segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Pequenos grandes sinais da vitória do Benfica

"Jorge Jesus não alterou a identidade da equipa. Porquê? Aprendeu? Quem fez a equipa foram os adeptos? Ou foi uma resposta a Vítor Pereira?
Não foi um Benfica – Porto igual a tantos outros! Foi muito diferente. Jorge Jesus não inventou! Por si só já seria a nota principal do derbie. Fica a dúvida se tem aprendido ou deixou-se ir pelos ‘pedidos’ dos adeptos. Ou como forma de reagir aos comentários de Paulo Fonseca ou Vítor Pereira. A verdade é que surtiu efeito. Benfica, ao contrário dos anteriores derbies, demonstrou mais querer. Melhor organização. E como costumava dizer o antigo jogador e treinador holandês Johan Cruyff, no futebol vence quem comete menos erros.
Vamos por partes. A carga emocional antes do jogo poderia beneficiar o Benfica? Poderia, mas não era garantido. Dependeria se Jorge Jesus iria ou não incutir essa vertente nos jogadores. Somos levados a crer que sim. E muito. Embora derbie seja derbie e o ponto motivacional estivesse certamente elevado para os dois lados. Nos anos anteriores, ser em casa do Benfica nunca foi sinal para que o Porto não apresentasse a mesma vontade de vencer que o Benfica. Ontem não aconteceu. O resultado do Sporting convidava o Porto a aceitar que o empate na Luz seria um mal menor? Parece. Se num Setúbal – Benfica critiquei Jorge Jesus por afirmar que o Benfica tinha apresentado uma dinâmica interessante quando o primeiro remate à baliza tinha sido aos 52’ de jogo, ontem o primeiro remate portista é feito no tempo de desconto da 1ª parte e em fora-de-jogo. Até lá apenas um lance na pequena-área dos encarnados mas sem remate ou algo parecido. E Paulo Fonseca falou em jogo equilibrado…
Seria interessante perceber porque nos últimos 15 minutos, com um homem a menos, o Porto teve mais posse de bola. E construiu alguns lances. Porque o Benfica optou por entregar constantemente a bola e chutar para a frente. Abdicou da sua identidade até ali. Nunca conseguiu de facto ‘matar’ o jogo. E Jorge Jesus, o Fejsa ia entrar aos 92’ para quê? Ser mais um André Gomes?
Jorge Jesus teve mérito na forma como alguns jogadores se entregaram para melhor? Gaitan e Markovic estiveram melhores a defender do que é usual. Carga emocional? Mediatismo do jogo? Mercado? A verdade é que são jogos diferentes, mas ao analisarmos as 14 jornadas anteriores e ao ver o jogo de ontem, estou convencido que ambas as equipas vão perder pontos. Ainda estão muito inconstantes. Benfica prepara-se para perder um ou mais jogadores. Porto busca ainda o equilíbrio e não saberemos se existirão mais entradas. A inclusão de Quaresma com poucos dias de treino e após uma longa ausência, é uma mensagem bem explicita para o balneário de descontentamento.
Neste momento temos um campeonato a três. Dá a ideia que temos um Benfica e Porto ainda aquém das expectativas e um Sporting que tem conseguido potenciar quase ao máximo as suas peças. Vem aí uma segunda volta agitada. Algumas saídas ou entradas e a juntar a isso, as competições europeias para o Benfica e Porto. Resta saber se na altura decisiva quem é que vai estar mais preparado emocionalmente."


PS: Coloquei aqui esta crónica essencialmente devido ao sub-título!!! É engraçado alguém reclamar que finalmente o Jesus não inventou num Clássico, como justificação para a vitória de ontem, quando na maior parte das vezes, a grande reclamação dos Benfiquistas com o Jesus, é exactamente a teimosia do treinador, de nos jogos 'grandes', não optar por uma estratégia mais conservadora (eu próprio já o fiz, algumas vezes...). Mais irónico ainda, é saber que esta conversa foi (e é) alimentada pelos últimos treinadores dos Corruptos, como justificação para os seus triunfos... tentando esconder as Proençadas, Xistradas e afins!!!
O único jogo dos clássicos que o Jesus 'inventou' - negativamente -, foi quando colocou o David Luís a defesa-esquerdo... e não devemos esquecer que para a Taça de Portugal, quando 'inventou' o César Peixoto ao lado do Javi Garcia a 'invenção' até saiu bem!!!
Ontem além de toda a carga emocional devido ao desaparecimento do King, a grande diferença no Benfica esteve na capacidade do Nico e do Markovic em fechar as alas; e no posicionamento do Maxi e do Siqueira que praticamente não subiram, e assim os Corruptos não aproveitaram as costas dos nossos laterais... como principal consequência o Matic e o Enzo, não foram obrigados a compensar as subidas dos laterais, algo que nos jogos anteriores faziam com frequência, abrindo espaço no meio... houve duas excepções na 1.ª parte de ontem, quando o Lucho recebeu a bola no meio, entre-linhas, completamente sozinho, e em ambas as situações, um dos nossos médios estava deslocado para a lateral...

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