"A expressão foi utilizada durante o França´98 para descrever a forte mistura cultural da selecção da casa. Os organizadores venceram a prova e as ruas encheram-se com franceses de várias proveniências. Zidane, filho de pais argelinos, viu a sua imagem projectada no Arco do Triunfo perante um grito que ecoou por toda a Paris: "Zizou a presidente."
Uma França unida pelo futebol e por aqueles 23 jogadores. Distante dos ódios raciais de Jean-Marie Le Pen e da violência que nascia nos guetos e na falta de oportunidades para muitos franceses de origem africana e árabe.
Os efeitos dessa união, porém, cedo se desvaneceram. No Mundial de 2006, já Le Pen dizia haver muitos jogadores negros na selecção e que alguns nem cantavam o hino. Lilian Thuram, um dos campeões de 98, tomou a voz do grupo frente ao líder de extrema-direita: "Não sou negro, sou francês."
Passaram 20 anos. E a França voltou a ser campeã do Mundo com uma equipa que representa todo esse caldeirão étnico. Mas as tensões sociais persistem. Até parecem mais graves. A diferença começou logo nas comemorações. Longe de serem tão bonitas e pacíficas como as de 1998. Violência, assaltos e até um morto.
Apesar de tudo, na noite da vitória, e no dia seguinte, com a chegada dos jogadores, também vimos imagens de festa. Com franceses de todas as raças e religiões. Juntos. Em celebração. E ficámos com a certeza de que ainda existe uma United Colors of France. A equipa de Deschamps, nesse aspecto, fez bem mais do que o seu trabalho. Era bom que o poder político seguisse o exemplo."
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