Goleada...

Benfica 11 - 2 Juventude de Viana

Foi mesmo uma goleada das antigas... Mesmo com algumas baixas no adversário, é estranho, passar por tantas dificuldades sempre que vamos a Viana!!!

Vitória no Minho

Guimarães 0 - 3 Benfica
23-25, 17-25, 13-25

Fácil e rápido...

O bom nome de milhões de adeptos

"Os benfiquistas, entre os quais me incluo, não gostam de ver o nome do seu clube arrastado pelas tabernas modernas por suspeitas de comportamentos ilícitos dos seus dirigentes ou funcionários. O princípio jurídico da presunção de inocência é fraco bálsamo para quem se desgosta por amor com estes turbilhões tão dissolventes. Também haverá – e é assim em todos os clubes – adeptos do Benfica que se estão positivamente nas tintas para estes episódios e para quem o futebol, aqueles 90 minutos sagrados, é a única coisa que interessa e que faz vibrar. A um desses, por sinal uma excelente pessoa, ouvi a meio da semana o lamento sobre a "pouca sorte" que nos vem afligindo desde a lesão do Krovinovic até "ao cúmulo" de esta última acção do Ministério Público ter coincidido com o dia de fecho do mercado de inverno só para impedir o presidente de se dedicar a comprar ‘reforços’ como era preciso.
O presidente do Benfica demorou 48 horas – muitas horas? – a produzir um comunicado defendendo o seu bom nome, que é o bom nome de milhões de adeptos, e evitando, avisadamente, deitar foguetes pelo arquivamento do caso Centeno quando, sem dúvida, muito lhe apeteceria responder com esta ilibação ultra-rápida do Ministério Público (no caso do ministro) ao rol de imputações com que terá de lidar nos próximos tempos (no caso do juiz). Cá estaremos todos para-o-que-der-e-vier. E sem cair na tentação fútil de apontar o dedo aos históricos arguidos dos outros, como que à laia de consolação. 
A Liga de Clubes tornou ontem público que "em função do relatório favorável dado pelo LNEC, vai reabrir a bancada do Topo Norte do Estádio António Coimbra da Mota". Só falta agora que a Liga de Clubes torne público o seu próprio relatório com a claríssima identificação, como lhe compete, dos responsáveis directos que conduziram à injustificada invasão do campo do Estoril no intervalo do jogo com o FC Porto. Já lá vão mais de quinze dias de um caso que se resume em poucas palavras. Depois de ter sido pedido, por um cidadão anónimo, o reputadíssimo parecer técnico do líder dos Super Dragões sobre estruturas de betão foi, então, tomada a decisão de invadir o campo e não reatar a partida quando o marcador apresentava os seguintes números: Estoril, 1 – FC Porto, 0. Trata-se de um resultado desportivo inesperado ainda que falte disputar uma parte do jogo. Já o resultado científico deste imbróglio entre competências superentendidas pela Liga de Clubes vai apresentando, para já, os seguintes e honrosos números: Macaco, 1 – LNEC, 0. E que ninguém espere outra coisa. 
"Mas porquê não dar 8, 10, 12 minutos de compensação", perguntou o treinador do FC Porto aos jornalistas no rescaldo do nulo de Moreira de Cónegos. Fez-se silêncio na sala. Não houve uma alma que respondesse ao desafio de Sérgio Conceição com assertividade, pundonor e exemplos práticos."

A nobreza que o Ministério Público acarinha

"O Ministério Público representa o Estado, defende os interesses que a lei determinar, participa na execução da política criminal definida pelos órgãos de soberania, exerce a acção penal orientada pelo princípio da legalidade e defende a legalidade democrática, nos termos da Constituição, do seu Estatuto e da lei.
O segredo de justiça, quando determinado pelo Juiz de Instrução a requerimento do arguido, assistente ou ofendido e ouvido o MP, significa que o conteúdo dos actos do processo não pode ser divulgado nem o público pode assistir aos actos processuais. Nestes casos em que tiver sido determinado o segredo de justiça pode o Ministério Público, durante o inquérito, opor-se à consulta de auto, obtenção de certidão e/ou informação por sujeitos processuais.
A transcrição do conteúdo de “escutas telefónicas” em meios de comunicação é sempre proibida, a menos que os visados consintam expressamente na divulgação.
A violação do segredo de justiça constitui crime: “Quem, independentemente de ter tomado contacto com o processo, ilegitimamente der conhecimento, no todo ou em parte, do teor de ato de processo penal que se encontre coberto por segredo de justiça, ou a cujo decurso não for permitida a assistência do público em geral, é punido com pena de prisão até dois anos ou com pena de multa até 240 dias (..)” (artigo 371º do Código Penal)
Os órgãos de comunicação social não podem a narrar o teor de actos processuais que se encontrem cobertos por segredo de justiça. Em caso algum é autorizada, sob pena de desobediência simples, a transmissão ou registo de imagens ou de tomadas de som relativas à prática de qualquer ato processual.
O segredo de justiça vincula todos os sujeitos e participantes processuais, bem como as pessoas que, por qualquer título, tiverem tomado contacto com o processo ou conhecimento de elementos a ele pertencentes, e implica as proibições de divulgação da ocorrência de ato processual ou dos seus termos, independentemente do motivo que presidir a tal divulgação.
Em Setembro de 2015, o director do Correio da Manhã, Octávio Ribeiro, afirmou o seguinte: “o segredo de justiça é um conceito contranatura para o jornalista”, mais cuspindo que “o jornalismo atinge os seus momentos mais nobres quando investiga e trabalha à frente seja do que for”.
A “nobreza” do Correio da Manhã, uma “nobreza” acima do fundamento da República (dignidade da pessoa humana), é acarinhada pelo Ministério Público (o tal que, diz a lei, se orienta pelo princípio da legalidade e defende a legalidade democrática).
As primeiras páginas de Octávio Ribeiro são mote para investigações por parte do Ministério Público cheias de meios humanos e cheias de ridículo.
Os tais meios humanos que o presidente do sindicato dos magistrados da investigação judicial diz não ter imediatamente após a morte de uma mulher à paulada pelo seu ex-marido.
Tudo uma nobreza."

Inscrições de jogadores

"1. Pode um jogador profissional ser inscrito numa competição na condição de "desempregado"? 
Caso um jogador profissional desportivamente desvinculado se encontre em situação de desemprego – desde que o registo tenha caducado – não poderá ser inscrito, em virtude do contrato de trabalho desportivo que o vinculava ao clube ter cessado antes do fim do período fixado para a inscrição de jogadores, à luz do disposto no art. 15º, nº 2 do Regulamento do Estatuto, da Categoria, da Inscrição e Transferência de jogadores da FPF, aprovado ao abrigo do disposto no art. 10º e nas alíneas a) e c) do n.º 2 do Art. 41º do Regime Jurídico das Federações Desportivas. Neste sentido, nota, ainda, para o disposto no art. 76º, nº 1 do Regulamento das Competições organizadas pela LPFP, que menciona que o prazo de inscrição de jogadores, quer no que respeita a transferências nacionais, quer no que respeita a transferências internacionais, decorre em relação a cada época, nos períodos de 1 de Julho a 31 de Agosto, e de 1 a 31 de Janeiro.

2. Pode um jogador amador sem contrato de formação ser transferido para outro clube?
Não, no entanto, à luz do disposto no art. 16º, nº 2 do Regulamento do Estatuto, da Categoria, da Inscrição e Transferência de jogadores da FPF, o jogador amador apenas se pode transferir para outro clube – na mesma época desportiva – caso (i) o encarregado de educação do jogador menor mudar de residência para localidade que diste mais de 20 km da sua anterior residência;; (ii) exista acordo expresso ou declaração de dispensa do Clube pelo qual o jogador esteja inscrito, redigidos em papel timbrado do Clube e com as assinaturas reconhecidas dos seus representantes; (iii) o Clube desista de participar na prova do escalão etário onde o jogador esteja inscrito ou seja desclassificado daquela prova; (iv) em que, após as quatro primeiras jornadas da competição oficial do seu escalão etário, o jogador não for inscrito na ficha técnica de jogo, por razões que não lhe possam ser imputadas."

Sorte? Desculpem, mas não acredito

"Krovinovic faz muita falta, mas essa explicação é redutora. Nesta fase interessa menos a explicação e mais a solução.

O empate no Restelo foi péssimo. Não há outra maneira de o expressar. Sem tirar os méritos a um Belenenses agressivo, esforçado e motivado como lhe competia, a verdade é que perdemos dois pontos num jogo que, mesmo a correr mal, tínhamos que ganhar. Não há azar, quando se faz aquela primeira parte, se falha um penalty e se desperdiçam quatro oportunidades de golo flagrantes.
Krovinovic faz muita falta, mas essa explicação é redutora. Nesta fase interessa menos a explicação e mais a solução.
A pressão alta do Belenenses sobre o início de construção do Benfica, seria, em condições normais, uma oportunidade e não um problema para os encarnados. Fica o soberbo livre de Jonas para aliviar ligeiramente o pesadelo.
Neste campeonato de pouca margem, passámos a nenhuma... e ainda faltam 15 jogos. Bem sei que são três pontos de distância para a liderança, mas há duas equipas à nossa frente (uma com menos um jogo) e estamos numa posição que não queremos, numa época que não nos satisfaz.
Na terça-feira assisti a um jogo surreal em Moreira de Cónegos. Vi um treinador a correr e festejar um golo que não existia, a queixar-se de arbitragem de há três meses, algumas nas quais teve benefícios. Depois assisti à melhor flash interview da minha vida, onde um jogador comenta um resultado que não era, num jogo em que tinha acabado de ser herói, perante uma calma incrédula do competente jornalista. Ainda assim, o FC Porto fez melhor esta época que na última, em Moreira de Cónegos, mas tal como o Benfica, não foi nem o árbitro, nem a sorte.
Amanhã contra o Rio Ave, nosso carrasco oficial esta época, só resta ganhar, custe o que custar. Como nos lembra Miguel Esteves Cardoso: «A única coisa é a vida. Sem vida nada feito. Viver não é a melhor coisa que há: é a única coisa. Cada momento da vida não é único. Mas há momentos únicos».
Por isso amanhã todos à Luz, à procura de um desses momentos. Nunca se sabe se temos... sorte, esse substantivo feminino que parece ser escopo de parte da humanidade. Só acredito ser possível, com muito trabalho e qualidade daqueles 11 que com o manto sagrado andam lá dentro das quatro linhas durante 90 minutos.
Sorte? Desculpem, mas não acredito noutra."

Sílvio Cervan, in A Bola

Inesperado

"Era só o que faltaria agora que um mero empate hipotecasse as nossas pretensões ao penta. Estão 42 pontos em disputa, lutaremos por cada um deles. Porém parece-me indiscutível que dificultou a tarefa da nossa equipa. Mas eu, enquanto benfiquista, consciente de que não ganharemos sempre, o que espero dos nossos atletas e treinadores é que, em cada jogo, em cada treino, dignifiquem a nossa instituição. Fizeram-no no Restelo, apesar da desinspiração individual e colectiva na primeira parte e do mau resultado obtido. Assim joguem sempre como na segunda metade, que, mesmo sem deslumbrarem, estarão sempre mais perto da vitória.
De positivo notei que o melhor jogador em campo, Cervi, e o melhor jogador e goleador da equipa, Jonas, apesar de terem tido nos seus pés oportunidades flagrantes para nos colocarmos em vantagem (e estou certo de que a vitória não fugiria) e de as terem desperdiçado, não se tornaram nos bodes expiatórios do desaire. Principalmente o argentino, que não beneficia do lastro de admiração dedicada ao brasileiro, o melhor futebolista estrangeiro da história do Benfica, na minha humilde opinião. Cervi foi quem, na primeira parte, mais tentou inverter o rumo dos acontecimentos e, nos segundos 45 minutos, quem de facto mais influência teve na inversão conseguida. Merece o meu aplauso!

PS1: Jonas, com 89 golos, igualou Valadas e passou a ser, ainda somente na quarta temporada de águia ao peito, o 11.º melhor marcador de sempre do Benfica no Campeonato Nacional.

PS2: Afinal, a Taça da Liga é uma competição importante.

PS3: Bruno de Carvalho afirmou que qualquer 'monte de esterco é livre de fazer denúncias'. Tem toda a razão!"

João Tomaz, in O Benfica

Depressão, parte 37

"O que uma grande penalidade falhada e um remate isolado desperdiçado fazem. Poderia ser este o mote para o a crónica do jogo do SL Benfica em Belém.
Bastava que Jonas tivesse chutado para a esquerda e Cervi tivesse e mira mais baixa e não teríamos levado com dezenas de teorias sobre a ausência de Krovinovic, a prestação de João Carvalho, as qualidades de Rui Vitória ou a direcção de Luís Filipe Vieira. Mas não. Não fomos felizes no Restelo, a equipa adversária jogou melhor do que alguma vez tinha feito nos últimos anos e pagámos por isso.
E o que originou esse empate? O regresso dos adeptos deprimidos e esquizofrénicos, que só acreditam no título quando o Vermelhão desde a Fontes Pereira de Melo em direcção ao Marquês de Pombal. Por mim, estou descansado, como devem imaginar.
Não entro em euforias nem em calamidades quando as coisas não nos correm pelo melhor. Acredito neste grupo e no Penta da mesma forma que acreditava antes. Agora com uma margem mais apertada, mas o que seria a nossa vida se fosse sempre tudo fácil? Um tédio.
Amigos, deixem os outros festejar lideranças e vantagens pontuais, deixem os rivais regozijarem-se com títulos de jornais e rodapés de televisão. Os títulos a sério são nossos e os outros serão sempre uma nota de rodapé na história do futebol português.
Rumo ao Penta."

Ricardo Santos, in O Benfica

Não contem connosco para o banditismo

"Por muito que alguns arautos da ficção vociferem o contrário, o Sport Lisboa e Benfica orienta-se por uma conduta integra e séria. Em tudo - e desde de sempre. Infelizmente, o caminho da honestidade está preenchido de alguns obstáculos capazes de atrasar a chegada ao destino. Mais uma fez, esse forme comportamento encontrou uma pedra no roteiro. Os espertalhões dos adversários montarem a armadilha certa. Durante uma semana inteira, passaram a mensagem de que o Benfica ia fazer um assalto à liderança, e os jogadores, obedecendo aos pergaminhos do clube, não fizeram assalto nenhum. O Benfica quer a liderança - e se tudo correr bem, há-de lá chegar - mas apenas quando a puder alcançar sem ser acusado de qualquer crime.
Gostaria de deixar aqui os meus sinceros parabéns ao Sporting pela brilhante conquista da Taça da Liga, após uma sensacional campanha esboçada por quatro empates (Marítimo, Belenenses, FC Porto, V. Setúbal) e uma vitória (União da Madeira). Quando os jogadores se agigantam, fazem das tripas coração e atropelam sem dó nem piedade aqueles que se atravessam pela frente, o sabor da vitória é sempre muito mais intenso. Como tal, estranho alguns comentários que fui lendo e ouvindo a propósito dos festejos do Sporting após a conquista - estonteante, sublinho - da Taça CTT. Considero até que nós, benfiquistas, deveríamos ter celebrado com idêntico aparato cada uma das sete Taças da Liga já erguidas.
Ainda assim, compreendo a atitude mais comedida dos nossos adeptos no passado: se tivessem comemorado com tanto fervor, a esta hora ainda haveria gente a acusar álcool no sangue."

Pedro Soares, in O Benfica

Até ao fim!

"Na sequência de 9 vitorias e 2 empates (estes com FC Porto e Sporting), e num momento de claro crescimento competitivo face ao início da temporada, ninguém esperaria outra coisa do Benfica que não a conquista de mais três pontos na curta viagem ao Restelo. Infelizmente, não foi o que aconteceu. Um Belenenses de cara lavada surpreendeu a nossa equipa, sobretudo ao longo da primeira parte, e a partir daí a sorte também não esteve connosco. Ocasiões clamorosas de golo, e até um penálti, foram desperdício demasiado, permitindo que um pontapé fortuito de um adversário nos colocasse à beira da derrota. Salvou-se um pontinho, em livre genial de um Jonas certamente revoltado com o (nada habitual) falhanço da grande penalidade poucos minutos antes.
O futebol é assim, e este empate só se torna mais penalizador em função da necessidade premente de recuperar de uma fase inicial de época algo vacilante. Mas não é perda de dois pontos que vai desviar o Benfica do seu grande objectivo. Uma jornada infeliz não pode desmoralizar-nos para o que ainda falta. A luta pelo 'Penta' será até ao fim e, como tem insistido Rui Vitória, terão de contar com esta equipa.
Restam 14 finais, duas delas com os rivais directos. Não podemos desistir de lutar com todas as forças por este campeonato - cuja importância resulta acrescida em função dos ataques incessantes que, fora do campo, nos têm movido.
Amanhã recebemos o Rio Ave, e seria bom que um estádio cheio mostrasse que estamos juntos, e focados neste combate.
Será o primeiro dia do resto do campeonato. Um campeonato que temos de vencer, e que vamos vencer."

Luís Fialho, in O Benfica

Superação

"Conheci o Jacinto em plena selva da Gorongosa. Foi-me apresentado por um director do Parque Nacional na primeira visita da Fundação Benfica para preparação de um novo projecto com as crianças e escolas daquela região fustigada por duas guerras, uma colonial e outra civil. Por ali, as feridas de guerra não estão ainda esquecidas, as tensões militares ainda existem e são bem reais, mas a vida é pacata e o povo espalha sorrisos onde se misturam estranhamente (a olhos europeus) pobreza e alegria. Não sobram dúvidas a quem chega de que ali o pão é arrancado aos dias com esforço e imaginação. Os sorrisos, esses, brotam antes das palavras e espalham-se por todo o lado de forma contagiante.
O Jacinto é um jovem talentoso que mistura a sua profissão com um gosto pessoal pelo desporto. Por isso, de entre o muito que me disse, enfatizou que tinha corrido a primeira 'Maratona da Selva', na realidade uma prova de 12 Km pelas picadas da Gorongosa, capaz de arrancar suor como os mais difíceis corta-matos cá da terra. Ok, disse eu a despachar, parabéns. E seguimos conversa. Levou-me a conhecer as reservas de geologia e paleontologia do vasto programa de investigação que a Fundação Carr ali está a desenvolver. Movia-se agilmente e falava apaixonadamente do seu trabalho e daquele grande projecto. Espalhava aquele alegria de viver que os moçambicanos deviam ensinar ao mundo e que não faz depender a felicidade humana da abundância material. Falava sem parar, do que faziam os veterinários, da reintrodução de espécies no Parque, da fantástica oportunidade que era para os jovens moçambicanos trabalhar ali entre os melhores a fazer estudos no estrangeiro.
Depois veio o Benfica e avivou-se a chama. Disse-lhe quem era o porque estava ali, e o Jacinto desatou a falar ainda mais. Entrámos pelas paixões do grande jogo e pelo que podemos fazer com elas junto das crianças. Falámos do campeonato e de projectos de vida, saltámos temas numa conversa breve, mas acesa. Despedimo-nos com um abraço, já amigos. Só então olhei para os pés!"

Jorge Miranda, in O Benfica

Formar e ganhar

"O jogo Belenenses - SL Benfica veio confirmar a política do Clube de apostar na formação. Rui Vitória deu a titularidade a João Carvalho. Nesta época foram já quatro os jovens 'made in Seixal' lançados.
Depois de Bruno Varela (23 anos), Diogo Gonçalves (20 anos), Rúben Dias (20 anos), chegou a vez do talentoso João Carvalho (20 anos).
O recente estudo do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol, que aponta para a cada vez menor utilização de jogadores portugueses nas ligas, é um alerta.
O SL Benfica inverteu esta tendência, nos últimos anos, e não é por acaso que alguns dos jogadores nucleares são portugueses. André Almeida, Eliseu, Pizzi e Rafa Silva têm sido apostas de Rui Vitória. A estes oito jogadores, devem ser acrescentados mais dois que subiram à equipa A - Ferro (20 anos) e Gedson Fernandes (19 anos). Já para não falar do médio Florentino Luís (18 anos), também a caminho da 1.ª categoria. Ou ainda João Teixeira (23 anos), que brilhou na final da Taça da Liga.
Contas feitas, temos 12 jogadores que não dão garantias. Para aqui chegarmos foi preciso investir muito no Seixal, quer em infra-estruturas, quer em  recursos humanos. A nossa academia é uma das melhores do mundo, e a brilhante prestação dos Juvenis, na prestigiada Alkass International Cup, no Catar, é mais uma prova da excelência do trabalho desenvolvido desde 2006. Sem esquecer os nossos 11 'embaixadores' - Ederson, Nélson Semedo, Lindelof, João Cancelo, Bernardo Silva, Renato Sanches, André Gomes, Gonçalo Guedes, Hélder Costa, Ivan Cavaleiro e Umaro Embaló."

Pedro Guerra, in O Benfica

Custa crer

"Custa crer a constância e a insistência com que as actuais instâncias judiciais estão a fazer incidir sistematicamente sobre o Sport Lisboa e Benfica, tantas e tão sucessivas operações, cujos âmbitos e oportunidades, em todo o caso, lhes são conferidos pela Lei e que, na defesa de bem comum, ninguém pode pôr em causa.
Mas o que, mesmo no presente ambiente judicial - muito diferente do que acontecia há quinze ou vinte anos - não deixa de ser perturbante e ainda mais significativo é o permanente e entusiástico suporte comunicacional que essas operações dos agentes legais sempre têm obtido, de modo reiterado e prioritário, junto dos mesmos órgãos de informação e dos mesmos grupos de comunicação, sejam estes prestigiados por décadas e décadas de jornalismo conceptual, ou sejam eles os que, nestes últimos tempos, temos visto habitualmente manchados pelas mais acabadas ausências de escrúpulos, no que respeita aos procedimentos de investigação jornalística que utilizam, para transmitir publicamente acções de toda a natureza e feitio.
Todavia, a propósito da primeira asserção, não posso deixar de assinalar que este extraordinário afã judiciário de sentido e alvo únicos tem ocorrido num tempo em que o Clube de maior dimensão em Portugal dispõe, designadamente no futebol, do mais marcante registo acumulado de títulos desportivos e que este facto concreto - composto de registos aritméticos e classificativos inequívocos -, só por si, estava a deixar perigosamente em risco a própria sobrevivência institucional dos outros dois concorrentes mais próximos... Já quanto à segunda constatação que enunciei, não evitarei sinalizar a inacreditável promiscuidade de hoje, entre entidades oficiais de investigação e da soberana Justiça e aqueles canais de comunicação que, em vez de informarem com serenidade, preferem bolçar com estrépito incontido; em vez de noticiarem meros factos, logo vomitam apressadas conclusões e decisões sem fundamento, toldando sistematicamente a Verdade com interpretações levianas e hipóteses fantasiosas que visam o Benfica como um desígnio absoluto. Tudo o que está a acontecer torna plausíveis algumas interrogações que aqui deixo.
A quem aproveita o propositado desrespeito generalizado do segredo de Justiça na praça pública, por exemplo, com as vorazes câmaras e o vozeario dos repórteres, nos locais das buscas, à hora marcada para o início das operações, ou, logo a seguir, com os desbocados comentadores em estúdio? Quem beneficia deste regime de estendal? Os polícias? Os procuradores? Os juízes? As empresas de comunicação e os seus jornalistas? E afinal, quem paga e quanto se paga a uns, aos outros e ainda a outros, para criar baderna e inventar infernos em que, exclusivamente, só parece que se quer queimar o Benfica?"

José Nuno Martins, in O Benfica

Nepotismo

"Justificava-se que o suporte documental sobre propostas a discutir fosse colocado à disposição com antecedência prevista na lei.

Não vale a pena enterrar a cabeça na areia como a avestruz. Qualquer que seja a perspectiva de análise do nosso quotidiano, começamos a sentir que esta sociedade está mesmo doente e perigosa, lembrando, em muitas circunstâncias, o mundo orwelliano e a velha máxima the big brother is watching you. É que o tempo da liberdade de expressão e de opinião, na sua mais pura concepção, potencia, hoje em dia, in crescendo, a acção das denominadas forças politicamente correctas que, no fundo, sempre conviveram mal com as sociedades abertas, antes preferindo o critério das modas de gosto mais do que duvidoso. Essencial, hoje em dia, quanto mais não seja, para corresponder à «sede de roupa suja», é manter vivo o espírito da acusação torpe, da devassa subtil, recorrendo, se necessário, à suspeição que, para sempre, poderá marcar a personalidade a, b, ou c. Importante é a sobrevivência a todo o custo, a manutenção do privilégio do poder qualquer que seja o preço a pagar nem que, para tanto, seja necessário o recurso às novas fontes de propaganda, tudo em nome de uma transparência que, na verdade, nunca existiu.
Vejamos, por exemplo, o caso da Assembleia Geral do Sporting Clube de Portugal, marcada para o próximo dia 3 de Fevereiro. Dada a profusão e complexidade de matérias e tratar, justificava-se que o suporte documental relativo às propostas a discutir, fosse colocado à disposição dos associados com a antecedência mínima prevista da lei. Inexplicavelmente, porém, não foi esse o caminho escolhido. Vivendo o Clube um momento de euforia indesmentível, seria expectável que os dirigentes leoninos aproveitassem o ensejo para, em clima de unidade e exaltação clubista, congregar ainda mais a massa associativa em vez de procurar cisões e fracturas, sobretudo, para com aqueles que, em consciência, entendam manifestar a sua discordância sobre o modo como os destinos do Clube são dirigidos. Depois de, num primeiro momento, considerar infracção disciplinar, «Criar ou fomentar a criação de grupos, dentro ou fora do Clube, que por qualquer modo possam perturbar o trabalho dos órgãos sociais» (sublinhado nosso), o Conselho Directivo, apressadamente, rectificou o lápis da censura prévia, propondo, com inusitada magnanimidade, uma redacção perfeitamente dispensável face ao preceito estatutário que já existia. Não contente, o mesmo CD pretende abolir o Conselho Leonino - eleito pelos sócios - substituindo-o por um conselho estratégico (?) cuja designação é da competência exclusiva do Presidente. O nepotismo no seu melhor! Quo vadis Sporting?"

Abrantes Mendes, in A Bola