"A Assembleia Geral de há oito dias voltou a ser um importante momento da história viva do Sport Lisboa e Benfica. Os Orgãos Sociais apresentavam-se para submeter expressamente ao julgamento dos Sócios presentes - sujeitos a identificação prévia e à cuidada verificação do cumprimento das obrigações que nos estão estatutariamente fixadas - mais do que a apreciação dos resultados obtidos na temporada anterior, as novas propostas contidas no Plano de Actividades e o respectivo Orçamento para o exercício de 2019/2020, com que encerraremos a primeira década do séc. XXI.
Tratando-se da reunião magna e decisiva na actividade regular do Clube, a Assembleia Geral não é uma festa; nem jamais pode constituir o ensejo para a manifestação de exaltações incontidas que, numa instituição desportiva, tanto podem gerar-se espontaneamente em ciclos de vitória, como em contextos adversos. Pelo contrário.
De acordo com a tradição democrática que, desde cedo na nossa história, se institucionalizou no Sport Lisboa e Benfica, a Assembleia Geral representa sempre, de cada vez, a oportunidade propícia para serenamente nos debruçarmos sobre nós próprios, com a maior ponderação e de acordo com regras regimentalmente estabelecidas para intervenções, esclarecimentos, contraditas e votações de todos os presentes, apenas tendo em conta as realidades do Glorioso, em séria e comedida atitude de análise quanto aos modelos que estamos a aplicar e aos caminhos que pretendemos seguir.
E de novo, genericamente (se descontarmos algumas intervenções - e delas, algumas expressões- mais precipitadas e populistas, ditadas fosse pelo fervor clubístico, fosse por meras pulsões do excessivo protagonismo característico dos seus autores...), os trabalhos decorreram com a elevação normativa e formal adequada à ocasião e, finalmente, mediante uma muito eficaz condução geral das operações, por parte do Presidente da mesa da Assembleia, Luís Nazaré. Mas, para além da discussão e aprovação do Plano e Orçamento para a próxima época (por significativos 87,49% dos votos expressos) que constituía a matéria essencial da ordem dos trabalhos, entendo dever assinalar mais uma vez os dois discursos habitualmente pronunciados pelo Presidente Luís Filipe Vieira como pontos altos da reunião magna.
Entre muitas considerações e novidades interessantes, o Presidente Vieira voltou a manifestar-se sensibilizado com alguns aspectos e sugestões referidas nas dezoito intervenções de Sócios que desta vez tomaram a palavra na segunda fase da sessão. Só que, agora, o nosso Presidente considerou dever conceder maior ênfase a um procedimento que pontualmente já assumira em anteriores reuniões magnas, ao sentir ser necessário dar efectivo seguimento e consequência aos inputs mais relevantes que ali recebe dos Sócios. Anunciou então que, antes do início da próxima época, convidará expressamente os autores da ideias mais instigantes levantadas na Assembleia, para uma reunião alargada com os profissionais responsáveis dos diversos sectores do Benfica, na qual todas essas sugestões serão melhor expostas e esclarecidas no sentido da sua eventual exequibilidade.
Tenho a certeza de que esta se tornará uma medida de tão relevantíssimo simbolismo e relevância que nunca mais Luís Filipe Vieira, ou quem quer que venha a ser outro futuro Presidente do Benfica, deixará de a passar a aplicar formalmente, na sequência de qualquer Assembleia Geral do Clube: além de marcar um efectivo registo de encontro do Benfica com os Sócios, acentua a diferenciação de um modelo participativo de gestão, único e irreplicável na paisagem dos clubes portugueses."
José Nuno Martins, in O Benfica
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