"O que mais me indignou na derrota do Benfica contra a equipa das Antas foi o elogio do patrão do emblema que ganhou, com um golo irregular validado por um árbitro que erra sempre para o mesmo lado. Cheiro-me mal. Porque, na verdade, o que ficou provado naquele jogo não foi o »Benfica não deixa de ser uma grande equipa por ter perdido com o Porto». O que se provou foi que o Porto não passou a ser uma grande equipa por ter ganho ao Benfica com um golo irregular. De maneira que aquele elogio, em cima do nojo que foi o resultado martelado, causou-me vómitos.
Li a notícia e senti como que o braço tentacular de um ser gelatinoso a dar palmadinhas viscosas nas costas dos benfiquistas. O que quer o indivíduo? Uma trégua na vozeraria excessiva e incendiária? Uma pausa para mudança de adereços, de guarda-roupa e de cenário, surgindo o sujeito na cena seguinte no papel de cavaleiro da boa ordem, senhor da honra e campeão do fair play? Um compromisso, do género 'eu continuo a comer o bolo mas serei mais magnânimo na distribuição das migalhas?' Um golpe de mão para camuflar as pedras de um jogo de xadrez que desabou do tabuleiro, com Vítor Pereira salvo pela corda do gong, Vilas Boas e Paciência despachados a destempo e Jesus, do outro lado das águas, seguindo pelo caminho das pedras?
O Sistema continua. A baba da lisonja que pinga das palavras da personagem não muda nada. É apenas mais uma artimanha, um ardil, uma tramóia. Ou mera flatulência."
João Paulo Guerra, in O Benfica
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