segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Quem ganha com o charivari mediático?

"As apostas de José Mourinho e Rui Vitória em Diogo Dalot e João Félix mostram bem a vitalidade da formação em Portugal

A meio da semana, José Mourinho lançou Diogo Dalot numa partida da Liga dos Campeões e o jovem ex-portista deu conta do recado, marcando posição para suceder, um dia destes, a António Valência na direita da defesa dos red devils. Ontem, foi a vez de Rui Vitória dar a titularidade a João Félix, que deixou marca obtendo, com muita classe, o primeiro golo dos encarnados ao Desportivo das Aves. Nos bês benfiquistas, o destaque vai para Jota, apontado pelos experts como the next big thing do futebol português. O futuro parece garantido, em qualidade e quantidade. Nem tudo é mau.
A absurda expulsão de Cristiano Ronaldo, em Valência, e um golo obtido ontem em escandaloso fora de jogo pelo Arsenal (frente ao Everton) vieram dinamizar as teses favoráveis à introdução do VAR quer na UEFA, quer na Premier League. Parece consensual que, mesmo sendo falível, na medida das falibilidades humanas (vide Setúbal...), o auxílio dos meios tecnológicos torna a arbitragem mais justa e menos manipulável. E há que considerar que ainda estamos nos primórdios do VAR e há uma competência específica para arbitrar por vídeo que ainda está a ser adquirida. Lentamente...
O ruído em torno do futebol, melhor dizendo, a propósito de coisas que não se passam nas quatro linhas mas acabam por envolver os clubes, parece estar para continuar. Enquanto se aguarda pelos desenvolvimentos do trabalho da investigação nos diversos casos em apreço, as centrais de comunicação não dão tréguas, uma, a do FC Porto, ao ataque, e a do Benfica,por seu turno, na resposta. O futuro dirá se alguém vai beneficiar do charivari reinante. Não creio, por respeito à justiça, que não se deixará condicionar. A não ser que os alvos sejam os adeptos mais influenciáveis. Será?
O grande jogo da quinta jornada da Liga está reservado para hoje, em Braga, onde vão defrontar-se José Peseiro, ex-treinador dos arsenalistas, e Abel Ferreira, antigo jogador do Sporting e treinador dos bês leoninos. Sem Europa, os minhotos colocam todas as fichas no campeonato nacional, pelo que este jogo sabe a uma primeira final, que disputam logo na primeira fase da prova. Já o Sporting, depois de tudo o que lhe aconteceu, parece estar a ganhar corpo e forma, beneficiando da estabilidade pós-Bruno. Mas continua a faltar Bas Dost. Que preço pagarão os leões por essa ausência?"
(...)

Duque
Fontelas Gomes
Nomeações ao arrepio do bom senso e prestações de alguns árbitros abaixo dos mínimos exigíveis, sugerem que necessita de parar para pensar, quiça precisa de aconselhamento que o afaste da deriva perigosa por onde anda. Num cargo como o que ocupa, já por natureza solitário, não pode refugirar-se em práticas autistas...

Maradona é Maradona, tão simples como isso...
O Dorados de Sinaloa, que disputa a segunda divisão mexicana, perdeu por 1-0 em casa d Alebrijes de Oaxaca. Este jogo não seria aqui referido se não tivesse representado a primeira derrota de Maradona como treinador da equipa de Sinaloa. Que dizer da carreira de el pibe? Errática? Louca? Alucinada? Diego, é Diego...

O Tigre está de volta
Cinco anos depois, Tiger Woods, regressou às vitórias no circuito PGA. Em Atlanta, aquele que é para muitos o melhor golfista de todos os tempos, somou a 80.ª vitória da carreira, assumindo-se como protagonista de um retorno ao sucesso memorável. Tiger - erros meus, má fortuna, como diria o vate - passou meia década nas profundezas de um inferno feito de vícios e lesões, de visibilidade pelas piores razões e casos na imprensa amarela, que pareciam prenunciar o adeus às armas. Há um ano, depois de ter detido pela polícia, sem saber onde estava e o que dizia, ninguém diria que iria regressar à glória. Para quem como Tiger Woods representa um momento verdadeiramente emocionante. A reacção da multidão que o seguiu, ontem, em Atalanta, foi sublime.

Brincadeiras entre génios de função diversa
«Tiger, diz-me o que comeste ao pequeno-almoço. Também quero...»
Steph Curry, jogador dos Golden Stade Warriors
Ontem, Tiger Woods teve uma entrada fenomenal no East Lake Golg Club, em Atalanta. Steph Curry, genial basquetebolista dos Warriors, estava a seguir com atenção a transmissão televisiva e usou o Twitter para manifestar a admiração que sente por Tiger. Desportistas de topo, em modalidades diferentes, numa cumplicidade que se regista. Brincadeiras milionárias..."

José Manuel Delgado, in A Bola

Personalidade de campeão

"Apesar das situações de perigo do Aves na segunda parte, Benfica nunca vacilou

Domínio na primeira parte
1. Depois de uma partida para as competições europeias e apesar do desgaste físico da passada quarta-feira, o Benfica entrou muito bem, altamente confiante, com mais posse de bola, vontade de chegar ao golo o mais rapidamente possível e acabou por marcar com naturalidade. Jogadores e equipa técnica sabiam que ganhando o Benfica seria líder do campeonato (Sporting, Braga ou ambos vão perder pontos hoje) e concretizou-se: o Benfica ocupa o primeiro lugar da Liga com todo o mérito. O Aves teve apenas um remate à baliza e, no primeiro tempo, não foi aquela equipa que conhecemos, pois costuma ser bem mais perigosa.

Não vacilar na segunda
2. No segundo tempo, o Aves teve logo uma oportunidade de marcar, de livre e aí surgiu Vlachodimos com uma grande defesa e demonstrar, uma vez mais, o quanto bem tem estado. O Aves entrou melhor na segunda parte do que na primeira, com os jogadores rápidos que tem na frente a aparecerem, nomeadamente Baldé, quebra-cabeças para Grimaldo. Aliás, é por aquele lado que os adversários procuram muitas vezes criar perigo às águias face às constantes subidas no campo por parte do espanhol. O conjunto de José Mota teve situações para marcar e se tivesse feito golo, poderia ter sido tudo diferente, mas não marcou, o Benfica continuou a tomar conta do jogo e demonstrou personalidade de campeão, já que, apesar de duas ou três ocasiões do Aves, não vacilou, manteve-se fiel ao seu jogo, foi aumentando velocidade e voltaria a criar perigo.

Substituições para crescer
3. João Félix fez um jogo fantástico e foi uma pena ter saído lesionado, mas Cervi entrou muito bem. Os outros jogadores que entraram - Jonas e Rafa - também o fizeram com grande disponibilidade e ajudaram o Benfica a crescer. As substituições foram aliás, fundamentais para manter a equipa com nível equilibrado e à busca do golo. E Cervi foi o que mais brilhou, pois em pouco tempo fez um grande jogo, não só pelo golo mas por toda a produção ofensiva.

João Félix encantou
4. João Félix é um miúdo interessante, que está a ganhar confiança numa luta com Cervi pelo lugar, boa para a competitividade. Salvio está num momento de confiança, no entanto destaco o João, jogador de classe, que sabe pisar os terrenos e actua em zonas centrais, diferentes de Cervi, bastante mais explosivo."

Álvaro Magalhães, in A Bola

O jovem Félix

"Estádio da Luz. Benfica-Aves. Tarde de domingo (na minha memória, o futebol só tem dois dias, o domingo à tarde e a quarta-feira europeia, à noite). Minuto 34. Pizzi serve João Félix e este, com toda a calma e classe dos seus dezoito anos, atira para a baliza, a “gorda”, a preferida de jogadores e adeptos. Estes saltam de alegria. Festejam o primeiro golo porque o primeiro golo em casa contra uma equipa de José Mota vale quase sempre três pontos. Os aplausos são, claro está, para o miúdo, o “mágico” Félix, como dizem os comentadores na televisão. Mas os adeptos aplaudem mais do que o talento e eficácia de um puto de aparelho ortodôntico. Aplaudem uma ideia. Aplaudem o futuro.
O que o Benfica tem de mais português, mais do que a fixação nas glórias passadas, é a espera sebastiânica e prolongada por esse Messias, vindo das nebulosas camadas jovens, que chegue para guindar o clube ao lugar que, em tempos remotos, já foi seu. Essa espera tem a sombra de se saber que, nos dias de hoje, um talento capaz de, por si só, arrastar uma equipa para a glória dificilmente permanece no clube o tempo suficiente para levar a cabo a tarefa. Por isso, o aplauso efusivo a Félix é mais pungente porque é feito de esperança e de saudade antecipada, da certeza de que daqui a dois ou três anos, se tanto, estará a brilhar longe, noutros palcos, com outra camisola. De certa forma, os benfiquistas começaram ontem a despedir-se de João Félix.
Os adeptos de futebol, não só os do Benfica, são movidos pela crença, não tão irracional como possa parecer de início, que este desporto colectivo pode ser transformado pela força de um indivíduo. Se é verdade que o Barça tem uma filosofia não é menos verdade que essa filosofia tem o nome de um homem, Johan Cruyff, e que mesmo a filosofia colectiva por excelência precisou da contribuição do que é por muitos considerado o melhor jogador de sempre para se afirmar como filosofia vencedora, dominadora para lá de qualquer dúvida, dominadora de uma forma que nunca se viu no futebol e dificilmente se voltará a ver. Sem esquecer o brilho individual de estrelas como Romário ou Stoitchkov na outra constelação de talentos formada pela mão do próprio Cruyff que foi o “Dream Team”.
Para os benfiquistas, a esperança não é que o Seixal traga um novo período de domínio, mas que ofereça aos adeptos o “Escolhido”, aquele que sozinho há de levar o clube de novo aos píncaros do futebol. Hoje é motivo de risota, mas quando Mantorras teve um início de época prometedor, esse foi o momento em que o adepto do Benfica teve um vislumbre da glória inalcançável no mundo da TV a cores. O que vale um hat-trick num sábado à tarde no estádio da Luz contra o Vitória de Setúbal (no estádio da Luz, um sábado à tarde como aquele 25 de Agosto de 2001 é domingo, não se esqueçam)? A promessa de uma quimera. Esqueçam os presidentes. O benfiquista não é de pôr a vida nas mãos de presidentes, nem sequer de treinadores. O Benfica é uma questão de jogadores e quando eles são como Félix, criados em casa, a mistura de sebastianismo com a megalomania benfiquista resulta numa euforia de que os adversários gostam de troçar, mas que para o benfiquista é a reafirmação da crença que o salvador não será encontrado ao fim de uma noite eleitoral, mas provavelmente a meio de um jogo contra o Aves no estádio da Luz. Num domingo. Ou numa quarta-feira.
Estádio da Luz. Benfica-Bayern Munique. Quarta-feira europeia. Ao minuto 54, Renato Sanches acelera no meio-campo numa daquelas arrancadas explosivas sobre as quais fundou o seu breve reinado na Luz e, segundos depois, aparece na grande área a finalizar. O estádio levanta-se para o aplaudir, mas não é Renato, jogador do colosso alemão, que os adeptos aplaudem. É uma ideia, uma crença tão forte que os benfiquistas não se importam de ser as vítimas sacrificiais se isso servir para provar a verdade da sua fé. A fé em Renato. A fé em Bernardo. A fé em Félix. A fé que um dia Ele virá, tranquilo e infalível como Bruce Lee. Virá que eu vi."

Gente feliz com Félix

"João Félix estava a viver um dia de sonho. Titular do Benfica, marcou o primeiro golo, fez vibrar as bancadas com o seu descaramento e classe, tornou-se figura maior de um jogo que durante longos minutos foi de sentido único. Depois, veio o azar, fruto dos mais cruéis imponderáveis. A aproximação à bola, um movimento a pisar mal o relvado, a torção no pé e a saída com dor e apreensão.
O miúdo merecia ter continuado a desfrutar daqueles momentos empolgantes porque ele é daqueles que faz falta ao espectáculo. João Félix dá alegria ao jogo que é coisa que o futebol sente cada vez mais falta tão preso que está a tácticas e pragmatismos que lhe dão ordem e disciplina mas roubam-lhe improviso e magia. Mas dá também sentido e eficácia ou não tivesse sido ele a fazer o golo que abriu o caminho da vitória do Benfica. Da minha parte, cá fico à espera do seu regresso breve para apreciar o imenso talento que ele tem.
Cristiano Ronaldo reentrou no trilho dos golos que foi interrompido em Valência por um outro Felix (Brych, de apelido, e árbitro de profissão) que resolveu estragar o que não devia. Num campo difícil de um clube de uma cidade com metade da população da capacidade do Santiago Bernabéu, CR7 fez feliz a família juventina. Espera-se que hoje a FIFA faça justiça na gala do The Best."

Truques !!!

"Alguns emails têm sido destacados pelo grupo Cofina durante os últimos dias. Estes emails já haviam sido noticiados há 1 ano atrás, a Cofina decidiu agora reciclar estes emails e fazer deles noticia, algumas pessoas ainda nem perceberam este pormenor. Vamos por isso, fazer esta publicação para clarificar algumas pessoas.
O CM foi completamente enganado e manipulado, se não o foi então estamos perante um ato de desinformação e um ataque sem precedentes a um clube em Portugal por parte de uma estação televisiva.
Mas porque é que dizemos isto? Simples. Alguns emails foram manipulados, e o motivo é esta campanha de desinformação.
Vamos a factos:
Nos emails (os não editados) existe um pedido de camisolas e bilhetes sendo que em todos esses emails constam imagens em anexo, esses anexos são imagens a ilustrar e exemplificar as camisolas pretendidas. A palavra camisola/s segundo o CM são códigos, ou seja, servem para encobrir o que realmente está por detrás desses pedidos. O que o CM não entendeu ou não quis entender, é que esses emails tinham anexos com imagens, por isso mesmo não parece que fosse um código escondido, mas sim um pedido explícito em que se especificava através de imagens anexadas as camisolas pretendidas. Em baixo deixamos 4 exemplos:
email 01 sem edição: https://imgur.com/a/RNf67pO
email 02 sem edição: https://imgur.com/a/6hqoVB2
email 03 sem edição: https://imgur.com/a/u5lNze8
email 04 sem edição: https://imgur.com/a/KFjwjVy
Agora vamos focar-nos no mais importante, ou seja, o conteúdo dos emails editado pelo blog "Mister do Café" ligado ao Sporting. Este é um exemplo de uma das páginas de propaganda clubística pela internet, uma das páginas que em vez de informar, desinforma e deturpa factos, algumas vezes por puro fanatismo e ódio de estimação. Nestas páginas, o conteúdo das imagens anexas aos emails (que estão presentes nos emails originais) foi totalmente removido. Perguntamos nós, para quê? Para que se iria editar emails com o propósito de só aparecer o texto e remover-se os anexos?
A resposta é simples, ao remover o conteúdo das imagens que iam em anexo nos emails originais e que ilustravam especificamente qual a camisola pretendida, houve mais espaço para especulação e para tentar-se passar a ideia de que a palavra "camisolas" serviria como código para outro tipo de ofertas. Deixamos o link do blog Mister do Café onde podemos ver que os emails foram editados e os anexos removidos de forma propositada. 
http://misterdocafe.blogspot.com/…/fruta-moda-do-benfica.ht…
Isto é mais uma vez a demonstração da contra informação que existe neste momento, e do deturpar constantemente os factos tentando por tudo passar uma ideia errada para manipular a opinião publica. Mas nós não queremos deixar isso acontecer, estaremos aqui para estes casos e esperemos que com a colaboração de todos se chegue à verdade que todos exigimos. Para bem do futebol português, sempre."

Para os mais esquecidos!!!

Nada disto é novo, a deliberação da ERC é de 6 de Junho de 2018. O Benfica apresentou a queixa, e a conclusão foi clara. Como tudo o que aqui foi escrito, foi convenientemente esquecido da opinião pública, aqui ficam alguns excertos!!!
E que os Benfiquistas leiam isto tudo... para não continuarem a ser ludibriados por inventores de narrativas caluniosas:

"(...)
105. O confronto entre as “versões” das mensagens em questão torna patente a leitura criteriosamente truncada e a interpretação descontextualizada que das mesmas foi feita por parte de Francisco José Marques e acriticamente aceite, reiterada e desenvolvida pelos demais intervenientes no programa “Universo Porto – da Bancada”.
106. De facto, são deliberadamente omitidas frases inteiras e segmentos de frases cujo teor admitiria – como admite – uma interpretação diferente e mesmo diametralmente oposta à artificiosamente criada por Francisco José Marques"
107. Mais ainda: partindo de uma tão peculiar leitura e interpretação de tais excertos de mensagens(ou alegadas mensagens), Francisco José Marques e os seus demais colegas de programa permitem-se designadamente inferir a existência de «um esquema de corrupção para beneficiar o Benfica», em resultado de “dados irrefutáveis” que existiriam nesse sentido
108. Exemplos como o ora referido autorizam a conclusão de que o programa “Universo Porto – da Bancada” constituiu um veículo privilegiado de devassa de comunicações (ou de supostas comunicações) privadas, cujo teor e sentido foi, ao menos em certos casos, deliberadamente distorcido, por forma a servir uma narrativa pré-concebida, traduzida num conjunto de afirmações,insinuações e acusações de enorme gravidade, e da qual se encontrava arredado qualquer propósito sério de informar (ou de salvaguarda de uma denominada “verdade desportiva”).
109. Com a agravante de uma tal narrativa se confortar na garantia antevista da sua replicação e amplificação acríticas por quase toda a comunicação social e pelas denominadas redes sociais...
110. Inclusive, uma tal narrativa chegou em certas ocasiões a atingir contornos burlescos, servindo não já para denunciar alegados crimes mas apenas para tentar achincalhar as pessoas que surgem como intervenientes nas mensagens.
(...)
112. É de igual modo patente a busca de sensacionalismo concretizada – num programa de cariz informativo – por via de uma prática folhetinesca assente na divulgação reiterada, parcial e seriada de documentação privada, acompanhada da promessa de “novas revelações”61, e que, através de interpretação não neutra, introduz uma sua leitura interpretativa, junto dos telespectadores, susceptível de insinuação criminal.
(...)
203. A exposição e interpretação dos emails coloca o foco apenas em alguns excertos, quando outros são praticamente ignorados e não problematizados neste programa do Porto Canal. O destaque dado a alguns excertos contrasta com a manipulação do conteúdo original dos emails através da ocultação de alguns excertos, que não foram lidos nem considerados na análise realizada por FJM (Pontos 43 a 60).
204. Por exemplo, a ocultação da frase «O poder está no trabalho dia a dia, na busca da verdade e da seriedade e isso faz a diferença», altera necessariamente a interpretação do email, na medida em que não se coaduna com a acusação de que existe «um esquema de corrupção para beneficiar o Benfica» (Ponto 44).
205. Refira-se ainda, por exemplo, ainda a ocultação da frase «E se a minha postura e opiniões puderem contribuir, nem que seja de forma pífia, para um clima de paz e harmonia, acho que é este o caminho a seguir», que altera também significativamente a interpretação do email. Esta ocultação permitiu subverter a interpretação de que a postura desejada por Luís Filipe Vieira (“Sei que o nosso primeiro-ministro quer que seja essa a postura, e se ele traçou essa estratégia, creio que só temos que segui-la. Ele lá sabe o que anda a fazer e, na verdade,não temos tido muita razão de queixa”») se prendia com uma postura de “corrupção”, embora no contexto do email se referisse a “um clima de paz e harmonia” (Pontos 51, 52 e 53).
206. Estes dois exemplos permitem verificar que a não leitura ou ocultação de excertos dos emails contribui para a alteração do real significado dos mesmos e contribui para a elaboração de uma interpretação manipulada, porque descontextualizada – e recontextualizada num contexto que não é o seu original.
207. Para além da ocultação de excertos, existe ainda uma parte de um email que é colocado num outro email. Isto é, ao conteúdo do email enviado por Adão Mendes, a 28 de Janeiro de 2014, é adicionado um excerto de um outro email (Pontos 49 e 50).
208. Sobre um dos emails não é, ainda, fornecida a data de envio, apenas é dito que é um email de resposta de Pedro Guerra ao email que lhe foi enviado por Adão Mendes a 28 de Janeiro de 2014. (Pontos 51 e 58).
209. Ao longo do programa, estabelece-se uma tese de um “domínio total” do Sport Lisboa e Benfica sobre o futebol e sobre as mais variadas esferas do social, que desemboca numa espécie de exercício de “nós” contra “eles” (criticas ao Sport Lisboa e Benfica, por oposição ao Futebol Clube do Porto), através de generalizações sem base factual e sem que a moderação do programa solicite o devido enquadramento e contextualização factual (...).
(...)"

«Mete Gelo» - O Padeiro

"Manuel Oliveira, mais conhecido na região onde vive em Gondomar por Chalina, homem que foi padeiro 👨‍🍳 fazia pão e entregava na mesma região. Faz-se acompanhar nas visitas de camarote pelo seu amigo Pedro Ferreira, treinador do Rio Tinto, conhecido por “O Abramovic”.
Chalina é conhecido entre os amigos pelo “Ódio” que tem pelo Benfica, onde diz mesmo entre eles que há-de prejudicar ao máximo o Benfica, nem que para isso tenha que ser irradiado.
Vizinho de Vasco Santos, o “VAR” do último jogo, “que compra os exames médicos”, para poder exercer funções por problemas de visão. Quanto a este deixo um desafio, a federação que o obrigue a fazer um exame à vista e o torne público pois no passado sábado notou-se esse problema. E ninguém está a brincar com esse assunto.
Voltando ao Chalina “Padeiro”, também foi entregue no local certo os registos fotográficos do Jantar do ano passado com diversos colegas da mesma cor e que exercem as mesmas funções, na Quinta D. José em Gondomar.
Se até a pouco andava tudo de forma livre, hoje em dia mais livre se pode andar, afinal, de Padeiro a Árbitro é só entregar pão 🍞.
Estejam atentos, tudo isto foi feito por pessoas que o conhecem bem, eu só tive acesso."

Alan e o racismo dos espanhóis

"Eusébio, Coluna e Hilário são referências da equipa mais antiga de que me lembro, da televisão a preto e branco. Além deles, nos cromos e nas gravuras do Diário Popular, sobressaíam o Yaúca e o Matateu. Ao mesmo tempo, idolatrava o Zé Mulato, um crioulo que jogou no Vitória Mindense dos anos 60 do século passado e que terá sido a primeira pessoa de cor que vi de perto.
O futebol foi, ainda no período final do salazarismo, o factor mais visível de integração e educação contra o racismo, quando as notícias filtradas pela Censura nos acicatavam contra os pretos terroristas, os turras das províncias ultramarinas.
E agora, com o século XXI em veloz andamento, continua a sê-lo, numa nova sociedade educada à pressa, pelo relevo dos protagonistas, os quais, todavia, nem sempre aproveitam da melhor forma as ocasiões que a notoriedade pessoal lhes oferece.
Alan jogou dois anos na Madeira, onde os cidadãos lutam há séculos para não serem portugueses de segunda. Dois anos no Porto, nos tempos do Apito Dourado, onde se trata os portugueses abaixo do Mondego por “mouros”. E mais outro no Guimarães e nove no Braga, onde as pessoas se chamam mutuamente de “espanhóis" e “marroquinos”.
Alan é brasileiro e de tez mestiça. Um “coloured”, como seria descrito na Imprensa desportiva dos tempos em que comecei a ler e perceber. Há 16 anos em Portugal como profissional de futebol, descontando as vezes que lhe chamaram “preto de merda só para (o) desconcentrar dentro de campo”, Alan diz que só se recorda de um episódio em que terá sido destratado de forma racista. E foi por um espanhol, Javi Garcia, então no Benfica, o qual ainda não confirmou o incidente.
Eu penso que Alan, que felizmente ouve e vê sem dificuldade, é, sim, um homem meio confundido pelo sucesso individual, porque acha que o racismo “depende do estatuto da pessoa”. Não depende. Nem da nacionalidade, nem do emblema da camisola que veste, acrescento eu. Em todo o caso, parabéns ao país que, meio século depois da Guerra Colonial, apesar das enormes diferenças sociais e com tanto ainda por evoluir, consegue tão bem absorver e incluir brasileiros, espanhóis e marroquinos."

Não se muda o futebol com os mesmos dirigentes

"Confesso que gosto de futebol. Além de ser do Benfica, gosto de ver bons jogos – leia-se, Liga Inglesa e Champions, por vezes a italiana e/ou a espanhola, dependendo obviamente dos intervenientes. Ao longo dos últimos anos vou vendo cada vez mais jogos dessas ligas estrangeiras e cada vez menos do campeonato português.

A abundância de jogos transmitidos torna-nos mais selectivos nas opções. Tal como a maioria dos adeptos, vejo o meu clube e dou uma espreitadela à concorrência directa, vendo apenas os ‘clássicos’, velhos e novos. O resto? Salutarmente ignoro. Nos jogos internacionais, dou o privilégio a Mourinho e espreito com curiosidade os jogos de Leonardo Jardim ou Nuno Espírito Santo; e, como disse, na Champions vejo os mais importantes.
Onde quero chegar? Muito simples! Há vida para além da bola – e, tal como se enjoa a comer bife todos os dias, ver futebol na abundância transmitida só para doentes ou alienados. Assim, saúdo a chegada a Portugal desta Eleven Sports, que veio fazer o favor de me ajudar a racionalizar as opções. Pagar todos estes canais de desporto torna-se um absurdo. Assinar uma SportTV para transmitir ao mesmo tempo repetições requentadas de jogos do passado fim de semana em vez da Champions só por masoquismo.
Bem podem argumentar na SportTV que os preços de compra de jogos da Champions ou da Liga de Espanha são irracionais para adquirir estes pacotes. Ou ainda que, para os adquirirem, teriam de mexer nos preços das assinaturas. Mas uma coisa eu sei: existe uma clara desvalorização da oferta sem qualquer reflexo nos preços praticados. Por isso, tenho de agradecer à Eleven Sports por me ajudar a racionalizar os custos, focando no essencial, cortando no acessório.
Sem sair do universo da bola, vou gastar umas linhas com o futebol indígena, um futebol capturado por interesses, em que tudo vale fora das 4 linhas para conseguir o sucesso dentro do campo. Ouviram-se em tempos frases relevantes, como «vale mais controlar órgãos da Liga ou Federação do que investir numa grande equipa». Ou assistirmos a castigos aberrantes por demasiado leves ou pesados, consoante quem os pratica – invocando legislação absurda que sustenta a sua aplicação, sem se fazerem alterações que evitem a sensação de que a justiça fica ‘à la carte’.
As guerras entre os principais clubes e os seus dirigentes – e, sobretudo, as disputas nas redes sociais ou nos programas de desporto que inundam os canais do cabo, onde o fanatismo enoja tal o nível belicista que atinge – são o quotidiano deste futebol nacional.
Sem falar nas infindáveis suspeitas de tramoias ou arbitragens de favor, sem qualquer castigo das entidades responsáveis, sejam a Liga, a Federação ou a própria CMVM, por serem sociedades cotadas. Todos se esforçam por denegrir a honestidade das competições, esquecendo que ‘não se morde a mão que nos dá de comer’. Se assim é, alguém acredita na regeneração do futebol nacional sem mudança dos seus actores principais – ou seja, esta geração de dirigentes?
Eu não acredito!

(...)"



PS: A velha mais sempre estratégia cobarde de meter tudo no mesmo saco!!! É caso para perguntar ao consócio Manuel Bota, qual foi o dirigente do Benfica, que provocou uma guerra com quem quer que seja?!!!

Os pares de ases

"Riquelme é o ídolo argentino que em tempos recentes só Maradona e Messi superam, nenhum outro, nem Bochini nem Aimar, nem Gallardo, Ortega ou Aguero, nenhum mesmo toca tão alto o coração dos adeptos – e os do Boca, em particular, naturalmente - como o único herdeiro respeitado da 10 azul listada a ouro que também foi de “El D10s”. Não teve sucesso idêntico na selecção, muito menos na Europa, apesar de também ter passado por Barcelona e sido símbolo do melhor Villareal que se recorda. Mas o Riquelme lendário equipa-se à Boca e faz parelha eterna com Martín Palermo. “Tive a sorte de jogar com o melhor 9 argentino dos últimos 20 anos. Ele (Palermo) tem muita culpa que as pessoas gostem tanto de mim”.
E o mais curioso é que Riquelme e Palermo nunca alimentaram sequer uma relação fora do campo, ao contrário de Platini e Boniek, amigos até hoje, mesmo depois da queda em desgraça do francês. Riquelme e Palermo não, fora do campo mal se falavam. Já dentro, quando a causa era a mesma, fazer golos, ganhar, tornavam-se dupla indestrutível, par perfeito num vínculo espontâneo que o treino apenas melhora. Há uma afectividade específica no jogo, aspectos emocionais que transcendem a táctica ou a técnica e que são difíceis de explicar. Nada exclui a intuição, uma espécie de inteligência específica para o jogo – Maradona nunca ganharia um Nobel mas na cancha ninguém terá pensado mais rápido algum dia -, numa modalidade que acarinha gente de características complementares. Um jogador como Riquelme, lento a correr mas rápido a pensar, pouco agressivo sem bola mas sempre capaz de causar dano com ela, é um retrato perfeito dessa inteligência que define os melhores.
O futebol está longe de ser – mesmo longe – um jogo alimentado por superioridades físicas. Mesmo o tempo em que mais se aproximou disso, nas décadas de domínio de alemães e ingleses, está velho de 40 anos. É na tomada de decisão que está o segredo, na melhor opção em cada momento, que é sempre também a melhor ligação com o outro, com o próximo que intervém na jogada, arco e flecha, catapulta e pedregulho, Riquelme e Palermo como Platini e Boniek, Dalglish e Rush, Futre e Gomes, João Pinto e Jardel, Aimar e Saviola, Quaresma e Ronaldo. Ficam na memória essas parelhas dos que se distinguiam como água e azeite - Laudrup e Elkjaer-Larsen na melhor Dinamarca, Butragueño e Hugo Sanchez na lendária quinta de Madrid, Mancini e Vialli na Samp mais histórica, até Skhuravy e Aguilera, gigante e anão de um velho Génova - mas também sobram exemplos de gente idêntica que se acrescentava, que isso de ser parceiro eficaz não vive agarrado a diferenças morfológicas: Andy Cole e Dwight Yorke chegavam a confundir-se em cada lance daquele Manchester United, como Andy Gray e Graeme Sharp dividam jogadas à vez num Everton que não me sai da memória, como Manuel Fernandes e Jordão eram ambos dribladores e goleadores em alternância.
António Damásio, se se metesse nisto, saberia decerto explicar-nos como as emoções participam desde a origem nas decisões, permitindo conexões aparentemente inexplicáveis, de um atleta que se relaciona melhor que um outro só porque sim ou mesmo só dentro do campo. Trata-se de reagir a estímulos de modo mais rápido e competente, sem ter propriamente necessidade de pensar. É reconhecer em alguém uma capacidade de antecipar o que pensamos num jogo que é por definição caótico e imprevisível. O futebol entra, como tantas expressões de arte verdadeira, ou até da fé, naquilo que mais profundamente distingue os humanos: a capacidade de nos emocionarmos. Só interessa ganhar? Nada é mais absurdo neste a que chamamos de belo jogo. Interessa gostar, retirar prazer, até do sofrimento ou por oposição a ele. Quando os jogadores se complementam, agrupam a beleza do talento e o prazer duplica. É como no anúncio: satisfaz duas vezes."

Cadomblé do Vata

"1. Poupo-vos já às análises jornalisticas de amanhã... biqueirada de Derley nas fuças de Rúben Dias é lance casual e infeliz; cotovelo de Rúben Dias na fronha de Derley é agressão bárbara e sanguinolenta, merecedora de irradiação do futebol e expulsão do país.
2. Coisas que pelos vistos não foram escritas nos emails do Benfica... João Félix, a maior promessa do futebol nacional, foi dispensado pelo FC Porto.
3. É sempre uma lufada de ar fresco defrontar equipas do José Mota... por muito que andemos infelizes pelo futebol praticado pela nossa equipa, ficamos a saber que há quem esteja pior.
4. Mama Baldé está emprestado ao Aves pelo Sporting e falhou escandalosamente a melhor oportunidade dos avenses para empatar... depois de Tiago Rodrigues, o guineense é o mais recente caso de jogador de um rival a quem o SLB paga para nos ajudar a ganhar.
5. A infelicidade não nos larga e hoje foi a vez de João Felix e Grimaldo se lesionarem... Que s'a foda, o Jonas está de volta!!!!"

Benfiquismo (CMLIX)

Uma das maiores Proençadas de sempre: Penafiel - Benfica, 2005

Vermelhão: Vitória... e lesões!

Benfica 2 - 0 Aves


Numa noite onde tudo poderia e deveria ser felicidade, com mais uma vitória, com uma boa exibição, com o regresso do Jonas, com a estreia promissora a titular do Gabriel... e com mais um golo do jovem Félix, que pintou o relvado com pormaiores geniais... Acabámos a pensar em mais duas lesões preocupantes: Félix e Grimaldo!!!
Admito que pensava que o Aves iria incomodar mais... mas não conseguiu. As saídas em contra-ataque, para as costas dos nossos Laterais foram sempre controladas... e a goleada só não surgiu, porque desperdiçamos vários golos no início... e depois, com o decorrer do jogo, acabámos por gerir o esforço, e não procurámos a cabazada, até porque o desgaste de Quarta, o bafo quente (acima dos 30º...), e até a forma como as lesões, quebraram o ritmo do jogo, deu em 'moleza'!!!
Mas mesmo assim, só jogámos 'mal', nos minutos que antecederam a entrada do Jonas, com  perdas de bola consecutivas, que deram contra-ataques perigosos ao adversário...
Neste caso o Rui Vitória, merece o elogio, porque acertou na alteração: quando nas bancadas se pedia 'concentração' e se calhar um reforço no meio-campo, o mister decidiu mudar para o 442, 'puxou' a equipa para a frente, obrigou o Aves a preocupar-se com o Jonas, e o Benfica acabou por 'subir' as linhas, e a bola praticamente nunca mais chegou perto da nossa área com perigo...!!!
O puto entrou com a 'corda' toda, a fintar, a passar, a rematar, (a levar porrada!) partindo da esquerda, mas aparecendo em todo o lado... O nível da II Liga, é praticamente igual ao nível da metade de baixo da I Liga, se o Félix o ano passado fez o que fez na equipa B, este tipo de jogos na Luz, não são muito diferentes... tal como acredito que o Jota e o Willock o vão fazer nos próximos tempos, quando se 'transferirem' para a equipa principal! Não acabou o jogo por causa da lesão, mas na minha opinião foi claramente o MVP...!!!
O outro grande destaque, foi de longe  o Gabriel! Que no primeiros  90 minutos da época, provou que mereceu toda a teimosia do Benfica, na sua contratação!!! Grande jogador... pé esquerdo muito bom, grande visão de jogo, bem na pressão e na recuperação de bola... As saídas rápidas do Benfica, com o Gabriel ganham velocidade!!! Além disso, devido às suas capacidade defensivas, vai permitir ao Benfica voltar ao 442 mais vezes...!!!
O Pizzi voltou a ter um daqueles jogos, entrou o mau e o muito bom... na 1.ª parte quando mudou de flanco com o Gabriel melhorou, fez a grande assistência para o golo do Félix, mas perdi a conta aos passes errados... (fazendo futurologia, com o regresso do Krovi, sem lesões no nosso meio-campo, acredito que o Pizzi possa sair em Janeiro!).
O Salvio fez uma exibição positiva, mas tendo em conta o 'espaço' que teve, devia ter feito melhor...
Mais uma excelente exibição do Odysseas... que quase sem trabalho, fez 3 defesas complicadíssimas: aquele remate no final da 1.ª parte, teve um ressalto manhoso na relva; no livre directo (incrível como aquela falta foi marcada!!!); e fez outra defesa, menos complicada, mas socou bem a bola para a lateral...!!! E até me pareceu mais confiante nos lances pelo ar...
O regresso do Jonas foi muito saudado... e pela forma como se movimentou, parece-me que temos finalmente um Jonas sem dores... e isso será fundamental para o sucesso desta temporada!
Mais uma arbitragem repleta de armadilhas... como ainda não vi o jogo não me vou alongar, amanhã na Lixívia, falarei mais em pormenor... Deixo só um aviso, na Quinta-feira em Chaves, tudo será feito para o Benfica chegar ao clássico com os Corruptos em desvantagem...!!! Repito, tudo será feito nesse sentido.. tudo mesmo!

Numa altura onde parecia que finalmente, íamos ter quase todo o plantel disponível, voltaram as lesões! Ainda por cima em mais um momento decisivo da época: jogo em Chaves, como 'pré-clássico'; jogo em Atenas que poderá decidir o nosso percurso na Champions; e depois o clássico com os Corruptos, antes de nova paragem para as Selecções... Pela forma como os jogadores saíram suspeito que as lesões sejam graves, principalmente o Félix... logo agora, quando se perspectivava como uma alternativa super-válida!!!

Meia dúzia...

Benfica 6 - 0 Azeméis

Estreia na Luz do nosso Futsal, com uma vitória clara...

19

Vidreiros 0 - 19 Benfica


Mais ma cabazada, desta vez na Marinha Grande...

Destaque para a Geyse, que acabou de ser convocada para a Selecção Brasileira...

PS1: Parabéns à Melanie Santos, pelo título de Campeã Nacional de Triatlo.

PS2: Uma nota especial para o regresso da Ana Dulce Félix, à competição, depois de ter sido mãe, com uma vitória na Global Energy Race, entre o Rossio e a Torre de Belém...

Uma questão de realismo

"Querer encontrar um culpado para a derrota do Benfica com o Bayern é não querer perceber que ela é, só, o reflexo do futebol que temos

Rui Vitória tornou-se num alvo fácil. Seja porque adeptos e comentadores o consideram como grande culpado pelo Benfica ter perdido, na última época, a oportunidade de conquistar o tão sonhado penta - foi um dos responsáveis, sim, mas é discutível que tenha sido o principal e de certeza que não foi o único - ou porque, mesmo sendo bicampeão nos dois primeiros anos na Luz, nunca caiu no goto de uma boa franja dos benfiquistas, o treinador do Benfica está sempre no olho do furacão. Estando o Benfica na liderança do campeonato e tendo, num mês de enorme desgaste e, admita-se, com algum brilhantismo até, garantido a passagem à fase de grupos (e aos mais de 40 milhões de euros) da Liga dos Campeões, aproveitaram os sempre prontos críticos do treinador encarnado a derrota com o Bayern para voltarem ao ataque.
Que fique claro que Vitória não está - como não está nenhum treinador - imune às críticas. Pode-se, falando em concreto do jogo com os alemães, discutir se enfrentar o Bayern querendo jogar no campo todo é a estratégia correcta; ou questionar as substituições de Salvio e Pizzi quando se percebia serem eles dois os únicos capazes de criar alguns problema ao adversário; ou, até, o facto de ter mantido, teimoso, o 4x3x3 quando já perdia por 0-2 e o jogo pedia à águia maior poder ofensivo. Tudo isso é, sejamos claros, válido. Já menos compreensível é que se aponte o dedo ao treinador, aproveitando estes (ou apenas alguns destes argumentos), como responsável pela derrota - a primeira, convém frisar, do Benfica em 2018/2019. Como se não fosse natural os encarnados perderem, mesmo em casa, com o Bayern. Como se o gigante alemão fosse uma equipa qualquer. Não é. E todos sabemos que não é.
O Benfica perdeu  e perdeu bem. Basicamente porque o Bayern não é só melhor equipa, é muito melhor equipa. E em dez jogos contra o Benfica (ou contra qualquer outra equipa portuguesa) ganhará, no mínimo, nove. Seja essa equipa orientada por Jorge Jesus, José Mourinho, André Villas Boas ou Rui Vitória. Não é, percebe-se, um problema do treinador, é apenas o reflexo das enormes (e cada vez maiores..) diferenças entre o futebol português e os principais campeonatos do mundo. As coisas são como são e nem vale a pena procurar responsáveis para elas. Só temos, afinal, de ser realistas. E percebermos que a tendência não é melhorar. Pelo contrário...
(...)

Lapidar
«Quando cheguei a Portugal o meu sonho era jogar num grande. Nem nos melhores sonhos me imaginaria no Benfica»
Jardel, defesa central do Benfica
(...)"

Ricardo Quaresma, in A Bola

México, o berço do futebol contemporâneo

"A passagem pelo México de Bielsa, La Volpe, Lillo e Guardiola ajudaram a definir aquilo que é futebol hoje em dia.

A imagem repete-se um pouco por todo o Mundo por esta altura. De há mais de uma década a esta parte, diga-se. Guarda redes com a bola. Defesas centrais bem abertos a toda a largura no campo e médio defensivo a encaixar entre os dois, criando superioridade numérica em zonas de construção muito recuadas. Desde 2006, particularmente, que a “saída de bola a três” ou, crédito seja dado a quem de direito, “Saída Lavolpiana”, se tornou numa constante, tendo-se definido como uma das maiores revoluções tácticas, ou pormenores tácticos, a ocorrer nos anos mais recentes do futebol. 
Ricardo la Volpe nasceu na Argentina, mas foi no México que El Bigotón, actual treinador do bizarro Pyramids FC do Egipto, fez carreira. Foi ao comando da selecção mexicana, em particular no Campeonato do Mundo de 2006, que Ricardo la Volpe instituiu um pormenor tão simples na organização ofensiva mexicana que acabou por se tornar numa das maiores inovações tácticas que o futebol recente observou ao ponto de praticamente todas as equipas do Mundo a utilizaram. Pioneiro, La Volpe concluiu que para criar superioridades e desequilíbrios desde uma fase muito precoce do seu momento ofensivo precisaria reduzir a arbitrariedade e aleatoriedade que um pontapé longo do guarda redes ou defesas centrais sempre encerrava. Assim nasceu a “Saída Lavolpiana” que acabaria por ser referência muito particular do “tiki taka” de Pep Guardiola, sistema em que a revolução de La Volpe mais serviu e mais a justificou.
O futebol mexicano não é apenas apaixonante na sua espectacularidade, paixão e riqueza histórica. Ao longo das últimas duas, três décadas, tem sido palco de algumas revoluções que serviram de base importante para aquilo que é o futebol de hoje, ao ponto do México poder mesmo ser considerado o “berço do futebol contemporâneo”. Não o confundamos com o que comummente chamamos de futebol moderno. Esta é toda uma outra questão e é em muito influenciada por nomes como Ricardo La Volpe, mas também Marcelo Bielsa, sempre ele, Juanma Lillo e, claro, Pep Guardiola. Sem estes nomes terem passado pelo México nos últimos anos, talvez o futebol dos dias que correm fosse hoje muito diferente daquilo que é. O futebol mexicano vive hoje um momento de especial fulgor. Com um campeonato interno forte financeiramente, capacidade para atrair e manter jogadores relevantes, academias de formação cada vez mais profícuas (veja-se o que tem saído de Pachuca nos últimos anos), jogadores e talentos jovens capazes de se tornar figuras relevantes do futebol europeu e pelo menos dois técnicos promissores capazes de revolucionar a forma como o futebol é pensado e trabalhado no país como o são Rafa Puente Jr. ou Marcel Michel Leaño, apenas se estranha a pouca projecção internacional que a Liga MX conseguiu ainda recolher. Nem tudo é perfeito, claro. Entre a desorganização das altas instâncias e do futebol mexicano, a incompetência arbitral e as nuvens da corrupção que sempre pairaram sobre o futebol mexicano, muito há a fazer para que a Liga MX se torne uma referência do futebol como já podia muito bem ser e como todas as semanas justifica dentro de campo. Poucos campeonatos se vestem de tamanho carisma como este.
La Volpe, contribuiu para isso, como contribuiu Bielsa e, diga-se, muito contribuiu La Volpe do trabalho realizado por Bielsa em Guadalajara ao serviço do Atlas. Um clube que o icónico treinador argentino revolucionou por completo e que tal como no Newell’s, definiu um antes e um depois na história do clube, do próprio futebol mexicano e até do futebol mundial no geral. Se hoje as redes de observação e prospecção a nível nacional e até internacional são uma normalidade, no início dos anos 90 a história era outra, ainda para mais, em países como o México. O sucesso de Bielsa nesse pormenor, ora no Newell’s, ora no Atlas, definiu uma nova “trend” a nível internacional.
Bielsa chegou ao Atlas em 1992 e em apenas dois anos mudou a história do clube. Inicialmente como diretor desportivo e com a missão de reorganizar a formação do clube como, aliás, fizera no Newell’s, quando Bielsa dividiu o mapa argentino em 70 secções e visitou cada uma delas em busca de novos talentos para a equipa de Guadalajara sempre vista pelos rivais como uma “anedota” do futebol mexicano e em constante subaproveitamento, com um único título mexicano conquistado no início dos anos 50. Bielsa conduziu durante mais de cinco mil quilómetros para conseguir revolucionar o clube argentino e no México não seria diferente.
Convencer Bielsa não foi fácil. Durante um mês, o técnico argentino esteve por Guadalajara a assistir a encontros das equipas jovens do clube e só depois decidiu assinar em definitivo com o Atlas ao concluir que havia ali, de facto, potencial a ser explorado. E que correto estava. Já lá vamos. Fernando Acosta, presidente do Atlas responsável pela contratação de Bielsa, ainda hoje destaca a influência de Bielsa na montagem de uma rede de observação no clube que ainda perdura em 92 cidades mexicanas e que permitiu ao Atlas formar recentemente talentos como Antonio Briseño, hoje em Santa Maria da Feira, Arturo González, Daniel Álvarez, Bryan Garnica ou Martín Barragán, três dos melhores jovens talentos que surgiram no futebol mexicano recentemente, independentemente do rumo cujas carreiras acabaram por tomar.
Mas o trabalho de Bielsa permitiu algo muito mais grandioso do que o teste do tempo e Ricardo la Volpe foi um dos maiores beneficiários disso mesmo. “Eu desenhei uma estrutura que permitiu a observação de vinte mil jogadores anualmente”, assegurou Bielsa em entrevista em 1997. “O Atlas ficou presente em 2500 cidades mexicanas, organizou torneios e treinos de captação e escolheu quinze jogadores de cada uma delas”. O trabalho de Bielsa permitiu que o Atlas passasse a ter, segundo os maiores especialistas do futebol mexicano, com factos a comprovarem-no, a melhor escola de formação do país até ao início de 2010, altura em que o Pachuca lhe começou a ganhar o lugar. Uma rede de observação pouco vista no futebol Mundial e que definiu uma nova forma de trabalhar a formação até a nível internacional. Podia ser em qualquer outro lado no Mundo, mas foi em Jalisco, Guadalajara.
Com isto sorriu La Volpe. Se Bielsa revolucionou o futebol fora de campo, foi com o produto dessa revolução que La Volpe pôde criar a sua, dentro de campo, durante o Mundial de 2006 onde levou o México aos oitavos de final da competição caindo apenas aos pés da Argentina de El Bigotón. Seis dos onze jogadores que iniciaram o jogo pelo México nessa tarde foram identificados ou treinados por Bielsa durante os dois anos que o argentino passou no Jalisco: Oswaldo Sánchez, Rafa Márquez, Mario Méndez, Pável Pardo, Andrés Guardado, Jared Borgetti, enquanto José Castro se encontrou com Bielsa, mais tarde, ao serviço do América - onde o impacto do treinador argentino já não foi tão grande. Graças ao trabalho de Bielsa, nomes como Chuy Corona, Juan Pablo Rodríguez, Hugo Ayala, Juan Carlos Valenzuela, Néstor Vídrio, Edgar Pacheco, Gerardo Flores, Jorge Torres Nilo, Darvin Chávez ou Juan Carlos Medina, alguns dos nomes mais importantes dos últimos anos de futebol e selecção mexicana, foram também formados pela equipa de Guadalajara.
Não foi só fora de campo que Bielsa revolucionou o Atlas. Esta não é uma biografia de “El Loco”, mas fica ainda este apontamento: perante o trabalho realizado como director desportivo do clube, Bielsa assumiu o cargo de treinador na temporada 93/94 de forma relutante, mas com um conjunto jovem e inexperiente, com base quase total na academia do clube, Bielsa levou o Atlas ao segundo lugar na liga durante a fase regular e a um apuramento para o play-off da competição que fugia ao clube há doze anos e apesar da sua saída do emblema de Guadalajara, a herança deixada por Bielsa no clube permitiu que o Atlas chegasse a uma final inédita da competição dois anos após a saída de El Loco. Bielsa nunca acabou por colher todos os frutos que semeara por Guadalajara, mas uma coisa é certa: a revolução estava feita e não foi só no Atlas ou no México. Foi a nível internacional.
Se La Volpe beneficiou com o trabalho feito por Bielsa no Atlas e com isso deixou para sempre a sua marca no futebol através da sua criação, El Bigotón foi também uma das referências já assumidas por Pep Guardiola numa fase de definição da sua filosofia futebolística. A passagem de Guardiola pelo México, ao serviço do Dorados de Sinaloa, entre 2005 e 2006, coincidindo com o trabalho de La Volpe na selecção mexicana permitiu a Guardiola estudar de perto o trabalho realizado por La Volpe e aproveitar muito daquilo que o treinador argentino incutia na formação azteca. E, isso, não seria possível sem que outro nome entre na equação: Juanma Lillo.
O futebol podia até ter seguido o mesmo rumo que tomou até aos dias de hoje, porém, o mais certo, é que o jogo de hoje não fosse aquilo que é caso Juanma Lillo em 2005 não se tivesse tornado treinador do Dorados de Sinaloa. Sem Lillo em Sinaloa não existiria Guardiola em Sinaloa e tudo o que isso possibilitou. Já lhe contei essa história. Cinco meses de trabalho entre Lillo e Guardiola ajudaram a transformar, para sempre, a forma de jogar e ver o futebol a nível mundial. Foi no México que Guardiola se definiu enquanto treinador e estudou de perto um pormenor táctico que seria fulcral para a sua própria ideia de jogo e para a obsessão de iniciar o processo ofensivo em zonas bastante recuadas do terreno de jogo.
Juanma Lillo e Guardiola cruzaram-se em Sinaloa em 2006. Por fim, dois homens que se idolatravam mutuamente trabalhavam juntos. A promessa havia sido feita anos antes e só o basco poderia ter levado Guardiola até ao México. Lillo pode não ter muito para apresentar no seu currículo, mas detém algo que é inquantificável: o quanto mudou o futebol por intermédio de Guardiola. Afinal, Juanma Lillo, é colocado a par, por parte de Guardiola, de Cruyff no que à influência na visão de jogo e forma de jogar do catalão diz respeito.
A início de história remonta a 1996. Meses antes, talvez, que Guardiola sempre fora um homem atento. O FC Barcelona, então orientado por Bobby Robson, deslocou-se a Oviedo e no Carlos Tartiere, com golos de Luis Enrique e Stoichkov (dois cada) venceu o Real local. Treinava, o Oviedo, Juanma Lillo. "Acabámos por perder por 4-2, foi um grande jogo, tanto que regressámos ao relvado para ser aplaudidos pelo público. Era a minha segunda temporada na liga espanhola, a primeira havia sido com o Salamanca. Entramos no balneário e fui informado por um delegado do clube que Guardiola estava à porta e perguntava se podia falar comigo. Pep ainda não tinha ido sequer ao balneário, estava todo suado e ainda com as botas calçadas. Saí e, bom... Cumprimenta-me, não parou de falar, disse-me que a minha equipa o havia surpreendido na temporada passada quando o defrontámos e que hoje o Oviedo tinha jogado muito bem. Perguntou-me se podíamos começar a ter um contacto regular. Ali começou a nossa relação que rapidamente transcendeu o futebol. Chegámos a jantar em casa um do outro, com as famílias de ambos". Lillo contou a história vezes sem conta e foi ao El Grafico, em 2015, que a recordou.
Se era no Catar que Guardiola procurava terminar a carreira, a promessa feita anos antes entre Lillo e o catalão falou mais alto em 2006. Para Pep, havia ainda um capítulo por escrever: trabalhar, por pouco tempo que fosse, com Juanma Lillo. Contou, El Loco Abreu, que aos 41 anos ainda segue forte no futebol, na sua biografia, que no Dorados de Sinaloa, Pep absorveu tudo quanto pôde de Juanma Lillo, que idolatrava. Para os treinos, contou o uruguaio, Guardiola levava sempre um caderno preto onde apontava todos os passos e exercícios de Lillo. Foi do técnico basco, tal como de Cruyff anos antes, que Guardiola retirou ideias acerca da movimentação ofensiva e da construção de jogo a partir da defesa - tal como fizeram bem de perto com La Volpe como o próprio Guardiola admitiu anos mais tarde -, bem como, como controlar o adversário em zona defensiva.
Depois de ter definido uma nova forma de se ver e trabalhar o futebol, por Barcelona, elevando os blaugrana a uma das melhores equipas da história do futebol, Guardiola transportou agora a discussão para Inglaterra. Talvez tal nunca tivesse acontecido se Juanma Lillo nunca tivesse contratado Guardiola, mesmo que o técnico basco rejeite tal honra. Uma coisa é certa. É o próprio Guardiola quem o diz: Lillo foi o melhor treinador que alguma teve e dele absorveu muito do que impõe em jogo também durante a fase defensiva e de transição defensiva, sendo que ainda hoje Lillo é conselheiro de Guardiola e considera o catalão um filho, o irmão mais novo e um grande amigo. 
Muito é aquilo que faz do futebol mexicano um cenário especial. Da paixão dos adeptos, à iconografia e cultura mexicana, passando pela riquíssima história do futebol mexicano, os seus inúmeros clássicos e até o próprio estilo de futebol e filosofia futebolística que impera por terras aztecas. As constantes batalhas individuais, o pouco rigor tático, a mentalidade ofensiva, o tempo e espaço que há para decidir e definir que possibilitam golos de fora da área como em nenhuma outra liga sucede. Equipas estendidas à largura e comprimento do relvado. A mão de Deus. O Azteca. O golo do Século. A defesa de Banks a Pelé. Dois dos mundiais de futebol mais icónicos da história. Tudo influi numa das ligas mais espectaculares do Mundo e num dos futebóis mais apaixonantes do planeta.
Mas, muito mais do que isso, é a influência do México naquilo que é o jogo contemporâneo, um pouco por todo o Mundo, a grande herança deixada pelo país centro americano. Por tudo isto, o México é hoje o berço do futebol contemporâneo. Tal como os aztecas estiveram na génese e foram uma das grandes influências para o jogo que acabou por ser criado pelos britânicos centenas de anos mais tarde, foi no início dos anos 90 que o futebol contemporâneo começou a tomar forma. O México, mais uma vez, teve um papel central."