terça-feira, 27 de outubro de 2015

Anatomia de uma catástrofe

"Não vale a pena tratar o assunto com paninhos quentes. Contra o Sporting, o Benfica não jogou mal foi, sim, inexistente e o desfecho corresponde ao que se passou em campo. Nestes momentos, é tentador explicar o resultado com base em erros individuais, azar ou incompetência da arbitragem. São tudo justificações marginais. Há razões estruturais que ajudam a compreender a derrota de domingo, assim como as várias derrotas sofridas esta época pelo Benfica em jogos oficiais (5 em 12 partidas!).
A formação do plantel continua a gerar perplexidades. É verdade que, ao contrário do que aconteceu no consulado de Jesus, desta feita Vieira desinvestiu. Ainda assim, é incompreensível que uma equipa com um sistema tático assente em dois centro-campistas tenha um plantel de 30 elementos, acumule jogadores para uma posição inexistente - número 10 (Talisca, Djuricic e Taarabt) - e, ao mesmo tempo, não disponha de um 8 de qualidade. Talvez a aposta em Renato Sanches, à falta de alternativa, seja a solução para esta lacuna.
Os desequilíbrios do plantel são, contudo, reforçados por uma persistente falta de identidade da equipa, quer a defender quer a atacar. Novamente, o problema não começou neste jogo. Anulados Gaitán e Jonas, o Benfica arrasta-se em campo, perdido de ideias, e depende da capacidade de os seus melhores dois jogadores esticarem o jogo, isolados. Com um plantel desequilibrado e uma equipa pouco personalizada, torna-se mais fácil ter azar e perder jogos. É que, ao contrário do que é repetido, o futebol não se decide nos pequenos pormenores, muitos deles fortuitos."

2 comentários:

  1. detesto esta conversa dos 10 e dos 8, isto é falar de caca e não de quem a fez, um bom jogador joga em qualquer lado do campo, Enzo que era extremo direito jogou e bem a 8, Matic que era um 10 tornou-se num dos melhores 6 que já vi, Pizzi é curto a 8, é, Samaris é um 8 puro que joga a 6, e Cristante é um 8 que nem a 6 joga, depois temos outros Talisca, Djuricic e Tarabt, os 2 últimos no Benfica nem os vejo a jogar, mas qualquer um deles pode ser um 8, têm mais para serem 8 do que outros testados lá, o Problema do Benfica é outro, é a insistência do Vitória num esquema que não é o dele este 4 4 2 não funciona, está gasto, pode render contra equipas fracas, mas depende muito dos jogadores, se estão bem as coisas saem bem, basta um desaparecer em campo e parecemos que estamos com menos 1 ou 2.
    se no primeiro jogo contra o sporting Talisca desapareceu desta vez foi Jonas, foi um jogador a menos. por isso deixem-se de 8 e 10 e que entrem 11 com vontade de ganhar que é isso que é importante!

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  2. para a lição de anatomia ficar mais completa falta incluir o estado de alma dos jogadores quando enfrentam o antigo treinador; ficou patente neste jogo o complexo que se abateu sobre alguns dos principais jogadores do Benfica sempre que jogam contra o «ex»; não conseguem esquecer o «ex», fazer dele uma figura passada, isto é, um verdadeiro ex-treinador; ora, compete ao RV parte desse trabalho de «limpeza» mas duvido hoje que disso seja capaz...

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