segunda-feira, 18 de julho de 2011

Ponham os capuzes! Vamos ao assalto!

"Ah! Foi um regalo vê-los naquele desfilar ridículo de fardas novas! Um deslizar de pobres tontos, agarrados aos seus títulos de pacotilha, orgulhosos de vitórias obtidas à custa dos serviços prestáveis de mulheres da vida, como no tempo da Babilónia, de repastos de frutos do mar, e de tardias visitas de circunstância dos empregados do senhor de cócoras a casa do antigo vendedor de frigoríficos. Umas das fardas, imagine-se, era negra. Talvez para que quem tanto esforço faz para os trazer ao colo não se sinta desfazado no tom e haja assim uma equipa de 14 mais homogénea.

Havia risos e galhofa. Terá havido, seguramente, no meio da tranquibérnia, graçolas ordinárias dirigidas àqueles que não fazem parte da pandilha, como é hábito da casa e vício bacoco do insuportável senhorio. «Gentinha sem nível», murmurará quem faz o favor de me ler. Pior do que isso, paciente leitor: gentalha bárbara e sem princípios, viciada na trampolinice sem a qual não sobrevive, tal e qual é fundamental para nós o oxigénio que respiramos. Já ninguém estranha. Quanto muito ainda há quem se ofenda de, neste alguidar manhoso onde a Europa lava os pés, haver ainda tanto descaramento, tanto descoco, tanta impudícia. Enfim, é próprio de quem desconhece o significado da palavra probidade e ignora os sinónimos de honradez. Por mim, confesso: resta-nos rir. Mesmo que seja um riso triste...

A certa altura, eis que se apresentam, na «passerelle», uns moços de capuz escondendo as caras, as identidades. E, então, percebemos que depois da fraude a que fomos obrigados a assistir recentemente, se prepara novo assalto. Encapuzados, à boa maneira de bandoleiros de outros tempos, eles estão prontos! Provavelmente a cavalo de quem tão docilmente se põe de cócoras, ei-los que aí vêm. Por onde passarem não crescerá relva, como sucedia com Átila, o Flagelo de Deus, e seremos sujeitos aos roubos, aos esbulhos, às afrontas e às vergonhas que desde há mais de 25 anos se cozinham nos subterrâneos esconsos deste Mundo podre que parece não ter fim."


Afonso de Melo, in O Benfica

Aguardemos

1. Já estava com saudades dos nossos jogos. Sábado foi um 'fartote' de golos; no domingo, um 'fartote' de falhas. Mas nem um nem outro jogo permitem conclusões. O adversário de sábado não contou. O Benfica de domingo foi um Benfica preso de movimentos (natural nesta altura da preparação), face a um Servette em fase mais adiantada. Aguarde-mos pelos jogos a sério...


2. Já o disse e repito: o Benfica está muito mal servido de cronistas nos jornais desportivos (com uma ou outra honrosa excepção, como é o caso de Miguel Góis no 'Record'). Há os que não adiantem nem atrasam e há aqueles que até prejudicam, como é o caso de Marta Rebelo, também no 'Record'. Deve ser daquelas que, em vez de apoiarem a equipa, assobiam os seus ódios de estimação. Agora, depois dos quatro golos de Cardozo, vem lamentar a sua continuação, afirmando (imagine-se!) que 'era só o que nos faltava, mais uma época sem avançado'. Pois é: realmente, marcar 50 golos em dois anos é muito pouco...


3. Foram alteradas (e bem) algumas normas que regulam o comportamento das chamadas claques, sendo previstos jogos à porta fechada quando os distúrbios são mais graves e implicam interrupções de jogo superiores a cinco minutos. O que se passou nas últimas épocas, nomeadamente com a chuva de bolas de golfe atiradas para o campo ('invenção' da claque do FC Porto, muito bem seguida em Braga e, infelizmente, com sequência, embora em ponto mais reduzido, o nosso estádio), não pode continuar. Acontece que serão os órgãos disciplinares da Liga a decidir dos castigos e eu tenho pouca confiança neles. Mais uma razão para que os nossos adeptos (em especial os 'No Name Boys' e os 'Diabos Vermelhos') se comportarem de forma exemplar, não dando oportunidade a que o Benfica seja punido. Só por motivo de força maior falho um jogo do Benfica no nosso Estádio. Não quero ser obrigado a falhar por mau comportamento de alguns. Nem quero mudar a minha opinião quanto à utilidade e benfiquismo da grande maioria dos jovens dos No Name e dos Diabos, que muito puxam pela equipa..."


Arons de Carvalho, in O Benfica

Entrega

"O plantel está a trabalhar e o principal da carga de trabalhos é estruturar uma equipa com tanta e tão boa matéria-prima. Deu para ver sinais do grande potencial disponível - e o plantel nem sequer está completo, sem fechado -, nos dois primeiros jogos-treino na Suíça. Mas deu, sobretudo, para avaliar o muito que há para fazer: reforçar fisicamente todo o elenco, ainda fraco de pernas com uma semana de trabalho, ganhar serenidade, concentração e consistência, definir um fio de jogo e entrosar melhor a manobra, estabelecer a táctica e fixar um modelo de equipa, com os seus protagonistas e intérpretes.

Depois, tudo o mais que há para apurar e pôr em prática vem com a rotina de treinar e o ritmo de jogar e com o calo que cada um e todos vão ganhando. Calculo que será um quebra-cabeças formar um plantel de 27 ou 28 jogadores com tantos meios humanos disponíveis. Mas é para isso que os benfiquistas confiam nos dirigentes e na equipa técnica do seu glorioso emblema. Os homens escolhidos para dirigir e constituir o plantel vão ser ao longo de uma época os depositários da esperança dos benfiquistas. E isto é uma questão de enorme responsabilidade de que cada atleta tem que se mostrar merecedor, começando por merecer a escolha para integrar o plantel.

O amor ao emblema é factor determinante para essa escolha, porque estará subjacente a todos os outros. Porque é aí que reside o fundamento de quase tudo o que os atletas vão fazer ao longo do ano. Devem ter talento, técnica, garra e forma física. Mas haverão de ter, igualmente, amor, dedicação, respeito e entrega ao emblema. Tanta ou mais entrega como a dos milhões de adeptos que os apoiam."


João Paulo Guerra, in O Benfica

Linguagem do sucesso

"Os mais saudosistas referem-se, amiúde, àquele Benfica que apenas admitia jogadores de nacionalidade portuguesa nas suas fileiras. Entre outras, essa era uma bandeira de honra, tantas vezes levantada com orgulho incontido. Ademais, nesses tempos, as vitórias era mais do que muitas, a hegemonia no Futebol indígena foi uma realidade incontestável. Só que muita coisa mudou, independentemente da vontade e da honra benfiquista.

Contratar atletas oriundos de outras paragens tornou-se mesmo uma fatalidade, sob pena do Clube ficar secundarizado em termos competitivos. Nos últimos anos, a tendência recrudesceu, dir-se-ia até de forma impiedosa. Culpa do Benfica? Nem pouco mais ou menos. Culpa de um sistema que não protege os nacionais. Só em Portugal? Também noutras latitudes, de resto bem mais poderosas no plano financeiro. Exemplos? Quantos jogadores espanhóis tem o Real Madrid? Quantos jogadores ingleses tem o Chelsea? Quantos jogadores italianos tem o Inter?...

Esta temporada, as duas maiores referências, considerando a longevidade no Clube, mudaram de ares. Por ironia, ambos portugueses. Nuno Gomes e Moreira, sem que suscite crítica a decisão técnica, ficam no canto esquerdo do peito de milhões de benfiquistas. Outra saída? Também portuguesa? A de Fábio Coentrão, num processo irreversível, mas que machucou o alicerce anímico do universo vermelho.

E agora? Importante é olhar em frente, apoiando sem reservas no presente. Os que servem o Benfica são os nossos, só esses. Têm que ser credores de confiança. Os jogadores, os técnicos, os responsáveis. Que linguagem vai falar o Benfica? Será que isso importa se for a universal (logo, também lusitana) linguagem da vitória?"


João Malheiro, in O Benfica

Considerações (pré-época)

"A pré-época do SLB tem dado azo às mais diversas opiniões, todas elas discordantes quanto à forma e à quantidade dos jogadores que integram o plantel do nosso Clube. Como estamos num País livre, qualquer pessoa tem direito à sua opinião, desde que depois aguente o contraditório se as suas certezas se tornarem uma autêntica falácia.

Como sou um cidadão europeu e independente sem estar ao serviço de quem quer que seja, continuarei a apelar ao bom senso dos benfiquistas para se unirem em torno do nosso clube, para assim nos tornarmos cada vez maiores e mais fortes. Fala-se muito que temos jogadores a mais no plantel, já houve tempo que se falava que tínhamos falta de jogadores. A tese é a mesma, embora com contornos diferentes. Ou seja, preso por ter cão e preso por não ter.

Pela 1.ª vez em muitos anos começamos com o mesmo treinador pela terceira época consecutiva. É assim que estamos no caminho certo, pois a estabilidade será sempre maior do que a aventura. É claro que o nosso Clube tem uma estrutura que fará a avaliação de tudo o que se passar durante a época, para no fim da mesma se tomar as devidas ilações. Mas uma coisa quero afirmar:

Um treinador não é bom ou mau, conforme ganhar ou perca Campeonatos. Conheço muitos que já foram campeões e são bem fraquinhos. Há outros que quase nada, ou nada ganharam, e nunca tiveram uma verdadeira chance de mostrar a sua valia. Mas eu estou sereno. Não sei o que vamos ganhar ou se vamos ganhar algo. Dentro do campo sei que vamos ser muito fortes. Que nunca falte o apoio que vem de fora."


José Alberto Pinheiro, in O Benfica

...'a subir' no Guadiana!!!





Benfica 2 - 2 Anderlecht
Saviola, Urreta


Desta vez além dos conhecidos problemas defensivos, demos um festival de como falhar golos, principalmente na 1ª parte!!! Com o decorrer do jogo, o poder físico dos Belgas equilibrou o jogo, e obrigou o Artur a trabalhar, a saída do Miguel Vítor por lesão acabou por abalar (ainda mais) a consistência defensiva da equipa...



PS: Pois é, 14 milhões de Benfiquistas a fazerem 'figas' para o Brasil ser eliminado, deu em 4 penalty's falhados, quem mandou o Seleccionador Brasileiro convocar o Luisão?!!!