quarta-feira, 21 de março de 2012

Avé César !!!

"Queixas e 'bocas' ao intervalo

Vítor Pereira, Artur Soares Dias, Jorge Jesus e Bruno César em momento quente

O final da primeira parte do encontro ficou marcado por momentos quentes entre elementos das três equipas presentes no relvado do Estádio da Luz.

O treinador do FC Porto, Vítor Pereira, abriu as hostilidades, dirigindo-se a Artur Soares Dias, árbitro da partida, mas este apitou e mandou as equipas para os balneários. Visivelmente exaltado, o técnico dos dragões apresentou queixas e rapidamente motivou a presença de Jorge Jesus, homólogo do Benfica, que se dirigiu igualmente a Soares Dias. Os treinadores não se cruzaram, pelo menos em termos de argumentação, e António Carraça lá acompanhou Jesus de regresso ao túnel de acesso ao balneário.

O pior passar-se-ia entre Vítor Pereira e Bruno César, jogador do Benfica, que na sequência da conversa mais quente entre o técnico portista e o árbitro não evitou mandar algumas bocas, que geraram um momento de tensão de alguns segundos."


in A Bola

Devia ser proibido morrer com apenas 51 anos

"Naqueles segundinhos em que os adeptos do Benfica bateram, de pé, palmas ao infelizmente desaparecido António Leitão - e os seguidores do FC Porto deixaram perceber o seu desconhecimento sobre uma figura do Desporto nacional - revi-me em Los Angeles, no já muito distante ano de 1984, nesses Jogos Olímpicos de grata memória para este País tão pequenino e carenciado de valores, desportivos mas especialmente morais, e também para mim, já pai da Joana e com a Inês a caminho. Foram os Jogos da Rosinha, pela medalha de bronze na maratona, foram os Jogos do Lopes, primeira medalha de ouro lusa na mesma distância, mas foram, também, os Jogos do nosso querido António Leitão, apenas batido pelo fenómeno Said Aouita e pelo oportunismo do suíço Markus Riffel, que se aproveitou, acho, da inexperiência do português para lhe roubar a medalha de prata. Do Leitão recordo a sua boa disposição na véspera da corrida, a 10 de Agosto, uma sexta-feira, na UCLA: «Eles que não se distraiam comigo.» Vejo partir outro amigo e emocionado clamo: devia ser proibido morrer aos 51 anos. Até um dia."


José Manuel Freitas, in A Bola

Homenagem

"Morreu António Leitão, um atleta que honrou Portugal e enobreceu o Benfica. Não o conheci pessoalmente, mas sei que sempre foi um homem simples e integro. Solidário, amigo tanto do colega como do adversário na corrida da pista. Terminou muito cedo a maratona da vida.

Ao mesmo tempo, um jovem futebolista congolês do Bolton luta pela sobrevivência, depois de súbita doença no exercício do seu ofício.

Vem-me à mente a morte de Fehér em circunstâncias idênticas. Num segundo que, inexoravelmente, separa a vida da morte. Numa relva molhada que acolheu silenciosamente os pingos de suor do seu último esforço.

Diante do mistério, bem sei que a única coisa com que não conseguimos conviver é com a ideia da morte, afinal a única certeza.

A sua não determinação no tempo de cada um faz da vida um trajecto quase imortal na cabeça de uma criança, um desenlace longínquo no coração de um jovem, uma ponderação racional na mente de um adulto, uma incerteza certa na alma de um velho. Como um dia alguém escreveu, na juventude pensamos na morte sem a esperar e na velhice esperamo-la sem nela às vezes pensar.

Sei também que vivemos num tempo e numa sociedade sofregamente amnésica, onde o espaço para a memória e para o discernimento é facilmente engolido pela ditadura do presentismo e pela efemeridade da ilusão.

Tudo isto nos deve fazer pensar no valor da vida para além da opressão do detalhe. O detalhe de que alguns se julgam donos e senhores. Diante da morte somos todos pobres. Mas na memória podemos ser ricos. António Leitão é um deles. Aqui fica a minha singela homenagem memorial a um atleta de eleição."


Bagão Félix, in A Bola

Será sempre um prazer

"António, sinceramente, não sei por onde começar, tantos têm sido os agradáveis momentos de confraternização que temos desfrutado nas últimas, quase, quatro décadas!

Mas lembras-te daquela tua primeira participação num crosse, em França, ainda como júnior? Acompanhei-vos, a ti, ao Cabral e ao Mamede, a Claimont Ferrand, ao célebre Crosse Volvic. Estava um frio de rachar! O Fernando, no final, tinha os dedos tão gelados que chorava quando lhe tiravam as luvas. Apesar disso, tu, em juniores, e ele em seniores, mostraram, para gáudio das centenas de emigrantes, o valor da torrente então nascente do nosso meio fundo, vencendo as respectivas provas.

E já agora, recordas-te da conversa, no outono de 1982, quando regressávamos do Crosse de Gateshead, onde uma delegação nacional fora experimentar o percurso do Mundial de 1983?

Desta vez não foi connosco o Cabral, mas sim o Canário. Ele, então um desconhecido, fez uma prova espetacular. Recordo-me que intitulei a crónica enviada para A BOLA com Canário voa alto em Gateshead.

Mas voltemos à nossa conversa. Eu vinha de um período de estada de quatro anos na Grã-Bretanha e perdera o contacto contigo. Durante os dias em Gateshead achara invulgar a quantidade de cassetes áudio, por gravar, que compraras e, no regresso, esclareceste-me: «Estou sempre a necessitar de gravar novas cassetes, pois os meus amigos, como sabem que eu tenho sempre novidades, vão lá a casa, pedem-mas e levam-nas!»

És um verdadeiro amigo do teu amigo!

Mas dá-me tempo para mais uma recordação.

Por volta de 1987, numa altura de alguma ebulição no atletismo, tu que eras medalha de bronze olímpica, disseste-me: «Presidente, um dia destes vou começar também a dizer mal de qualquer coisa, pois pode ser que assim reparem mais em mim!»

Claro que nunca o fizeste, nem farias, pois, meu amigo António Leitão, és um Atleta com A e um homem com H.

Tem sido um prazer conviver contigo!"


Carlos Cardoso, in A Bola

Nosso campeão

"Não é fácil, nem meu objectivo, decifrar nestas linhas por que motivo nos sentimos colados aos feitos das gentes grandes que nascem dentro das fronteiras em que também nós viemos ao Mundo.
Poderá alguém propor que tal se deva à proximidade física, mas se assim fosse um português de Elvas mais depressa vibraria com um jogo de futebol do Badajoz que com qualquer um da Liga portuguesa. Pode ser da língua, poed ser da educação - quem teve aulas de história há pelo menos 20 anos bem sabe como nos manuais o nosso País era engrandecido perante Espanha, por exemplo.
Acredito que também as limitações com que nos vimos crescer, as dificuldades que sentimos ao longo da vida, tenham influência. Quando vimos Carlos Lopes ganhar a medalha de Ouro nos Jogos Olímpicos de 1984 sentimos o pulsar de um país nas veias.
Somos, por todas estas razões, um povo grato a quem nos eleva a bandeira. E a quem luta com as suas forças, transformando o seu suor e as suas lágrimas nos nossos sorrisos. E é por isso que hoje, 28 anos depois dos Jogos Olímpicos de Los Angeles, eu quero agradecer ao António Leitão, magnífico atleta, que nos deixou esta semana. Descansa em paz, campeão.
..."

Nuno Perestrelo, in A Bola

O que não morre

"Era madrugada em Espinho, Toninho levantou-se, brusco, da cama, correu para a televisão - e sozinho na sala viu Lopes ganhar a medalha de prata nos 10 mil metros dos JO de Montreal. Tinha 16 anos, ainda desejou ser como ele, mas como jogava futebol, futebol continuou a jogar. Meses depois, apareceu num treino levado pela lembrança súbita da madrugada do Lopes. Foi um espanto - mas só lá voltou ao saber que o SC Espinho estava para ir ao Porto fazer a Volta à Sé. Perguntou se podia, como não treinara mais, Jorge Ramiro disse-lhe que não, mas, vendo-o enrodilhado na nuvem de tristeza que lhe criara, o treinador deu o dito por não dito - e ele ganhou com 300 metros de avanço. (Essa foi a primeira coisa que ele me contou, um dia...) Três meses de atletismo lhe bastaram para ser campeão nacional de crosse, seis para fazer a melhor marca mundial de juvenis nos 5000 metros. O resto é uma história ainda mais fantástica, atraiçoada por um destino cruel.

Dos JO de Los Angeles saiu com o bronze na légua. Para pagar a Canário o favor de lhe espevitar a prova deu-lhe 1000 dólares (por pudor isso ele nunca quis contar, mas eu sei...) - e largou a promessa de que o ouro que lhe escapara na volta final, o apanharia em Seul. Um vendaval de lesões não deixou. Levou mais de 200 injecções, cortisona em «dose de cavalo». Tentou a fuga ao inferno num fisioterapeuta que o punha a penar dentro de água gelada do mar e lhe encharcava as pernas com mixórdia de iodo e algas. Foi tudo em vão. Em 1991, aos 31 anos, deixou, destroçado, as pistas. Sem saber que a razão era já efeito da rara doença congénita que lhe matara o pai e a irmã - e o atacara a ele: a hemocromatose, o excesso de ferro no corpo.

Domingo, ouvi num abalo: morreu António Leitão. Achei que quem se faz eterno nunca morre - e ao imaginá-lo ali, à minha beira, a dizer-me que na primeira vez que ganhara ao Lopes e ao Mamede não descansara enquanto não lhes foi pedir desculpa (e essa foi a última coisa que ele me contou...) percebi que duas lágrimas me fugiam, frias, dos olhos..."


António Simões, in A Bola

Auto-arvorado em dono

"O homem chegou pela calada, furtivamente, conluiado com marionetas a quem comprou votos a troco de promessas mirabolantes e temerárias, que punham em causa a própria sobrevivência do futebol português. Que bem precisa de concórdia, de harmonia e de bom-senso. Como as coisas não correram conforme estavam mancomunadas, eis que o homem aparece agora a meter os pés pelas mãos e a desdizer hoje o que ontem dissera ou vice-versa. O homem é o senhor Mário Figueiredo, presidente da Liga (qual delas? a Orangina ou a Sagres? e, se há duas ligas, porque não há também duas direcções, como acontece em muitos países?) e, pelos vistos, auto-arvorados dono do futebol. Esquece-se que está sob tutela da Federação e que o poder que detém lhe foi delegado por ela. Todos nós sabemos, infelizmente, que a Federação delegou demasiadas competências à Liga (até a arbitragem e a disciplina lá estavam!) e que agora é difícil recuperá-las, como esta de definir o número de participantes em cada campeonato (vd. Itália).

Apesar de tudo, o homem traz uma ideia de que eu partilho e pela qual me bato há anos: a venda colectiva dos direitos televisivos e uma repartição mais equitativa das receitas pelos clubes da I Liga (só). Mas se bem percebi o que ele disse, caminho que se prepara para seguir não vai conduzir a nada. É preciso ter presente que alguns clubes estão vinculados nessa matéria a contratos de longa duração que têm de ser respeitados. O FC Porto está comprometido até 2016 e o Benfica anda em negociações para se comprometer até 2018. Sem apoio e a intervenção legislativa do Governo não vai a lado nenhum. Estou curiosidade em acompanhar os passos que vão ser dados."


Manuel Martins de Sá, in A Bola

Stadium of Light, Champions League Final 2014

Mais um marco muito importante na História do nosso Clube, uma 'vitória' para todos os Benfiquistas... e como jogámos várias Finais Europeias em casa do adversário, não seria interessante jogar esta, em casa?!!! Sonhar não custa, aliás seria um profundo acto de justiça divina...!!!

Naturalmente, ganhou a melhor equipa!!! - algo muito raro em Portugal... mas sem apitos 'estranhos' às vezes acontece!!!







Benfica 3 - 2 Corruptos



Um daqueles jogos onde o Benfica pouco tinha a ganhar, e muito a perder... pouco a ganhar, porque mesmo vencendo a Taça da Liga - algo que não está garantido - ninguém o irá festejar - aliás, se o Benfica ganhar a Taça, e se algum jogador ouse festejar, será insultado como aconteceu o ano passado com o nosso capitão!!! -, e tudo a perder, porque uma nova derrota com os Corruptos, na Luz, seria altamente desmoralizador.

Com algumas alterações em ambas as equipas, umas por lesão outras por opção, com uma arbitragem menos inquinada do que é habitual - mesmo assim disciplinarmente foi muito 'manso' com os Corruptos -, o Benfica foi globalmente muito superior, teve alguns momentos onde a ansiedade provocou perigosas desconcentrações, mas esteve quase sempre por cima... Aliás o Benfica, hoje, com um bocadinho de sorte tinha goleado!!!

Este jogo com o Benfica na frente do Campeonato, com a diferença pontual merecida - sem os roubos -, tinha sido completamente diferente, onde a pressão e a eventual ansiedade teria 'caído' toda em cima dos Corruptos, assim foi ao contrário... São estes 'pormaiores' que passam quase sempre despercebidos nas análises, o efeito de um jogo, uma taça, ou um campeonato corrompido vai muito além dos 90 minutos, em causa. As Proençadas (Xistradas, Migueladas, e afins...) têm um efeito a longo prazo, em ambos os sentidos, se retiram confiança a uns, dão confiança a dobrar aos outros, e em Portugal as personagens em ambos os lados são sempre os mesmos!!!

A maneira como os Corruptos desvalorizaram esta partida no pré-jogo, e a maneira como se queixaram hipocritamente da arbitragem no final do jogo, é mais uma prova da falta de carácter daquele gentalha, que já não enganam ninguém - a não ser os tarecos e bobis!!! -, tentando usar esta derrota limpinha, como um trampolim para as restantes jornadas do Campeonato, justificando por antecipação todos os benefícios que vão comprar com Fruta e Chocolate!!!

Agora, este jogo já é passado, o tempo de recuperação para Olhão é muito curto - o Jesus ainda não ganhou com o Benfica em Olhão!!! -, como afirmei no início, a Taça da Liga é uma prioridade secundária, o Campeonato é sem qualquer dúvida a grande prioridade, esta vitória - e um eventual triunfo na Taça da Liga - podem dar algum espaço para o Benfica de Jesus 'respirar', mas é só isso, na Sexta os xitos vão regressar, querem apostar?!!!