finalização. Pizzi, Rafa, Zivkovic, Salvio, Cervi, Taraabt e Jota. Sete para duas posições. Pizzi e Rafa são donos dos lugares, um a rasgar em progressão e outro a rasgar com a imaginação. A eles junta-se aquele que ainda é a minha grande esperança – o sérvio Zivkovic, um jogador mais à imagem de Pizzi. O Cervi é aquele jogador que menos se adequa a esta equipa, tanto pelo estilo como pela qualidade. Na porta de saída portanto. Aos três já indicados junta-se o rasgo do Salvio e ainda aquele que pode ser o jogador a explodir esta época: Jota. Evidentemente estas são posições onde não há qualquer necessidade de reforços.

Avançados: Jonas, João Félix e Seferovic. Aqui mora a dupla fantasia – Jonas e João Félix. É maravilhoso sequer imaginar estes dois em par a abrir as defesas adversárias e a vergar cada guarda-redes que os oponha. A dar-lhes cobertura o também excelente Seferovic. Tendo em conta que Rafa e Jota podem andar por estes terrenos à partida não haverá necessidade de qualquer reforço. Contudo temos a situação física de Jonas. Está o brasileiro apto para mais uma época de águia ao peito? Não podendo contar com Jonas, será crucial ir ao mercado procurar um reforço para o ataque. Um avançado mais à imagem de Seferovic. Não um pinheiro. Um jogador com qualidade técnica, qualidade nas movimentações e qualidade frente à baliza. Um jogador que obrigue o suíço e o João a renderem o dobro para não sentirem o desconforto do banco.

Resumindo, um SL Benfica já forte e só a necessitar de dois ou três reforços. Uma equipa somente a necessitar de treino para ganhar uma nova identidade. Um Benfica que tem tudo para ser verdadeiramente uma equipa de Champions. O Benfica Europeu. Para isso deve obrigatoriamente manter os seus principais craques e continuar a investir nas pérolas que em Janeiro surgiram do Seixal. Treino, um guarda-redes, alguns reforços defensivos e deixar a bola rolar."

Roubalheira monumental...

Sporting 5 - 3 Benfica

Vergonhoso... foi tudo vergonhoso, os adeptos, os jogadores lagartos, os treinadores e obviamente os dirigentes que proporcionaram tudo isto. Gente sem qualquer pingo de vergonha... sem carácter...
Foi episódio atrás de episódio... o facto do Benfica ao intervalo não estar a ser goleado, deveu-se exclusivamente à inspiração do puto na baliza... Uma vergonha!!! Nem a RTP se safa de tanta mediocridade...

Fomos superiores nos 4 jogos, sim até hoje com todas as condicionantes... Somos claramente melhores, temos tudo para sermos Campeões, mas temo que no 5.º jogo, vamos ter mais um espectáculo do apito, no meio de mergulhos, agressões...

Em qualquer País civilizado, depois de um jogo destes, haveria gente presa, e não estou a ser irónico, a falta do 4.º golo dos Lagartos, nunca poderá ser justificada por incompetência, nunca...