"(...) Por isso, temos de restituir a voz aos associados. A voz que os cobardes temem.
Um misto de estupefacção, revolta a apreensão perpassa todo o universo leonino. E tudo por causa de meia dúzia de pessoas (sob direcção de Bruno de Carvalho) que teima em agarrar-se, desesperadamente, às rédeas do poder mesmo sabendo que a sua qualidade de dirigentes está a chegar ao fim. É uma questão de tempo, não tenhamos dúvidas. Claro está que o autismo de que se encontram afectados não lhes permite enxergar a falta de dignidade e de respeito que, paulatinamente, lhes invade as entranhas e o espírito. E acredite, caro leitor, que fico triste por assistir a um tal estado de degradação do género humano. Tudo o que há de mais grotesco e patético em matéria de dirigismo desportivo, vamos encontrar nesta gente que tudo inventa e manipula para se manter à custa do Sporting Clube de Portugal. Que escondem estes desesperados? O que os leva a rasgar Estatutos do Clube e as Leis da República, ameaçando, ao mesmo tempo, a autoridade dos Tribunais, a comunicação social, os órgãos sociais e os associados? Insanidade? Teimosia? Medo? Em Fevereiro de 2017, portanto, há mais de uma no, neste mesmo jornal, tive a oportunidade de enunciar 'O meu manifesto'. Escrevi, entre outras coisas, que era contra os populismos e as posturas popularuchas. Que era contra a grosseria, a boçalidade e a má educação. Que era contra a perseguição a antigos dirigentes. Que era contra a ofensa a associados apenas porque tinham exercido o direito à crítica. Que era contra a venda de ilusões com uma mão cheia de nada. Que era contra a manipulação da situação financeira do Clube. Que era contra o desperdício de activos de qualidade. E que era contra aquele que não sabia fazer a destrinça entre adepto e Presidente, não aprendendo sequer a saber estar. Que pena estes juizos só agora merecerem acolhimento. Seja como for, urge, nesta hora, focar a nessa atenção naquilo que, realmente, é importante: destituir o Conselho Directivo e promover a anulação de toda e qualquer deliberação que provenha de órgãos espúrios que são fruto de mentes doentias e perversas para quem a noção do ridículo não tem limites. A vergonha que, no momento, invade o universo leonino, a diferença entre o que é essencial e o que é secundário e a esperança no futuro que já tarda, obriga e aconselha a contenção quanto aos momentos eleitorais que acontecerão no seu devido tempo. O importante é a recuperação e regeneração dos princípios e valores que nos caracterizam. Por isso, temos de restituir a voz aos associados. A voz que os cobardes temem."
Abrantes Mendes, in A Bola
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