"Em semana europeia, esta jornada da Liga dos Campeões assumia uma grande importância para as nossas equipas, face ao lugar que cada uma ocupava no seu grupo.
Estes resultados fazem antever uma próxima jornada ainda mais importante e eventualmente decisiva para alguma das equipas portuguesas.
Mas isso é só daqui a 15 dias. Para já fica a minha análise aos pontos positivos e negativos desta jornada para os clubes portugueses.
Mais
- Os últimos 30 minutos do Sporting deixaram a ideia que o resultado podia ter sido outro. É certo que foi o golo aos 60 minutos a trazer a equipa de novo ao jogo, mas o entusiasmo e outra forma de agir fizeram acreditar que era possível. Do meu ponto de vista o que se pede ao Sporting e às equipas portuguesas na Europa é que lutem, que sejam agressivas, que pressionem, que defendam quando a situação o exige, que saibam sofrer mas que não tenham medo de ser eles próprios e de acreditar que é possível.
- Esta situação também serve para o FC Porto em Bruges. Perante um adversário mais fraco demorou a agir e reagir. Ao contrario do golo de Alvalade, foram as substituições operadas e a forma como a equipa reagiu e passou a jogar que mudaram tudo. Ganhou mais largura em campo com Brahimi e Corona e a velocidade e movimentação dos seus jogadores fizeram alterar o cariz do jogo. A equipa foi atrás do resultado e neste caso as substituições tiveram efeito. À imagem do Sporting, estes 30 minutos não foram brilhantes mas foram o suficiente para alterar o rumo dos acontecimentos e garantir que o FC Poro saía já em cima do apito final com uma vitória que tranquiliza para já.
- Em Alvalade, Gelson foi o único a dar um ar da sua graça, apesar de não ter chegado ao nível que tem atingido. Não teve medo de ter a bola, criou desequilíbrios. Foi mais um passo no crescimento que vem apresentando e a equipa ganha claramente com isso.
- Layun fez um grande golo. Aos 68 minutos, a sair de trás numa saída de contra ataque, o lateral mexicano, bem servido, apareceu a rematar sem hipóteses à entrada da área.»
«André Silva mostrou frieza e classe na marcação do penálti. Foi aos 93 minutos e deu uma importante vitória para a sua equipa.
- No frio de Kiev, o Benfica foi equilibrado e jogou o suficiente para trazer uma vitória. Marcou nos momentos certos e soube ter a gestão do jogo do seu lado.
- Muito contribuíram para isso Fejsa e Pizzi, desta vez na zona central. Esta dupla funcionou bem e soube dar o equilíbrio quer defensivo e ofensivo e a capacidade para ter bola e gerir o ritmo do jogo.
- Ederson foi um outro dos mais nesta equipa. Numa altura em que o Dinamo procurava alterar o rumo dos acontecimentos, o jovem brasileiro foi chamado e respondeu bem, com algumas defesas.
Menos
- Os golos sofridos por Sporting e Porto. Em Alvalade, no lance de primeiro golo sofrido, Ruben Semedo esperava que a bola lhe chegasse e o corte surgisse, mas não contou com o rapidíssimo e decidido Aubameyang à sua frente. Pedia-se acção e não reacção. Um primeiro toque na bola, antecipando-se a Ruben, a saída rápida que deixou sem resposta o jovem português e não foi a tempo de evitar a excelente finalização do gabonês.
- O segundo golo dos alemães foi o reflexo do comportamento da equipa durante dois terços do tempo. A passividade e falta de agressividade de William e Elias perante Weigl deixaram o jovem médio chegar de frente aos centrais leoninos, que não encurtaram o espaço, permitindo o remate muito bem colocado e certeiro perante Rui Patricio, que nada pode fazer.
- Em Bruges também uma má abordagem ao lance por parte de Layun deu origem ao golo belga.Um passe longo, que permitia uma boa leitura e um tempo de chegada suficiente para controlar a jogada, o que o mexicano não fez. Quando se apercebeu já o adversário saía na sua frente e cruzava, para terminar ainda com ressaltos no único golo do Club Brugge.
- O Sporting pouco fez durante os primeiros 60 minutos do jogo e isso foi determinante para o resultado final. Estrategicamente jogou baixo para não dar profundidade ao ataque alemão, mas foi durante este período uma equipa passiva e sem agressividade. A jogar assim e perante uma equipa como o Dortmund que, apesar de muito desfalcada, tem qualidade, é normal que sofra. A equipa só reagiu quando Bartra, com um erro grave que deu origem ao golo de Bruno César, a fez voltar ao jogo. Foi tarde mas fica a memória para não repetir em Dortmund.
- Markovic foi um dos elementos com pouco rendimento. Não sei se uma das suas missões passava por ser o elemento que não permitia que Weigl assumisse o controle do jogo nem desse início ao ataque do Dortmund. Acredito que sim, porque William e Elias tinham Gotze e Kagawa para vigiar. O que é certo é que o jovem sérvio não o fez e do meu ponto de vista tinha de o fazer. Com isso Weigl jogou quase sempre sozinho, sem pressão e à vontade durante todo o jogo. Se do ponto de vista defensivo Markovic não foi eficaz o mesmo podemos dizer em termos ofensivos. Correu de mais com a bola, perdendo invariavelmente, decidiu mal e com isso foi perdendo confiança. A saída aos 65m foi natural pelo que (não) fez.
- Herrera foi o capitão do Porto nesta deslocação a Brugge. Lento, previsível e com pouca movimentação, à imagem da equipa durante 60 minutos. Partiu no desenho táctico como médio interior direito e, não tendo ninguém na ala, como existia do outro lado com Octavio, não deu a largura que por vezes era precisa, nem a profundidade e movimentos de ruptura necessários para criar desequilíbrios. A sua substituição foi o reflexo do pouco rendimento que apresentou.»"
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