"O ano de 2016 aproxima-se inexoravelmente do fim! O ano que parecia talhado para ficar impresso na história do desporto sobretudo como aquele que permitira que uma das mais mediáticas organizações desportivas mundiais, os Jogos Olímpicos, se deslocasse para um área do globo nunca por ela visitada, vai muito provavelmente ser lembrado como o ano em que o doping atingiu proporções que o colocaram quase fora de controlo!
De facto, o doping e as questões colaterais ocuparam um tão vastíssimo espaço da discussão que, hoje, os resultados, muitos deles de excelência, conseguidos no Rio de Janeiro parecem distantes no tempo e são as questões relacionadas com o doping que se mantêm como foco de atenção.
A Agência Mundial Antidopagem (AMA) acaba de publicar o relatório, elaborado por uma Comissão Independente, sobre o que se passou nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio de Janeiro e o seu conteúdo quase se pode considerar a cereja no topo de bolo! O relatório de 55 páginas chama, entre outros aspectos relevantes, à atenção como o combate ao doping é encarado em muitos cantos do Mundo. Por exemplo, verificaram que dos 11.470 presentes no Rio, 4.125 (36 por cento do total) nunca foram testados durante o ano de 2016! Mas ainda mais preocupante foi a constatação que, em face da desorganização em torno das várias fases do processo de controlo no Rio, dias houve em que as equipas encarregadas de o levar à prática não conseguiram encontrar 50 por cento dos atletas que deveriam testar!
Com a AMA ou com uma nova agência independente há muito a fazer. Um trabalho eficaz depende sobretudo do querer e das vontades das entidades de controlo em cada país. De outro modo, será impossível. É altura de reconhecer que, entre nós, os problemas de acreditação do LABD estão em curso e o trabalho desenvolvido pacientemente pelos responsáveis do sector é de louvar."
Carlos Cardoso, in A Bola
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