segunda-feira, 12 de março de 2012

FC P(roença)

"Até depois da recente exibição frente ao Zenit, tão convincente, apetece perguntar o que se passou com o Benfica nos últimos embates. Foi a derrota em Guimarães, foi o empate com a Académica, foi o desaire caseiro com o FC Porto. Em algum desses jogos, o colectivo 'encarnado' esteve em plano inferior ao dos seus opositores? Não esteve. Cometeram-se erros? Também é verdade. Ainda assim, oito pontos perdidos não era apenas um cenário improvável, constituiu uma enorme injustiça.

Já em Coimbra, a equipa de arbitragem prejudicou o Benfica de forma indecorosa em dois lances, ademais na véspera do confronto, tido por decisivo, frente ao FC Porto. E no jogo da Luz? O escândalo foi gigantesco. Entre outras decisões, sempre em prejuízo da nossa turma, o golo da vitória portista é anedótico.

Como é possível que tenha sido validado? Pode ou não pode falar-se em premeditação? Pode ou não pode falar-se em roubo?

Luís Filipe Vieira tem razão. Proença não tem condições para apitar o Benfica. Erra sempre, é um desastre. E ainda coloca aquele ar arrogante e não menos insuportável. Proença goza com o Benfica e goza há já muitos anos. Quem não recorda, na véspera do Natal de 2001 (já lá vai mais do que uma década!) daquela gatunice colossal no Bessa, jogo em que o Proença não viu duas penalidades escandalosas cometidas sobre Simão Sabrosa e Mantorras? Inclusive, foi na sequência dessa derrota que Toni acabou por ser dispensado da liderança técnica. O Proença e o Benfica são incompatíveis. O Benfica já percebeu. Demorará muito até que o néscio do Proença também perceba?"


João Malheiro, in O Benfica

Mau cheiro

"O que mais me indignou na derrota do Benfica contra a equipa das Antas foi o elogio do patrão do emblema que ganhou, com um golo irregular validado por um árbitro que erra sempre para o mesmo lado. Cheiro-me mal. Porque, na verdade, o que ficou provado naquele jogo não foi o »Benfica não deixa de ser uma grande equipa por ter perdido com o Porto». O que se provou foi que o Porto não passou a ser uma grande equipa por ter ganho ao Benfica com um golo irregular. De maneira que aquele elogio, em cima do nojo que foi o resultado martelado, causou-me vómitos.

Li a notícia e senti como que o braço tentacular de um ser gelatinoso a dar palmadinhas viscosas nas costas dos benfiquistas. O que quer o indivíduo? Uma trégua na vozeraria excessiva e incendiária? Uma pausa para mudança de adereços, de guarda-roupa e de cenário, surgindo o sujeito na cena seguinte no papel de cavaleiro da boa ordem, senhor da honra e campeão do fair play? Um compromisso, do género 'eu continuo a comer o bolo mas serei mais magnânimo na distribuição das migalhas?' Um golpe de mão para camuflar as pedras de um jogo de xadrez que desabou do tabuleiro, com Vítor Pereira salvo pela corda do gong, Vilas Boas e Paciência despachados a destempo e Jesus, do outro lado das águas, seguindo pelo caminho das pedras?

O Sistema continua. A baba da lisonja que pinga das palavras da personagem não muda nada. É apenas mais uma artimanha, um ardil, uma tramóia. Ou mera flatulência."


João Paulo Guerra, in O Benfica

Ganhar, ganhar...

"1. Têm sido semanas terríveis, em parte por culpa própria, em parte por culpas alheias (campo impraticável na Rússia, arbitragens 'impraticáveis' em Coimbra e contra o FC Porto), em parte, ainda, pelos imponderáveis do Futebol. Estamos com três pontos (e meio...) de atraso, quando deveríamos estar, pelo menos, com dois pontos de vantagem sem falhas de arbitragem (vitória em Coimbra, empate com o FC Porto). Agora, resta-nos ganhar o que há para ganhar daqui em diante, jogo a jogo, acabando com esta malapata e esperando que outros também e venham a sentir.

2. Estou a escrever antes do encontro com o Zenit e por isso mantenho-me no confronto com o FC Porto. Os protestos portistas por causa do jogo ter sido à sexta-feira foram ridículos. E mais ainda se se fizeram contas: os jogadores do Benfica somaram mais tempo nas selecções que os do FC Porto, conte-se todos eles ou apenas aqueles que foram titulares na jornada anterior. Mais importante: nenhum desses titulares portistas jogou mais que 45 minutos e Witsel 58 minutos. Gostaria de perguntar àqueles que se apressaram a fazer eco das críticas portistas se queriam que os 11 (ou 14) jogadores do Benfica (e não apenas 3 ou 4) jogassem com o Zenit dois ou três dias depois de defrontar o FC Porto...

3. Declaração do insuspeito Fernando Madureira, líder dos Super Dragões, ao JN: 'Nos outros anos, ficávamos divididos, porque metade do nosso ficava na parte de baixo do estádio e a outra na parte de cima. Agora vamos poder ficar todos juntos e isso é bom'. Tudo decorreu sem problemas (e o autocarro do FC Porto viajou e esteve em Lisboa continuando intacto...) e, afinal, a caixa de segurança não é nenhum papão, como quiserem fazer crer os responsáveis do Sporting, antes e depois do jogo.

4. Surgiu agora a ideia de que os árbitros deveriam boicotar o Benfica como fizeram ao Sporting, em função das declarações do treinador e do presidente. Simplesmente, há uma grande diferença que querem esquecer: o Sporting pressionou João Ferreira (e o 'bandeirinha', Pais António) antes do jogo, não o criticou depois. E foi por isso que ele se recusou a arbitrar."


Arons de Carvalho, in O Benfica