"A cada dia que passa tem-se assistido ao crescimento de uma tendência muito perigosa para o futebol: o poder dos jogadores dentro dos clubes. Apesar de a teoria dizer que são meros funcionários, os homens que entram em campo gostam de mandar mais do que os próprios presidentes, dirigentes ou treinadores. Por isso mesmo, está na hora de os voltar a colocar no lugar a que pertencem. Os jogadores não podem passar disso mesmo e têm de perceber que por cima deles estão muitas pessoas e está um clube. E o símbolo tem de ser sempre mais importante que o nome nas costas da camisola.
Olhe-se para o recente caso de Marega no FC Porto. O avançado, como se sabe, tem pressionado a saída quando tem contrato e, segundo o próprio Pinto da Costa, até já tinha negociado uma renovação. Esta atitude tem valido a Marega o afastamento neste início de temporada, não se sabendo ainda como tudo se vai resolver, podendo ainda ser vendido ou reintegrado no plantel. O FC Porto, neste caso, actuou bem e não cedeu às pressões de Marega, tomando uma posição clara e correta ao não deixar o jogador sair impune.
No Benfica, o braço de ferro entre as águias e Jonas foi mais um exemplo do que os jogadores podem fazer aos clubes. O brasileiro tinha todo o direito de não estar satisfeito com o salário que auferia ou com as condições do contrato, mas a verdade é que o tinha assinado. Mesmo assim, Jonas ganhou o 'duelo' com o Benfica, que cedeu e fez a vontade a um ponta-de-lança que tem sido o maior responsável pelos títulos dos encarnados nos últimos anos. Mas, mesmo com essa importância, não deixa de ser apenas um jogador.
Do outro lado da segunda circular, os jogadores ajudaram a fazer cair um presidente. Se a equipa de Jorge Jesus não tivesse tomado a posição que tomou e se não tivessem havido rescisões unilaterais, muito dificilmente Bruno de Carvalho teria sido destituído, o que levanta uma nova questão: devem os jogadores intrometer-se em questões directivas do clube? No caso do Sporting, foi isso que aconteceu. Não quero com isto dizer que o plantel não tinha motivos para estar desiludido (isso é outra questão completamente diferente), mas tenho sérias dúvidas que tivesse credibilidade para influenciar a opinião pública da forma que influenciou.
Felizmente, há uma coisa que me dá razão neste tema: os contratos. Os jogadores, por vezes, esquecem-se que os assinaram e actuam como se fossem completamente livres de tomar as decisões que bem entenderem sem qualquer tipo de consequência. E isso não pode acontecer."
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