quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Derrota na Hungria...

Alba Fehérvár 90 - 71 Benfica
26-20, 18-19, 25-17, 21-15

Tinha alguma esperança para o surpresa hoje, e a primeira parte reforçou as minhas expectativas... mas na 2.ª parte voltámos à 'terra'!!!
Onde se nota uma maior diferença, na Europa, a este nível, é no jogo interior... é verdade que hoje, com a não marcação de faltas nas nossas penetrações, os jogadores 'intimidaram-se' e começaram a exagerar no jogo exterior... mas nas outras partidas, já tínhamos assistido ao mesmo problema!!!
O resultado acaba por ser 'pesado' porque a equipa desistiu nos últimos minutos, e isso pode ser decisivo no apuramento dos melhores 3.ºs... Ganhar ao Bruxelas, na Luz, pode não ser suficiente... muito provavelmente temos que vencer também os Franceses do Chalon, algo que será muito complicado...!!!

92: o acaso no ocaso

"O Benfica foi feliz ao empatar com o Porto. Manteve 5 pontos para os adversários, ainda que o caminho para o tetra continue difícil e longo.
O clássico decorreu (antes, durante e depois) com elevação. Para isso, muito contribuíram os dois treinadores, homens elegantes no trato e sem soberba no temperamento e estilo. Bem como uma excelente arbitragem, à boa maneira inglesa.
O FCP efectuou uma primeira parte de grande nível, perante um Benfica que - como é habitual, mas incompreensível - entre sempre no Dragão muito receoso. Mesmo assim, as boas oportunidades do FCP foram travadas por Ederson e a única do Benfica foi impedida pelo poste. Na segunda parte, depois do excelente golo de Diogo Jota, surgiu um Benfica mais equilibrado e calibrado. Para tal, muito contribuíram as substituições de Vitória e as de Nuno Espírito Santo, habituais quando um treinador quer defender um golo de diferença. O treinador do FCP trocou os 3 melhores jogadores em campo (exaustos, talvez) por defesas e médios defensivos. A consequência foi um deles - Herrera - ter feito um canto infantil e dois dos suplentes do Benfica (Horta e Lisandro) produzirem, com mestria, o golo do empate.
O Benfica teve agora a sorte que, na época passada, não teve na Luz contra o FCP. E expiou o fatídico minuto 92. O de Kelvin e o do Chelsea, entre outros. E também de outros jogos no Dragão em que a vitória do Porto surgiu no fim (o ano passado e em 2006 com o golo aos 92m de Bruno Moraes). Desta vez, foi o Porto a provar o veneno. É difícil, mas o futebol alimenta-se também dos minutos 92. Afinal, ninguém está imune aos acasos no ocaso das partidas."

Bagão Félix, in A Bola

Cadomblé do Vata

"A euforia com que os benfiquistas celebraram o desrespeitoso espezinhamento da memória do minuto 92 no Dragão por parte do Lisandro, tem sido vista pelos nossos mais acérrimos e fiéis detractores, como uma confirmação do abaixamento do nível de exigência por parte dos adeptos do SLB em relação aos objectivos do clube, olvidando eles que tal modo de festejo teve origem nas circunstâncias e não na substância.
Aos olhos dos que nos julgam do outro lado da trincheira, os festejos dos sobreviventes do desastre do Titanic ao pisarem solo americano, foram reveladores de mentalidade pouco exigente, de passageiros que chegaram tarde ao destino e nem protestaram... em nada tiveram a ver com o facto de terem sobrevivido a um desastre antes de alcançarem o outro lado do Grande Charco.
Para que bem entendam o que o SLB alcançou, comparativamente aos sobreviventes do trans-atlântico, sair do Dragão (que é a eterna cruz que o SLB carrega às costas) com um empate, após entrar em campo desfalcado de 5 presumíveis titulares, perdendo ao quarto de hora o capitão e líder, é como alcançar Nova York no Titanic partido ao meio, depois de arrasar com um iceberg. Isto tudo apostando numa postura de "cada catástrofe é uma oportunidade", que é como quem diz "um copo de leite derramado pela manhã, é uma oportunidade de começar o dia a beber vinho sem a mulher poder reclamar".
Cumpre-nos pois, a obrigação de não só aplacar as críticas externas, como também de sublinhar os méritos do responsável por este e outros pequenos milagres, um verdadeiro mestre do escapismo futebolístico, um autêntico Ruidini, que contorna obstáculos com a mesma destreza com que se aborda o sinuoso traçado da Rampa da Falperra… a grande velocidade. Desde que aportou ao SLB, Ruidini já teve que dobrar a desconfiança, vencer a herança, chutar as lesões ou esquecer os castigos. Sair vencedor do jogo da época, perdendo o titular das redes no dia do jogo, discutir uma eliminatória europeia tendo no camarote os dois principais craques ou ostentar 5 pontos de vantagem contabilizando 16 casos clínicos em 4 meses é como ser atirado para um bidon de ácido sulfúrico, acorrentado, todo nú e sair de lá vivo.
Terminando como se começou, com uma palavrinha aos fiéis detractores, desafio-vos a um exercício. Peguem no vosso FCPorto e retirem dele 5 titulares (exercício impossível de realizar com SCP, pois os danos causados por 1 mês sem 1 jogador, retiram qualquer interesse a uma suposição de 4 meses sem 5 atletas). Mas calma, não retirem à vossa escolha… saquem do 11 titular o Marcano (entra Boly). Agora retirem Telles (Layun). Façam o mesmo com Danilo (sei lá… Rúben Neves?). Ainda não acabou, falta o Otávio (Varela ou López, não inventem Brahimi que o NES não gosta dele). Na frente deixo escolher se querem jogar sem Jota ou Silva (Depoitre lá para dentro). Temos pois: Casillas; Maxi, Felipe, Boly e Layun; Neves, Corona, Torres e Varela; Jota e Depoitre (Silva e Depoitre seria demasiado)… apareçam assim na 2ª volta na Luz se faz favor… ah, não se esqueçam: aos 15 minutos sai Felipe e entra Chidozie… Boa Sorte (sim, estão dispensados de utilizar o Herrera)."

Idade das luzes ou das trevas?

"Lisboa é a capital mundial, por estes dias, da tecnologia digital, num megaevento que está a ser coberto por cerca de dois mil jornalistas. Por aqui se intui, imediatamente, relevância planetária desde evento que coloca o nosso Páis no olho do furacão. E com agrado que se constata que uma percentagem altamente significativa das intervenções nacionais no certame estão a cargo de pessoas ligadas ao desporto, particularmente ao futebol. Trata-se de um sinal extremamente positivo de modernidade, urbanidade e desempoeiramento de ideias, susceptível de nos fazer olhar o futuro com optimismo redobrado.
Este é o verso de uma moeda que ainda tem um reverso anacrónico, bafiento e rasteiro, que teve tradução, recentemente, no deplorável incidente no túnel do estádio de Alvalade, logo após o apito final do Sporting-Arouca.
Infelizmente, o futebol português, quando devia seguir o caminho do futuro, da profissionalização, da prossecução de um objectivo comum e da civilidade entre protagonistas, ainda tem recaídas medievais, próprias de uma idade das trevas que teima em persistir e não se deixa erradicar completamente. Estou certo, quando escrevo estas linhas, de que estes retrocessos civilizacionais (vistos há poucos dias em Alvalade mas também, infelizmente presenciados noutros palcos) tenderão a tornar-se cada vez mais raros. Mas, até lá, enquanto os comportamentos não forem voluntariamente adequados, que haja, pelos menos, na justiça, desportiva e não só, a coragem de punir os prevaricadores, na certeza de que os métodos trauliteiros não podem prevalecer e ser vistos como uma fórmula para o sucesso."

José Manuel Delgado, in A Bola

2016: o ano 'doping'?!

"O ano de 2016 aproxima-se inexoravelmente do fim! O ano que parecia talhado para ficar impresso na história do desporto sobretudo como aquele que permitira que uma das mais mediáticas organizações desportivas mundiais, os Jogos Olímpicos, se deslocasse para um área do globo nunca por ela visitada, vai muito provavelmente ser lembrado como o ano em que o doping atingiu proporções que o colocaram quase fora de controlo!
De facto, o doping e as questões colaterais ocuparam um tão vastíssimo espaço da discussão que, hoje, os resultados, muitos deles de excelência, conseguidos no Rio de Janeiro parecem distantes no tempo e são as questões relacionadas com o doping que se mantêm como foco de atenção.
A Agência Mundial Antidopagem (AMA) acaba de publicar o relatório, elaborado por uma Comissão Independente, sobre o que se passou nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio de Janeiro e o seu conteúdo quase se pode considerar a cereja no topo de bolo! O relatório de 55 páginas chama, entre outros aspectos relevantes, à atenção como o combate ao doping é encarado em muitos cantos do Mundo. Por exemplo, verificaram que dos 11.470 presentes no Rio, 4.125 (36 por cento do total) nunca foram testados durante o ano de 2016! Mas ainda mais preocupante foi a constatação que, em face da desorganização em torno das várias fases do processo de controlo no Rio, dias houve em que as equipas encarregadas de o levar à prática não conseguiram encontrar 50 por cento dos atletas que deveriam testar!
Com a AMA ou com uma nova agência independente há muito a fazer. Um trabalho eficaz depende sobretudo do querer e das vontades das entidades de controlo em cada país. De outro modo, será impossível. É altura de reconhecer que, entre nós, os problemas de acreditação do LABD estão em curso e o trabalho desenvolvido pacientemente pelos responsáveis do sector é de louvar."

Carlos Cardoso, in A Bola

O lado humano de um superatleta: os casos de Phelps e Iniesta

"A Psicologia do Desporto é uma especialização que recorre ao conhecimento e competências na área da psicologia, para dar resposta a questões do bem-estar dos atletas, da sua performance óptima, dos aspetos sociais e desenvolvimentais da participação desportiva, bem como as questões sistémicas relacionadas com o contexto e as próprias organizações desportivas (American Psychological Association).
De uma forma geral, podemos encontrar psicólogos de diferentes áreas (Clínica, Social e das Organizações, Educacionais, entre outras), que optaram por enveredar por este ramo de especialização e intervenção
Os atletas (treinadores, árbitros, ou qualquer outro agente desportivo, para o efeito) recorrem, ainda muito frequentemente, a este tipo de "apoio" por se encontrarem a vivenciar um qualquer episódio crítico das suas vidas (pessoal ou desportivo).
Por esta razão, é ainda pouco frequente que seja uma procura na perspetiva de desenvolver as suas competências psico-emocionais para a optimização da sua performance desportiva.
Dadas as características altamente resilientes (capacidade de lidar com o sofrimento) que muitos atletas possuem ou, por outro lado a pouca consciência que possam ter do "avolumar" de emoções negativas, muitas vezes o pedido de ajuda surge já numa fase de grande alteração comportamental. 
Abordemos 2 exemplos:

1. Michael Phelps
"Naquele ponto, não tinha absolutamente nada. Era estranho, estando no ponto mais alto da minha carreira e da minha vida - tendo acabado de vencer 8 medalhas olímpicas - e dizer: 'ok, para onde vou agora?' Não estava motivado e não fiz nada, literalmente nada, durante muito tempo." (Phelps, 2012, Details Magazine)
Phelps é, provavelmente, um dos casos mais mediáticos de um fenómeno comum em atletas que, de uma forma muito precoce, iniciam a sua ligação a uma modalidade e, igualmente muito rápido, atingem o topo da sua carreira: desmotivação e burnout emocional.
O processo de autoflagelação de Phelps começou a instalar-se, possivelmente de forma gradual e subtil, logo após os Jogos Olímpicos de Pequim, onde bateu o recorde de medalhas de ouro numa só edição (oito).
"Depois de 2008, mentalmente, estava terminado. Mas sabia que não podia parar de nadar, por isso forcei-me a fazer algo que não desejava. Durante quatro anos faltava a pelo menos um treino por semana. Pensava: 'Que se lixe. Fico a dormir. Falto sexta-feira e tenho um fim de semana prolongado...'" (Sports Illustrated, 2015)
A derrocada de Phelps passou pelos não menos comuns casos de abuso de substâncias (droga e álcool) e a instalação de um quadro depressivo que se arrastou durante um longo período.
A exposição mediática da sua prisão por condução sob o efeito de marijuana, viria a "empurrá-lo" para o primeiro passo da sua recuperação, dado o processo de internamento (para resolver a questão - adição - de abuso de substâncias) que iniciou nessa mesma data.

2. Andrés Iniesta
"As pessoas vêem os futebolistas como seres diferentes, como se fossemos intocáveis, como se nada nos acontecesse, mas somos iguais a todas as pessoas" (Iniesta, The Artist, 2016).
A instalação de um estado de humor alterado com consequências profundas na sua felicidade a jogar (logo, no seu rendimento), aconteceu após a morte do seu amigo Dani Jarque (26 anos, capitão do Espanyol), conforme o próprio atleta relata.
A reação a eventos desta natureza provavelmente merecia a dedicação de um (ou mais) artigo(s) completo(s). São, na realidade, eventos altamente traumáticos com consequências psico-emocionais muito evidentes, aliás, como o atleta tão bem descreve: "Existem momentos em que a tua mente está muito vulnerável. Sentes imensas dúvidas. Cada pessoa é diferente, casa caso. O que estou a tentar explicar é que podes passar de estar muito bem para muito mal, muito rapidamente (...) Parecia que nada estava bem (...) Estava em queda livre". (Iniesta, The Artist, 2016).
Iniesta e Phelps são, antes de mais, um fortíssimo contributo para a nossa consciência de que "Sim, é possível descer muito fundo... mas, também temos a capacidade de nos reerguer". E, com facto de terem dado visibilidade ao seu ciclo de "queda e ascensão", acabam por vir a poder inspirar outros que, não acreditando já na possibilidade de melhorar, possam, a partir deste seu mesmo gesto, procurar a ajuda certa.
Esta competência (de nos "reerguermos") está, na verdade, na essência de cada um de nós. 
Contudo, e uma vez mais, o desfecho positivo destes dois casos resulta essencialmente de:
- O exercício da competência de saber pedir ajuda: muito frequentemente confundido com "fragilidade" mas que, na realidade, é uma das competências mais importantes do ser humano e que, na realidade, está mais frequentemente associada a níveis de confiança elevada;
- A identificação do tipo de ajuda mais adequada: no caso, de entre de todas as opções que possam existir, escolher alguém que cruze a expertise em Psicologia do Desporto e a experiência clínica (idealmente, alguém que exerça na área da Psicologia Clínica Desportiva), pois estamos a falar de casos que, quase sempre, abalam a estrutura de personalidade do individuo, e por último...
- Um forte compromisso com o próprio processo de "retorno à normalidade" do sujeito - envolver-se e co-responsabilizar-se pelo retorno aos seus níveis anteriores de bem-estar e performance. 
Exemplos como estes (e outros) são e serão sempre altamente pedagógicos para o contexto em que se inserem, na medida em que, de uma forma ou outra, apontam um caminho, uma saída... às vezes, tão "perto" mas tão difícil de identificar."

Taça da Liga 2016/17

Sorteio da 3.ª fase da Taça da Liga, sem muitas escolhas, acabou por sair em sorte ao Benfica, provavelmente, o Grupo mais complicado!

Paços e Vizela na Luz, e temos ainda a difícil deslocação a Guimarães... aliás vamos jogar em Guimarães para o Campeonato, mais ou menos na mesma altura!!!

A primeira jornada será no dia 29 Dezembro, Benfica-Paços...

Já agora, o vencedor do nosso Grupo, vai defrontar nas Meias-finais o vencedor do Grupo B, na situação de visitante.

Grupo A
Sporting
Arouca
V. Setúbal
Varzim

Grupo B
FC Porto
Belenenses
Moreirense
Feirense

Grupo C
Sp. Braga
Rio Ave
Marítimo
Sp. Covilhã

Grupo D
Benfica
Paços de Ferreira
V. Guimarães
Vizela