segunda-feira, 19 de maio de 2014
De Benfiquistas para Benfiquistas !!!
Bonita e sentida homenagem do Câmara Municipal de Lisboa aos triunfos do Sport Lisboa e Benfica, mas a Praça do Município é pequena de mais, para o universo Vermelho!!!
Se ontem, nos camarotes do Jamor, parecia uns desfile de anti-benfiquistas institucionais a dar os parabéns, hoje sentiu-se a paixão...!!!
PS2: Não estive na Praça do Município, mas tal como eu ontem chamei a atenção, a única queixa que me chegou aos ouvidos, de quem lá esteve, foi mais uma vez os cobardes atrasados mentais dos petardeiros...!!!
PS3: Parabéns a dobrar para o André Almeida e o Rúben Amorim pela convocatória para o Mundial... O Ivan e o André Gomes terão de certeza outras oportunidades.
Uma época escrita a vermelho vivo
"Nos 12 países que lideram o 'ranking' da UEFA, apenas Bayern e Benfica lograram a 'dobradinha'. E ainda houve a Taça da Liga e a final de Turim...
O futebol está cada vez mais competitivo e exigente e, na mesma época, tornam-se raras as equipas com sucesso em múltiplas competições. Tomemos como ponto de partida os doze países com melhor ranking na UEFA, Portugal, Espanha, França, Itália, Inglaterra, Alemanha, Rússia, Ucrânia, Bélgica, Holanda, Turquia e Grécia. Neste universo alargado, apenas dois clubes lograram conquistar Campeonato e Taça: Bayern Munique e Benfica.
Por aqui se vê a dimensão da proeza do emblema da Luz, que juntou a estes títulos, uma coroa mais, a Taça da Liga. E só não ganhou a Liga Europa por causa da maldição de Bèla Guttmann (que desta vez usou a falta de pontaria dos avançados benfiquistas e um árbitro de coração sevilhano como instrumentos...)
Hoje, ainda em cima dos acontecimentos, talvez seja difícil perceber a dimensão histórica do que o Benfica de Jorge Jesus acabou de conseguir. Trata-se de um marco na vida do clube que fará tanto mais sentido se tiver continuidade nas temporadas que se seguem. E, obviamente, esse é o grande desafio que agora se coloca à liderança de Luís Filipe Vieira. Do ponto de vista social, Benfica e FC Porto estão em momentos distintos, os encarnados sequiosos de inverter o ciclo portista, os dragões hesitantes e pouco confiantes quanto ao futuro. A forma como os adeptos dos dois clubes aderiram à temporada que agora findou mostra estados de espírito diferentes, que o Benfica deverá saber capitalizar. Como? Criando a linha de continuidade possível, sabendo-se da necessidade de vender alguns activos. Não será possível, aos encarnados, o esforço de manter todas as unidades nucleares, reforçando ainda o plantel. Mas, numa lógica de solidificação da hegemonia nacional e de afirmação na Champions (ir aos quartos-de-final da Liga Milionária representa um encaixe cinco vezes superior ao do vencedor da Liga Europa), o Benfica não deverá adorar uma política de ruptura total.
Quanto à época de 2013/14, que fica gravada a letras de ouro no livro de honra do Benfica, gostaria de identificar alguns momentos marcantes (pelo menos do meu ponto de vista): O primeiro foi, à segunda jornada, a vitória sobre o Gil Vicente, quando ao minuto 90+1 a equipa de Jorge Jesus perdia por 0-1; o segundo foi a entrada em cena de Oblak (do campeonato de De Gea e Courtois), em Olhão; o terceiro foi a vitória, para a Liga, na Luz, frente ao FC Porto, na semana da morte de Eusébio; o quarto foi a manifestação de superioridade sobre o Sporting, no 2-0 da Luz; o quinto foi a deslumbrante exibição de White Hart Lane; e o sexto foi a capacidade de sofrimento demonstrada, frente à Vechia Signora, na Juventus Arena.
Pinceladas em tons de vermelho que dilatam os tons de uma temporada com entrada directa no Museu Cosme Damião.
ÁS
Luís Filipe Vieira
Ontem foi festa. Hoje já é dia de dar continuidade à formatação do futuro do Benfica. Uma coisa Vieira sabe: o negócio do futebol só é rentável com triunfos. E sem bons jogadores não há crescimento nem lucro. Não é fácil a tarefa do presidente do Benfica. Entre a ousadia e o pragmatismo, está a virtude.
ÁS
Jorge Jesus
Triplete. E presença na final da Liga Europa. Uma época de sonho que serve de cartão de visita ao mais alto nível. Figura controversa e personalidade compleza, Jesus deve meditar no futuro e traça-lo de acordo com uma avaliação básica: tem mais a fazer no Benfica ou sente que o seu ciclo findou? Tem o destino na mão.
ÁS
Tiago
Ser campeão de Espanha ao serviço do Atlético de Madrid parecia, no princípio da época, num campeonato com Barcelona e Real Madrid, uma missão impossível. No entanto, entre o impossible is nothing e o yes we can, os colchoneros, com Tiago em grande destaque, tocaram o sonho. Pena é que tenha renunciado à Selecção...
(...)"
José Manuel Delgado, in A Bola
Não há pernas, há 'alma'...
"O Rio Ave desejava equipa do Benfica vindo da final da Liga Europa como veio há um ano: acabrunhada e mesmo destruída psicologicamente e fisicamente. Mas houve fundamental diferença: esse Benfica também acabara de perder o título nacional no dramático derradeiro minuto no Dragão; este Benfica entrou no Jamor como campeão, como vencedor da Taça da Liga, nada convencido com o segundo desaire consecutivo no final da Liga Europa e determinado a fechar a temporada em global nível de ouro.
Ontem, viu-se um Benfica naturalmente fatigadíssimo na segunda parte, em notória dificuldade para segurar a forte atitude do Rio Ave que se atirou para o ataque em busca de reviravolta igualzinha à que o V. Guimarães, no mesmo palco, conseguira um ano antes. E também se viu Benfica já sem alternativas no banco de suplentes... Quando o gigante Enzo Pérez (que alto ritmo em toda a época!) já tinha de ir à reserva da sua imensa alma, nenhum outro médio para o render... (André Almeida teve de ser defesa-esquerdo e também aí sem opção possível, face às baixas clínicas de Sílvio e Siqueira).
Só que este Benfica, mesmo de rastos na resistência física, foi capaz de fechar a época mantendo decisivos argumentos: tacticamente impecável na capacidade defensiva e psicologicamente... fortíssimo."
Santos Neves, in A Bola
Bifanas e 'minis'
"Muito se fala das diferenças entre futebol moderno e do passado e do «antigamente é que era» ou do «agora é que é». Há transformações, muitas, na forma de encarar este jogo mágico desde os anos 60 (não é preciso ir mais atrás) até aos dias de hoje. A televisão, os milhões de euros, rublos e petrodólares, os estádios novos, as tácticas e técnicas, o trabalho físico, tudo se alterou nas últimas décadas. Mas, se há festa imutável e capaz de nos fazer viajar até tempos mais antigos, essa chama-se Taça de Portugal. O estádio é o mesmo, as matas do Jamor lá estão como sempre, o domingo começa cedo com piqueniques em família, leitões e bifanas, garrafões e minis para os adultos, sumos e águas para os miúdos. E sem ser saudosista, até porque sou um defensor da evolução, sabe bem voltar a estes recantos da memória. Um pouco como viver no reboliço cosmopolita e moderno da cidade mas não prescindir daquela ida à terra, à aldeia dos nossos avós, imutável, parada no tempo.
Portanto, para os que querem que a Taça deixe de ser erguida no estádio de Oeiras vão dar uma volta e pregar no deserto... das suas ideias. É aqui que ela tem de ser celebrada. Gozemos o futebol moderno nos restantes 364 dias mas deixemos este como está. Porque já não há festa como esta. E esta está bem assim."
João Pimpim, in A Bola
Um "tri" muito suado
"Benfica extenuado aguentou no limite o "forcing" vilacondense.
Com 56 jogos oficiais nas pernas, o Benfica avançou, domingo, para o derradeiro teste da época, frente ao Rio Ave, na final da Taça de Portugal, e acabou por ser bem sucedido (1-0), conseguindo o pleno a nível interno. Uma tarefa que já se sabia que não iria ser fácil, dadas as periclitantes condições físicas que, naturalmente, afectavam o conjunto encarnado, já para não falar dos eventuais condicionamentos de ordem psicológica, após a tentativa falhada na Liga Europa.
Para além de tudo isso, importava não subestimar também as qualidades do adversário, a tornarem ainda mais ingrata a missão dos novos campeões. De facto, revelando uma especial propensão para as Taças - eliminou o Braga nas duas provas, chegando assim às finais - o Rio Ave via aqui, na festa do Jamor, uma boa possibilidade de saldar as contas com o Benfica e, deste modo, responder com juros à desfeita do primeiro ajuste, em Leiria. Mas foi o Benfica a começar melhor, ao contrário do que sucedera na recente primeira final entre ambos.
Já com Salvio e Enzo no onze, mas ainda sem Fejsa, Siqueira ou Markovic (entraria mais tarde), a equipa mostrou-se mais balanceada ofensivamente, perante um Rio Ave muito contido, que raramente apostou no ataque. Por isso, não surpreendeu que o Benfica se adiantasse no marcador, por Gaitán (20'), num soberbo remate ao ângulo, e, por pouco, Garay não fizesse o 2º golo, valendo então uma defesa por instinto de Ederson. Ao intervalo, a vantagem do Benfica justificava-se plenamente.
Utilizando um dos muitos lugares-comuns de que o nosso futebol é fértil, também aqui se dirá que o jogo teve duas partes distintas, uma vez que, após o descanso, tudo se modificou. Sem ter procedido a quaisquer alterações, o Rio Ave surgiu em campo com outra disposição atacante, mais adiantado no terreno, pressionando mais, e a verdade é que tomou conta do jogo. E de tal forma o conseguiu que não se compreende como é que se permitiu "passear"durante 45', quando poderia ter recolhido dividendos em caso de maior e mais precoce atrevimento.
Foi a vez do Rio Ave carregar sobre o meio-campo contrário, tornando cada vez mais visível a fragilidade física dos jogadores encarnados, cujas substituições poderiam muito bem ter ocorrido mais cedo. Depois de André Gomes ter rendido Amorim, na posição de médio mais defensivo, Markovic só entrou aos 66' (saiu Rodrigo), enquanto Cardozo foi utilizado apenas três minutos, trocando com Gaitán. Cautelas tendo em vista um eventual prolongamento? Mesmo assim...
Enquanto isso, o Rio Ave recrudesceu de intensidade atacante, o tridente ofensivo (Pedro Santos, Ruben e Ukra), bem secundado por um miolo incansável onde Tarantini era a figura de proa, foi pondo à prova o guardião Oblak e nisso até se destacaram os centrais Marcelo e Rodriguez, numa prova de assédio total. Para cúmulo, Pedro Santos atirou ao poste e pairou no Jamor a hipótese do empate e consequente tempo-extra. Algo que para o Benfica não viria nada a calhar, como se calcula.
A entrada de Markovic ainda permitira ao Benfica afastar algum jogo das imediações da sua área, transferindo-o lá mais para longe, mas as apostas de Espírito Santo, ao fazer entrar Diego Lopes e Hassan, voltaram a reforçar as pretensões dos de Vila do Conde, que, até final, perseguiram o golo que lhes concederia sonhar ainda. Valeu aí também a atenção do esloveno que guarda a baliza da Luz e, bem assim, a habitual capacidade de resposta de Luisão e Garay.
Vitória, portanto, muito suada do Benfica, que revelou um grande espírito de sacrifício, após uma temporada particularmente preenchida. Agora, perante um adversário muito mais "fresco", pode dizer-se que foi heróica a resistência dos encarnados. Se é verdade que a 2ª parte do Rio Ave merecia ser premiada, também é certo que, depois "daquilo" de Turim, o Benfica já merecia ter sorte."
Protejam os jogadores
"Ponto final. O Benfica terminou ontem uma maratona de 21 jogos disputados em 71 dias. Não foram '10 num mês', não foram 'quatro nos próximos doze dias', nada disso, apesar de ter ouvido vários comentadores fazerem estas contas nas últimas semanas. Este calendário absurdo começou no dia 9 de Março e estendeu-se até 18 de Maio. Foram, repito, 21 jogos em 71 dias: competir a cada três dias, durante quase dois meses e meio. Se tal ritmo fosse 'normal', como também já ouvi dizer a quem não joga, os calendários não se estendiam por 10 meses. Afinal, o Benfica foi obrigado a disputar mais de um terço dos seus desafios em menos de um quarto do tempo que durou toda a época.
Em entrevista concedida ao 'Expresso', no fim de semana, o seleccionador nacional, Paulo Bento, advertia, a propósito da calendarização que federações e UEFA fazem de há uns anos a esta parte: 'Andam a matar os jogadores'. Ontem, no final da Taça de Portugal sublinhou: 'Os meus jogadores, na segunda parte, estavam mortos'.
Vale tudo. Nos dias de hoje, clubes, federações só pensam no dinheiro que podem sacar pelos direitos televisivos, 'a galinha que dá os melhores ovos de ouro'. Os jogadores são 'carne para canhão'. Assim, não espanta o que se passou em Espanha, onde o título foi decidido na última jornada (devido a derrotas inesperadas das melhores equipas, depois das meias-finais da Liga dos Campeões), com jogadores a deixarem o campo ainda na primeira parte com problemas musculares. Não espanta que Ronaldo e Messi tenham experimentado o maior período de lesões da carreira durante esta época. Elas não matam mas moem. E os craques, aqueles que têm de estar sempre lá dentro para clubes e selecções justificarem as verbas televisivas, começam a quebrar. Afinal, não são máquinas.
Ontem, no Jamor, Rúben Amorim 'rebentou' no início da segunda parte e saiu. Enzo fez a última meia hora em dificuldades evidentes. Na quarta-feira viu-se o mesmo em Turim, com jogadores do Benfica e do Sevilha a 'queimar' o que já não tinham no prolongamento. Os últimos jogos da época, aqueles em que tudo se decide, transformaram-se nos menos interessantes do ano. Mal jogados, sobretudo, porque os futebolistas chegam lá sem condições para competir ao mais alto nível.
P.S.: O que se passou no Estádio Nacional antes do jogo foi degradante: na tribuna, um político exultava com os investimentos deitos no 'moderno Jamor'. Lá em baixo, o povo sufocava e perdia os sentidos, devido a um sistema de entrada pior que o utilizado no século XX."
José Ribeiro, in Record
PS1: O jornalista escolheu o início de Março para fazer estas contas, porque foi a jornada imediatamente a seguir às partidas particulares das Selecções, mas podia fazer contas similares, a partir do meio de Janeiro, quando se estava a jogar a fase de grupos da Taça da Liga, e algumas eliminatórias da Taça de Portugal: foram 4 meses, com o Benfica a jogar, com 3 ou 4 dias, de recuperação, entre jogos!!!
PS2: Já falei deste assunto ontem, mas o caso é suficientemente grave para voltar ao assunto. Li, e ouvi, alguns a defenderem algumas teorias de conspiração, anti-Jamor!!! Sinceramente, não me parece que tenha sido isso que aconteceu. O que se passou, foi simplesmente, uma incapacidade de planeamento assustadora!!! O Topo Norte, e a Lateral Norte, do Jamor, não podem ter uma única Entrada...!!! São quase 15 mil pessoas, a entrar por uma única Entrada, com cerca de 8 torniquetes!!! Enquanto pelas outras entradas, entram em média cerca de 5 mil pessoas...!!! A solução mais simples, é aumentar o número de torniquetes na Praça da Maratona, lado Norte... A solução, mais cara, era abrir uma Entrada Norte, na parte de cima das bancadas, tal como existe no Topo Sul, com acesso através do Parque 2... Tinha-se que abrir caminho por entre a Mata...
Campeãs em Sevens !!!
No meio das festas, passou-me despercebido, mais um título nacional conquistado pela nossa secção feminina de Rugby, no último sábado: campeãs nacionais de sevens... Parabéns, por mais um caneco!!!