quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Alvorada... do Vicente



PS: Ontem foi feriado, talvez por isso os canais do YouTube que costumam 'ripar' os programas desportivos nas televisões, não terem feito o upload do Benfica 10h com o Pedro Guerra (com uma intervenção muito 'forte'...)! Mas ultimamente, tenho reparado que vários programas da BTV têm vindo a ser 'censurados'!!! É verdade que a NOS começou a denunciar os conteúdos protegidos na BTV (jogos e alguns dos documentários ou programas de entrevistas), mas o Uma Semana do Melhor, ou as Contas Feitas, Duvidas Desfeitas, p Aquecimento, o 105x68 não estão protegidos, e cada vez são menos as semanas que aparecem no YouTube, já para não falar por exemplo da Conferência de Imprensa do Varandas Fernandes, que até ao momento que estou a postar este video, ainda não apareceu na Net...!!! Estranho...
Sendo que defendo desde do início que o Canal do Benfica no YouTube deveria ter os Noticiários, o NetPress e todos os outros programas de Debate... entre outros, bastava darem uma janela de 24h entre a transmissão do programa e o upload...

Gedson face a Renato

"Tacticamente, muito superior, enraíza 4-3-3 (Jonas, Ferreyra, Castillo, que se engalfinhem!). SOS: deixem jogar Rúben Dias e Diogo Leite!

Na justíssima passagem do Benfica ao play-off da Champions - sobretudo porque, após tangencial triunfo em Lisboa, soube ser muito melhor em Istambul -, unanimidade de opiniões: Gedson saltou para ribalta e na primeira fila. Já dera muito boas indicações de qualidade competitiva, mas impressionante, mesmo, foi a afirmação de personalidade que este menino com 19 anos impôs naquele inferno tão característico dos estádios turcos.
Gedson assemelha-se a Renato Sanches? Em boa parte, sim. Poderá assumir o peso decisivo que Renato teve, impulsionando cavalgada, no Benfica campeão de há 2 anos? Poderá. Se não se deslumbrar e evoluir na correcção de naturalíssimas lacunas (tempo de passe na ponta final de ofensivas, convicção no remate de longe), estará em autoestrada para craque. Boa técnica, poder atlético, ímpeto atacante e, importantíssimo! sentido táctico - defender, atacar - invulgar nesta idade e muito superior ao de Renato Sanches. Já agora: muita atenção a outro menino - Elmas, médio do Fenerbahçe (uau!).
Gedson está dando ao meio-campo benfiquista a estrutura competitiva, leia-se qualidade com solidez nos desdobramentos tácticos, que lhe faltava. Com ele, Fejsa e Pizzi - o que, na longa baixa clínica de Krovinovic, não invalida anunciada busca de outro médio, capaz de firmeza superior à de Samaris e de Alfa Semedo, jovem em promissora fase de crescimento -, muito dificilmente Rui Vitória sairá do 4-3-3, ora elogiado, ora criticado por meter pouca gente na grande área contrária (sim, os médios muito mais aí têm de surgir, rumo à baliza, depurando excesso de tabelas e dribles - processo que parece ir evoluindo, mas lentamente, ainda longe de perfurante vigor à FC Porto). Evidente: crescimento que este Benfica denota também muito tem a marca de... Pizzi - aproximando-se do brilhante, crucial!, Pizzi de há 2 anos.
Ou seja: face a clara tendência para 4-3-3 enraizado, ficam 3 pontas de lança para um lugar... Aquisições Ferreyra e Castillo pedindo meças - por enquanto, longínquas - a Jonas... Isto se Seferovic for descartado, como é previsível.

Duelo com Fenerbahçe, primeiro passo para Portugal ter 2 equipas na Champions - e não se desvalorize imenso o 2.º no campeonato turco e vencedor da Taça -, confirmou ideias de polos positivos e negativos no Benfica.
Positivo (para além da afirmação de Gedson):
- Odysseias Vlachodimos rumo a desfazer insólito dilema, pós Oblak e Ederson, sobre quem é o guarda-redes. Está impondo-se a Svilar, grande promessa, mas ainda imberbe, e a Bruno Varela, quanto a mim, o grande injustiçado da época anterior.
- Rúben Dias não pede licença aos recém-chegados Conti e Lema, tal como já fizera perante... Luisão, para se impor ao lado de Jardel (que exibe grande forma). A sua cotação terá subido de 30 para €40 milhões. Luís Filipe Vieira irá resistir?
Negativo:
- A mais cotada aquisição, Ferreyra, soma e segue a falhar. Não tenho dele a ideia de flop que sempre tive, e frisei, quando Seferovic foi contratado. Do que vi a Ferreyra no Shakhtar, avançado inteligente e eficaz. Agora, parece acomodado a descrença! Ponta de lança em SOS por golo.
- Grimaldo, as suas virtudes e as suas deficiências. Ataca excelentemente. E é o melhor marcador de livres directos no Benfica. Contraponto: um defesa tem de, prioritariamente, muito bem defender. Defesa franzino, medindo tão-só 1,70m e com escasso poder de choque, é bicudo problema em alta competição (golo turco, mas não só...). Problema extensivo a Cervi, extremo tão raçudo quanto frágil. Ou seja: a toda a ala esquerda benfiquista.
Rajada de puros testes prossegue já: Bessa, decisivos confrontos com Paok, Sporting pelo meio. Oito jogos em Agosto, quase não alterando o onze - bem duro!

Rúben / Diogo. SOS a Benfica e FC Porto: não transfiram, prematuramente, Rúben Dias e Diogo Leite (como aconteceu com Dalot: oxalá me engane!) e deixem-nos jogar. A Selecção Nacional - não peço desculpa aos, tantos!, cujo qguuase exclusivo enlevo está no clube - muitíssimo necessita do nível dos jovens Rúben Dias - Diogo Leite como próxima dupla de defesas-centrais.

Paz? Recente apelo a ela, no futebol português, feito pelo Benfica não passa de monumental hipocrisia. Logo seguido por rajada de twiters e formais queixas que de paz são o oposto. Ridículo apelo!"

Santos Neves, in A Bola

PS: A velha argumentária: estás há mais de 2 anos a levar tiros e pontapés de todos, com total cumplicidade dos mérdia; respondes com um tweet; perfeitamente legitimo, sem inventar fake news; és um incendiário!!! Realmente, ridículo...!!!

A janela indiscreta do futebol europeu

"Faltam sensivelmente duas semanas para o fecho do mercado de transferências, a chamada janela de Verão. Não faz qualquer sentido. Muitos países, incluindo Portugal, têm os seus campeonatos profissionais a decorrer e a UEFA já tem em marcha provas europeias. A data de fecho do mercado de Verão é despropositada e, mesmo assim, bem menos despropositada do que essa aberração desportiva que é a janela de Inverno.
Muitos serão os interesses em jogo, mas seguramente que nenhum desses interesses se prendem com qualquer valor desportivo.
Nestes próximos quinze dias assistiremos a uma frenética dança de nomes. Muitos deles lançados pelos próprios empresários, que tentem uma última oportunidade para ganhar dinheiro antes do desmanchar da feira.
Nesta fase, o leilão de jogadores atinge patamares indecorosos e os clubes pequenos e médios, que vivem no anseio de vender caro e comprar em saldo, espreitam novas oportunidades, perante o desespero, mais ou menos conformado, dos seus treinadores que temem o desequilíbrio das suas equipas, numa fase onde o treino já se confunde com o jogo a sério.
O mercado português é dos mais agitados. Fala-se no último lance de vendas de jogadores como Brahimi (FC Porto) ou Rúben Dias (Benfica). Não são, ambos, jogadores que facilmente se possam substituir. O portista é o maior desequilibrador do ataque do FC Porto e o benfiquista é, hoje, um pilar sólido da defesa. Se, eventualmente, o negocio de ambos viesse a concretizar-se, Sérgio Conceição e Rui Vitoria teriam um problema de muito difícil solução, a curto ou a médio prazo."

Vítor Serpa, in A Bola

Sacos de euros

"Gedson é melhor agora do que Renato Sanches quando apareceu e a Liga dos Campeões vale mais do que Rúben Dias.

A passagem benfiquista pela Turquia deixou uma certeza: no tempo certo os responsáveis blindaram o miúdo Gedson com um contrato até 2023 e uma cláusula de 60 milhões de euros. Num estádio complicado e sob pressão, o rapazola Gedson comportou-se como um jogador feito, mostrou ao que vem, jogou até não poder mais, marcou com classe o verdadeiro golo da eliminatória e acabou de rastos, mas a querer mais. Mesmo quando o cansaço já toldava o discernimento, a bola continuava agarrada ao pé, levada para longe da zona de aflição.
Gedson vai debater-se com uma questão iniludível: a comparação com Renato Sanches, a última pérola da formação a saltar para a ribalta ainda mal tinha largado as fraldas. A capacidade física, o gosto pelo jogo, o descaramento próprio da idade assemelham-nos, mas Gedson chega à primeira equipa mais trabalhado, mais adulto. Quando apareceu, Renato passava períodos perdido da táctica e da equipa, a jogar à bola, a persegui-la como um menino da rua; Gedson tem jogado futebol e quando se livrar das amarras do espanto, será ainda melhor. Assim o acompanhem sem ver nele mais um enorme saco de euros.
Para o Benfica, sair vivo de um inferno turco significa ficar bem posicionado para chegar à Champions. Em termos teóricos, terá de defrontar a seguir o mais fraco dos oponentes possíveis. O Fenerbahçe seria sempre mais perigoso do que o vencedor da eliminatória entre Spartak e PAOK, sendo os russos, apesar de terem ficado para trás, potencialmente mais complicados de passar do que os gregos. As portas da fase de grupos estão abertas, falta a confirmação.
Outra coisa. A Champions vale mais do que a venda de Rúben Dias. Se ele quiser ficar..."

É tempo de colocar os jogadores no respectivo lugar

"A cada dia que passa tem-se assistido ao crescimento de uma tendência muito perigosa para o futebol: o poder dos jogadores dentro dos clubes. Apesar de a teoria dizer que são meros funcionários, os homens que entram em campo gostam de mandar mais do que os próprios presidentes, dirigentes ou treinadores. Por isso mesmo, está na hora de os voltar a colocar no lugar a que pertencem. Os jogadores não podem passar disso mesmo e têm de perceber que por cima deles estão muitas pessoas e está um clube. E o símbolo tem de ser sempre mais importante que o nome nas costas da camisola.
Olhe-se para o recente caso de Marega no FC Porto. O avançado, como se sabe, tem pressionado a saída quando tem contrato e, segundo o próprio Pinto da Costa, até já tinha negociado uma renovação. Esta atitude tem valido a Marega o afastamento neste início de temporada, não se sabendo ainda como tudo se vai resolver, podendo ainda ser vendido ou reintegrado no plantel. O FC Porto, neste caso, actuou bem e não cedeu às pressões de Marega, tomando uma posição clara e correta ao não deixar o jogador sair impune.
No Benfica, o braço de ferro entre as águias e Jonas foi mais um exemplo do que os jogadores podem fazer aos clubes. O brasileiro tinha todo o direito de não estar satisfeito com o salário que auferia ou com as condições do contrato, mas a verdade é que o tinha assinado. Mesmo assim, Jonas ganhou o 'duelo' com o Benfica, que cedeu e fez a vontade a um ponta-de-lança que tem sido o maior responsável pelos títulos dos encarnados nos últimos anos. Mas, mesmo com essa importância, não deixa de ser apenas um jogador.
Do outro lado da segunda circular, os jogadores ajudaram a fazer cair um presidente. Se a equipa de Jorge Jesus não tivesse tomado a posição que tomou e se não tivessem havido rescisões unilaterais, muito dificilmente Bruno de Carvalho teria sido destituído, o que levanta uma nova questão: devem os jogadores intrometer-se em questões directivas do clube? No caso do Sporting, foi isso que aconteceu. Não quero com isto dizer que o plantel não tinha motivos para estar desiludido (isso é outra questão completamente diferente), mas tenho sérias dúvidas que tivesse credibilidade para influenciar a opinião pública da forma que influenciou.
 Felizmente, há uma coisa que me dá razão neste tema: os contratos. Os jogadores, por vezes, esquecem-se que os assinaram e actuam como se fossem completamente livres de tomar as decisões que bem entenderem sem qualquer tipo de consequência. E isso não pode acontecer."

Campeonato: quase tudo 'à condição' (até Jonas...)

"Admiro bastante Jonas e recebi com natural satisfação a notícia da sua continuidade, mas não havia necessidade do tempo de (in)decisão

1. Começou o campeonato nacional, como gosto de continuar a dizer apesar de saber que agora se intitula liga. E, compulsivamente, vai começar também o tudo e mais alguma coisa 'à condição...0, esse modismo de erro linguístico (o 'à') e de insuficiência argumentativa (que condição?). Eu, por exemplo, posso sempre dizer que escrevo 'à condição'. Poder-me-ão perguntar, qual é a condição. Respondo tal e qual como se usa no futebol: simplesmente 'à condição'.
Continuando neste condicionalismo incondicional do 'à condição', na noite de sexta-feira, depois da vitória do Benfica sobre o Vitória de Guimarães, virei-me para a minha neta mais fervorosamente benfiquista e disse-lhe que, naquele momento, o Benfica era o campeão 'à condição' e Pizzi era (e ainda é) o 'Bola de Prata', também 'à condição'.
'À condição', na sexta-feira passada, vários profissionais deste jornal revelaram o seu prognóstico classificativo para este campeonato. O Porto com mais votações para campeão, seguido do Benfica e até do Sporting. Não sei qual a condição (ou as condições) para tais palpites, mas achei curioso que um dos respondentes tenha colocado o Benfica na 4.ª posição, precedido pelo campeão que seria o Sporting, pelo Porto e pelo Sp. Braga. Cá estaremos, no fim da caminhada, para confirmar ou infirmar tão preclaro prognóstico, nessa altura já sem quaisquer devaneios de 'à condição'. Por mera curiosidade, fui ver quem comentou o jogo Moreirense - Sporting e verifiquei que era o mesmo jornalista, Nuno Saraiva Santos (não confundir com um outro Nuno Saraiva desaparecido em combate). A sua crónica iniciou-se deste modo: 'Começou uma nova era no Sporting. Com esforço, com dedicação, com glória. Pela mão de José Peseiro (...) que saiu justamente em ombros'. Profético, sem dúvida.
Ainda a propósito da expressão com que iniciei esta crónica, felicito A Bola por, finalmente, ter deixado de publicar os sempre aguardados 'Cadernos de A Bola' no início do mês de Agosto. De facto, com a informação disponível até essa altura, líamo-la em Setembro, já desactualizada pela efervescência do inexplicável defeso num tempo em que já se joga em toda a parte. Assim, a disponibilização na primeira semana de Setembro é bem-vinda porque como se lê no seu anúncio, passará a ser «o único guia de futebol sem enganos para 2018/2019», ou seja, sem ser 'à condição' da superveniente transumância clubista medida em euros.
Ainda no capítulo do nosso idioma, eu que, menino e moço, aprendi a dele gostar por via do puro e brilhante português que me habituei a ler neste jornal, dói-me a alma deparar, agora, com erros de palmatória como aconteceu, na segunda-feira (página 10), com o título «Polícia interviu» em em vez de «Polícia interveio».

2. Hoje (ontem) o Benfica jogou na Turquia a segunda mão de uma eliminatória preliminar de acesso à Liga dos Campeões. Também desta vez escrevo antes do resultado, mas não 'à condição', depois de ter ganho por 1-0 em Lisboa, desfecho que tem tanto de sucesso relativo como de insucesso diferentemente relativo.
O jogo inaugural do campeonato mostrou-nos o Benfica no seguimento da época passada: bipolar, capaz de tempos de excelência, alternando com desesperantes momentos de apatia ou de desconcentração. Os jogos duram 90 minutos e há sempre outra equipa a jogar. Tão simples como isto. Contra o Vitória de Guimarães uma magnífica primeira parte a rondar a goleada e uns penosos 20 minutos finais com um futebol inconsequente e baço. Não me parece que seja um problema físico porque, além de bipolar, o futebol encarnado é alternante: umas vezes é na primeira parte que se joga melhor, outras tantas acontece na segunda metade. Eu, observador leigo quanto baste, gostaria que alguém me explicasse por que razão isto acontece com inusitada frequência.
Neste jogo, houve um ponto que explica, mas não justifica, a recuperação do Vitória (não desmerecendo a boa atitude desta equipa): as substituições, em particular a de Fejsa. Está visto que sem ele no relvado, não há substituto à altura, ainda que pense que, do mal a menos, Samaris é o que melhor o faz.
Gostei bastante de Gedson Fernandes. Joga com maturidade superior à ideia, tem capacidade física e técnica para desenvolver e, em relação a Renato Sanches, talvez perca no confronto das cavalgadas que lhe vimos no SLB, mas ganha na consistência e maior regularidade ao longo de todo o tempo.
Por fim, o sistema de jogo. Sei que não tenho competência para discutir, como leio e ouço alguns sábios, a maior ou menor valia de 4-3-3, 4-4-2 ou 4-1-4-1 ou ainda outro qualquer. Todavia, parece-me que jogar com um só ponta-de-lança nem sempre se adequará às características dos jogadores ou de cada jogo concreto. Julgo que, por exemplo, Facundo Ferreyra é bom jogador, mas perdido lá à frente e afastado de alguns municiadores, é presa fácil para defesas fortes. O mesmo acontecia quando, antes, jogava só Jiménez ou Mitroglou. Até por isso, gostei da noticia da continuação de Jonas no Benfica. Criou um bom problema que antevejo como interessante para Rui Vitória resolver (e já agora para rendibilizar salários elevados de três atacantes, já não contando com o suíço).

3. Jonas fica, Jonas sai. Houve de tudo nesta longa e talvez escusada 'estória'. A comunicação do Benfica deixou-se adormecer (ou enternecer?) perante tanta notícia e contra notícia, quase tudo - creio - em versão lusa de fake news. Ele era a Arábia, ele era o Al-Nassr, ele era o ministro saudita do desporto que o queria desviar para o Al-Hilal, ele era um ou mais clubes chineses, ele era Scolari em trânsito para o Brasil, ele era o Palmeiras e mais uns tantos clubes falidos do Brasil. Ele era o ordenado do Facundo que deveria ser o segundo. Ele era o mano do Jonas, por sinal seu empresário (!). Ele era a gravidez da mulher. Ele era o Pai e a família. Ele era o problema das costas. Ele era a cervicalgia. Ele (não) era nas conferências de imprensa do treinador. Uf!
Mas, pronto, tudo se resolveu. Um beijo no emblema, uma folha salarial bastante melhorada, trabalho até aos 36 anos, as costas tratadas. Admiro bastante Jonas e não cometo a ingratidão de esquecer o quão decisivo foi nestas suas quatro brilhantes épocas ao serviço do meu clube. Penso, aliás, que se Jonas estivesse apto nas últimas e decisivas jornadas no último campeonato, talvez o Benfica tivesse alcançado o pentacampeonato. Por isso, recebi com natural satisfação a notícia da sua continuidade no plantel encarnado. Mas não havia necessidade de todo este longo e demolidor tempo de (in)decisão. Agora, tudo clarinho, Jonas é grande reforço, mas 'à condição' das suas costas. Têm a palavra o médico e o fisioterapeuta.

Contraluz
- Eleições: No Sporting (os sportinguistas que me desculpem escrever a vermelho o nome do clube...). Muitos candidatos, ainda que nem todos iguais, num período em que Sousa Cintra vem fazendo com a eficácia possível o seu trabalho. Eu, se fosse sportinguista, votaria no candidato que há mais tempo percebeu o que se passava na anterior direcção. E nunca em candidatos ou ajudantes que, coitados, só na 25.ª hora entenderam tudo, depois de abraços, beijos, declarações de amor (algumas em jeito de capataz) a toda a hora e mesmo depois da célebre AG de Fevereiro.
- Notável: o feito de Inês Henriques, agora campeã mundial e europeia de 50 Km Marcha, e de Nélson Évora, que juntou o europeu aos títulos olímpico e mundial. Exemplos de perseverança, muito trabalho e capacidade de sacrifício.
- Dispensável: A 'bicada' de Nélson Évora no seu colega de profissão Pedro Pichardo, cubano, naturalizado português em 2017, e que compete pelo SLB, tendo-lhe vencido os últimos confrontos directos. «Comprar atletas, naturalizar atletas... isso é ridículo», observou Évora após mais uma notável medalha de ouro. Nunca o vi dizer o mesmo do antes nigeriano Obikwelu e de outros companheiros naturalizados. E o próprio Nélson Évora nasceu na Costa do Marfim, foi cabo-verdiano e naturalizou-se português aos 18 anos, já competindo antes..."

Bagão Félix, in A Bola

Iogurte

"1. Num dia Luís Filipe Vieira apela à pacificação no futebol português, nos outros aparecem dirigentes do clube em briefings de trazer por casa, tweet a questionar o castigo de Sérgio Conceição e os lances do FC Porto - Chaves e é apresentada queixa contra Brahimi. A hipocrisia tem limites.
2. Seria realmente interessante que a Volta a Portugal conseguisse atrair alguns craques, mesmo que não gostem de cicloturismo.
3. Sei que vai com atraso, mas ainda não tinha tido oportunidade: parabéns aos campeões da Europa de sub-19 e ao seu treinador Hélio Sousa. O problema das nossas gerações de ouro são os estrangeiros de lata.
4. José Mourinho já foi o special one o happy one, mas tornou-se definitivamente no crying one. Ou, se preferirem, o treinador da lágrima.
5. Só tenho uma dúvida: se o Marítimo - Santa Clara se realizasse na ilha das Berlengas, a Liga enviaria o árbitro só na noite da véspera, num bote de borracha? Uma coisa são imprevistos, outro
é correr riscos estúpidos.
6. Sturaro é reforço do Sporting e volta daqui a dois meses, quando estiver recuperado. O meu filho de dois anos é reforço do Real Madrid, volta daqui a 16 anos quando deixar das fraldas e chupeta e aprender a jogar à bola.
7. Não percebi o porquê de existirem uns Gay Games se os Jogos Olímpicos não fazem exclusão por orientação sexual. É como criar uma Liga dos Campeões da Europa para jogadores africanos. A boa notícia é que Portugal ganha mais medalhas assim.
8. Tenho lido muito para tentar entender cada um dos candidatos à presidência do Sporting. O que não consigo mesmo perceber é o penteado de Rui Jorge Rego.
9. Não mando fora iogurtes à terça-feira só porque o prazo de validade acaba na quarta ou na quinta. Fez bem o Benfica em lutar por Jonas. Só não convém pagar-lhe o novo salário todo de uma vez, por causa das costas."

Gonçalo Guimarães, in A Bola

PS: Lá está mais uma vez, a estratégia de meter tudo no mesmo saco: senhor Gonçalo, se o senhor e os seus colegas de trabalho, fizessem o vosso trabalho, o Benfica não precisaria de 'responder' com tweets... nem de fazer briefings, que só são de trazer por casa, porque vocês são cúmplices do estado mafioso em que o Tugão caiu e parece que não quer sair...