quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Numa noite de sábado

"Sábado à noite, o nosso Benfica jogou com o Nacional e o jogo transformou-se em arte. Isto por mérito das duas equipas e para privilégio dos adeptos que encheram a nossa Catedral. O Nacional foi uma equipa honesta, jogou um futebol positivo, em prol do espectáculo e procurando, sem antijogo, ganhar. O Benfica foi brilhante.

No relvado, a geometria rigorosa das movimentações tácticas foi pano de fundo para a expressão do génio individual. Nolito foi a ousadia do futebol de rua, do futebol desconcertante. Gaitan regressou aos melhores momentos e deixou-nos uma jogada daquelas que, sabemos quando a vemos, servirá de mote à convocação da memória, apenas para podermos dizer “estava lá e vi”. Rodrigo faz-nos acreditar que qualquer jogada, independentemente da zona do campo, é potencialmente um golo do Benfica. Aimar é Aimar, é o nome acima do título do jogo. Na Luz herdou o número de Rui Costa, na Argentina herdou o número de Maradona. Isto basta para fazer dele um predestinado e de nós, espectadores, privilegiados.

O público vibrou, sofreu, aplaudiu e, acima de tudo, sorriu. Ficou com a convicção de que tinha visto longos minutos de futebol supino. A exibição do nosso Benfica teve largos minutos de uma qualidade genuína, que nem a azia de um ou outro ‘opinadeiro’ conseguiu macular.

No entanto, houve um elemento que se esforçou por não estar à altura da dignidade do jogo. Foi aquela figura que conseguiu enervar o público, os jogadores do Benfica e o próprio treinador. Foi a personagem que nos fez sair do Estádio com a certeza de que, para sermos campeões, não nos basta ser melhores… temos de ser muito melhores do que os adversários. Particularmente dos adversários que jogam com um apito na boca."


Pedro F. Ferreira, in O Benfica

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