"O silêncio com que o Benfica tem respondido às declarações de Bruno de Carvalho não significa nem aceitação, muito menos conformismo, relativamente ao que está diariamente a acontecer. Luís Filipe Vieira disse, há uma semana, que o clube da Luz saberia defender o seu bom nome e as cenas que se seguem nesta novela vão ter os tribunais por palco. Os encarnados estão a coligir matéria que sustente um processo judicial contra o Sporting - já que Bruno de Carvalho tem falado sempre na qualidade de presidente da agremiação de Alvalade - e durante o mês de Novembro deve dar entrada no tribunal uma acção contra os leões, que visa o ressarcimento por danos reputacionais de que o Benfica se diz vítima.
Não tenho memória de uma tão acentuada degradação de relações entre os eternos rivais como a que se vive hoje. Nem consigo recordar uma situação em que se torne tão difícil o regresso à normalidade. As feridas são profundas, têm um cariz pessoal, e não irão sarar sem deixar cicatrizes irreversíveis.
Bruno de Carvalho, há dois anos e meio na presidência dos leões, trouxe consigo uma estratégia de confrontação permanente, visando inimigos internos e externos. A reputação dos ex-presidentes do Sporting dos últimos 25 anos foi colocada em xeque e não é crível para ninguém que Bruno de Carvalho venha a fazer as pazes com essa parte da vida do clube. Para fora, o líder dos leões já foi protagonista de uma guerra como FC Porto e está agora embrenhado numa luta sem quartel com o Benfica. Poder-se-á dizer que foi a forma que escolheu para se afirmar internamente e transportar o Sporting, externamente, para um patamar de relevância mais elevado. Com que rostos? O futuro encarregar-se-á de responder. Com uma certeza, desde já: nada será como dantes..."
José Manuel Delgado, in A Bola
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