"Há 41 anos, o mundo do futebol veio à velha 'catedral' da Luz agradecer a Eusébio o que Eusébio ao mundo deu. Houve jogo de estrelas e o Benfica recebeu a taça d' "o Eusébio agradecido".
Na última edição da Eusébio Cup, a 26 de Julho, foi apresentada ao público esta taça, que o 'Rei' ofereceu ao clube por ocasião da sua festa de consagração, na noite de 25 de Setembro de 1973. Símbolo da gratidão de Eusébio ao emblema que o acolheu em 1960, ainda com 19 anos, para crescer com ele e ser no mundo como Camões ou Amália, nome sinónimo de Portugal.
Naquela noite, milhares de pessoas acorreram à Luz para celebrar a carreira de um futebolista inigualável. Era o tempo de um Benfica tricampeão nacional sem derrotas e de um Eusébio que acabava de conquistar o seu décimo campeonato, a sua sétima Bola de Prata. Banks, Bobby Charlton, Kaiser, Gento e George Best foram algumas das estrelas que formaram a selecção internacional convidada para defrontar o 'Pantera Negra' e companhia, nomeadamente José Henrique, Bento, Artur Correia, Bastos Lopes, Humberto Coelho, Messias, Barros, Vítor Martins, Toni, Rui Rodrigues, Moinhos, Simões, Nené, Jordão, Artur Jorge e Nelinho.
O resultado foi um empate a duas bolas, com Nené a bisar e a ser considerado o homem do encontro. Lá se esperavam, claro, os estragos de Eusébio, que, sem sucesso, não se cansou de atirar ao alvo. Abandonaria o relvado a 15 minutos do final, debaixo de uma estrondosa ovação.
O reconhecimento ao homem e ao desportista por parte do governo português, da direcção do Sport Lisboa e Benfica, da Federação Portuguesa de Futebol, da Associação de Futebol de Lisboa, de clubes nacionais e estrangeiros, de órgãos de imprensa, etc., ficou registada num conjunto de ofertas e distinções sem conta. Eusébio, por seu turno, não quis deixar de retribuir. Ao clube ofertou esta taça em prata com uma inscrição muito simples na base: 'Ao Sport Lisboa e Benfica, o Eusébio agradecido'.
A sua importância como documento de uma memória única fez com que viajasse recentemente até Norte, onde pôde ser vista no Centro Cultural de Vila Nova de Foz Côa. Eusébio - Pantera Negra foi a exposição criada pelo Museu Benfica - Cosme Damião para complementar a exibição do filme Eusébio - A Pantera Negra, de 1973 realizado pelo espanhol Juan de Orduña e que integrou o CINECOA (Festival Internacional de Cinema de Foz Côa).
Ao lado dela estiveram outras memórias da vida desportiva e pessoal do 'Rei', como a camisola da selecção nacional, as chuteiras Puma, as sapatilhas de ginástica de Flora ou o traje de baptismo das filhas. A narrativa emanou da célebre banda desenhada de Eugénio Silva cujo título deu nome à exposição."
Luís Lapão, in Mística
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