"Depois da espantosa demonstração de poder futebolístico que o Sporting exibiu na recente visita ao Dragão, onde construiu vitória inatacável e em plano superior a qualquer lapso de arbitragem que possa ter interferido na expressão do desfecho do clássico, ficou claro que não vai ceder. Mais golo ou menos golo, a verdade é que os sportinguistas não só justificaram o triunfo como mostraram à saciedade que, ultrapassado esse obstáculo, com a destreza com que o fizeram, estão na corrida pelo título e determinados a lutar até ao último centímetro. Motivo pelo qual o Vitória de Setúbal, adversário de logo, em Alvalade, com péssima segunda volta que arruinou quanto de bom fizera na primeira, não parece reunir credenciais necessárias para incomodar o seu anfitrião, para mais em ambiente que se prevê frenético, no entusiasmo e na emoção.
Na mesma linha de raciocínio, e se for essa a empreitada a que o leão estiver obrigado para abraçar o título, também emergem dúvidas sobre capacidade de um Braga em queda para lhe prejudicar o salto na derradeira jornada.
Assim sendo, ordena a prudência que no Benfica se determine concentração total nas duas finais que tem de disputar, protegida da chuvada de mexericos que sempre incomoda nesta fase da época. A culpa não é do futebol, que fique claro. É das pessoas. Antes, os jornalistas falavam com os jogadores e os treinadores, nos estádios e até nas cabinas, sem censores. O espetáculo era bem promovido. Agora, os jogadores estão condenados ao silêncio e os treinadores apenas se pronunciam em conferências reguladas. Por culpa da intromissão geralmente canhestra da classe dirigente. O espetáculo é mal promovido. É o jogo fora das quatro linhas, dizem..."
Fernando Guerra, in A Bola
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