segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Não se muda o futebol com os mesmos dirigentes

"Confesso que gosto de futebol. Além de ser do Benfica, gosto de ver bons jogos – leia-se, Liga Inglesa e Champions, por vezes a italiana e/ou a espanhola, dependendo obviamente dos intervenientes. Ao longo dos últimos anos vou vendo cada vez mais jogos dessas ligas estrangeiras e cada vez menos do campeonato português.

A abundância de jogos transmitidos torna-nos mais selectivos nas opções. Tal como a maioria dos adeptos, vejo o meu clube e dou uma espreitadela à concorrência directa, vendo apenas os ‘clássicos’, velhos e novos. O resto? Salutarmente ignoro. Nos jogos internacionais, dou o privilégio a Mourinho e espreito com curiosidade os jogos de Leonardo Jardim ou Nuno Espírito Santo; e, como disse, na Champions vejo os mais importantes.
Onde quero chegar? Muito simples! Há vida para além da bola – e, tal como se enjoa a comer bife todos os dias, ver futebol na abundância transmitida só para doentes ou alienados. Assim, saúdo a chegada a Portugal desta Eleven Sports, que veio fazer o favor de me ajudar a racionalizar as opções. Pagar todos estes canais de desporto torna-se um absurdo. Assinar uma SportTV para transmitir ao mesmo tempo repetições requentadas de jogos do passado fim de semana em vez da Champions só por masoquismo.
Bem podem argumentar na SportTV que os preços de compra de jogos da Champions ou da Liga de Espanha são irracionais para adquirir estes pacotes. Ou ainda que, para os adquirirem, teriam de mexer nos preços das assinaturas. Mas uma coisa eu sei: existe uma clara desvalorização da oferta sem qualquer reflexo nos preços praticados. Por isso, tenho de agradecer à Eleven Sports por me ajudar a racionalizar os custos, focando no essencial, cortando no acessório.
Sem sair do universo da bola, vou gastar umas linhas com o futebol indígena, um futebol capturado por interesses, em que tudo vale fora das 4 linhas para conseguir o sucesso dentro do campo. Ouviram-se em tempos frases relevantes, como «vale mais controlar órgãos da Liga ou Federação do que investir numa grande equipa». Ou assistirmos a castigos aberrantes por demasiado leves ou pesados, consoante quem os pratica – invocando legislação absurda que sustenta a sua aplicação, sem se fazerem alterações que evitem a sensação de que a justiça fica ‘à la carte’.
As guerras entre os principais clubes e os seus dirigentes – e, sobretudo, as disputas nas redes sociais ou nos programas de desporto que inundam os canais do cabo, onde o fanatismo enoja tal o nível belicista que atinge – são o quotidiano deste futebol nacional.
Sem falar nas infindáveis suspeitas de tramoias ou arbitragens de favor, sem qualquer castigo das entidades responsáveis, sejam a Liga, a Federação ou a própria CMVM, por serem sociedades cotadas. Todos se esforçam por denegrir a honestidade das competições, esquecendo que ‘não se morde a mão que nos dá de comer’. Se assim é, alguém acredita na regeneração do futebol nacional sem mudança dos seus actores principais – ou seja, esta geração de dirigentes?
Eu não acredito!

(...)"



PS: A velha mais sempre estratégia cobarde de meter tudo no mesmo saco!!! É caso para perguntar ao consócio Manuel Bota, qual foi o dirigente do Benfica, que provocou uma guerra com quem quer que seja?!!!

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