segunda-feira, 18 de julho de 2011

Entrega

"O plantel está a trabalhar e o principal da carga de trabalhos é estruturar uma equipa com tanta e tão boa matéria-prima. Deu para ver sinais do grande potencial disponível - e o plantel nem sequer está completo, sem fechado -, nos dois primeiros jogos-treino na Suíça. Mas deu, sobretudo, para avaliar o muito que há para fazer: reforçar fisicamente todo o elenco, ainda fraco de pernas com uma semana de trabalho, ganhar serenidade, concentração e consistência, definir um fio de jogo e entrosar melhor a manobra, estabelecer a táctica e fixar um modelo de equipa, com os seus protagonistas e intérpretes.

Depois, tudo o mais que há para apurar e pôr em prática vem com a rotina de treinar e o ritmo de jogar e com o calo que cada um e todos vão ganhando. Calculo que será um quebra-cabeças formar um plantel de 27 ou 28 jogadores com tantos meios humanos disponíveis. Mas é para isso que os benfiquistas confiam nos dirigentes e na equipa técnica do seu glorioso emblema. Os homens escolhidos para dirigir e constituir o plantel vão ser ao longo de uma época os depositários da esperança dos benfiquistas. E isto é uma questão de enorme responsabilidade de que cada atleta tem que se mostrar merecedor, começando por merecer a escolha para integrar o plantel.

O amor ao emblema é factor determinante para essa escolha, porque estará subjacente a todos os outros. Porque é aí que reside o fundamento de quase tudo o que os atletas vão fazer ao longo do ano. Devem ter talento, técnica, garra e forma física. Mas haverão de ter, igualmente, amor, dedicação, respeito e entrega ao emblema. Tanta ou mais entrega como a dos milhões de adeptos que os apoiam."


João Paulo Guerra, in O Benfica

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