segunda-feira, 18 de julho de 2011

Linguagem do sucesso

"Os mais saudosistas referem-se, amiúde, àquele Benfica que apenas admitia jogadores de nacionalidade portuguesa nas suas fileiras. Entre outras, essa era uma bandeira de honra, tantas vezes levantada com orgulho incontido. Ademais, nesses tempos, as vitórias era mais do que muitas, a hegemonia no Futebol indígena foi uma realidade incontestável. Só que muita coisa mudou, independentemente da vontade e da honra benfiquista.

Contratar atletas oriundos de outras paragens tornou-se mesmo uma fatalidade, sob pena do Clube ficar secundarizado em termos competitivos. Nos últimos anos, a tendência recrudesceu, dir-se-ia até de forma impiedosa. Culpa do Benfica? Nem pouco mais ou menos. Culpa de um sistema que não protege os nacionais. Só em Portugal? Também noutras latitudes, de resto bem mais poderosas no plano financeiro. Exemplos? Quantos jogadores espanhóis tem o Real Madrid? Quantos jogadores ingleses tem o Chelsea? Quantos jogadores italianos tem o Inter?...

Esta temporada, as duas maiores referências, considerando a longevidade no Clube, mudaram de ares. Por ironia, ambos portugueses. Nuno Gomes e Moreira, sem que suscite crítica a decisão técnica, ficam no canto esquerdo do peito de milhões de benfiquistas. Outra saída? Também portuguesa? A de Fábio Coentrão, num processo irreversível, mas que machucou o alicerce anímico do universo vermelho.

E agora? Importante é olhar em frente, apoiando sem reservas no presente. Os que servem o Benfica são os nossos, só esses. Têm que ser credores de confiança. Os jogadores, os técnicos, os responsáveis. Que linguagem vai falar o Benfica? Será que isso importa se for a universal (logo, também lusitana) linguagem da vitória?"


João Malheiro, in O Benfica

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